sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

As emoções da saúde

1 – Que dizer das descobertas da Medicina, em relação à influência das emoções nos transtornos da saúde, originando variados males físicos?


Podemos dizer que a Medicina está com um atraso de dois mil anos em relação ao assunto. Jesus já ensinava (Mateus, 6:22-23): A lâmpada de teu corpo são os olhos. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas…
2 – O problema parece estar relacionado não tanto com o mal que fazemos, mas com o mal que nos fazem, conturbando nossas emoções…
Não é o mal que nos fazem que nos perturba, mas a forma inadequada como lidamos com ele. Fazemos um grande mal a nós mesmos quando não relevamos o comportamento alheio, esquecendo valores evangélicos como o perdão, a compreensão, a compaixão…
3 – Poderia exemplificar?
Se a esposa encara um marido difícil e filhos-problema como um compromisso que assumiu perante a espiritualidade no sentido de ajudá-los em suas limitações, não terá dificuldade em relevar seu comportamento agressivo ou deseducado, preservando a própria estabilidade.
4 – E quando ocorre uma saturação? Não estaria a esposa lidando com uma situação acima de suas forças, produzindo inevitáveis reflexos na economia orgânica, como se vê freqüentemente?
Seria puro sadismo de Deus colocar-nos em situações acima de nossa capacidade de suportá-las. Segundo a sabedoria popular, o Criador jamais nos impõe uma cruz de peso superior às nossas forças. Há a história do indivíduo descontente com sua cruz, ao qual foi concedida a oportunidade de trocá-la. Numa pilha imensa de madeiros, fez cuidadosa escolha. Surpreso, constatou depois que se tratava da mesma cruz que lhe fora confiada anteriormente.
5 – Para preservar a própria estabilidade seria, então, apropriado, fazer o jogo do contente, proposto por Poliana?
É um começo, mas o Espiritismo nos ensina que não basta a resignação passiva, imaginando que poderia ser pior. Devemos cultivar a resignação ativa, dinâmica, de quem procura fazer sempre o melhor. Não imaginar, ao receber um limão, que seria pior um jiló, mas usar o limão para fazer uma limonada.
6 – No que o Espiritismo pode nos ajudar nesse particular?
A Doutrina Espírita nos oferece uma visão abrangente da existência, explicando de onde viemos, para onde vamos e, sobretudo, mostrando-nos que as situações que vivenciamos na Terra não são acidentais. Família difícil, dificuldade financeira, limitações físicas, enfermidades crônicas, fazem parte de um quadro de experiências que, geralmente, nós mesmos planejamos, como recursos necessários a nossa evolução.
7 – O segredo estaria em iluminar os olhos, conforme a proposta de Jesus?
Sem dúvida, considerando porém que essa maneira iluminada de ver as situações não se relaciona apenas com o evitar o mal, mas, sobretudo, praticar o Bem.
8 – Como você situaria esse empenho de praticar o Bem?
Jesus nos orienta a respeito (Mateus, 7:12): …Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles. Em seu aspecto prático, a recomendação de Jesus está perfeitamente delineada na oração de uma senhora que pedia a Deus a ajudasse a florescer onde estava plantada. Onde estivermos e com quem estivermos, podemos florescer e frutificar, frutos abençoados de boa vontade e desejo de servir, enriquecidos pela enxertia do Evangelho.

Richard Simonetti

Fonte: http://www.richardsimonetti.com.br/pingafogo/exibir/129

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