sábado, 29 de julho de 2017

Mensagem do espírito Aniceto sobre o respeito que devemos ter para com a vida em geral, para com a Natureza.

Aniceto, mergulhando o olhar no Sagrado Livro, leu em voz alta os versículos 19, 20 e 21 do capítulo 8,
da Epístola aos Romanos:





Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Em seguida, refletiu alguns instantes e comentou, com evidente inspiração: –
“Irmãos, recebamos a bênção do campo, louvando o Amor e a Sabedoria de Nosso Pai!
“Exaltemos o Soberano Espírito de Vida, que sopra em nós a força eterna da incessante renovação! “Ponderemos a palavra do Apóstolo da Gentilidade, para extrair-­lhe o conteúdo divino!... Há milênios a Natureza espera a
compreensão dos homens. Não se tem alimentado tão somente de esperança, mas vive em ardente expectação, aguardando o entendimento e o auxílio dos Espíritos encarnados na Terra, mais propriamente considerados filhos de Deus.
Entretanto, as forças naturais continuam sofrendo a opressão de todas as vaidades humanas. Isto, porém, ocorre, meus amigos, porque também o Senhor tem esperança na libertação dos seres escravizados na Crosta,
para que se verifique igualmente a liberdade na glória do homem.
Conheço-vos de perto os sacrifícios, abnegados trabalhadores
espirituais do solo terrestre! Muitos de vós aqui permaneceis, como em múltiplas regiões do
planeta, ajudando a companheiros encarnados, acorrentados às ilusões da ganância de ordem material.
Quantas vezes, vosso auxílio é convertido em baixas
explorações no campo dos negócios terrestres?
A maioria dos cultivadores da terra tudo exige sem nada oferecer. “Enquanto zelais, cuidadosamente, pela manutenção das bases da vida, tendes visto a civilização funcionando qual vigorosa máquina de triturar, convertendo­se os homens, nossos irmãos, em pequenos Moloques de pão,
carne e vinho, absolutamente mergulhados na viciação dos
sentimentos e nos excessos da alimentação, despreocupados do imenso débito para com a Natureza amorável e generosa.
Eles oprimem as criaturas inferiores, ferem as forças benfeitoras da vida, são ingratos para com as fontes do bem, atendem às indústrias ruralistas, mais pela vaidade e ambição de ganhar, que lhes são próprias, que pelo espírito de amor e utilidade, mas também não passam de infelizes servos das paixões desvairadas. Traçam programas de riqueza mentirosa, que lhes constituem a ruína; escrevem tratados de política econômica, que redundam em guerra destruidora; desenvolvem o comércio do ganho indébito, colhendo as complicações internacionais que dão curso à miséria; dominam os mais fracos e os exploram,
acordando, porém, mais tarde, entre os monstros do ódio!
“É para eles, nossos semelhantes encarnados na Crosta, que devemos voltar igualmente os olhos, com espírito de tolerância e fraternidade. Ajudemo­-los ainda, agora e sempre!
Não esqueçamos que o Senhor está esperando pelo futuro
deles!
Escutemos os gemidos da criação, pedindo a luz do raciocínio humano, mas não olvidemos, também, a lágrima desses escravos da corrupção, em cujas fileiras permanecíamos até ontem, auxiliando-os a
despertar a consciência divina para a vida eterna!
Ainda que rodeiem o campo de vaidades e insolências,
auxiliemo-­los ainda.
O Senhor reserva acréscimos sublimes de valores evolutivos aos seres sacrificados.
Não olvidará Ele a árvore útil, o animal exterminado, o ser humilde que se consumiu em benefício de outro ser!
Cooperemos, por nossa vez, no despertar dos homens, nossos irmãos, relativamente ao nosso débito para com a Natureza maternal. Sempre, ao voltarmos à Crosta, envolvendo-­nos em fluidos do círculo carnal, levamos muito longe a aquisição de nitrogênio.
“Convertemos em tragédia mundial o que poderia constituir a procura serena e edificante.
“Como sabemos, organismo algum poderá viver na Terra sem essa substância e, embora se locomova, no oceano de
nitrogênio, respirando-­o na média de mil litros por dia, não pode o homem, como nenhum ser vivo do planeta, apropriar­se do nitrogênio do ar.
Por enquanto, não permite o Senhor a criação de células nos organismos viventes do nosso mundo, que procedam à absorção espontânea desse elemento de importância primordial na manutenção da vida, como acontece ao oxigênio comum. Somente as plantas, infatigáveis operárias do orbe, conseguem retirá­lo do solo,
fixando-­o para o entretenimento da vida noutros seres.
Cada grão de trigo é uma bênção nitrogenada para sustento das criaturas, cada fruto da terra é uma bolsa de açúcar e albumina, repleta do nitrogênio indispensável ao equilíbrio orgânico dos seres vivos.
“Todas as indústrias agropecuárias não representam, na
essência, senão a procura organizada e metódica do precioso elemento da vida. Se o homem conseguisse fixar
dez gramas, aproximadamente, dos mil litros de nitrogênio
que respira diariamente, a Crosta estaria transformada no paraíso verdadeiramente espiritual.
Mas, se muito nos dá o Senhor, é razoável que exija a
colaboração do nosso esforço na construção da nossa própria
felicidade.
Mesmo em “Nosso Lar”, ainda estamos distantes da grande conquista do alimento espontâneo pelas forças atmosféricas, em caráter absoluto.
E o homem, meus amigos, transforma a procura de nitrogênio em movimento de paixões desvairadas, ferindo e sendo ferido, ofendendo e sendo ofendido, escravizando e tornando­-se cativo, segregado em densas trevas!
Ajudemo­-lo a compreender, para que se organize uma era nova. Auxiliemo-­lo a amar a terra, antes de explorá-la no
sentido inferior, a valer­-se da cooperação dos animais,
sem os recursos do extermínio!
Nessa época, o matadouro será convertido em local de cooperação, onde o homem atenderá aos seres inferiores e onde estes atenderão às necessidades do homem, e as
árvores úteis viverão em meio do respeito que lhes é devido.
Nesse tempo sublime, a indústria glorificará o bem e,
sentindo­nos o entendimento, a boa vontade e a veneração às
leis divinas, permitir­nos-­á o Senhor, pelo menos em parte,
a solução do problema técnico de fixação do nitrogênio da
atmosfera.
Ensinemos aos nossos irmãos que a vida não é um roubo incessante, em que a planta lesa o solo, o animal
extermina a planta e o homem assassina o animal, mas um
movimento de permuta divina, de cooperação generosa, que nunca perturbaremos sem grave dano à
própria condição de criaturas responsáveis e evolutivas!
Não condenemos! Auxiliemos sempre!”


Fonte - Os Mensageiros (psicografia Chico Xavier - espírito André Luiz) trecho do Cap.42 "Evangelho no ambiente rural"\l "

Nenhum comentário:

Postar um comentário