O primeiro livro espírita a ser codificado por Allan Kardec foi “O
Livro dos Espíritos”, que apresenta-se na forma de perguntas e
respostas, totalizando 1.019 tópicos. Foi o primeiro de uma série de
cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema. As médiuns que
serviram a esse trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin
(respectivamente, 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou
Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro. Após o
primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a
comparação com as comunicações obtidas por mais de dez médiuns
franceses, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação
de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857, no Palais
Royal, na capital francesa, contendo 550 itens. Só a partir da segunda
edição, lançada em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec
mediante o contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e
das Américas, aparecem as atuais 1019 perguntas e respostas. Este livro
está dividido em quatro (4) partes, e de cada parte nasceram os demais
livros da codificação.
1ª PARTE : DAS CAUSAS PRIMÁRIAS: deu origem
ao 5º livro "A GÊNESE" (1868). Este livro, além de representar a
maturidade do pensamento kardequiano em torno da Doutrina Espírita, traz
de forma lógica e reveladora, considerações acerca da origem do planeta
Terra; explica a questão dos milagres, a natureza dos fluidos, os fatos
extraordinários e as predições contidas no Evangelho;
2ª PARTE:
DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS: deu origem ao 2º livro "O
LIVRO DOS MÉDIUNS" (1861). Também conhecido como guia dos médiuns e dos
evocadores, o livro dá seqüência ao “O Livro dos Espíritos”. Ele trata
do tema central da Doutrina: a atuação dos médiuns e o relacionamento
deles com os Espíritos desencarnados. Trata também da Ciência espírita e
apresenta uma série de definições para as atuações e tipos de médiuns,
bem como para os Espíritos que podem apresentar imperfeições, uma vez
que nada mais são do que humanos sem corpo físico;
3ª PARTE: DAS
CAUSAS MORAIS: deu origem ao 3º livro "O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO” (1864). Kardec entendia que as seitas, cultos e religiões
se preocupam mais com a parte mística do que com a parte moral. Explica
ele que, apesar da moral evangélica ter sido sempre admirada, trata-se
mais de um ato de fé do que compreensão verdadeira, uma vez que o novo
testamento é de difícil entendimento para a maioria dos leitores. Os
preceitos morais contidos no Evangelho foram escritos repletos de
parábolas e metáforas, dificultando o entendimento. Assim, para tornar
as “passagens obscuras” do texto, mais claras, o Evangelho Segundo o
Espiritismo traz explicações sobre como aplicar os ensinamentos de
Cristo na vida. Desta maneira, com a ajuda dos Espíritos, Kardec
introduz o que ele chama de “chave” para decifrar o conteúdo do
Evangelho;
4ª PARTE: DAS ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES: deu origem ao
4º livro "O CÉU E O INFERNO” (1865). Este livro trata das causas do
temor da morte; fala obviamente sobre Céu e Inferno, e traça paralelos
entre as crenças cristãs existentes e a espírita (uma nova crença
cristã) a respeito do limbo, das penas eternas, dos anjos e origem dos
demônios. Na parte em que apresenta depoimentos, surgem narrações de
desencarnados em condições razoáveis de evolução, bem como Espíritos
infelizes, sofredores e suicidas. Traz um exame comparando sobre a
passagem da vida material para a espiritual, falando sobre as
penalidades e recompensas, anjos e demônios.
Portanto, O Livro
dos Espíritos é uma obra monumental, antídoto do materialismo, bússola
que nos orienta à viagem para nosso interior.
Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC
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