Você tem fé? Você acredita no poder da mente? Você sabe o que é a
fé, mas talvez não tenha um conceito muito bem definido. Para poupar
trabalho, eu fico com a definição do Mestre, que nos ensina que a fé é
crer firmemente na realização da sua palavra. Mas a fé precisa de obras.
O engraçado é que as coisas mais simples podem se tornar as mais
complicadas. Somos céticos por natureza, nos confundimos com a matéria,
esquecidos de nossa realidade de espírito imortal.
Tudo o que é
criado existe antes em pensamento. Um edifício, um bolo, o computador,
você. Tudo. O pensamento contém o Poder Criador de Deus. E o Poder
Criador é exercido através da palavra. A palavra tem poder. Você alguma
vez disse algo que magoou outra pessoa. Disse, não disse? Claro que sim,
todo mundo já fez isso. Você se arrependeu depois. Se pudesse, apagava
as palavras que disse. Mas as palavras não se apagam. As palavras criam.
Para crer não é necessário embasamento científico, não é importante que
se investigue o mecanismo que põe em funcionamento o Poder Criador. É
só crer… Parece fácil, né? Só que para crer é preciso que haja a adesão
total da mente. Normalmente temos os pensamentos tão dispersos, a mente
ocupada com tantas coisas ao mesmo tempo, que chegamos a duvidar do seu
poder. Por que nos momentos de grande aflição e dificuldade as preces
são mais fervorosas e surtem efeitos visíveis? Porque, por alguns
instantes, conseguimos usar a mente de maneira integral. Por nosso
estado de emoção conseguimos nos concentrar no objetivo.
O Mestre
não disse que a fé remove montanhas? Será que ele estava de sacanagem?
Claro que não, né? Essa fé que ele ensinou é a crença que não aceita
dúvidas, que não aceita discussões internas, que acredita firmemente que
é assim e pronto! Essa fé pressupõe o conhecimento do efeito, sem
querer saber a causa. Não interessa a causa. O que importa é o efeito.
As pessoas conhecidas como “pessoas de sucesso” têm fé. Não me refiro a
religião, mas à fé, pura e simples. Acreditam firmemente em si mesmas,
controlam o processo criativo de pensamento, palavra e ação. Elas têm um
mérito especial por isso? Talvez. Porque, como você está lembrado, a fé
sem obras é fé morta. De que adianta exercer o domínio sobre os
mecanismos da fé se suas obras não trazem proveito a ninguém?
Por
isso somos constantemente impelidos a praticar o que sabemos, a
praticar o que aprendemos. Qual o valor do conhecimento intelectual se
aquilo que se sabe não é praticado? De que adianta decorar lindas
passagens da literatura espírita se esse conhecimento não se transforma
em sabedoria, se esse conhecimento não beneficia ninguém?
Não é
pela crença em Deus que evoluímos. Não é pela religião que evoluímos.
Não é pelo conhecimento, por si só, que evoluímos. A única maneira de
evoluirmos é através de nossas obras. O único modo de consolidarmos a
nossa reforma íntima é colocando em prática, nos nossos atos cotidianos,
aquilo que aprendemos, aquilo em que acreditamos. O único caminho para o
nosso progresso espiritual é o caminho da solidariedade para com
aqueles que nos acompanham.
A caminhada é individual, cada um
deve andar com suas próprias pernas, mas não seguimos sozinhos.
Arrastamos e somos arrastados por companheiros de jornada. Exercite a
sua fé. Ela existe. Pode estar em desuso, mas existe dentro de você. O
Poder Criador também precisa ser exercitado para se desenvolver. Com
tudo é assim. Com o aprendizado intelectual, com os músculos do corpo,
tudo requer exercício e prática.
E não se esqueça de que a fé precisa de obras. Precisamos praticar o que vamos aprendendo. Eu estou tentando. E você?
Morel Felipe Wilkon
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