"A alma do homem sobrevive ao corpo e conserva a sua individualidade após a morte deste."
(Allan Kardec: Obras póstumas. Primeira parte, item 7)
"Provam a existência da alma os atos inteligentes do homem, por isso
eles hão de ter uma causa inteligente e não uma causa inerte. Que ela
independe da matéria esta demonstrado de modo patente pelos fenômenos
espiritas que a mostram agindo por si mesma (...)"
(Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira parte, item 6)
"A sobrevivência da alma à morte do corpo está provada de maneira
irrecusável e até certo ponto palpável, pelas comunicações espíritas.
Sua individualidade é demonstrada pelo caráter e pelas qualidades
peculiares a cada um. Essas qualidades, que distinguem umas das outras
as almas, lhes constituem a personalidade (...) Alem dessas provas
inteligentes, há também a prova material das manifestações visuais ou
aparições, tão frequentes e autênticas, que não é lícito pô-las em
dúvida."
(Obras póstumas. Primeira parte, item 7)
À pergunta -
existe a alma? - a ciência responde talvez, os fenômenos do magnetismo,
do hipnotismo e da anestesia dizem que sim, e nisso confirmam todas as
deduções da filosofia e as afirmações da consciência.
Constrangidos, pelas evidências dos fatos, a admitir uma força diretriz
no homem, grande número de materialistas se refugiam em uma última
negativa, sustentando que essa energia se extingue com o corpo, de que
ela não era senão uma emanação. Como todas as forças físicas e químicas,
dizem eles, a alma, essa resultante vital, cessa com a causa que a
produz; morto o homem, está aniquilada a alma.
Será possível? Não
seremos mais que um simples conglomerado vulgar de moléculas sem
solidariedade umas com as outras? Deve desaparecer para sempre nossa
individualidade cheia de amor e, do que foi um homem, não restará
verdadeiramente senão um cadáver destinado a desagregar-se, lentamente,
na fria noite do túmulo?
A primeira refutação a esse pensamento
de que o Espírito se origina da matéria vem do raciocínio lógico de
Descartes: cogito, ergo sum (penso, logo existo), que poderia ser
entendido assim: a matéria por si mesma não pensa, logo existe em mim,
além da matéria, algo que é o agente do meu pensamento. Poder-se-ia
admitir que é o cérebro que segrega esse pensamento, como o fígado
segrega a bílis? Seria isso ilógico considerarmos que, sendo o
pensamento um efeito inteligente, não reclamaria a existência de uma
causa também inteligente.
Allan Kardec assinala que a dúvida, no
que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a
ignorância acerca da verdadeira natureza deles. Geralmente, são
figurados como seres à parte da criação e de cuja existência não está
demonstrada a necessidade. Seja qual for a ideia que dos Espíritos se
faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um
princípio inteligente fora da matéria. Essa crença é incompatível com a
negação absoluta deste princípio.
Se a crença nos Espíritos e nas
suas manifestações - afirma ainda Kardec - representasse uma concepção
singular, fosse produto de um sistema, poderia, com visos de razão,
merecer a suspeita de ilusória. Digam-nos, porém, por que com ela
deparamos tão vivaz entre os povos, antigos e modernos, e nos livros
santos de todas as religiões conhecidas? É, respondem os críticos,
porque, desde todos os tempos, o homem teve gosto do maravilhoso. - Mas,
que entendeis por maravilhoso? - O que é sobrenatural. - Que entendeis
por sobrenatural? - O que é contrário às leis da Natureza. - Conheceis,
porventura, tão bem essas leis, que possais marcar um limite ao poder de
Deus? Pois bem! Provai então que a existência dos Espíritos e suas
manifestações são contrárias às leis da Natureza; que não é, nem pode
ser uma destas leis. Acompanhai a Doutrina dos Espíritos e vede se todos
os elos, ligados uniformemente à cadeia, não apresentam todos os
caracteres de uma lei admirável, que resolve tudo que as filosofias até
agora não puderam resolver.
Os fenômenos que evidenciam a
existência e a sobrevivência do Espírito vêm sendo pesquisado, sobretudo
a partir do século XIX, por pessoas sérias e conceituadas em vários
países. A pesquisa existente a respeito desse assunto é muito rica.
Citaremos aqui apenas algumas modalidades desse trabalho investigativo.
Fenômenos de exteriorização da alma
Durante o sono quando o corpo descansa e os sentidos estão inativos,
podemos verificar que um ser vela e age em nós, vê e ouve através dos
obstáculos materiais, paredes ou portas, e a qualquer distância. O ser
fluídico se desloca, viaja, paira sobre a Natureza, assiste a uma
multidão de cenas, e tudo isso se realiza sem a intervenção dos sentidos
materiais, estando fechados os olhos, e os ouvidos nada percebendo.
Kardec denomina este fenômeno, de clarividência sonambúlica. Assim se expressa o Codificador do Espiritismo:
Sendo de natureza diversa das que ocorrem no estado de vigília, as
percepções que se verificam no estado sonambúlico não podem ser
transmitidas pelos mesmos órgãos. É sabido que neste caso a visão não se
efetua por meio dos olhos que, aliás se conservam, em geral, fechados.
Ao demais, a visão à distância e através dos corpos opacos exclui a
possibilidade do uso dos órgãos ordinários da vista. E a alma que
confere ao sonâmbulo as maravilhosas faculdades de que ele goza.
Casas mal-assombradas e transporte de objetos
O Fenômeno das casas mal-assombradas e um dos mais conhecidos e
frequentes. Encontramo-lo um pouco por toda a parte. Numerosíssimos são
os lugares mal-assombrados, as casas, em cujas paredes e em cujos
soalhos e móveis se ouvem ruídos e pancadas. Em certas habitações, os
objetos se deslocam sem contato; caem pedras lançadas do exterior por
uma força desconhecida; ouvem-se estrépidos de louça a quebrar-se,
gritos, rumores diversos, que incomodam e atemorizam as pessoas
impressionáveis.
A história do moderno Espiritualismo começou por
um caso de natureza mal-assombrada. As manifestações da casa de
Hydesville, assim visitada em 1848, e as tribulações da familia Fox, que
nela residia e são bem conhecidas.
Fenômeno das mesas girantes
Mesas girantes são o nome dado às comunicações dos Espíritos por meio
do movimento circular que eles imprimem a uma mesa. Este efeito
igualmente se produz com qualquer outro objeto, mas sendo a mesa o movem
com que, pela sua comodidade, mais se tem procedido a tais
experiências, a designação de mesas girantes prevaleceu, para indicar
esta espécie de fenômenos.
Manifestação dos Espíritos pela escrita
Variadas são as formas de comunicação dos Espíritos pela escrita, a saber:
a) Psicografia indireta: obtida por meio de pranchas, cestas e mesinhas às quais se adapta um lápis.
b) Psicografia direta ou manual: Obtida pelo próprio médium sob a
influência dos Espíritos, podendo aquele ter, ou não consciência do que
escreve.
c) Escrita direta ou Pneumatografia: produzida
espontaneamente, sem o concurso, nem da mão do médium, nem do lápis.
Basta tomar-se de uma folha de papel branco, dobrá-la e depositá-la em
qualquer parte, numa gaveta, ou simplesmente sobre um móvel. Feito isso,
se a pessoa estiver nas devidas condições, ao cabo de mais ou menos
longo tempo, encontrar-se-ão, traçados no papel, letras, sinais
diversos, palavras, frases e até dissertações, as mais das vezes com uma
substância acinzentada, análoga à plumbagina, doutras vezes com lápis
vermelho, tinta comum e, mesmo, tinta de imprimir.
Manifestação dos Espíritos pela audição e pela palavra
Os Espíritos podem-se comunicar pelo aparelho auditivo do médium, o que
possibilita a este manter com eles conversação regular. Podem, de igual
modo, atuar sobre os seus órgãos da palavra. Nesse caso, o médium
transmite as idéias dos Espiritos muitas vezes sem ter consciência do
que está falando e, frequentemente, diz coisas completamente estranhas à
suas ideias habituais, aos seus conhecimentos e, ate, fora do alcance
de sua inteligência.
Aparições e materializações dos Espíritos
Dão-se as aparições dos Espíritos quando o vidente se acha em estado de
vigília e no gozo pleno e inteira liberdade das suas faculdades.
Apresentam-se, em geral sob uma forma vaporosa e diáfana, às vezes vaga e
imprecisa. Doutras vezes, as formas se mostram nitidamente acentuadas,
distinguindo-se os menores traços da fisionomia, a ponto de se tornar
possível fazer-se da aparição uma descrição completa.
Por vezes, o
Espírito se apresenta sob uma forma ainda mais precisa, com todas as
aparências de um corpo sólido, ao ponto de causar completa ilusão e dar a
crer, aos que observam a aparição, que tê, adiante de si um ser
corpóreo. Em alguns casos, finalmente, sob o império de certas
circunstâncias, a tangibilidade se pode tornar real, isto é, possível se
torna ao observador tocar, palpar, sentir, na aparição a mesma
resistência, o mesmo calor que num corpo vivo, o que não impede que a
tangibilidade se desvaneça com rapidez de um relâmpago. Nesses casos, já
não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito, mas
também pelo sentido tátil. Dado se possa atribuir à ilusão ou a uma
espécie de fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo já não
ocorre quando se consegue segurá-la, palpá-la , quando ela própria
segura o observador e o abraça, circunstâncias em que nenhuma dúvida é
mais lícita. Os fatos de aparições tangíveis (materializações) são os
mais raros; porém, os que se têm dado pela influência de alguns médiuns
de grande poder e absolutamente autenticados por testemunhos
irrecusáveis, provam e explicam o que a história refere acerca de
pessoas que, depois de mortas, se mostram com todas as aparências da
realidade.
Xenoglossia
Por fenômenos de xenoglossia
entendem-se os casos em que o médium não só fala ou escreve em línguas
que ignora, mas fala ou escreve nessas línguas, formulando observações
originais, ou conversando com os presentes.
Transcomunicação instrumental
Esse fenômeno abrange a manifestação dos Espíritos através dos meios
técnicos, tais como, gravador, rádio, secretária eletrônica, computador,
fax, televisão, telefone.
Experiência de quase morte
É o
estado de morte clínica que uma pessoas experimenta durante alguns
instantes, após o que retorna à vida física. Os relatos feitos pelas
pessoas que passaram por essa experiência coincidem com os ensinamentos
do Espiritismo e das religiões que aceitam a reencarnação.
Visão no leito de morte
No momento da morte, são comuns percepções do mundo espiritual e dos
Espíritos, podendo, inclusive, aquele que está em processo de
desencarnação visitar parentes e amigos, a fim de despedir-se deles.
Investigações criteriosas têm demonstrado que esses fenômenos não são
mera alucinação.
As modalidades de fenômenos que referimos, são,
como dissemos, apenas ilustrativas do grande acervo de fatos que têm
sido observados ao longo do tempo por eminentes pesquisadores de
diversas nacionalidades. Essa gama de fenômenos, apenas explicados
integralmente pelo Espiritismo, leva-nos a dize com Léon Denis que a
sobrevivência está amplamente demonstrada. Nenhuma outra teoria, a não
ser a da intervenção dos sobrevivos, seria capaz de explicar o conjunto
dos fenômenos em suas variadas formas. Alf. Russel Wallace o disse: "O
Espiritismo está tão bem demonstrado como a lei de gravitação". E W.
Crookes repetia: "O Espiritismo está cientificamente demonstrado."
Em resumo, podemos dizer que são copiosas as provas da sobrevivência
para aqueles que as procuram de ânimo sincero, com inteligência e
perseverança. Assim a noção de imortalidade se destaca pouco a pouco das
sombras acumuladas pelos sofismas e negações, e a alma humana se afirma
em sua imperecedoura realidade.
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