O Século XV
Os séculos XV e XVI são a época dos
desbravamentos e das descobertas. É quando surge também uma nova
mentalidade, o Renascimento. É precedido da trilogia: Peste Negra,
Guerra dos Cem Anos e as Fomes, que levam os portugueses a restaurar o
campo e atender ao mercado urbano. Durante o século XV, Portugal foi uma
potência mundial econômica, social e cultural, constituindo-se o
primeiro e o mais duradouro império colonial de amplitude global.
Em meios ao Século XV, a ciência passou a concentrar-se nas
experiências dos alquimistas com dois objetivos: Descobrir o Elixir da
Longa vida e transformar metais em Ouro com fundamentos nas ideias de
Aristóteles.
Durante o século XV inicia-se um período de
profundas mudanças em muitas áreas da vida humana, assinalando o fim da
Idade Média e o início da Idade Moderna. Dentre essas mudanças
caracteriza-se em específico um processo denominado Renascimento,
Renascença ou Renascentismo. Apesar de estas transformações serem bem
evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião,
caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e
significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais
comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e
nas ciências.
O Renascimento
Chamou-se "Renascimento" em
virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da
antiguidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção
a um ideal humanista e naturalista. Era uma época de "descoberta do
mundo e do homem".
O Humanismo pode ser apontado como o principal
valor cultivado no Renascimento. Baseia-se em diversos conceitos
associados: Neoplatonismo (Dividia o conhecimento em Sensorial, Racional
e Intelectual) Antropocentrismo("o Homem no centro das atenções"),
Hedonismo (é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o
prazer o supremo bem da vida humana) , Racionalismo (uso da razão :
afirma que tudo o que existe tem uma causa inteligível, mesmo que essa
causa não possa ser demonstrada empiricamente), Otimismo (Otimismo é a
disposição para encarar as tudo pelo seu lado positivo e esperar sempre
por um desfecho favorável, mesmo em situações muito difíceis) e
Individualismo(Individualismo é um conceito político, moral e social que
exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à
sociedade ou ao Estado.).
O Humanismo, antes que um corpo
filosófico, é um método de aprendizado que faz uso da razão individual e
da evidência empírica para chegar às suas conclusões, paralelamente à
consulta aos textos originais, ao contrário da escolástica medieval, que
se limitava ao debate das diferenças entre os autores e comentaristas. O
Humanismo afirma a dignidade do homem e o torna o investigador por
excelência da natureza. Na perspectiva do Renascimento, isso envolveu a
revalorização da cultura clássica antiga e sua filosofia, com uma
compreensão fortemente antropocêntrica e racionalista do mundo, tendo o
homem e seu raciocínio lógico e sua ciência como árbitros da vida
manifesta.
Seu precursor foi Petrarca, e o conceito se consolidou no
século XV principalmente através dos escritos de Marsilio Ficino,
Erasmo de Roterdão, Pico della Mirandola e Thomas More.
O brilhante
florescimento cultural e científico renascentista deu origem a
sentimentos de otimismo, abrindo positivamente o homem para o novo e
incentivando seu espírito de pesquisa.
O desenvolvimento de uma
nova atitude perante a vida deixava para trás a espiritualidade
excessiva do gótico e via o mundo material com suas belezas naturais e
culturais como um local a ser desfrutado, com ênfase na experiência
individual e nas possibilidades latentes do homem. Além disso, os
experimentos democráticos italianos, o crescente prestígio do artista
como um erudito e não como um simples artesão, e um novo conceito de
educação que valorizava os talentos individuais de cada um e buscava
desenvolver o homem num ser completo e integrado, com a plena expressão
de suas faculdades espirituais, morais e físicas, nutriam sentimentos
novos de liberdade social e individual.
Reunindo esse corpus
eclético de ideias, os homens do Renascimento cunharam ou adaptaram à
sua moda alguns outros conceitos, dos quais se destacam as teorias da
perfectibilidade e do progresso , que na prática impulsionaram
positivamente a ciência de modo a tornar o período em foco como o marco
inicial da ciência moderna. Mas como que para contrapô-los surgiu uma
percepção de que a história é cíclica e tem fases de declínio
inevitável, e de que o homem natural é um ser sujeito a forças além de
seu poder e não tem domínio completo sobre seus pensamentos, capacidades
e paixões, nem sobre a duração de sua própria vida. O resultado foi um
grande e rico debate teórico entre os eruditos, recheado por fatos novos
que apareciam a cada momento, que só teve uma resolução prática no
século XVII, com a afirmação irresistível e definitiva da importância da
ciência.
Por um lado, alguns daqueles homens se viam como
herdeiros de uma tradição que havia desaparecido por mil anos, crendo
reviver de fato uma grande cultura antiga, e sentindo-se até um pouco
como contemporâneos dos romanos. Mas havia outros que viam sua própria
época como distinta tanto da Idade Média como da Antiguidade, com um
estilo de vida até então inédito sobre a face da Terra, sentimento que
era baseado exatamente no óbvio progresso da ciência. A história
confirma que nesse período foram inventados diversos instrumentos
científicos, e foram descobertas diversas leis naturais e objetos
físicos antes desconhecidos; a própria face do planeta se modificou nos
mapas depois dos descobrimentos das grandes navegações, levando consigo a
física, a matemática, a medicina, a astronomia, a filosofia, a
engenharia, a filologia e vários outros ramos do saber a um nível de
complexidade, eficiência e exatidão sem precedentes, cada qual
contribuindo para um crescimento exponencial do conhecimento total, o
que levou a se conceber a história da humanidade como uma expansão
contínua e sempre para melhor. Talvez seja esse espírito de confiança na
vida e no homem o que mais liga o Renascimento à antiguidade clássica e
o que melhor define sua essência e seu legado.
A novidade
renascentista não foi tanto a ressurreição da sabedoria antiga, mas sua
ampliação e aprofundamento com a criação de novas ciências e
disciplinas, de uma nova visão de mundo e do homem e de um novo conceito
de ensino e educação. O resultado foi um grande e frutífero programa
disciplinador e desenvolvedor do intelecto e das habilidades gerais do
homem, que tinha origem na cultura greco-romana e que de fato em parte
se perdera para o ocidente durante a Idade Média. Mas é preciso lembrar
que apesar da idéia que os renascentistas pudessem ter de si mesmos, o
movimento jamais poderia ser uma imitação literal da cultura antiga, por
acontecer todo sob o manto do Catolicismo, cujos valores e cosmogonia
eram bem diversos dos do antigo paganismo.
Assim, a Renascença
foi uma tentativa original e eclética de harmonização do Neoplatonismo
pagão com a religião cristã, do eros com a charitas, junto com
influências orientais, judaicas e árabes, e onde o estudo da magia, da
astrologia e do oculto não estavam ausentes.
O pensamento
medieval tendia a ver o homem como uma criatura vil, uma "massa de
podridão, pó e cinza", como se lê em De laude flagellorum de Pedro
Damião, no século XI. Mas quando se eleva a voz de Pico della Mirandola
no século XV o homem já representava o centro do universo, um ser
mutante, essencialmente imortal, autônomo, livre, criativo e poderoso, o
que ecoava as vozes mais antigas de Hermes Trismegisto ("Grande milagre
é o homem") e do árabe Abdala]("Não há nada mais maravilhoso do que o
homem"). Esse otimismo se perderia novamente no século XVI, com a
reaparição do ceticismo, do pessimismo, da ironia e do pragmatismo em
Erasmo, Maquiavel, Rabelais e Montaigne, que veneravam a beleza dos
ideais do classicismo mas tristemente constatavam a impossibilidade de
sua aplicação prática universal e testemunhavam o deplorável jogo
político, a pobreza e opressão das populações e outros problemas sociais
e morais do homem real de seu tempo. Cabe notar que muitos
pesquisadores consideram esta fase final não como uma etapa no grande
ciclo do Renascimento, e a estabeleceram como um movimento distinto e
autônomo, dando-lhe o nome de Maneirismo.
Eventos Importantes:
1509 - Coroação do rei Henrique VIII de Inglaterra
Henrique VIII é conhecido por seu papel na separação da Igreja
Anglicana da Igreja Católica. Suas lutas contra Roma levaram a renúncia
da Inglaterra a autoridade papal, a Dissolução dos Mosteiros, que
refere-se aos processos administrativos e jurídicos entre 1536 e 1541,
através dos quais Henrique VIII de Inglaterra dissolveu os mosteiros,
conventos e confrarias na Inglaterra, no País de Gales e na Irlanda;
apropriou-se dos seus rendimentos, eliminado os seus membros ativos e
antigos, e seu próprio estabelecimento como Chefe Supremo da Igreja de
Inglaterra. Ainda assim ele continuou a acreditar nos principais
ensinamentos católicos, mesmo após sua excomunhão.
1513 - Maquiavel escreve O Príncipe, um tratado de filosofia política.
Nicolau foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano do
Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência
política moderna , pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo
como realmente são e não como deveriam ser. Os recentes estudos do autor
e da sua obra admitem que seu pensamento foi mal interpretado
historicamente.
O Príncipe (em italiano, Il Principe) é um livro
escrito por Nicolau Maquiavel em 1513, cuja primeira edição foi
publicada postumamente, em 1532. Trata-se de um dos tratados políticos
mais fundamentais elaborados pelo pensamento humano, e que tem papel
crucial na construção do conceito de Estado como modernamente
conhecemos. Nesta obra, Maquiavel defende a centralização do poder
político e não propriamente o absolutismo (como muitos pensam). Suas
considerações e recomendações aos governantes sobre a melhor maneira de
administrar o governo caracterizam a obra como uma teoria do Estado
moderno.
1517 - Martinho Lutero publica as Noventa e Cinco Teses. E dá Início a Reforma Protestante.
A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão culminado no
início do século XVI por Martinho Lutero, quando através da publicação
de suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517 1 2 na porta da Igreja do
Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da
Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no catolicismo romano.
Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco solas.
Sola fide (somente a fé)
Sola fide é o ensinamento de que a justificação (interpretada na
teologia protestante como "sendo declarada apenas por Deus") é recebida
somente pela fé, sem qualquer interferência ou necessidade de boas
obras, embora na teologia protestante clássica, a fé salvadora é sempre
evidenciada, mas não determinada, pelas boas obras. Alguns protestantes
veem esta doutrina como sendo o resumo da fórmula "fé produz
justificação e boas obras" e em contraste com a fórmula católica romana
"fé e boas obras rendem justificação". O argumento católico é baseado na
Epístola de Tiago:
“De que serve, meus irmãos, se alguém disser
que tem fé se não tiver obras? Acaso pode essa fé salvá-lo? Se um irmão
ou uma irmã estiverem nus e necessitarem do pão quotidiano, e algum de
vós lhes disser: "Ide em paz, aquentai-vos e saciai-vos," e não lhes
derdes o que é necessário para o corpo, que lhes aproveita? Assim também
a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. ”
(Tiago 2:14–17)
É importante a comparação do que católicos/protestantes entendem como
"justificação": ambos concordam que o termo invoca a comunicação dos
méritos de Cristo para com os pecadores, e não uma declaração de
ausência de pecado. Lutero usou a expressão simul justus et peccator
("ao mesmo tempo, justo e pecador"). O Catolicismo Romano vê a
justificação como uma comunicação de vida de Deus ao ser humano,
limpando-o do pecado e transformando-o realmente em filho de Deus, de
modo que não é apenas uma declaração, mas a alma é tornada de fato
objetivamente justa.
A visão protestante da justificação é que ela é
a obra de Deus através dos meios da graça. A fé é a justiça de Deus,
que é realizada em nós através da palavra e dos sacramentos. Lei e
evangelho trabalham para matar o ego pecaminoso e para realizar a nova
criação dentro de nós. Esta nova criação dentro de nós é a fé de Cristo.
Se não temos essa fé, então somos ímpios. Indulgências, ou orações não
acrescentam nada e nada são. Todos possuem algum tipo de fé (geralmente a
fé em si mesmos). Mas precisamos de Deus para destruir continuamente fé
hipócrita e substituí-la com a vida de Cristo. Precisamos da fé que vem
de Deus através da lei e do evangelho, palavra, obras e sacramentos. No
documento fundador da Reforma, as 95 teses,1 Lutero diz que:
“1 – Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: "Arrependei-vos..."
(Mateus 4:17) certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra
seja contínuo arrependimento.
95 – E assim esperem mais
entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que
facilitados diante de consolações infundadas. (Atos 14:22).”
A
verdadeira distinção, portanto, entre as visões protestante e católica
não é uma questão de "ser declarado justo" versus "ser feito justo", mas
sim o meio pelo qual um é justificado. Na teologia católica obras de
justiça são consideradas meritórias para a salvação além da fé, enquanto
que na teologia protestante, obras de justiça são vistos como o
resultado e evidência de uma verdadeira justificação e regeneração que o
crente recebeu somente pela fé. Os meios eficazes reais pelos quais uma
pessoa recebe a justificação são também uma divisão fundamental entre a
crença católica e protestante. Na teologia católica, o meio pelo qual a
justificação é aplicada para a alma é o sacramento do batismo. No
batismo, mesmo das crianças, a graça da justificação e santificação são
"infundidas" na alma, tornando o destinatário justificado, mesmo antes
que ele exerça sua própria fé (ou mesmo no caso de uma criança que é
batizada, antes mesmo que ele tenha a capacidade de compreender
conscientemente o Evangelho e responder com fé). Na teologia católica, a
fé não é um pré-requisito para a justificação. Para os católicos, a
função do batismo é "ex operere operato" ou "por obra do ato", e,
portanto, é o ato eficaz e suficiente para trazer justificação. Na
teologia protestante, no entanto, é absolutamente necessária a fé do
indivíduo e é por si mesma a resposta eficiente e suficiente do
indivíduo para os efeitos da justificação.
A doutrina Sola fide é
às vezes chamada de princípio formal e material da teologia da Reforma,
porque era a questão doutrinal central para Martinho Lutero e os outros
reformadores. Lutero chamou de "doutrina pela qual a igreja permanece
ou cai" (latim: articulus stantis et cadentis ecclesiae).
Sola scriptura (somente a Escritura)
Sola Scriptura é o ensinamento de que a Bíblia é a única palavra
autorizada e inspirada por Deus e é única fonte para a doutrina cristã,
sendo acessível a todos. Afirmar que a Bíblia não exige interpretação
fora de si mesma está em oposição direta aos ensinamentos das tradições
ortodoxa, ortodoxa oriental, anglo-católica e católica romana, que
ensinam que a Bíblia só pode ser autenticamente interpretada pela
tradição católica. Na Igreja Católica, este ensinamento é referido como o
magistério da Igreja Católica, e incorporada ao episcopado, agregando
os bispos da Igreja, em união com o Papa.
Sola scriptura é às
vezes chamada de princípio formal da Reforma, uma vez que é a fonte e
norma de princípio, o material, o Evangelho de Jesus Cristo que é
recebido sola fide ("através da fé") sola gratia (por favor de Deus, ou
"graça"). O adjetivo (sola) e o substantivo (scriptura) estão no caso
ablativo em vez do caso nominativo para indicar que a Bíblia não está
sozinha longe de Deus, mas, sim, que é o instrumento de Deus pelo qual
ele se revela para a salvação pela fé em Cristo (Solus Christus).
“Mas Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” (Mateus 4:4)
Solus Christus (somente Cristo)
Solus Christus ou Solo Christo é o ensinamento de que Cristo é o único
mediador entre Deus e a humanidade, e que não há salvação através de
nenhum outro (por isso, a frase é mostrada às vezes em caso ablativo
(Cristo somente/sozinho) o que significa que a salvação é "somente por
Cristo"). Ao rejeitar todos os outros mediadores entre Deus e a
humanidade, o luteranismo clássico continua a honrar a memória da Virgem
Maria e de outros santos exemplares. Este princípio rejeita o
sacerdotismo, que é a crença de que não existem sacramentos da igreja
sem os serviços de sacerdotes ordenados por sucessão apostólica, sob a
autoridade do papa.
Lutero pregou o "sacerdócio geral dos
batizados", que mais tarde foi modificado no luteranismo e na teologia
protestante clássica para "sacerdócio de todos os crentes", negando o
uso exclusivo do título de padre (latim: sacerdos) para o clero. Este
princípio não nega a função do ministério sagrado para o qual está
comprometida a proclamação pública do Evangelho e da administração dos
sacramentos. Desta forma, Lutero em seu Catecismo Menor podia falar
sobre o papel de um "confessor" para conferir absolvição sacramental a
um penitente. A seção neste catecismo conhecido como "O Gabinete das
Chaves" (não escrita por Lutero, mas acrescentada com a sua aprovação)
identifica os chamados "ministros de Cristo" como sendo os que exercem o
ligar e desligar de absolvição e excomunhão através do ministério da
Lei e Evangelho. Esta é definida na fórmula Luterana da santa
absolvição: o "chamado e ordenado servo da Palavra" perdoa pecados dos
penitentes (fala as palavras do perdão de Cristo: "Eu perdoo todos os
seus pecados"), sem qualquer adição de penitências ou satisfações e não
como um intercessor ou "sacerdote mediador", mas "em virtude da sua
função como um chamado e ordenado servo da Palavra" e "em lugar e pelo
comando da nosso Senhor Jesus Cristo". Nesta tradição, a absolvição do
penitente reconcilia-o com Deus diretamente, mediante a fé no perdão de
Cristo, em vez de ter o padre e a Igreja como mediadores entre o este e
Deus.
Sola gratia (somente a graça)
Sola gratia é o
ensinamento de que salvação vem por graça divina ou "favor imerecido"
apenas, e não como algo merecido pelo pecador. Isto significa que a
salvação é um dom imerecido de Deus por causa de Jesus. Alguns[quem?]
referem-se a ele como um "débito" presente desde que os incrédulos
viveram de tal forma que perderam qualquer dom de Deus. Enquanto
outros[quem?] afirmam que esta doutrina é o oposto das "boas obras" e
choca-se com alguns dos aspectos da doutrina católica do mérito. É
possível afirmar que, neste ponto, não está em desacordo com o ensino
católico romano, enquanto a doutrina de que a graça é verdadeiramente
sempre um dom gratuito de Deus e é realizada de acordo entre os dois
pontos de vista. A diferença na doutrina encontra-se principalmente em
dois fatos:
1. Deus como o único ator na graça (em outras palavras, que a graça é sempre eficaz sem qualquer cooperação pelo ser humano).
2. O ser humano não pode, por qualquer ação da sua parte, sob a
influência da graça, cooperar com "mérito" para obter maiores graças
para si (esta seria doutrina da Igreja Católica Romana).
Esta
doutrina declara o monergismo divino na salvação: Deus age sozinho para
salvar o pecador. A responsabilidade para a salvação não repousa sobre o
pecador em qualquer grau de sinergia ou arminianismo. O Luteranismo
sustenta que esta doutrina não deve ser mantida para a exclusão da
gratia universalis (que Deus deseja seriamente a salvação de todas as
pessoas).
Protestantes arminianos também podem reivindicar a
doutrina da sola gratia (mas a entendem de forma diferente) e,
geralmente, negam que o termo "sinergismo" seja apropriado para
descrever suas crenças. Arminianos acreditam que Deus salva somente pela
graça e não por mérito, mas o ser humano, habilitado pelo que é
conhecido como graça preveniente, está habilitado pelo Espírito Santo
para entender o Evangelho e responder na fé. Os arminianos acreditam que
isto é compatível com a salvação somente pela graça, uma vez que toda a
salvação seja obtida pela graça. Arminianos acreditam que o ser humano
só é capaz de receber a salvação quando levado primeiro a fazê-lo pela
graça preveniente, que eles acreditam ser distribuída a todos. Os
arminianos, portanto, não rejeitaram a concepção de sola gratia exposta
pelos teólogos da Reforma.
Soli Deo gloria (glória somente a Deus)
Soli Deo gloria é o ensinamento de que toda a glória é devida somente a
Deus, pois a salvação é realizada unicamente através de sua vontade e
ação e não só da toda suficiente expiação (ver: Paixão) de Jesus na
cruz, mas também o dom da fé em que a expiação, é criada no coração do
crente pelo Espírito Santo. Os reformadores acreditavam que os seres
humanos, mesmo santos canonizados pela Igreja Católica Romana, os papas e
a hierarquia eclesiástica não eram dignos da glória que lhes foi
concedida, isto é, não se deve exaltar tais pessoas por suas boas obras,
mas sim louvar e dar glória a Deus, que é o autor e santificador dessas
pessoas e suas boas obras.
No entanto, os que discordam deste
princípio argumentam que, como estas pessoas são objetos de boa
qualidade e raros, devem ser homenageados e elogiados. Há um grande
número de homens benevolentes cujas imagens foram replicadas em pedra e
expostos para a celebração do bem estes fizeram para a raça humana. Bons
homens podem e devem ser honrados por causa da glória que deram a Deus,
e ao fazê-lo, ao mesmo tempo honramos a Deus por sua bondade em
criá-los. Porém, do ponto de vista bíblico, como muitos homens de Deus
homenagearam e se prostraram a outros, antes do advento do evangelho,
como o louvor de [[David]] a [[Saul]], ou como Jacó se prostrando para
seu irmão Esaú, apartir do ministério de doutrina de Jesus Cristo, lê-se
palavras contrárias a tais práticas, como Pedro e João recusando
receber honra após a cura do paralítico no templo, a recusa de Pedro de
Cornélio se prostrar a ele, ordenando fazê-lo somente a Deus, como Paulo
e Silas recuando receber sacrifícios e ofertas como deuses em Athenas, e
o anjo que recusa a prostração honrosa de João do Apocalipse dizendo
Não faça isso, sou servo junto de você e de teus irmãos os profetas e os
que guardam a profecia deste livro. Prostre-se a Deus.
Lutero
foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma
revolução religiosa, iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça,
França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do
Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta
da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma
ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.
O resultado
da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente
entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o
Protestantismo e o início de massacres e perseguições por parte da
Igreja Católica Romana como por exemplo a noite de Massacre da noite de
São Bartolomeu.
1519 - Morre Leonardo da Vinci.
Uma das
figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como
cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor,
escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o
percursor da aviação e da balística. Leonardo frequentemente foi
descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja
curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de
invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e
como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter
vivido. Segundo a historiadora de arte Helen Gardner, a profundidade e o
alcance de seus interesses não tiveram precedentes e sua mente e
personalidade parecem sobre-humanos para nós, e o homem em si [nos
parece] misterioso e distante.
1531/1532 - A Igreja Anglicana rompe com a Igreja Católica.
Em 1534, a Igreja da Inglaterra se separou em definitivo da Igreja
Católica Romana, por iniciativa do rei Henrique VIII, da Casa de Tudor. A
princípio havia se mostrado um leal defensor do catolicismo, que fez
queimar publicamente os escritos de Lutero. Mas por conta do conflito
havido com o Papa Clemente VII, relacionado com o pedido de anulação de
seu casamento com Catarina de Aragão, para se casar com Ana Bolena e ter
descendentes homens, resolveu romper com Roma. A cisão se deu através
do Ato de Supremacia, confiscando todas as propriedades que a Igreja
Católica possuía na Inglaterra.
Após a morte de Henrique VIII, a
Inglaterra se separou momentaneamente do cisma. Henrique VIII deixou um
herdeiro homem, Edward VI, que era protestante. Este teve um reinado
curto pela sua morte precoce com apenas 15 anos. Seguindo a linha de
sucessão, sua irmã Maria I, filha do primeiro casamento de Henrique VIII
com Catarina de Aragão, assume o reinado após a morte de Edward VI.
Católica fervorosa, ratificou o Ato de reconciliação da Inglaterra com
Roma. Mas o seu reinado foi curto.
A emancipação da Igreja da
Inglaterra da autoridade papal, através da iniciativa do rei Henrique
VIII, não transformou a Inglaterra num país verdadeiramente protestante,
pois a Igreja permaneceu católica quanto à doutrina. Somente no reinado
de sua filha, Elisabeth I, a Igreja se firmara no caminho da via média
entre catolicismo e protestantismo, característica que mantém até a
presente época. Assim, não se pode, historicamente, atribuir a Henrique
VIII o título de fundador da Igreja Anglicana.
1532 - Francisco Pizarro lidera a conquista espanhola do Império Inca.
Em 1530, levando consigo três de seus meios-irmãos, Pizarro se reuniu
com Almagro e Luque no Panamá e rumou para o sul fundando, em setembro
de 1532 o primeiro estabelecimento hispânico na costa do Peru denominado
San Miguel de Piura, lá formando uma força de conquista com sessenta e
dois cavaleiros e cento e seis infantes com a qual ingressou continente
adentro na "Conquista do Império Inca".
No dia 16 de novembro de
1532, Pizarro, com sua pequena força expedicionária, chegou a Cajamarca
onde, deixando seu exército fora da cidade, aceitou o convite do
imperador Atahualpa para um jantar no qual assassinou sua pequena guarda
de honra e fez o próprio imperador seu prisioneiro. No ano seguinte
Pizarro invadiu Cuzco com tropas indígenas e derrubou o Tahuantinsuyu
(império inca).
1534 - Acto de Supremacia na Inglaterra. O rei Henrique VIII rompe com Roma e declara-se chefe da Igreja.
O Iluminismo
O Iluminismo, também conhecido como Século das Luzes e foi um movimento
cultural da elite intelectual europeia do século XVIII que procurou
mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o
conhecimento herdado da tradição medieval. Promoveu o intercâmbio
intelectual e foi contra a intolerância e os abusos da Igreja e do
Estado.
O centro do Iluminismo foi a França, onde foi baseado nos
salões e culminou com a grande Encyclopédie (1751-1772) editada por
Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d'Alembert com contribuições de
centenas de líderes filosóficos (intelectuais), tais como Voltaire
(1694 -1778) e Montesquieu (1689-1755). Cerca de 25.000 cópias do
conjunto de 35 volumes foram vendidos, metade deles fora da França.
Toda a estrutura política e social do absolutismo foi violentamente
atacada pela revolução intelectual do Iluminismo. O mercantilismo,
doutrina econômica típica da época, também foi condenado e novas
propostas, mais condizentes com a nova realidade do capitalismo, foram
teorizadas.
Os primeiros contestadores do mercantilismo foram os
fisiocratas. Para os fisiocratas, a riqueza viria da natureza, ou seja,
da agricultura, da mineração e da pecuária. O comércio era considerado
uma atividade estéril, já que não passava de uma troca de riquezas.
Outro aspecto da fisiocracia contrariava o mercantilismo: os fisiocratas
eram contrários à intervenção do Estado na economia. Esta seria regida
por leis naturais, que deveriam agir livremente. A frase que melhor
define o pensamento fisiocrata é: Laissez faire, laissez passer (Deixai
fazer, deixai passar).
A fisiocracia influenciou pensadores como
Adam Smith, pai da economia clássica. A economia política como ciência
autônoma não existia naquela época. O pensamento econômico era fruto do
trabalho assistemático de intelectuais, que ocasionalmente se
interessavam pelo problema: um dos principais teóricos da escola
fisiocrata era um médico, François Quesnay.
O Iluminismo exerceu
vasta influência sobre a vida política e intelectual da maior parte dos
países ocidentais. A época do Iluminismo foi marcada por transformações
políticas tais como a criação e consolidação de estados-nação, a
expansão de direitos civis e a redução da influência de instituições
hierárquicas como a nobreza e a igreja.
O Iluminismo forneceu boa
parte do fermento intelectual de eventos políticos que se revelariam de
extrema importância para a constituição do mundo moderno, tais como a
Revolução Francesa, a Constituição polaca de 1791, a Revolução
Dezembrista na Rússia em 1825, o movimento de independência na Grécia e
nos Balcãs, bem como, naturalmente, os diversos movimentos de
emancipação nacional ocorridos no continente americano a partir de 1776.
Muitos autores associam ao ideário iluminista o surgimento das
principais correntes de pensamento que caracterizariam o século XIX, a
saber, liberalismo, socialismo, e social-democracia.
Iluministas notáveis:
• Bento de Espinosa (1632–1677), filósofo holandês, com ascendência
judaica portuguesa. É considerado o precursor das correntes mais
radicais do pensamento iluminista. Escrito mais importante: Ética
(1677).
• John Locke (1632 - 1704), filósofo inglês. Ele negava a
ideia de que Deus determinava o destino dos homens e afirmava que era a
sociedade que os moldava para o bem ou para o mal.14 Escritos mais
importantes: Ensaio sobre o entendimento humano (1689); Dois tratados
sobre governo (1689).
• Montesquieu (Charles-Louis de Secondat,
barão de La Brède e de Montesquieu) (1689-1755), filósofo francês.
Defendia a ideia de que o governo deveria ser exercido por três poderes
independentes (Legislativo, Executivo e Judiciario), a qual exerceu
importante influência sobre diversos textos constitucionais modernos e
contemporâneos. Escrito mais importante: Do Espírito das Leis (1748).
• Voltaire (pseudónimo de François-Marie Arouet) (1694-1778), defendia a
existência de um monarca absoluto, desde que cultuasse a ciência e
estivesse aberto às reformas propostas pelos filósofos iluministas.
Filósofo francês, era anticlericalista (acreditava que para chegar a
Deus não era preciso a igreja, e sim a razão). Notabilizou-se pela sua
oposição ao pensamento religioso e pela defesa da liberdade intelectual.
Escritos mais importantes: Ensaio sobre os costumes (1756); Dicionário
Filosófico (1764) e Cartas Inglesas (1734).
• Benjamin Franklin
(1706-1790), político, cientista e filósofo estadunidense. Participou
ativamente dos eventos que levaram à independência dos Estados Unidos e
da elaboração da constituição de 1787.
• Buffon (Georges-Louis
Leclerc, conde de Buffon) (1707-1788), naturalista francês. A sua
principal obra, A história natural, geral e particular (1749–1778; 36
volumes), exerceu capital influência sobre as concepções de natureza e
história dos autores do Iluminismo tardio.
• David Hume (1711-1776), filósofo e historiador escocês.
• Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo suiço. Era favorável à
participação do povo na vida pública, por meio da eleição de seus
representantes políticos. Defendia a necessidade de reformas sociais, e
criticava a nobreza e a burguesia. Escrito mais importante: Do Contrato
Social.
• Denis Diderot (1713-1784), filósofo francês. Elaborou
juntamente com D'Alembert a "Enciclopédia ou Dicionário racional das
ciências, das artes e dos ofícios", composta de volumes, com o propósito
de sintetizar os principais conhecimentos acumulados pela humanidade,
nas diversas áreas do saber. Essa obra foi publicada pela primeira vez
na França (1751 e 1772) e tornou-se o principal veículo de divulgação de
suas ideias na época. Também se dedicou à teoria da literatura e à
ética trabalhista.
• Adam Smith (1723-1790), economista e
filósofo escocês. O seu escrito mais famoso é A Riqueza das Nações em
que ele propunha o fim dos monopólios e da política mercantilista.
• Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão. Fundamentou
sistematicamente a filosofia crítica, tendo realizado investigações
também no campo da física teórica e da filosofia moral.
•
Gotthold Ephraim Lessing (1729–1781), dramaturgo e filósofo alemão. É um
dos principais nomes do teatro alemão na época moderna. Nos seus
escritos sobre filosofia e religião, defendeu que os fiéis cristãos
deveriam ter o direito à liberdade de pensamento.
• Edward Gibbon (1737–1794), historiador inglês.
• Benjamin Constant (1767–1830), político, filósofo e escritor de
nacionalidade franco-suíça. Um dos pioneiros do Liberalismo, amigo
pessoal de Madame de Staël e aluno de Adam Smith e David Hume na
Escócia. Constant foi imensamente influenciado pelo Iluminismo Escocês,
tanto em seu trabalho sobre Religião, quanto em seus ideais de liberdade
individual.
O Século XVIII
Revolução Francesa
Revolução Francesa um período de intensa agitação política e social na
França, que teve um impacto duradouro na história do país e, mais
amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que
tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três
anos. A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando
privilégios feudais, aristocráticos e religiosos evaporaram-se sob um
ataque sustentado de grupos políticos radicais de esquerda, das massas
nas ruas e de camponeses na região rural do país.1 Antigos ideais da
tradição e da hierarquia de monarcas, aristocratas e da Igreja Católica
foram abruptamente derrubados pelos novos princípios de Liberté,
Égalité, Fraternité (em português: liberdade, igualdade e fraternidade).
As casas reais da Europa ficaram aterrorizadas com a revolução e
iniciaram um movimento contrário que até 1814 tinha restaurado a antiga
monarquia, mas muitas reformas importantes tornaram-se permanentes. O
mesmo aconteceu com os antagonismos entre os partidários e inimigos da
revolução, que lutaram politicamente ao longo dos próximos dois séculos.
As causas da revolução francesa são remotas e imediatas. Entre as do
primeiro grupo, há de considerar que a França passava por um período de
crise financeira. A participação francesa na Guerra da Independência dos
Estados Unidos da América, a participação (e derrota) na Guerra dos
Sete Anos, os elevados custos da Corte de Luís XVI, tinham deixado as
finanças do país em mau estado.
Os votos eram atribuídos por
ordem (1- clero, 2- nobreza, 3- Terceiro Estado) e não por cabeça. Havia
grandes injustiças entre as antigas ordens e ficava sempre o Terceiro
Estado prejudicado com a aprovação das leis.
Os chamados
Privilegiados estavam isentos de impostos, e apenas uma ordem sustentava
o país, deixando obviamente a balança comercial negativa ante os
elevados custos das sucessivas guerras, altos encargos públicos e os
supérfluos gastos da corte do rei Luís XVI.
O rei Luís XVI acaba
por convidar o Conde Turgot para gerir os destinos do país como ministro
e implementar profundas reformas sociais e econômicas.
A causa
mais forte de Revolução foi a econômica, já que as causas sociais, como
de costume, não conseguem ser ouvidas por si sós. Os historiadores
sugerem o ano de 1789 como o início da Revolução Francesa. Mas esta, por
uma das "ironias" da história, começou dois anos antes, com uma reação
dos notáveis franceses - clérigos e nobres - contra o absolutismo, tendo
sido inspirada em ideias iluministas, e se pretendia reformar e para
isso buscava limitar seus privilégios. Luís XVI convocou a nobreza e o
clero para contribuírem no pagamento de impostos, na altamente
aristocrática Assembleia dos Notáveis.
A Revolução Francesa pode
ser subdividida em quatro períodos: a Assembleia Constituinte, a
Assembleia Legislativa, a Convenção e o Diretório:
O período da
Assembleia Constituinte decorre de 9 de julho de 1789 a 30 de setembro
de 1791. As primeiras ações dos revolucionários deram-se quando, em 17
de junho, a reunião do Terceiro Estado se proclamou "Assembleia
Nacional" e, pouco depois, "Assembleia Nacional Constituinte". Em 12 de
julho, começam os motins em Paris, culminando em 14 de julho com a
tomada da prisão da Bastilha, símbolo do poder real e depósito de armas.
Sob proposta de dois aristocratas, o visconde de Noailles e do duque de
Aiguillon, a Assembleia suprime todos os privilégios das comunidades e
das pessoas, as imunidades provinciais e municipais, as banalidades, e
os direitos feudais. Pouco depois, aprovava-se a solene "Declaração dos
direitos do Homem e do Cidadão", contudo a Declaração dos Direitos da
Mulher e da Cidadã, não foi aprovada pela mesma Assembleia e a
idealizadora, Olympe de Gouges, foi executada. O lema dos
revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", mas logo em
14 de junho de 1791, se aprovou a Lei de Le Chapelier que proibia os
sindicatos de trabalhadores e as greves, com penas que podiam ir até à
pena de morte. Em 19 de abril de 1791, o Estado nacionaliza e passa a
administrar todos os bens da Igreja Católica, sendo aprovada em julho a
Constituição Civil do Clero, por intermédio da qual os padres católicos
passam a ser funcionários públicos.
O período da Assembleia
Legislativa decorre de 8 de outubro de 1791, quando se dá a primeira
reunião da Assembleia Legislativa, até aos massacres de 2 a 7 de
setembro do ano seguinte. Sucedem-se os motins de Paris provocados pela
fome; a França declara guerra à Áustria; dá-se o ataque ao Palácio das
Tulherias; a família real é presa, e começam as revoltas monárquicas na
Bretanha, Vendeia e Delfinado.
Entra o período da Convenção
Nacional, de 20 de setembro de 1792 até 26 de outubro de 1795. A
Convenção vem a ficar dominada pelos jacobinos (partido da pequena e
média burguesia, liderado por Robespierre), criando-se o Comitê de
Salvação Pública e o Comitê de Segurança Geral iniciando-se o reino do
Terror. A monarquia é abolida e muitos nobres abandonam o país, vindo a
família de Luís XVI a ser guilhotinada em 1793.
Vai seguir-se o
período do Diretório até 1799, também conhecido como o período da
"Reação Termidoriana". Um golpe de Estado armado desencadeado pela alta
burguesia financeira marca o fim de qualquer participação popular no
movimento revolucionário. Foi um período autoritário assente no exército
(então restabelecido após vitórias realizadas em campanhas externas).
Elaborou-se uma nova Constituição, com o propósito de manter a alta
burguesia (girondinos) livre de duas grandes ameaças: o jacobinismo e o
ancien régime.
O golpe do 18 de Brumário em 9 de novembro de 1799
põe fim ao Diretório, iniciando-se a Era Napoleônica sob a forma do
Consulado, a que se segue a Ditadura e o Império.
A Revolução
Francesa semeou uma nova ideologia na Europa, conduziu a guerras,
acabando por ser derrotada pela instalação do Império e, depois da
derrota de Napoleão Bonaparte, pelo retorno a uma Monarquia na qual o
rei Luís XVIII vai outorgar uma Carta Constitucional.
Século XIX até a codificação
Guerras e revoluções
Três de Maio de 1808 em Madrid: Os fuzilamentos da montanha do Príncipe Pío.
Guerras Napoleónicas (1792-1815)
- Invasões Napoleonicas a Portugal -1ª 1807-1808 Junot -2ª 1809 Soult -3ª 1810-1811 André Masséna mais conhecido por Masséna
Guerra de independência da Grécia (1821-1831)
Revoluções de 1830
Guerra dos Farrapos (1835-45)
Guerra Grande (1838-1851)
Primeira Guerra do ópio (1839-1842)
Guerra Mexicano-Americana (1847-1848)
Revolução húngara de 1848
Revoluções de 1848
Primeira Guerra de Independência Italiana (1848)
Ciência:
A Primeira Revolução industrial ( provoca profundas mudanças na economia e na tecnologia.
O século se caracteriza por romper definitivamente com a fusão que a
História havia tido com a literatura. Leopold von Ranke se compromete
com a história crítica e cética. Se deixa influenciar pelas correntes
filosóficas predominantes do momento, tais como o liberalismo e o
nacionalismo chegando a cair inclusive no etnocentrismo, racismo e
particularmente no eurocentrismo. As reflexões sobre a sociedade de
Saint-Simon produziram as tendências que modificariam as tendências
historiográficas: O Positivismo (defende a ideia de que o conhecimento
científico é a única forma de conhecimento verdadeiro) e o Materialismo
histórico (defende que a evolução histórica, desde as sociedades mais
remotas até à atual, se dá pelos confrontos entre diferentes classes
sociais decorrentes da "exploração do homem pelo homem"), também
influenciado pela dialética hegeliana. Ambas entendem que o
comportamento da história se encontra submetido a leis. A primeira
concebe o desenvolvimento da história como processos ordenados, a
segunda o concebe como resultado de estratos sociais.
Medicina
O desenvolvimento da medicina se relaciona diretamente com a migração,
superlotação das cidades e as precárias condições de vida da classe
trabalhadora própria da Revolução Industrial. Sua consequência foi a
proliferação das doenças infecciosas (sífilis, tuberculose) ou
relacionadas com a má alimentação (pelagra, raquitismo, escorbuto).
Esses problemas são cruciais para entender a origem da medicina social
de Rudolf Virchow e o sistema de saúde pública de Edwin Chadwick que
dariam lugar a atual medicina preventiva. A mesma Revolução Industrial,
junto com numerosas guerras e revoluções, gerariam um desenvolvimento
científico generalizado que contribuiria com a instauração de condições
técnicas para o triunfo da assepsia, da anestesia e da cirurgia.
As Revoluções burguesas, promovendo cidadãos livre-pensadores, constróem
uma nova medicina científica e empírica, desligada do místico e
artesanal. Se culmina com a opressão dos velhos cânones éticos do
absolutismo e o catolicismo instaurando novos cânones, novos
calendários. O século XIX verá nascer a medicina experimental de Claude
Bernard, a teoria de "Omnia cellula a cellula" de Rudolf Virchow, a
teoria microbiana, a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, e
a genética de Gregor Mendel.
Identificação dos micro-organismos como causadores das doenças infecciosas, por Louis Pasteur e Robert Koch.
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