1 – Que dizer das descobertas da Medicina, em relação à influência
das emoções nos transtornos da saúde, originando variados males físicos?
Podemos dizer que a Medicina está com um atraso de dois mil anos em
relação ao assunto. Jesus já ensinava (Mateus, 6:22-23): A lâmpada de
teu corpo são os olhos. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo
terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará
em trevas…
2 – O problema parece estar relacionado não tanto com o
mal que fazemos, mas com o mal que nos fazem, conturbando nossas
emoções…
Não é o mal que nos fazem que nos perturba, mas a forma
inadequada como lidamos com ele. Fazemos um grande mal a nós mesmos
quando não relevamos o comportamento alheio, esquecendo valores
evangélicos como o perdão, a compreensão, a compaixão…
3 – Poderia exemplificar?
Se a esposa encara um marido difícil e filhos-problema como um
compromisso que assumiu perante a espiritualidade no sentido de
ajudá-los em suas limitações, não terá dificuldade em relevar seu
comportamento agressivo ou deseducado, preservando a própria
estabilidade.
4 – E quando ocorre uma saturação? Não estaria a
esposa lidando com uma situação acima de suas forças, produzindo
inevitáveis reflexos na economia orgânica, como se vê freqüentemente?
Seria puro sadismo de Deus colocar-nos em situações acima de nossa
capacidade de suportá-las. Segundo a sabedoria popular, o Criador jamais
nos impõe uma cruz de peso superior às nossas forças. Há a história do
indivíduo descontente com sua cruz, ao qual foi concedida a oportunidade
de trocá-la. Numa pilha imensa de madeiros, fez cuidadosa escolha.
Surpreso, constatou depois que se tratava da mesma cruz que lhe fora
confiada anteriormente.
5 – Para preservar a própria estabilidade seria, então, apropriado, fazer o jogo do contente, proposto por Poliana?
É um começo, mas o Espiritismo nos ensina que não basta a resignação
passiva, imaginando que poderia ser pior. Devemos cultivar a resignação
ativa, dinâmica, de quem procura fazer sempre o melhor. Não imaginar, ao
receber um limão, que seria pior um jiló, mas usar o limão para fazer
uma limonada.
6 – No que o Espiritismo pode nos ajudar nesse particular?
A Doutrina Espírita nos oferece uma visão abrangente da existência,
explicando de onde viemos, para onde vamos e, sobretudo, mostrando-nos
que as situações que vivenciamos na Terra não são acidentais. Família
difícil, dificuldade financeira, limitações físicas, enfermidades
crônicas, fazem parte de um quadro de experiências que, geralmente, nós
mesmos planejamos, como recursos necessários a nossa evolução.
7 – O segredo estaria em iluminar os olhos, conforme a proposta de Jesus?
Sem dúvida, considerando porém que essa maneira iluminada de ver as
situações não se relaciona apenas com o evitar o mal, mas, sobretudo,
praticar o Bem.
8 – Como você situaria esse empenho de praticar o Bem?
Jesus nos orienta a respeito (Mateus, 7:12): …Tudo o que quiserdes que
os homens vos façam, fazei-o assim também a eles. Em seu aspecto
prático, a recomendação de Jesus está perfeitamente delineada na oração
de uma senhora que pedia a Deus a ajudasse a florescer onde estava
plantada. Onde estivermos e com quem estivermos, podemos florescer e
frutificar, frutos abençoados de boa vontade e desejo de servir,
enriquecidos pela enxertia do Evangelho.
Richard Simonetti
Fonte: http://www.richardsimonetti.com.br/pingafogo/exibir/129
Nenhum comentário:
Postar um comentário