“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo. Qualquer um pode recomeçar agora e fazer um novo fim”
(Chico Xavier)
Boa parte das comunicações dos espíritos retrata a angústia dos
mesmos ao tomar consciência do tempo perdido ao longo de suas
reencarnações. A existência corpórea deve ser vista como uma valiosa
oportunidade de regeneração e evolução espiritual.
É preciso, antes
de tudo, entender que a vida não termina com o fechar dos olhos, diante
da morte do corpo físico, como destaca o espírito de André Luiz em sua
mensagem. Mais do que isso, é necessário assimilar que somos eternamente
responsáveis por aquilo que fizermos. E cada erro, cada minuto perdido
soa como uma eternidade na consciência do espírito errante.
Compreender a pluralidade das existências nos permite enxergar adiante,
faz saber, que a vida não se resume em uma única oportunidade e que o
espírito é imortal. O passado deve ser entendido como um aprendizado, o
presente, uma preparação para um futuro melhor.
Somos criaturas
imperfeitas, erramos e por isso devemos nos esforçar para evoluir.
Plantemos agora boas sementes para que a colheita seja satisfatória.
Muitas vezes, os motivos dos nossos sofrimentos estão nas ações
praticadas por nós no pretérito. Sempre que erramos, somos convidados a
consertar o erro e então temos que começar tudo novamente. Deus, em sua
infinita sabedoria e misericórdia, sempre nos concede novas
oportunidades. Por isso devemos aproveitar a oportunidade que nos foi
confiada como se fosse a última. Quanto antes entendermos esse
mecanismo, mais rápido chegaremos a perfeição.
“A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é jogo
escuro das ilusões.
O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso.
Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e
etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali,
avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o
Oceano Eterno da Sabedoria.
Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente
simples.
Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da
iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções
profundas do destino e do ser.
Oh! caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração!
É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna!
É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!...
Seria extremamente infantil a crença de que o simples "baixar do pano" resolvesse transcendentes questões do Infinito.
Uma existência é um ato.
Um corpo - uma veste.
Um século - um dia.
Um serviço - uma experiência.
Um triunfo - uma aquisição.
Uma morte - um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?
E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas!
Ai! por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!
É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do
Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha
maneira - ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil,
recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem
palavras articuladas.
Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa.
Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma idéia dessa verdade fundamental.
Grato, pois, meus amigos!
Manifestamo-nos, junto vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal.
A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade.
Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos.
Não atormentaremos alguém com a idéia da eternidade.
Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar."
(André Luiz - Trecho retirado do livro "Nosso Lar")
Analisemos outra mensagem, esta, psicografada pelo espírito de Luciano,
endereçada a seus familiares e a todos que tomarem conhecimento:
“O tempo tem corrido, mas as reminiscências do passado estão presentes a todo o momento.
As impressões agradáveis dos momentos intraduzíveis que ficaram no
pretérito são quase palpáveis, todavia, logo se percebe que o passado
não volta.
Quantos erros são necessários para se chegar ao caminho certo?
Cada decisão é capaz de dar novos rumos ao destino.
O fato é que as coisas mudaram, têm mudado e continuam numa roda
girante. E cada escolha leva a um caminho que não permite voltar, apenas
seguir adiante.
Alegria ou tristeza, ou às vezes, uma se escondendo atrás da outra.
E então no momento de reflexão questiona-se: Mas... E se, talvez, tivesse feito diferente...
Só que no jogo da vida não há espaço para arrependimentos. O jeito é
assumir a responsabilidade dos atos e tocar em frente, mesmo quando a
vontade é de jogar tudo para o alto.
Mas acredite, dizem que o tempo
é o senhor do destino, e qualquer hora, “as coisas se encaixam”, os
sentimentos adormecem, a saudade e a culpa se amenizam, tal qual um
vulcão após uma erupção avassaladora.
E é ai que será possível recomeçar.
Mas é necessário entender: Nada será igual!”
Luciano (Espírito)
Esta psicografia retrata as sensações de um espírito que sente-se
culpado por não ter aproveitado uma oportunidade de regeneração. O
espírito de Luciano traduz a angustia de um recém-desencarnado que toma a
consciência do tempo perdido, torturado pelas lembranças, ciente de
seus erros, mas que ao mesmo tempo traz uma mensagem de alerta para os
que ficaram, mostrando que é possível, a qualquer momento, recomeçar,
basta despertar-se para a realidade.
Mas, como sabemos se estamos agindo certo?
A resposta é simples. Seguindo os ensinamentos do Mestre. O próprio Cristo ensinou:
“Não façais aos outros o que não quereríeis que vos fosse feito, mas
fazei-lhe, ao contrário, todo o bem que está em vosso poder fazer-lhe.”
Sempre é possível fazer uma auto-avaliação. Ao final do dia, quando
colocamos a cabeça no travesseiro devemos perguntar ao nosso íntimo o
que fizemos naquele dia que merece uma mudança de atitude. Nossa própria
consciência se torna nosso maior sensor.
Fazer o bem sempre, amar
toda e qualquer criatura sem esperar ser amado e perdoar quantas vezes
for necessário. Esta é a receita para felicidade.
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