sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

129 - Origem das tentações

“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” - (Tiago, 1:14)
Geralmente, ao surgirem grandes males, os participantes da queda imputam a Deus a causa que lhes determinou o desastre. Lembram-se, tardiamente de que o Pai é Todo-Poderoso e alegam que a tentação somente poderia ter vindo do Divino Desígnio.




Sim, Deus é o Absoluto Amor e tanto é assim que os decaídos se conservam de pé, contando com os eternos valores do tempo, amparados por suas mãos compassivas As tentações, todavia, não procedem da Paternidade Celestial.
Seria, porventura, o estadista humano responsável pelos atos desrespeitosos de quantos inquinam a lei por ele criada?
As referências do Apóstolo estão profundamente tocadas pela luz do céu.
“Cada um é tentado, quando atraído pela própria concupiscência.”
Examinemos particularmente ambos os substantivos “tentação” e “concupiscência”. O primeiro exterioriza o segundo, que constitui o fundo viciado e perverso da natureza humana primitivista. Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.
Finalmente, destaquemos o verbo “atrair”. Verificaremos a extensão de nossa inferioridade pela natureza das coisas e situações que nos atraem.
A observação de Tiago é roteiro certo para analisarmos a origem das tentações.
Recorda-te de que cada dia tem situações magnéticas específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu no curso das horas e eliminarás os males próprios, atendendo ao bem que Jesus deseja.

Francisco Cândido Xavier

CAMINHO, VERDADE E VIDA (pelo Espírito Emmanuel)

Jesus e a marcha do embuste doutrinário (Jorge Hessen)

É comum localizamos em nossas hostes doutrinárias alguns confrades agindo semelhantes aos “crentes evangélicos” (da ala neopentecostal), talvez por “olho gordo”, exaltando inflamados o “nome” Jesus, a “imagem” do Crucificado, a “personalidade” do Messias, quase sempre sob argumentos desprovidos de coerência, comprovando desconhecimento dos códigos morais do Evangelho racionalmente explicados por Allan Kardec e os espíritos superiores.




Por causa do “cristianismo” arcaico, a figura de Jesus se caracteriza por debilitada representação simbólica e, como sabemos, todo símbolo que passa do tempo fica enferrujado , desgastado e perde a sua essência e sentido. É óbvio que reverenciamos o excelso valor de Jesus e O defendemos enquanto Verdade Maior, porém, sem afastar um milímetro da lógica kardequiana.
Encontramos no M.E.B. (movimento espírita brasileiro) muitos “espíritas” de sacristia, como dizia Arnaldo Rocha, ou seja, espíritas “rezadores” (artificiais e dissimulados), que muito reza (tagarelando) e não se cuida da própria honra.
Conhecemos embustes de oradores que falam apaixonadamente sobre Jesus (chegam a chorar de emoção), que discursam sobre o valor da monogamia, na união familiar, todavia fazem andar a “fila” das esposas. Há ilustres palestrantes “espíritas” que insistem nos temas repetitivos, sempre sob a lideranças dos agenciadores de seminários improdutivos. Nessa inadvertência seguem algumas federativas (mal dirigidas) que insistentemente promovem congressos inócuos, pobres de conteúdos e onerosíssimos (não gratuitos) sempre destinados aos espíritas endinheirados.
Em tais eventos (congressos soberbos e inóxios) expõe-se temas evangélicos recorrentes, desgastados, abarrotados de trivialidades e lugares comuns, defendidos com afetação e tradicionalíssimas vozes veludíneas banhada de camuflada emoção veiculadas por intocáveis palestrantes sacralizados, santificados e “insubstituíveis” ante os apelos idolátricos da frenética e delirante caravana de “espiritólicos”.
Aliás, não obstante “carismáticos”, há oradores endeusados que fazem das palestras proferidas e a fama obtida nos escombros reivindicatórios da extravagante multidão de “espiritólicos”, uma execranda máquina de fazer dinheiro. Sim! São os confrades vendilhões do Espiritismo.
Neste cenário ainda há espaço para identificarmos “espíritas oba-oba”, espalhafatosos, recheados de fraternidade de boteco, sorrisos maquinais, comportamentos que contrastam com a simplicidade cristã. Isso tudo sem aprofundarmos nas práticas de diretores de órgãos oficiais (federativas) que se esgrimam (mentalmente) pela caça do poder de direção do M.E.B., totalmente distantes do exemplo edificante da humildade. Tais líderes intransigentes traem a si, aos amigos, ao M.E.B. e ao Espiritismo.
Certificamos que o caminho do M.E.B. tem sido de duas vias: uma é ocupada pela chamada liderança oficial, dos espíritas autócratas, cheios de “não me toques”, repletos de salamaleques; a outra via é ocupada pelos espíritas “combativos” do bem, fieis a Kardec, lealdade essa que nada tem a ver com extremismo ou intolerância, mas compromisso com a verdade.
Os “combativos” fazem o trabalho de azorragar a “oficialidade”, de fustigar os eternos “donos” do M.E.B. para não os deixar comodamente em “berço esplêndido” sob os narcóticos da ilusão. Os “combativos” de Kardec são, por isso, mal vistos e execrados permanentemente, tidos como desagregadores , mas são eles que agem com a coragem e virilidade necessária para evitar a perda total de uma doutrina tão cara à humanidade.
Quando se trata da moral, Jesus é o grande exemplo. Quando se trata de conhecimento espírita, Kardec é a verdade. Não pode haver mais espaço para o estereótipo de um Jesus decrépito, idolatrado, da tradição arcaica, pois o Espiritismo fez avançar no conhecimento de modo que sem o Espiritismo Jesus permanece no estado da incompreensão e da superficialidade do simbolismo sectário.
Portanto, jamais pode haver espaço para um Espiritismo segundo o Evangelho, pois o evangelho não pode explicar o Espiritismo ; ao contrário, apenas o Espiritismo pode explicar o evangelho. Como me ensinou um atilado espírita de vanguarda.
O futuro do Espiritismo está fixado nesse quadro contemporâneo, das lutas entre os que defendem os princípios kardequianos e os fracos, que mais se importam com os aplausos da plateia, com os resultados que agradam à audiência e os transformam famosos. A luz intensa da verdade os incomoda, daí a preocupação em defenderem-se para não perder o comando. Desfiguram o Espiritismo para se manterem na posse do “movimento espírita oficial”.
Cabe aos impávidos “combativos” do bem se contraporem a isso, mesmo sabendo que a luta é inglória sob o aspecto da capacidade de deter a marcha do embuste doutrinário. Mas como Jesus foi desfigurado e ainda se mantém deformado enquanto amor sem igual, o Espiritismo prosseguirá em sua desfiguração contínua, mas ao mesmo tempo se manterá firme e forte enquanto conhecimento fundamental para o despertamento da consciência humana.

Jorge Hessen

DESDOBRAMENTO, CATALEPSIA e LETARGIA.

O fenômeno de desdobramento espiritual, denominado também "experiência fora do corpo" ou "projeção do eu" e que Allan Kardec re­conhecia com o nome de "Sonambulismo", é uma condição relativamente freqüente e que tem sido muito estudada nos dias de hoje.





A quantidade de obras e artigos não espíritas ou mesmo espíri­tas já publicadas sobre o tema é imensa. Seu número cresce dia a dia, pois é um assunto de magna importância e que tem indiscutível impli­cação na questão da sobrevivência após a morte.
O médium sonambúlico (de desdobramento), segundo Kardec, é aquele "que vive por antecipação a vida dos Espíritos".
Ele desfruta da capacidade de desprender-se do seu corpo fí­sico, deixando-o num estado de sonolência, e desloca-se no espaço ape­nas com seu perispírito.
Durante o desdobramento, o Espírito pode sair para longe de seu corpo e visitar locais distantes, conhecidos ou não. Estes locais po­derão encontrar-se em nosso plano físico ou nas esferas espiri­tuais. Podem, também, entrar em contato com outros Espíritos, visitar enfer­mos, assistir Espíritos perturbados, etc.
A faculdade sonambúlica, lembra Kardec "é uma faculdade que de­pende do organismo e nada tem a ver com a elevação, o adiantamento e a condição moral do sujeito."
No entanto, os esforços que o medianeiro empreende em sua me­lhoria pessoal deverão ser responsáveis pelo tipo de atividade que irá desenvolver em "suas viagens".
Com relação ao grau de consciência, os médiuns de desdobra­mento podem ser classificados em três tipos: conscientes, semi-cons­cientes e inconscientes. Os primeiros lembram-se perfeitamente de tudo o que realizaram durante o desdobramento, os segundos têm uma re­cordação re­lativa, mas os terceiros nada recordam.
O desdobramento pode ser ainda: natural ou provocado (magnético). No primeiro caso, o médium afasta-se de seu corpo sem que seja necessária a atuação de uma outra pessoa. Pode verificar-se em função de uma enfermidade, do sono, prece ou meditação.
O desdo­bramento magnético ou provocado é aquele produzido pela ação fluí­dico-magnética de outra pessoa, encarnada ou desencarnada.
Os médiuns ades­trados são muitas vezes afastados de seu corpo por seus mentores espi­rituais, durante o sono físico e levados para reuniões de estudo e trabalho no mundo espiritual. Pode acontecer também, que o desdo­bramento seja provocado por Espíritos viciosos, que desejam envolver o medianeiro em atitudes infelizes, promovendo, muitas vezes, processos obsessivos graves.
Allan Kardec dá o nome de "êxtase" a um tipo de desdobramento mais apurado, onde a alma do médium tem maior grau de independência e pode deslocar-se para locais muitos distantes.
CATALEPSIA E LETARGIA
A catalepsia e a letargia derivam do mesmo princípio, que é a perda temporária da sensibilidade e do movimento do corpo físico, diante de um estado de emancipação profunda da alma (desdobramento).
Não são enfermidades físicas, mas uma faculdade que, como qualquer ou­tra faculdade mediúnica insipiente ou incompreendida, ou ainda des­curada e mal orientada, torna-se prejudicial ao seu possuidor.
Caracteriza-se a catalepsia pela suspensão parcial ou total da sensibilidade e dos movimentos voluntários, acompanhada de extrema ri­gidez dos músculos, acarretando a conservação passiva das atitudes da­das aos membros, ao tronco ou à face. Assim, se lhe for erguido um braço, nesta posição ficará indefinidamente. Nesse estado, os olhos permanecem grandemente abertos, fixos, com semblante imobilizado, apresentando o paciente uma fisionomia impassível, sem emoção e sem fadiga.
A catalepsia pode ocorrer naturalmente, sem uma causa apa­rente, ou pode ser provocada (hipnotismo ou obsessão). Neste último estado, embora o paciente não possa ter atividade alguma voluntária, age, no entanto, sob a sugestão do operador.
A letargia é uma apresentação mais profunda que a catalepsia. O letárgico nada ouve, nada sente, não vê o mundo exterior, a própria consciência se lhe apaga, fica num estado que se assemelha à morte.
O paciente jaz imóvel, os membros pendentes, moles e flácidos, sem ri­gidez alguma e, se erguidos, quando novamente soltos recaem pesada­mente; sua respiração e o pulso são quase imperceptíveis, as pupilas mais ou menos dilatadas, não reagem mais à luz; o sensório está to­talmente adormecido e a inércia da mente parece absoluta. É exata­mente dentro da letargia que se incluem os casos de mortes aparentes regis­tradas no Novo Testamento (ressurreição de Lázaro, da filha de Jairo e do filho da viúva de Naim).
Entre os casos que constituem exemplos clássicos de letargia cita-se o do Cardeal de Donnet, que quase foi enterrado vivo em vir­tude de estado letárgico que nele se manifestou, conforme relata José Lapponi [Hipnotismo e Espiritismo]:
"Em 1826 um jovem padre, quando pregava no púlpito de uma igreja, cheia de devotos, foi impre­vistamente acometido de um desmaio. Um médico o declarou
morto e deu licença para as horas fúne­bres no dia imediato. O bispo da catedral, onde se verificara o caso, já tinha recitado as últi­mas orações ao pé do morto, já haviam sido tomadas as medidas do ataúde e se aproximava a noite, no começo da qual se devia consumar o enterramento. São fáceis de imaginar as angústias do jovem padre, que, estando vivo, recebia nos ouvidos os rumores de todos esses preparativos. Afinal, ouviu a voz comovida de um seu amigo de infância, e essa voz, provocando nele uma crise sobre hu­mana, produziu maravilhoso resultado. No dia seguinte, o jovem padre voltava ao seu púlpito.
"
Vejamos agora o que disseram os Espíritos, respondendo às per­guntas formuladas por Allan Kardec sobre esse interessante assunto:
"Os letárgicos e os catalépticos, em geral, vêem e ouvem o que em derredor se diz e faz, sem que possam exprimir o que estão vendo ou ouvindo. É pelos olhos e pelos ouvido que têm essas per­cepções?
R. Não. É pelo Espírito. O Espírito tem consciência de si, mas não pode comunicar-se." [LE-qst 422]
"Na letargia pode o Espírito separar-se inteiramente do corpo, de modo a imprimir-lhe todas as aparências da morte e voltar a habitá-lo?
R. Na letargia o corpo não está morto, porquanto há funções que con­tinuam a executar-se. Sua vi­talidade se encontra em estado latente, porém, não aniquilada. Ora, enquanto o corpo vive, o Espírito se lhe acha ligado,. Em se rompendo, por efeito da morte real e pela desa­gregação dos órgãos, os laços que prendem um ao outro. integral se torna a separação e o Espírito não volta mais ao seu envoltório. Desde que um homem, aparentemente morto, volve à vida, é que não era completa a morte." [LE-423]
Sendo a catalepsia e a letargia uma faculdade, patrimônio psí­quico da criatura e não propriamente uma enfermidade, compreender-se-á que nem sempre a sua ação comprova inferioridade do seu possuidor, pois que uma vez adestrados, ambos poderão prestar excelentes servi­ços à causa do bem, tais como as demais faculdades mediúnicas que, não adestradas, servem de pasto a terríveis obsessões.
Um Espírito encarnado, por exemplo, já evoluído, ou apenas de boa vontade, poderá cair em transe letárgico ou cataléptico volunta­riamente, alçar-se ao espaço para desfrutar o convívio dos amigos es­pirituais, dedicar-se a estudos profundos, colaborar com o bem e de­pois retornar à carne, reanimado e apto a excelentes realizações.

Fonte: CVDEE – Estudos sobre Mediunidade
Bibliografia

1) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) Magnetismo Espiritual - Michaelus
3) Hipnotismo e Espiritismo - José Lapponi
4) Recordações da Mediunidade - Yvonne A. Pereira
5) Diversidades dos Carismas - Hermínio C. Miranda
6) Nos Domínios da Mediunidade- André Luiz/Chico Xavier
De Renata Mendes Fonseca
— com Lari Saba.

ACREDITANDO OU NÃO. . .

Grande parcela de pessoas no mundo não acredita em um Criador e nem tampouco em vida após a morte. Outros esperam o descanso perpétuo com sono eterno. É compreensível a teoria destas pessoas, pois estão convictas serem formadas de apenas matéria e que a inteligência exteriorizada pelo cérebro também e coisa material e que após o passamento entrará também em decomposição, e analisando-se por este prisma essa fração de pessoas tem suas razões. Mas todas elas encontram grande dificuldade em provar a não existência do Criador, pois não conseguem explicar tudo que existe e que não é obra do homem. Um amigo meu chegou a dizer: “nós estamos todos abandonados aqui”.
Mas nossa preocupação não deve ser com esta minoria que não acredita na existência de um Arquiteto do Universo e nem com quem afirma ser o túmulo o fim de tudo. Devemos sim procurar esclarecer cada vez mais quem procura explicações dos motivos que nos levaram a aportar na carne, já que não somos apenas matéria. Também não devemos insistir que tenha vida após o passamento para aquelas pessoas que não se interessam pelo assunto. Jesus mesmo na época que esteve aqui trazendo a boa nova, não forçou ninguém a acompanha-lo e nem a acreditar no que dizia! Mas apesar dos materialistas não crerem em vida após a morte, rendem homenagens e visitam sepulturas onde sabemos que ali nada existe, pois que o espírito que habitava o corpo se tornou livre e encontra-se na espiritualidade preparando uma nova reencarnação. Vemos túmulos ostentando poder na maioria das vezes com custo mais alto que uma casa onde reside família de baixa renda. Outro dia ouvindo o comentário de amigos, um disse ao outro que acumulava bens para deixar aos filhos, e que procurava adquirir cada vez mais.
Sinceramente acreditamos que a alegação de deixar para os filhos é apenas um pretexto para esconder a ambição e o apego aos bens materiais, pois a literatura está repleta de mensagens de desencarnados que ficam longo tempo na espiritualidade, ligados aos bens terrenos, influenciando os que ficam muitas vezes prejudicando a venda dos bens destinada aos herdeiros. O bem maior que podemos deixar aos filhos é o conhecimento, proporcionando-lhes estudos para se estruturarem e conquistar seus próprios objetivos, pois viemos a este Planeta sem nada, e sem nada retornaremos, acreditando ou não num Criador e em vida após o passamento. É simples.

Nilton Moreira

Afinidade - Emmanuel

O homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental, em grande proporção. Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência.




Em forma de impulsos e estímulos, a alma recolhe, nos pensamentos que atrai, as forças de sustentação que lhe garantem as tarefas no lugar em que se coloca.
O homem poderá estender muito longe o raio de suas próprias realizações, na ordem material do mundo, mas, sem a energia mental na base de suas manifestações, efetivamente nada conseguirá. Sem os raios vivos e diferenciados dessa força, os valores evolutivos dormiriam latentes, em todas as direções.
A mente, em qualquer plano, emite e recebe, dá e recolhe, renovando-se constantemente para o alto destino que lhe compete atingir. Estamos assimilando correntes mentais, de maneira permanente.
De modo imperceptível, “ingerimos pensamentos”, a cada instante, projetando, em torno de nossa individualidade, as forças que acalentamos em nós mesmos.
Por isso, quem não se habilite a conhecimentos mais altos, quem não exercite a vontade para sobrepor-se às circunstâncias de ordem inferior, padecerá, invariavelmente, a imposição do meio em que se localiza.
Somos afetados pelas vibrações de paisagens, pessoas e coisas que nos cercam.
Se nos confiamos às impressões alheias de enfermidade e amargura, apressadamente se nos altera o “tônus mental”, inclinando-nos à franca receptividade de moléstias indefiníveis. Se nos devotamos ao convívio com pessoas operosas e dinâmicas, encontramos valioso sustentáculo aos nossos propósitos de trabalho e realização.
Princípios idênticos regem as nossas relações uns com os outros, encarnados e desencarnados.
Conversações alimentam conversações.
Pensamentos ampliam pensamentos.
Demoramo-nos com que se afina conosco.
Falamos sempre ou sempre agimos pelo grupo de espíritos a que nos ligamos.
Nossa inspiração está filiada ao conjunto dos que sentem como nós, tanto quanto a fonte está comandada pela nascente.
Somos obsidiados por amigos desencarnados ou não e auxiliados por benfeitores, em qualquer plano da vida, de conformidade com a nossa condição mental.
Daí, o imperativo de nossa constante renovação para o bem infinito.
Trabalhar incessantemente é dever.
Servir é elevar-se.
Aprender é conquistar novos horizontes.
Amar é engrandecer-se.
Trabalhando e servindo, aprendendo e amando, a nossa vida íntima se ilumina e se aperfeiçoa, entrando gradativamente em contato com os grandes gênios da imortalidade gloriosa.


Do livro Roteiro, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Cultura e espiritualização humanas vencem o fanatismo e os misticismos populares

Joanna de Ângelis, ao referir-se, à questão dos mitos na obra Dias Gloriosos¹, abre discussão para uma questão de suma importância para nós espíritas, não só pela importância dos aspectos antropológico e sociológico no desenvolvimento do homem, como também pela abordagem quanto ao desenvolvimento dos aspectos psicológico e espiritual deste mesmo.





São muitos os estudos da ciência oficial, que vêm nos revelar a questão da inserção dos mitos dentro da história evolutiva do homem, seja no estudo da mitologia oriental, seja no estudo da mitologia egípcia, quanto da mitologia greco-romana, todos esses estudos vêm revelar a herança arquetípica desses enredos, que povoam a mente humana até os dias atuais.
Herculano Pires na obra O Espírito e o Tempo2, ao tratar do horizonte agrícola, procura demonstrar o desenvolvimento mental do homem, através de um processo de racionalização anímica, que se dá inicialmente pela personificação de aspectos e elementos da natureza. Nesse processo o homem primitivo envolve dois elementos gerais do Universo: a Terra-mãe e o Céu-pai, surgindo assim, as primeiras formas de fetiche do homem primitivo, formas essas que segundo Herculano Pires, devem constituir a base de todo processo de racionalização anímica.
O deus sol, a divindade lunar, o trovão, a montanha sagrada, os espírito da água, do fogo e do vento, são evidências de que as tribos realizaram a personificação dos elementos da natureza através do mediunismo, pois este era um aspecto que tinha influência na sobrevivência dos povos; isso era fruto de experiências concretas e não apenas para permitir que o mundo exterior fosse compreendido de forma racional como querem os materialistas, ou seja, existia a crença que as forças e os elementos da natureza eram obras ou manifestações de entidades in­visíveis e que os fenômenos e forças da natureza eram capazes de intervir nos assuntos humanos.
Segundo o antropólogo inglês Edward Burnett Tylor, na obra Primitive Culture (A Cultura Primitiva -1871), a questão do animismo presente entre as sociedades primitivas, vem demonstrar que a noção de alma é desenvolvida pelo homem da época que, ao observar as experiências do sono, da doença, da morte e sobretudo, dos sonhos, é levado a imaginar a existência de uma alma ou de um “duplo etérico”, se assim podemos chamar, e que esse elemento insubstancial podia atuar com in­dependência e até sobreviver ao corpo depois de sua morte. Essa crença de que a alma sobrevive à morte explica as primeiras manifestações de culto aos ancestrais.
Deve-se ficar claro que as idéias de Tylor tiverem grande influência à época, contudo, foram contestadas por estudos posteriores que mostram, por exemplo, que em algumas comunidades primitivas, a crença em um ser superior surgiu sem terem esses povos, estagiado pela fase do animismo. Não podemos negar, entretanto, que a importância do culto aos ancestrais inspirou filósofos e historiadores como Evêmero, no século IV a.C., a considerá-lo a origem da religião. As sepulturas datadas do período paleolítico reforçam essa opinião, pois comprovam já haver naquele período uma crença na vida após a morte e no poder ou influência dos ancestrais sobre a vida cotidiana do clã familiar. Os integrantes do clã obrigavam-se a praticar ritos em homenagem a seus mortos pelo temor a represálias ou pelo desejo de obter benefícios, ou ainda, por considerá-los seres divinizados.
É interessante observar que os estudos das mitologias, principalmente os da mitologia egípcia, mostram que pessoas que tinham algum poder oculto não compreendido pelo vulgo, ou tinham influência entre as famílias, tornavam-se após a morte deuses familiares, como é o caso de Bês “o anão”, que originalmente era o deus protetor da realeza do Egito, mas que gradualmente tornou-se um deus popular nas casas de todo Egito, especialmente entre as massas comuns.
Cabe lembrar que os deuses familiares, com o tempo, passam à condição de deuses universais, em virtude de serem vistos mediunicamente por outras pessoas, fora dos clãs familiares, tornando-se assim populares com o tempo, até atingir a condição de cultuados por toda uma nação, processo este similar aos santos da igreja católica.
É imperioso ressaltar que os espíritos responsáveis pela codificação informam claramente a Kardec na questão 521 de O Livro dos Espíritos, que as Musas nada mais eram do que a personificação alegóricas dos espíritos protetores da ciência e das artes, assim como os deuses Lares e Penates cultuados na mitologia romana, não eram senão a personificação alegórica dos espíritos protetores da família.
O Codificador aprofunda o tema politeísta, quando na questão 667 de O Livros dos Espíritos, indaga as entidades venerandas: “Por que razão, não obstante ser falsa, a crença politeísta é uma das mais antigas e espalhadas?”, ao que os Espíritos lhe respondem:
"A concepção de um Deus único não poderia existir no homem, senão como resultado do desenvolvimento de suas idéias. Incapaz, pela sua ignorância, de conceber um ser imaterial, sem forma determinada, atuando sobre a matéria, conferiu-Lhe o homem atributos da natureza corpórea, isto é, uma forma e um aspecto e, desde então, tudo o que parecia ultrapassar os limites da inteligência comum era, para ele, uma divindade. Tudo o que não compreendia devia ser obra de uma potência sobrenatural. Daí a crer em tantas potências distintas quantos os efeitos que observava, não havia mais que um passo. Em todos os tempos, porém, houve homens instruídos, que compreenderam ser impossível a existência desses poderes múltiplos a governarem o mundo, sem uma direção superior, e que, em conseqüência, se elevaram à concepção de um Deus único."
Diante da resposta dos Espíritos à questão 667, fica-nos muito claro que o aspecto mitológico não é apenas um processo de racionalização, pois demonstra claramente a participação dos Espíritos na História, além de ser também, uma fonte de esclarecimentos dos problemas religiosos e principalmente da mitificação que se perpetua nos dias atuais ainda que subliminarmente.
É imensurável em todos os aspectos o esforço de Allan Kardec no sentido de legar à humanidade uma doutrina livre de atavismos, vícios religiosos e dogmas de qualquer espécie, porém, como as pessoas não estão habituadas ao estudo sério e profundo dos temas do espírito e sim voltadas para os assuntos do cotidiano, continuam a criar novos mitos e heróis que venham completar esse vazio causado pala ausência de uma cultura mais espiritualizada.
É por esse fato, que nos deparamos com esse tipo de comportamento nos ambientes espíritas. A mitificação de espíritos desencarnados e a inserção da práticas atávicas à doutrina têm se tornado comum para muitos espíritas que, pela falta de estudo, perdem a capacidade de análise dos fatos e introjetam o posicionamento dos desencarnados para qualquer situação, deixando de ter uma opinião própria quando se faz necessária, ou como diria Kardec uma fé raciocinada.
Começam então a surgir os “emanuelistas”, os “andreluizistas”, e tantos outros “istas”, que colocam tais espíritos na condição de gurus pessoais; obviamente que nada temos contra esses espíritos e nem contras suas obras, pois sabemos da envergadura espiritual que eles detêm e que as suas obras têm importância fulcral para os estudo do Espiritismo, isso é fato; contudo, dar a estas entidades a condição de mitos, colocá-las muitas vezes acima do Codificador, beira àquilo que chamamos de absurdos doutrinários.
Como se isso não fosse suficiente temos também os mitificadores de espíritos encarnados; agora já existem os “chiquistas”, os “divaldistas”, os “teixeiristas” e outros mais. As pessoas estão endeusando esses missionários do plano espiritual, justamente por desconhecerem a codificação, alguns inclusive introjetam-se de tal forma nesses companheiros, que até a forma de falar e os trejeitos, são claramente copiados em palestras públicas.
Mitos como, Pe. Cícero, Antônio Conselheiro e outros, foram criados pelo povo nordestino, que os julgavam legítimos representantes de Deus aqui na Terra, com poderes para amenizar suas misérias e sofrimentos causados pela seca e abandono dos governantes. Será que nós também não estamos criando mitos para servirem de embaixadores, junto a divindade para cuidarem dos nossos interesses assim na terra como no céu? Será que as excursões para lugares “santos”: Uberaba, Bahia, etc, não se constituem no fundo, verdadeira romarias?
Definido como recurso ideológico o mito não constitui a negação das coisas. Ao contrário, o mito penetra na linguagem para falar das coisas; é por isso mesmo que o Mestre Jesus utilizava-se de figuras alegóricas, não para aprisionar o homem ao símbolo, mas para ilustrar um fato através dele. O que se percebe frente ao que está acontecendo é que muitos espíritas estão tão presos a símbolos, mitos e fantasias quanto os irmãos de outras crenças.
Faz-se necessário, então, que as instituições espíritas busquem uma melhora qualitativa nos campos da divulgação e formação doutrinária, oferecendo tanto aos neófitos, quanto aos demais cooperadores da casa espírita, uma informação segura e plenamente balizada no legado Kardeciano, a fim de que, a Doutrina possa seguir firme, livre de sincretismos e fantasias.
Artigo publicado pela RIE – Revista Internacional de Espiritismo Ano LXXVII – Nº 8 – MATÃO, setembro 2002 – Editora: O Clarim -www.oclarim.com.br

1- FRANCO, Divaldo P., Dias Gloriosos – Pelo Espírito Joanna de Angelis – Salvador (BA): Livraria Espírita Alvorada 1999, p. 207-211
2- PIRES, José Herculano. O Espírito e o Tempo – Edicel, cap. 1 e 2
Bibliografia
1- Enciclopédia Barsa
2- Enciclopédia Britânica
3- Atlas da História Universal
4- SAVELE, Max, História da Civilização Mundial
5- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos
6- CAMPBEL, Joseph. O Poder do Mito
7- JUNG, Carl Gustav. O Homem e Seus Símbolos
8- FRANCO, Divaldo P. O Ser Consciente – Pelo Espírito Joanna de Ângelis
9- FRANCO, Divaldo P. O Homem Integral – Pelo Espírito Joanna de Ângelis
10- PIRES, José Herculano. O Espírito e o Tem

MAL DE ALZHEIMER E PARKINSON

“Chama-me a atenção, porém, na atualidade, a alta estatística de portadores do mal de Alzheimer, padecendo de lamentável degeneração neuronal, em processo expiatório aflitivo para eles mesmos e para os familiares, nem sempre preparados para essa injunção dolorosa. Incompreendido o processo degenerativo, a irritação e a revolta tomam conta da família que maltrata o enfermo, quando este necessita de mais carinho, em face do processo irreversível. A segurança dos diagnósticos já contribui para que, no início, se possa atenuar e retardar os efeitos progressivos dessa demência assustadora. Sem dúvida, trata-se de um veículo expiatório para o paciente e o seu grupo familiar. Embora a gravidade de que se reveste essa degenerescência, adversários desencarnados pioram o quadro, afligindo a vítima em tormentosos processos de agressão Espírito a Espírito, em razão do paciente encontrar-se em parcial desdobramento, pela impossibilidade de utilizar-se do cérebro, então alucinando-o pelo medo que alcança as vascas do terror...”




(…)
Página 110
“… os pacientes têm afetada inicialmente a memória, sofrem distúrbios cognitivos, especialmente aqueles que respondem pela fala, pela capacidade de concentração, ampliando-se o desequilíbrio no raciocínio, na perda da orientação espacial, da habilidade para calcular, enfim, dos processos normais de lógica e de comportamento...”
“... Ainda hoje continua sem grande esperança de cura, em face dos danos graves produzidos ao cérebro, que se atrofia expressivamente, mas que, detectada precocemente, pode ter diminuídos os efeitos desastrosos... Então constato que, em se tratando de uma expiação, num processo terminal, não tem como ser estacionada, e menos, recuperada. O curioso, nesse quadro, é a hereditariedade, que exerce um papel fundamental na sua manifestação, comprovando que esses pacientes são Espíritos incursos em delitos idênticos e praticados juntos, não lhe parece? Pesquisadores atenciosos identificaram uma base hereditária através da descoberta de um marcador genético no cromossoma 21 em determinado grupo familiar, enquanto que, noutro, a evidência induz à ação do cromossoma 19...”
“- Exatamente – conclui, Petitinga – Graças a essa ocorrência infeliz, os Espíritos acumpliciados retornam no mesmo grupo biológico, a fim de encontrarem os fatores predisponentes e preponderantes para a ação do perispírito na elaboração do corpo que propiciará o aparecimento da enfermidade moralizadora do indivíduo. Aquele, porém, que não consegue a dádiva da reencarnação, permanece na erraticidade em aflição, vinculando-se ao antagonista quando as circunstâncias se fazem propiciatórias.”
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(…)
“- Em face dessas degenerações, o parkinsonismo, cujas raízes profundas estão no Espírito endividado, ao manifestar-se, enseja também a vinculação morbígena com os adversários vigilantes que lhe pioram o quadro, ensejando, desse modo, a recuperação moral do enfermo... Eis, portanto, como se inicia o tormento obsessivo que nem sempre culmina com a desencarnação do paciente.”
“... - Conforme dados estatísticos confiáveis, a população de portadores da doença de Parkinson na Terra, alcança na atualidade 1% das pessoas de mais de 50 anos, o que não deixa de ser quase alarmante. Surgem os primeiros sinais em forma de leves tremores que se tornam mais graves, aumentando progressivamente e consumindo a vítima. Graças à identificação dos neuropeptídeos, a dopamina especialmente, produzida na região denominada substantia nigra, no cérebro, que é encarregada de conduzir as correntes nervosas por todo o corpo, responde por essa cruel problemática da área da saúde. A sua ausência causa o desequilíbrio neurotransmissor, afetando os movimentos e dando lugar a outros distúrbios orgânicos sempre graves, porque irreversíveis.”
“Como se encaixa aí a vinculação obsessiva”?
Petitinga refletiu calmamente, e respondeu:
- Algumas vezes, desde o berço, os litigantes permanecem mais ou menos vinculados psiquicamente. Aquele que reencarnou sofre a presença doentia do inimigo que o aflige, levando-a a uma infância atormentada, hiperativa ou molesta. Através dos anos, o sitiante aguarda que ocorra algum fator orgânico que lhe proporcione o desforço, instalando o seu pensamento nos delicados tecidos mentais, passando a desestabilizar as sinapses e a gerar perturbações nos diferentes sistemas nervoso simpático e autônomo... Lentamente tem início os distúrbios em relação á vida vegetativa, à pressão arterial, aos fenômenos respiratórios, facultando a instalação de doenças orgânicas.”
“Nos processos degenerativos parkinsonianos, esse procedimento vibratório mais inibe a produção de dopamina e afeta igualmente as musculaturas vinculadas ao sistema nervoso autônomo, dando lugar à perda de equilíbrio. Compreendemos, porém, que nem todos os casos tenham influenciação obsessiva, porque há muitos Espíritos em recuperação dos seus delitos, mas portadores de outros valores que os resguardam da interferência malsã dos inimigos desencarnados.”
“Quando os investigadores científicos puderem dedicar maior atenção às pesquisas parapsíquicas, especialmente aquelas de natureza mediúnica – pois que, na base da ocorrência, sempre se está diante de um fenômeno mediúnico de longo porte – serão encontradas respostas para muitas incógnitas defrontadas nas terapêuticas aplicadas às enfermidades.”

POR MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

Livro: TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS E OBSESSIVOS
DIVALDO P. FRANDO,
Fonte: JORNAL ESPÍRITA GARIMPEIROS DE LUZ

Kardec – o francês mais conhecido no Brasil

Kardec – o francês mais conhecido no Brasil





A 3 de outubro de 1804 nascia na França aquele que viria a ser mundialmente conhecido como Allan Kardec.
Quando criança e jovem teve educação primorosa junto com o professor Pestalozzi. Fundou escolas e dedicou-se à educação em Paris. Ao conhecer fenômenos mediúnicos que ocorriam na capital francesa, passou a estudá-los e com base nos relatos das experimentações e nas dissertações espirituais, lançou “O Livro dos Espíritos”, em 18 de abril de 1857, agora completando 160 anos de publicação. Este foi o livro inicial e que assinala o nascimento do Espiritismo. Seguiram-se vários outros livros, como “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno”, “A Gênese”, e outras obras.
Allan Kardec criou a “Revista Espírita”, fundou em Paris a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e fez diversas viagens para o intercâmbio com os pioneiros dirigentes espíritas e primeiros grupos espíritas da França. Assim, foi o Codificador da Doutrina Espírita e iniciador do primeiro centro espírita e do movimento espírita.
A obra inaugural do Espiritismo rapidamente produziu repercussão marcante com resenhas nos folhetins parisienses e muitas manifestações. O Abade Leçanu anotou: “Observando-se as máximas morais contidas em “O Livro dos Espíritos” tem se tudo o que é necessário para tornar santo o homem na Terra”. Fato notável foi o depoimento recebido pelo autor do livro, Allan Kardec: "Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. A. Laurent." E também com uma segunda observação: "Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. Joseph Perrier."
Os livros de Allan Kardec, no seu conjunto chamadas as “Obras Básicas do Espiritismo”, orientam os centros espíritas nas suas práticas e fundamentam o estudo sobre o Espiritismo. Daí a oportunidade de uma campanha intitulada “Comece pelo Começo”, referindo-se que os interessados em conhecer o Espiritismo devem começar pela leitura e estudo das obras de Kardec.
Essa orientação foi válida e sempre adotada pelo famoso médium Chico Xavier. Logo após iniciar seu trabalho mediúnico, o então jovem Chico Xavier teve a visão de seu orientador espiritual Emmanuel e estabeleceu-se um diálogo entre ambos. Na oportunidade esse espírito recomendou disciplina ao jovem médium e explicitou ainda: “Se um dia eu disser alguma coisa que contrarie a Jesus e a Kardec, abandone-me e fique com Jesus e Kardec.” Essa fidelidade a Allan Kardec sempre se firmou em todas ações e nos livros produzidos pelo médium Chico Xavier.
Ao ensejo da data natalícia de Allan Kardec, torna-se interessante o registro que ele é o francês, considerado “o mais conhecido no Brasil” e seus livros, publicados por várias editoras brasileiras, superam em quantidade os livros de outros autores franceses. O seu nome atualmente designa centenas de logradouros públicos em nosso país. Em vários legislativos estaduais e municipais ocorrem homenagens ou sessões solenes alusivas a Kardec e em diversos Estados e municípios há leis que definem como o “dia dos espíritas” por ocasião da sua data de nascimento ou da data de publicação do livro pioneiro “O Livro dos Espíritos”.

(Ex-presidente da USE-SP e da Federação Espírita Brasileira).
Antonio Cesar Perri de Carvalho

Jesus é síntese do sublime Amor

O Divino Mestre sempre enviou seus emissários para instruir povos, raças e civilizações com conhecimentos e princípios da lei natural. Além disso, há dois milênios, veio pessoalmente sancionar os conhecimentos já existentes, deixando a Boa Nova como patrimônio para toda Humanidade.










Observando o fluxo histórico dos povos, raças e civilizações identificamos que em todos os tempos houve missionários, fundadores de religião, filósofos, Espíritos Superiores que aqui encarnaram, trazendo novos conhecimentos sobre as Leis Divinas ou Naturais com a finalidade de fazer progredir os habitantes da Terra. Porém, por mais admiráveis que tenham sido esses apóstolos, nenhum se iguala ao Soberano Governador da Terra. Até mesmo porque todos eles estiveram a serviço do Mestre Incomparável, o Guia e Modelo do homem neste mundo de prova e expiação.
Kardec, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, escolhe o Ensino Moral das Escrituras, porque não está afeito a controvérsias, podendo inclusive unir todas as crenças em torno da sua proposta universalista. Na Terra, onde se multiplicam as conquistas da inteligência e fazem-se mais complexos os quadros do sentimento conspurcado no materialismo, compreendamos que o Cristo, na trajetória da Humanidade, foi o único mestre completo, exato e inquestionável, que abdicou do convívio com os seres celestiais para viver e coexistir conosco na carne.
Nos tempos áureos do Evangelho o apóstolo Pedro, mediunizado, definiu a transcendência de Jesus, revelando que Ele era "o Cristo, o Filho de Deus vivo" . No século XIX o Espírito de Verdade atesta ser Ele "o Condutor e Modelo do Homem". Para o célebre pedagogo e gênio de Lyon, o Cristo foi "Espírito superior da ordem mais elevada, Messias, Espírito Puro, Enviado de Deus e, finalmente, Médium de Deus." Não há dúvidas que Jesus foi o Doutrinador Divino e por excelência o "Médico Divino”, segundo André Luiz. Por sua vez, Emmanuel o denomina de "Diretor angélico do orbe e Síntese do amor divino".
Quando o Codificador questionou os Espíritos sobre quem teria sido o ser mais evoluído da Terra, recebeu uma resposta tão curta quanto profunda: "Jesus!". Sua lição é não só a pedra angular do Consolador Prometido, da Doutrina dos Espíritos, mas a régua de medida, o referencial universal com que aferiremos o nosso proceder, o nosso avanço ou o nosso recuo no processo de espiritualização que nos propusermos: a visão real do que somos no íntimo de nossa consciência e quão perto ou distante estejamos do incondicional Amigo e Mestre que nos exorta a amarmos uns aos outros como Ele nos amou.
Adorado por uns, execrado por outros, indiferente para muitos, o Crucificado deixou ensinamentos muito singelos, porém profundos, Ele aplicou a filosofia que difundia, desconcertando os inimigos gratuitos, recebendo apoios no povo e confundindo os restantes. Aos Espíritas sinceros cumpre não perder de vista essa realidade de suma importância - a total vinculação do Espiritismo com os ensinos do Filho do Homem, com o Cristianismo primitivo, pela base moral comum a ambos, sem desvios impostos pelo interesse dos religiosos infiéis.
O Desejado das Nações vigia e cuida a nau terrestre e se compadece de cada um de nós, facultando-nos vários recomeços para conquista definitiva da paz. Cada palavra que o Bom Pastor plasmou na atmosfera terrena dirige-se a todos nós, ontem, hoje e sempre independentemente de onde possamos estar ou do que fazemos.
O Príncipe da Paz transcende as dimensões de toda análise convencional e paira muito além do grau de desenvolvimento científico, moral ou espiritual de qualquer representante dos mais renomados intelectuais humanos, porquanto Ele foi, é e sempre será o construtor excelso do nosso planeta, quando sequer a vida existia nas plagas do orbe.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Tempos melhores

Vivemos tempos melhores e não percebemos.




A onda de pessimismo ainda está a convencer muitos de nós que “está tudo perdido”, o que não é verdade.
Reflitamos, por exemplo:
– Nunca existiram tantas Entidades não Governamentais, as chamadas ONGs, trabalhando, voluntariamente, para a melhoria da dignidade humana;
– Embora, ainda, não ao alcance de todos, nunca experimentamos tanto desenvolvimento na área da ciência médica;
– Também ainda não ao alcance de todos, nunca existiram tantas Faculdades e Universidades quanto temos agora;
– Nunca se teve tantas possibilidades de consumo como nos dias de hoje.
E por aí vai.
Alguém, no entanto, poderá dizer que a criminalidade está pondo tudo a perder. De fato, não há como negar, os acontecimentos são terríveis, mas se compararmos o número de criminosos com o total de habitantes do Brasil, por exemplo, que tem pouco mais de duzentos milhões de habitantes, tendo por base a população carcerária, que é de pouco mais de setecentos mil detentos, somando-se os que estão com prisão decretada, não se atinge o total de um milhão de pessoas, teremos um coeficiente de meio por cento da população que vive envolvido com a criminalidade ostensiva.
Há, portanto, muitas, mas muitas, mesmo, pessoas voltadas para o cumprimento de seus deveres, mesmo que, negligentemente, em alguns aspectos, do que criminosos presos ou soltos.
O que queremos dizer, é que estamos nos deixando levar pelo pessimismo, pela negatividade do comportamento humano que é veiculado pela mídia sensacionalista, sem raciocinarmos em profundidade.
Invigilantes, temos assumido comportamentos fundados no medo e na desconfiança excessiva, sem levarmos em conta que caminhamos para o Mundo de Regeneração, que nós mesmos estaremos construindo, quando cumpridores dos nossos deveres.
É questão de sintonia com os Bons Espíritos, que trabalham em nome do Cristo, confiantes de que o Divino Pastor saberá defender suas ovelhas. A questão é, então, o quanto temos nos esforçado para sermos ovelhas.
Não se trata de fechar os olhos para o que está ruim, mas de se perguntar o que se pode fazer, de nossa parte, para ajudar na correção da problemática. O desculpismo, que põe nos ombros alheios a culpa pelo estado de coisas, já não é mais pertinente. É preciso agir, e agir no bem, que sempre será, no final, o bem de todos.
Escolhamos melhor nossas atitudes, seja no contato com as notícias deprimentes que estão à disposição, seja na construção de um novo homem, como propõe o Evangelho do Senhor Jesus e a Doutrina Espírita.
Não nos esqueçamos que o Amor que se coloca em prática, apaga uma multidão de pecados cometidos e que o bem sempre será nosso advogado de defesa junto à Providência Divina, em qualquer tempo.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Medicina

Toda medicina honesta é serviço de amor, atividade de socorro justo; mas, o trabalho de cura é peculiar a cada Espírito.






A medicina humana será muito diferente no futuro, quando a Ciência puder compreender a extensão e complexidade dos fatores mentais no campo das moléstias do corpo físico.
Muito raramente não se encontram perturbações diretamente relacionadas com o psiquismo.
As preocupações excessivas com os sintomas patológicos aumentam as enfermidades; as grandes emoções podem curar o corpo ou aniquilá-lo. Se isso pode acontecer na esfera da atividade vulgar, imagine o campo enorme de observações que nos oferece o Plano espiritual, para onde se transferem, todos os dias, milhares de almas desencarnadas, em lamentáveis condições de desequilíbrio da mente.
O médico do porvir conhecerá semelhantes verdades e não circunscreverá a ação profissional ao simples fornecimento de indicações técnicas, dirigindo-se, muito mais, no trabalho curativo, às providências espirituais, nas quais o amor cristão represente o maior papel.


André Luiz

O depoimento de Jonas após sua desencarnação. *

“Vou pedir para ter em tenra idade, bronquite, isto me manterá afastado do fumo.



Fumei muito na encarnação passada, fui escravo do vício, arruinei minha saúde. Desencarnei e fiquei desesperado para fumar. Fui socorrido, logo após meu desencarne fui a um posto de socorro, não quis ficar lá e passei a vampirizar para ter a sensação de que fumava. Como fui infeliz, era um trapo humano, sofri nas mãos de espíritos maus, vaguei sem sossego, sofri dores e humilhações! Um dia, cansado, orei muito e senti necessidade de abandonar de vez o fumo, fortaleci-me nas orações e consegui. ”
(Do livro: Reconciliação)


TEMOS DUAS OBSERVAÇÕES A FAZER:


1ª). Quem fuma comete SUICÍDIO. Aquilo que causamos, de bom ou de mal, a nós, ao próximo ou a qualquer fruto da criação divina, sentiremos o efeito, nesta ou em outra encarnação. Por exemplo: o usuário de cigarro lesa vários órgãos do corpo físico, um deles é o pulmão. Este órgão, então, se foi o mais lesado, poderá desencadear problemas pulmonares. Se isto não ocorrer nesta encarnação, numa próxima, poderá vir sensível a doenças como: câncer, asma, bronquite, etc. Os que não abusam da saúde e tem várias doenças estão, provavelmente, colhendo o que plantaram. E os que abusam da saúde e passam pela vida saudáveis, estão plantando. Se assim não fosse, Deus seria injusto. Por exemplo: Como pode uma criança nascer precisando de transplante de fígado e, um adulto usuário de bebidas alcoólicas ser saudável? Como costumamos dizer, um está colhendo (porque a criança é um Espírito velho em corpo novo), e o outro está plantando (o adulto). Como nos foi avisado: "O plantio é livre, mas a colheita é obrigatória".


2ª). Outro fator que precisa ser esclarecido para o fumante inveterado: ele raramente fuma um cigarro sozinho. Segundo André Luiz: "Há espíritos que, devido a falta de conhecimento do mundo espiritual, ficam por muito tempo ligados a prazeres e hábitos terrenos, como vícios, fome, sede, etc." Este fenômeno chama-se vampirismo.
Este assédio perdura até que a pessoa tome a decisão sincera de parar de fumar, o que não é fácil.
Além da desintoxicação do organismo, é necessária a desintoxicação psíquica.
Não é somente a pressão da nicotina e do alcatrão que precisam ser combatidas, mas igualmente a do desejo, do impulso, alimentado por induções espirituais dos seus companheiros de trago que o aconselharão a não parar.


ATENÇÃO: ESTE ALERTA SERVE PARA QUALQUER TIPO DE CIGARRO E VÍCIOS EM GERAL.

Centros vitais – (Chacras)

(Centros de força - Pontos de força - Centros morfogênicos)
*


Estudado no plano em que nos encontramos, na posição de criaturas desencarnadas, o corpo_espiritual_ou_psicossoma é, assim, o veículo físico, relativamente definido pela ciência humana, com os centros vitais que essa mesma ciência, por enquanto, não pode perquirir e reconhecer.
No perispírito possuímos todo o equipamento de recursos automáticos que governam os bilhões de entidades microscópicas a serviço da Inteligência, nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos esses adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica.
É assim que, regendo a atividade funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, nele identificamos:
o centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede da mente, centro que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada, nas cintas de aprendizado que lhe corresponde no abrigo planetário. O centro coronário supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças secundárias de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se serve o tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las.
Ver: Sincronia de estímulos
Desses centros secundários, entrelaçados no psicossoma e, consequentemente, no corpo físico, por redes plexiformes, destacamos:
o centro cerebral contíguo ao coronário, com influência decisiva sobre os demais, governando o córtex_encefálico na sustentação dos sentidos, marcando a atividade das glândulas_endocrínicas e administrando o sistema nervoso, em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo, desde os neurônios sensitivos até as células efetoras;
o centro laríngeo, controlando notadamente a respiração e a fonação;
o centro cardíaco, dirigindo a emotividade e a circulação das forças de base;
o centro esplênico, determinando todas as atividades em que se exprime o sistema hemático, dentro das variações de meio e volume sanguíneo;
o centro gástrico, responsabilizando-se pela digestão e absorção dos alimentos densos ou menos densos que, de qualquer modo, representam concentrados fluídicos penetrando-nos a organização,
e o centro genésico, guiando a modelagem de novas formas entre os homens ou o estabelecimento de estímulos criadores, com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre as almas.

EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS
- Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira – André Luiz

Volitação (flutuar)

É a capacidade do espírito deslocar-se como a luz se desloca, isto é , em pequenos impulsos. Eles são tão rápidos que não se percebe, mas que projetam o espírito com maior ligeireza e sem o auxílio dos membros locomotores.




Esse deslocamento é tão mais rápido quanto maior capacidade tenha o espírito de emitir impulsos.
No livro O mundo que encontrei Psicografado pela médium Alayde de Assunção e Silva pelo Espírito Luiz Sérgio ele explica a volitação da seguinte forma:
"Aprendi a me locomover utilizando estes impulsos e fui estudar como era possível. ..funcionamos como um motor, ou melhor, um reator que produzisse infinitas modulações capazes de, uniformemente, provocar uma descarga em tempo mínimo, no sentido de movimentar a área circunjacente, formando um vácuo, projetando o corpo para frente. Este vácuo seria formado no sentido exato da direção a seguir. A pressão oposta como que "empurraria" o corpo. Basta que para isso saibamos criar as condições necessárias.

 Pelo Espírito Luiz Sérgio

PAZ POR DENTRO

Aceita a fatalidade do progresso.

Trabalha e segue adiante.
Medita na necessidade dos outros.
Procura colocar-te no lugar do próximo, exercitando compreensão.
Não guarde ressentimentos.
Auxilia para o bem geral quanto se te faça possível.
Atende às próprias obrigações.
Não tentes felicidade fora da consciência tranquila.
Observa que não estás sem motivo em teu grupo familiar.
Honra os encargos que abraçaste.
Ama sem o cativeiro das afeições possessivas.
Agradece o carinho que recebes sem exigi-lo.
Estuda e melhora-te para ser mais útil.
Não intentes transformar a ninguém pela força.
Ampara sem reclamar retribuição
Atravessa as dificuldades com paciência.
Não zombes dos sentimentos alheios.
Não peças para que outrem caminhe com teus passos.
Habitua-te à simplicidade e à disciplina.
Suporta com calma aquilo que não possas modificar.
Usa o descanso apenas como pausa para mais trabalho.
Não te queixes.
Não percas tempo com atividades inúteis.
Conserva, quanto possível, os contatos com a natureza.
Abençoa todos os companheiros, sem lamentar os que se afastem de ti.
Não te voltes para trás.
Evita o pessimismo.
Recorda sempre que a esperança é uma luz eterna.
Não te envaideças com vantagens que são empréstimos de Deus.
Considera por vitória o desempenho dos próprios compromissos.
Cultiva equilíbrio e serenidade.
Foge a qualquer forma de violência.
Aceita a realidade de que possuis unicamente aquilo que constróis por amor.
Entrega-te a Deus, na oração, cada dia.
Desse modo, terás contigo a paz por dentro e assim pacificarás.


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

VISITAS ENTRE ENCARNADOS DURANTE O SONO FÍSICO!

VISITAS ENTRE ENCARNADOS DURANTE O SONO FÍSICO!




Do princípio de emancipação da alma durante o sono parece resultar que temos, simultaneamente, duas existências: a do corpo, que nos dá a vida de relação exterior, e a da alma, que nos dá a vida de relação oculta. É isso exato? No estado de emancipação, a vida do corpo cede lugar à da alma, mas não existem, propriamente falando, duas existências; são antes duas fases da mesma existência, porque o homem não vive de maneira dupla.
Duas pessoas que se conhecem podem visitar-se durante o sono?
Sim, e muitas outras que pensam não se conhecerem se encontram e conversam. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro país. O fato de visitardes, durante o sono, amigo, parentes, conhecidos, pessoas que vos podem ser úteis, é tão freqüente que o realizais quase todas as noites.
Qual pode ser a utilidade dessas visitas noturnas, se não as recordamos?
Ordinariamente, ao despertar, resta uma intuição que é quase sempre a origem de certas idéias que surgem espontaneamente, sem que se possa explicá-las, e não são mais que as idéias hauridas naqueles colóquios.
0 homem pode provocar voluntariamente as visitas espíritas? Pode, por exemplo, dizer ao adormecer: “Esta noite quero encontrar-me em espírito com tal pessoa; falar-lhe e dizer-lhe tal coisa?”
Eis o que se passa: o homem dorme, seu Espírito desperta, e o que o homem havia resolvido o Espírito está, muitas vezes, bem longe de o seguir, porque a vida do homem interessa pouco ao Espírito, quando ele se liberta da matéria. Isto para os homens já bastante elevados, pois os outros passam de maneira inteiramente diversa a sua existência espiritual: entregam-se às paixões ou permanecem em inatividade. Pode acontecer, portanto, que, segundo o motivo que se propôs, o Espírito vá visitar as pessoas que deseja: mas o fato de o haver desejado quando em vigília não é razão para que o faça.
Certo número de Espíritos encarnados pode então se reunir e formar uma assembléia?
Sem nenhuma dúvida. Os laços de amizade, antigos ou novos, reúnem assim, freqüentemente, diversos Espíritos que se sentem felizes de se encontrar.
Pela palavra “antigos” é necessário entender os laços de amizade contraídos em existências anteriores. Trazemos ao acordar uma intuição das idéias que haurimos nesses colóquios ocultos, mas ignoramos a fonte.
Uma pessoa que julgasse morto um de seus amigos, que na realidade não o estivesse, poderia encontrar-se com ele em espírito e saber, assim, que continuava vivo? Poderia, nesse caso, ter uma intuição ao acordar?
Como Espírito pode certamente vê-lo e saber como está. Se não lhe foi imposto como prova acreditar na morte do amigo, terá um pressentimento de que ele vive, como poderá ter o de sua morte!

Fonte: Livro dos Espíritos,

Deus Seja Louvado - Irmão X

No recinto ataviado, aqueles dezenove companheiros da prece conversavam animadamente, embora a noite gélida.





Comentava-se o devotamento de muitos, dos africanos -desencarnados que, não obstante libertos do vaso físico, prosseguem nas mais nobres tarefas de auxilio.
E, enquanto aguardavam o horário fixado para o início da sessão mediúnica, todas as opiniões mantinham estreita afinidade nos pontos de vista.
- Realmente - afirmava Dona Celeste -, jamais pagarei o que devo a esses heróis anônimos da humildade. Há muitos anos venho recebendo de todos eles os mais amplos testemunhos de amor.
- Lembram-se daquela entidade que se fazia conhecer por "mãe Felícia"? - perguntou Dona Ernestina ao grupo atento. - Desde que ela me administrou passes aos pulmões enfermos, minha recuperação foi completa.
- E o nosso adorável Benedito? - considerou Félix, o fervoroso padeiro que dirigiria o culto da noite - ainda não recorri a ele sem resultado. Em todas as circunstâncias é o mesmo admirável amigo. Abnegado, diligente, sincero...
- Eu - aclarava Dona Adélia -, tenho como generoso protetor um ,velho africano que se dá a conhecer por "pai Amâncio". É um modelo de paciência, ternura e bondade. Parece ter trazido da escravidão todo um tesouro de sabedoria e carinho...
- Isso mesmo - ajuntou Fernandes, companheiro atencioso do círculo -, é indispensável saibamos que muitas dessas entidades, aparentemente apagadas e simples, são grandes almas de escol no progresso da inteligência, que se vestiram de escravos, ao tempo do cativeiro, conquistando a grandeza do coração. Quantos sábios de outrora surgem por trás desses nomes humildes, lavando as nossas mazelas e curando as nossas chagas?
- Sim, sim... - ponderava Ernesto, caloroso defensor da caridade na pequena assembléia - e, sobretudo, devemos aprender com eles a ciência do amor desinteressado e puro. Nunca os vi desesperar à frente de nossos petitórios incessantes... Como lhes negar a nossa admiração e respeito Incondicionais?
A conversa prosseguia, no mesmo tom, até que as oito pancadas do relógio fizeram que Félix convocasse o pessoal ao silêncio e à oração.
Os dezenove amigos consagraram-se a alguns minutos de leitura e comentário de precioso livro evangelizante e, em seguida, Dona Amália, a médium mais experiente da equipe, albergou o irmão Benedito, denodado benfeitor do agrupamento, que, ao se apresentar, foi logo interpelado de maneiras diversas pelos circunstantes.
Dona Celeste rogou-lhe amparo em favor de um mano desempregado, Dona Adélia pediu ajuda para a solução de velha pendência que lhe levara o nome a um tribunal, Ernesto solicitou concurso para deteml1nado tio, portador de úlcera gástrica... .
E não houve quem não formulasse requisições e perguntas.
O velho africano respondeu a todos com invariável benevolência e, afinal, encerrando a reunião, falou, emocionado, pela médium:
- Meus amigos, há longos anos estamos juntos...
Para nós, os irmãos desencarnados, esse largo convívio tem sido uma bênção...
Hoje, invocamos nossa amizade para suplicar-lhes sublime favor...
Com muita alegria, sentimo-nos ainda felizes escravos de vocês todos... Em todos vocês, encontramos filhos do coração cujas dificuldades e dores nos pertencem... Ah! meus filhos, mas, em verdade, temos também nossos descendentes na Terra! Nossos rebentos, nossos netos... Quantos deles vagueiam sem rumo! Quantos suspiram pela graça do alfabeto!
Quantos se perdem nos morros de sofrimento ou nos vales de treva, entre a ignorância e a miséria, a enfermidade e a viciação! Não seria melhor fossem eles cativos nas senzalas do trabalho que prisioneiros nos charcos do crime?
É por isso que vimos rogar a vocês caridade para eles.. .
São milhares de criancinhas abandonadas, assim como folhas de arvoredo no vendaval!...
Peço-lhes, de joelhos, para que venhamos a iniciar uma cruzada de amor, na solução de problema assim tão grave...
Se cada um de nossos amigos abrigar um só de nossos pequeninos, na intimidade do templo doméstico, ofertando-lhes o nível de experiência em que sustentam a própria família, decerto que, em pouco tempo, teremos resolvido o enigma doloroso...
Não lhes rogo a fundação de abrigos para meninos de pele escura. .. Isso seria alimentar a discórdia de raça e dilatar a separação. Suplico-lhes um pedaço de lar para eles, um pouco de carinho que nasça, puro, do coração.
Se vocês iniciarem semelhante trabalho, o bom exemplo estará vicejando e produzindo frutos de educação e luz na prática fraterna...
O amigo espiritual entregou-se a longa pausa, como quem observava o efeito de suas palavras; entretanto, como ninguém rompesse a quietude, insistiu, generoso: - Quem de vocês desejará começar?
Constrangidos, assim, à resposta direta todos os companheiros se revelaram entre a evasiva e a negação.
Dona Celeste alegou a condição de esposa sacrificada por marido exigente.
Dona Ernestina acusou-se velha demais para ser útil numa iniciativa de tão elevado alcance.
Dona Josefa explicou que tinha a existência presa aos caprichos de uma filha que lhe não concedia o menor prazer.
Ernesto clamou que o tempo lhe fugia em carreira desabalada. . .
Ninguém poderia corresponder favoravelmente à petição. .
Estavam todos doentes, fatigados, velhos, sacrificados ou sem horário suficiente para a lavoura do bem.
E o próprio Félix, a quem cabia o governo da casa, explicou em voz sumida:
- Quem sou eu, pequenino e miserável servo do Senhor, para encetar um empreendimento assim tão grande?
Foi então que o benfeitor espiritual, sentindo talvez o frio ambiente, encerrou o assunto, dizendo, resignado:
- Benedito compreende, meus irmãos! Sabemos que vocês nos ajudarão, quanto seja possível..
Até a semana próxima, quando estaremos novamente aqui, aprendendo com vocês as lições do Evangelho de Nosso Senhor...
E, sorrindo desapontado, despediu-se afirmando como sempre:

- Que Deus seja louvado!

: SÃO CHEGADOS OS TEMPOS?

São chegados os tempos? Para os que em nada crêem, essas palavras não têm qualquer legitimidade e não lhes toca a consciência. Para a maioria dos crentes, elas apresentam qualquer coisa de místico e de sobrenatural, prenunciadoras da subversão das leis da Natureza. Para Kardec, as duas posições são errôneas: "a primeira, porque envolve uma negação da Providência; a segunda, porque tais palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza, mas o cumprimento dessas leis."(1)





Inteligentemente consignado no Jornal O Imortal por Astolfo Olegário "O futuro a Deus pertence e nem mesmo Jesus se atreveu a precisá-lo. (...) "O advento do mundo de regeneração não se dá nem se completa em pouco tempo. Que a transição de planeta de provas e expiações para regeneração já começou, não padece dúvida. Na Revista Espírita há inúmeras informações que o atestam. O equívoco é datar, é precisar, é fixar uma época em que tal processo estará concluído." (2)
A rigor, todas as leis da Natureza são obras eternas do Criador, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. "Quando a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus."(3) A Terceira Revelação não inventa a renovação social; "a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento."(4)
A evolução dos mundos habitados ocorre no mesmo ritmo da dos seres que habitam em cada um deles. Os mundos habitados, segundo o Espiritismo, podem ser classificados como: Mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações do Espírito; Mundos de expiação e provas, onde domina o mal entre os Espíritos; Mundos de regeneração, nos quais os Espíritos ainda têm o que expiar; Mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal e os Mundos celestes ou divinos, onde exclusivamente reina o bem.
Na condição de expiação e provas, a Terra viveu "Época de lutas amargas, desde os primeiros anos deste século,(*) a guerra se aninhou com caráter permanente em quase todas as regiões do planeta. A Liga das Nações, o Tratado de Versalhes, bem como todos os pactos de segurança da paz, não têm sido senão fenômenos da própria guerra, que somente terminarão com o apogeu dessas lutas fratricidas, no processo de seleção final das expressões espirituais da vida terrestre."(5). O Século XX, recentemente findo, foi, sem dúvida, o século mais sangrento de todos. Após a Segunda Guerra Mundial, já tivemos 160 conflitos bélicos e 40 milhões de mortos. Se contabilizarmos desde 1914, estes números sobem para 401 guerras e 187 milhões de mortos, aproximadamente.
Apesar de terroristas agirem em toda parte, tropas se confrontarem em muitas regiões, a economia se descontrolar, sistemas e valores entrarem em colapso, instituições tradicionais como a Igreja e a Família serem violentamente abaladas, teóricos pregarem o fim da História, não faltam as vozes otimistas que apregoam um porvir renovado sob a luz de uma nova era.
Não há como se desconhecer a violência que assola a Humanidade terrestre. Ela está presente no trânsito, destruindo vidas e mutilando corpos; na prostituição infanto-juvenil, sob o assédio dos malfeitores; na polícia, subvertendo suas obrigações patrióticas de proteger e auxiliar o povo, por interesses pessoais e mesquinhos; nas drogas, levando os jovens à dependência dessas substâncias alucinógenas; nas religiões, onde fanáticos insanos lutam e se aniquilam, disputando qual o "deus" mais forte e mais poderoso; no lar, pela intolerância dos pais para com os filhos e vice-versa, dispensando o diálogo fraterno, que, se houvesse, faria de suas vidas uma tranqüila experiência de coabitar com amor.
Percebemos que há um grande número de pessoas aderindo às sugestões do mal, por simples ignorância. Estas, serão renovadas no desdobramento de suas experiências, particularmente com a magna dor, em reencarnações regeneradoras. O problema maior está com aqueles em que o mal predomina nas entranhas de seus corações, o que constitui uma minoria. Estes, pela lei da seleção natural dos valores morais, serão expurgados do nosso convívio, assim que houver chegado a hora.
Temos a impressão de que os atos violentos, praticados por mentes insanas, banalizam-se no curso do tempo, mas, apesar de essa violência sufocar, confundir, assustar e cercear o homem na sua liberdade de ir e vir, nunca se assistiu, em todos os tempos, tantas pessoas boas e pacíficas, mobilizarem-se em prol de programas assistenciais aos irmãos menos afortunados, trabalhando voluntariamente por um mundo melhor e mais justo e com total desprendimento e espírito cristão.
É claro que não podemos desconsiderar os perigos reais que nos cercam: desastres nucleares; o buraco na camada de ozônio; o desmatamento desordenado de nossas florestas; a poluição das nossas límpidas águas, etc., mas se olharmos o momento em que vivemos sob a ótica da revelação espírita, teremos motivos suficientes para crer que o desespero e desesperança, conseqüentes do pessimismo que prevalece atualmente entre os homens, precisam ser substituídos pela ação eficaz.
A Terra está entrando em uma fase de transição para Mundo de regeneração, obedecendo às leis naturais de evolução. Mensagens da espiritualidade que nos vêm sendo transmitidas no movimento espírita, desde o final do Século XX, têm confirmado tal fato, e o homem não há como vetar os Decretos de Deus.
Percebe-se que, atualmente, tudo está se transformando muito rapidamente, trazendo mais conforto e melhor qualidade de vida ao habitante da Terra. A dor física está, relativamente, sob controle; a longevidade ampliada; a automação da vida material está cada vez maior, em face da tecnologia fascinante, especialmente na área da comunicação e informática. Quando poderíamos imaginar, por exemplo, há 50 anos, o potencial da Internet?
Já no Século XIX, Kardec asseverava que: "A Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material."(6)
Neste Século XXI, o Planeta passa por um processo acelerado de transformação. É com muito otimismo que percebemos, no tecido social contemporâneo, a gestação de vários investimentos, envolvendo cientistas, filósofos, religiosos e educadores que se inclinam para a formulação de um mundo renovado. Busca-se um novo conceito do homem e um novo ideal de sociedade, alicerçados em paradigmas revolucionários da Nova Física.
Se atentarmos apenas para a Informática e para a Medicina, enquanto fatores de progresso humanos a benefício de toda a Humanidade, perceberemos que Deus autorizou aos Espíritos Protetores fazerem aportar, na Terra, os admiráveis avanços científicos que alcançamos.
"O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives da sua História; só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. No seu manancial de esclarecimentos, poder-se-á beber a linfa cristalina das verdades consoladoras do Céu, preparando-se as almas para a nova era."(7)
A transição de uma categoria de mundo, para outra, não se processa sem abalos, pois toda mudança gera conflitos. Há um momento em que o antigo e o novo se confrontam, estabelecendo a desordem e uma aparência de caos. "(...) a vulgarização universal do Espiritismo dará em resultado, necessariamente, uma elevação sensível do nível moral da atualidade."(8)
Fugindo-se da paranóia de datação do advento do Mundo de Regeneração, se quisermos atuar verdadeiramente, auxiliando o advento de um mundo melhor, tratemos de trabalhar incansavelmente pela divulgação das idéias espíritas, corrigindo as distorções (facilmente observadas) no rumo do movimento que abraçamos, a fim de que os condicionamentos adquiridos em outros arraiais religiosos não venham a contaminar nossa ação, pela também intromissão de atitudes dogmáticas e intolerantes.
"Não é possível esperar a chegada do mundo de regeneração de braços cruzados. Até porque, sem os devidos méritos evolutivos, boa parte de nós deverá retornar a esse mundo pelas portas da reencarnação. Se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água doce, ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável - se os flagelos previstos pela queima crescente de petróleo, gás e carvão que agravam o efeito estufa - deveremos agir agora, sem perda de tempo."(9)
Para habitarmos um mundo regenerado, mister se faz que o mereçamos. Para tanto, urge que pratiquemos a caridade, não restrita apenas à esmola, mas que abranja todas as relações com os nossos semelhantes. Assim, perceberemos que a caridade é um ato de relação (doação total) para com os nossos semelhantes. Desta forma, estaremos atendendo ao chamamento do Cristo, quando disse: "Amarás o senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este é o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos."(10)
Jorge Hessen

(*) Emmanuel faz referência ao Século XX
FONTES
(1) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, Sinais dos Tempos - 4ª pte.(itens 21 a 26) (Estudo 131 e 132)
(2) Cf. Jornal o Imortal publicado em outubro de 2006
(3) ______ Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, Sinais dos Tempos - 4ª pte.(itens 21 a 26) (Estudo 131 e 132)
(4) Idem
(5) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, RJ: Ed FEB 1987
(6) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, cap XVII, item 5
(7) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, RJ: Ed FEB 1987
(8) Kardec, Allan. Obras Póstumas, 26ª Ed RJ, FEB 1978. As Aristocracias
(9) Matéria publicada no Boletim SEI - Serviço Espírita de Informações 30/04/05
(10) Cf. Mateus, 22, 34-40

: COMO NASCERAM OS LIVROS DA CODIFICAÇÃO? :::

O primeiro livro espírita a ser codificado por Allan Kardec foi “O Livro dos Espíritos”, que apresenta-se na forma de perguntas e respostas, totalizando 1.019 tópicos. Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema. As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin (respectivamente, 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a comparação com as comunicações obtidas por mais de dez médiuns franceses, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857, no Palais Royal, na capital francesa, contendo 550 itens. Só a partir da segunda edição, lançada em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec mediante o contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas, aparecem as atuais 1019 perguntas e respostas. Este livro está dividido em quatro (4) partes, e de cada parte nasceram os demais livros da codificação.



1ª PARTE : DAS CAUSAS PRIMÁRIAS: deu origem ao 5º livro "A GÊNESE" (1868). Este livro, além de representar a maturidade do pensamento kardequiano em torno da Doutrina Espírita, traz de forma lógica e reveladora, considerações acerca da origem do planeta Terra; explica a questão dos milagres, a natureza dos fluidos, os fatos extraordinários e as predições contidas no Evangelho;

2ª PARTE: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS: deu origem ao 2º livro "O LIVRO DOS MÉDIUNS" (1861). Também conhecido como guia dos médiuns e dos evocadores, o livro dá seqüência ao “O Livro dos Espíritos”. Ele trata do tema central da Doutrina: a atuação dos médiuns e o relacionamento deles com os Espíritos desencarnados. Trata também da Ciência espírita e apresenta uma série de definições para as atuações e tipos de médiuns, bem como para os Espíritos que podem apresentar imperfeições, uma vez que nada mais são do que humanos sem corpo físico;

3ª PARTE: DAS CAUSAS MORAIS: deu origem ao 3º livro "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” (1864). Kardec entendia que as seitas, cultos e religiões se preocupam mais com a parte mística do que com a parte moral. Explica ele que, apesar da moral evangélica ter sido sempre admirada, trata-se mais de um ato de fé do que compreensão verdadeira, uma vez que o novo testamento é de difícil entendimento para a maioria dos leitores. Os preceitos morais contidos no Evangelho foram escritos repletos de parábolas e metáforas, dificultando o entendimento. Assim, para tornar as “passagens obscuras” do texto, mais claras, o Evangelho Segundo o Espiritismo traz explicações sobre como aplicar os ensinamentos de Cristo na vida. Desta maneira, com a ajuda dos Espíritos, Kardec introduz o que ele chama de “chave” para decifrar o conteúdo do Evangelho;

4ª PARTE: DAS ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES: deu origem ao 4º livro "O CÉU E O INFERNO” (1865). Este livro trata das causas do temor da morte; fala obviamente sobre Céu e Inferno, e traça paralelos entre as crenças cristãs existentes e a espírita (uma nova crença cristã) a respeito do limbo, das penas eternas, dos anjos e origem dos demônios. Na parte em que apresenta depoimentos, surgem narrações de desencarnados em condições razoáveis de evolução, bem como Espíritos infelizes, sofredores e suicidas. Traz um exame comparando sobre a passagem da vida material para a espiritual, falando sobre as penalidades e recompensas, anjos e demônios.
Portanto, O Livro dos Espíritos é uma obra monumental, antídoto do materialismo, bússola que nos orienta à viagem para nosso interior.

Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC

:: OS PERFUMES :::

Quando nos aproximávamos do Chico, era comum sentirmos perfumes a se irradiarem dele.



Como os odores mudassem, às vezes entremeados com o forte cheiro de éter, sabia-se que eram produzidos pela Espiritualidade, que se utilizava de suas faculdades.
O apóstolo Paulo, em mensagem do capítulo XV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, referindo-se aos homens que praticam a máxima "Fora da caridade não há salvação", afirma:
— Reconhecê-los-eis pelo perfume da caridade que espalham em torno de si.
Chico Xavier foi um deles.
Quando os perfumes não eram materializados, em torno do medianeiro permanecia o perfume de sua aura, que era percebido por todos aqueles dotados de maior sensibilidade.
Lembramo-nos de alguns fatos relacionados a essa faculdade em nossos contatos, entre eles o de uma senhora de nossa comunidade, que, estando na fila para se despedir do médium, viu outra senhora à sua frente retirar-se com o lenço perfumado. Quando chegou a sua vez, ela colocou um pequeno lenço em sua mão e, colando-a na mão do médium, pediu-lhe:
— Chico, me dê um pouco de perfume também.
Imediatamente ela sentiu sua mão umidecer-se e, quando a retirou, o lenço estava molhado, exalando suave perfume. Emocionada ela beijou-lhe a mão, e, como sempre ocorria, Chico retribuiu-lhe o gesto.
Depois de exibi-lo aos confrades que constataram o fenômeno, ela o guardou com cuidado e carinho.
O lencinho manteve os resquícios do perfume ainda por muitos dias.

(Do livro Inesquecível Chico – Edição GEEM

O Verdadeiro significado do Umbral ('Inferno')

Conjunto de pessoas que compartilha os mesmos interesses em um mesmo local.




Você já deve ter percebido que na sociedade nos “agrupamos” desta forma.
Para entender o que é o umbral vamos utilizar este mesmo raciocínio.
Ódio, inveja, rancor, vingança, raiva, orgulho, egoísmo, vaidade, ciúme… São tantos os sentimentos negativos que nós temos, que nos fazem construir um ambiente mental e físico semelhante entre todas as pessoas do mesmo ciclo de relacionamento.
Esta atração por afinidade define o umbral, pois ele solidamente não existe. O que existe são agrupamentos de Espíritos afins, que desencarnam com estes sentimentos infelizes, indo para os mesmos locais de afinidade.
Como sair deste Estado de Espírito inferior?
Ajuda não falta. Quem quer se melhorar recebe o auxílio Superior e é resgatado deste “local” onde se encontra. Livre arbítrio e sinceridade são as condições.
Em “O Livro dos Espíritos”, Kardec pergunta (questão 234) sobre as estações ou pontos de repouso. Entenda: Existem, como foi dito, mundos que servem de estações ou de pontos de repouso aos Espíritos errantes? “Sim, há mundos particularmente atribuídos aos seres errantes, mundos nos quais podem habitar temporariamente, espécie de campos de repouso para erraticidade muito longas, que são sempre um pouco penosas. São posições intermediárias entre os outros mundos, graduados segundo a natureza dos Espíritos que podem atingi-los e que neles desfrutam maior ou menor bem estar.”
Reflita a respeito daquilo que está pensando durante o tempo que estiver encarnado. Provavelmente, será o que pensará desencarnado e o que vai atrair mentes com os mesmos pensamentos, levando a permanecer neste umbral.

Fonte: Radio Boa Nova