“Qualquer coisa que possa impedir a auto realização individual, não
apenas atrasando o progresso de uma pessoa, mas mantendo-a estagnada:
isso é violência – não permitir que as pessoas se desenvolvam em seu
potencial é violência.” (Mahatma Gandhi)
Desde a Antiguidade, há em nosso mundo uma elite dominadora e o povo subjugado.
Vindos de planetas já desenvolvidos, os egoístas e orgulhosos
dominadores reforçaram as características da Terra primitiva, onde os
mais fortes e dotados de recursos de sobrevivência predominavam. Essa
“lei” do mais forte, que já foi da força física, passou a ser da
riqueza, hoje é das informações, e está longe de acabar.
Para a
elite dominante permanecer como tal, usou e usa de duas táticas ainda
infalíveis: manter os dominados na ignorância e divulgar mentiras, como
sendo verdades absolutas e até vindas de Deus!
Relendo a frase de
Gandhi, vemos sua sabedoria e lucidez, quando qualifica de violência, o
impedimento ao crescimento alheio; fato que se torna recorrente, quando
a ignorância é o instrumento do poderio e da manutenção do status quo.
Lutas intensas, mortes mil, antecederam e perduraram após o surgimento
das ideias liberais e de igualdade, que embora ainda capengas, hoje
fazem parte de nosso cotidiano. Mas, vivem sofrendo abalos e passam por
deturpações travestidas de justiça, educação e progresso.
É observar o tempo presente…
A justiça existe, quando todas as pessoas recebem as mesmas
oportunidades, mesmo que as aproveitem de formas diversas ou nem
aproveitem.
Violência é selecionar quem terá oportunidades ou dificultar que alguns a tenham!
Violência gigante é considerar que tem méritos os que recebem mais e
melhores oportunidades de se prepararem para as profissões. É a ilusória
idéia de meritocracia, termo que engana porque dá idéia de qualidades
morais, quando na realidade trata de cargos públicos e poderio social,
destinado apenas aos da classe dominante.
Por que? Porque se as
oportunidades são diferentes, não há como ter formação igual, para dizer
que este sabe mais ou tem maior capacidade. De modo que a elite
continua sendo elite, defendendo-se com esses engodos. Tem o direito de
se defender? Claro! Mas a questão a se examinar é que o mérito não está
na moralidade e sim nos diplomas e títulos! Abramos os olhos!!!
Pobreza ou poucos recursos não é demérito, à luz do Espiritismo, porque
todos os Espíritos precisam aprender, pelas reencarnações diferenciadas,
a lidar com o muito e com o pouco; situações igualmente difíceis.
Quantas criaturas consideradas socialmente “inferiores”, mudaram o
mundo para melhor, com suas idéias e atuação? Quantas poderão melhorá-lo
no futuro, se não forem impedidas de crescimento e progresso, por leis
injustas e tendenciosas?
Se não gostamos da violência, ela não
está só nos que matam, roubam ou agridem física e verbalmente. Está
também – e da mesma forma não devemos gostar- nos impedimentos legais às
oportunidades iguais e nos cínicos programas de ensino, camuflados de
melhores, quando barram pessoas e diminuem oportunidades. Bem como,
está nas hipócritas desculpas esfarrapadas de necessidade e economia,
para cortar a continuidade de ações e leis defensoras dos progressos
reais, já conquistados pela sociedade, quanto a justiça social e ao
desenvolvimento das artes e da cultura livres.
A real necessidade
é que todos possam viver com liberdade de pensar e agir; estimulados à
honestidade e naturalidade, pois que valorizadas.
O Espiritismo
ensina que somos Espíritos individualizados, em evolução, com progresso
particularizado e com arbítrio. Deus nos dotou assim, mas há quem pense
ser mais que ele, pois segrega e impede os diferentes em cor, idéias,
comportamento ou posses.
Esses querem- veja que coisa feia e
ridícula!- no século XXI, que haja “castas”, que os seus sejam sempre
quem comanda e que os demais, os comandados, jamais ascencionem
socialmente.
Observe a presença da violência denunciada por
Gandhi, em si, ao seu derredor, em sua cidade e país. E vamos trabalhar,
para ir acabando com ela!
Autora: Cristina Sarraf
Nenhum comentário:
Postar um comentário