sábado, 29 de julho de 2017

AMBIENTE CASEIRO







A casa não é apenas um refúgio de madeira ou alvenaria, é o lar onde a união e o companheirismo se desenvolvem.
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A paisagem social da Terra se transformaria imediatamente para melhor se todos nós, quando na condição de espíritos encarnados, nos tratássemos, dentro de casa, pelo menos com a cortesia que dispensamos aos nossos amigos.
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Respeite a higiene, mas não transfigure a limpeza em assunto de obsessão.
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Enfeite o seu lar com os recursos da gentileza e do bom-humor.
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Colabore no trabalho caseiro, tanto quanto possível.
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Sem organização de horário e previsão de tarefas é impossível conservar a ordem e a tranquilidade dentro de casa.
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Recorde que você precisa tanto de seus parentes quanto seus parentes precisam de você.
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Os pequeninos sacrifícios em família formam a base da felicidade no lar.


(De “Sinal Verde”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz)

As expressões “Kardecismo” e/ou “kardecista” não devem ser desestimadas

É evidente que o termo espírita só é aquele preconizado por Kardec, sem hibridezes. Entretanto, as palavras “ kardecista" e / ou "kardecismo" seriam de uso censuráveis? Talvez sejam impróprias a utilização dessas palavras, no entanto jamais serão impróprias. Além disso, entendemos que há algumas ponderações plausíveis a serem expostas com relação ao assunto.





Primeiramente recorramos ao Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa [1] , nele encontraremos as definições: kardecismo - Doutrina religiosa de Allan Kardec; kardecista - pertencente ou relativo a Allan Kardec ou ao kardecismo - adepto do kardecismo. A Enciclopédia Universal define o seguinte: kardecismo - Doutrina de Allan Kardec, espiritismo - kardecista - aquele que adota as doutrinas de Allan Kardec - Relativo a kardecismo. [2]Estamos aqui fazendo referência a duas consagradíssimas fontes do saber.
Dizem que existe uma guimba de preconceitos a substituição dos termos espírita e Espiritismo pelos termos "kardecista" e "kardecismo" , visando que suas crenças não sejam confundidas com aquelas que, para tais, são "inferiores", portanto não querem ser identificados como feiticeiros ou macumbeiros. Mas vale aqui uma ponderação. Em quase todos os lugares que se pratica o mediunismo, alcunha-se de “espírita”.
Vejamos, existem instituições nomeadas como "centro ‘espírita’ caboclo beltrano", "tenda ‘espírita’ pai sicrano", "cabana ‘espírita’ vovô fulano", "centro ‘espírita’ tenda fraterna", "centro ‘espírita’ de umbanda cobra coral", "centro ‘espírita’ pai Joaquim” etc. Em tais instituições não há qualquer orientação espírita , portanto, precisariam substituir o nome ‘espírita’ por espiritualista.
Apesar das apropriações indébitas do termo ‘espírita’, conquanto sem cumplicidade, pois cada coisa deve estar em seu devido lugar. Os espíritas, respeitamos todas as seitas, cultos, religiões, valorizamos todos os esforços para a prática do bem, trabalhamos pela confraternização entre todos os homens, independentemente, de raça, cor, nacionalidade, crença ou nível cultural e social, e reconhecemos que, segundo Kardec, "o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza".[3]
Se o Espiritismo rejeita quaisquer cultos externos, é óbvio que não pode ser considerado espírita quem exercita cultos em “terreiros”, quem é adepto de magia “branca” ou “negra”, quem adota idolatria, conquanto se consideram espiritualistas. Com as lições de Allan Kardec, cuja literatura não poderá deixar de ser fonte básica do Espiritismo, devemos asseverar que o conceito ou o nome de espírita não podem ser aplicados aos seguidores de qualquer seita ou prática espiritualista, porém tão-somente aos estudiosos e praticantes que abarcaram a Doutrina dos Espíritos e por lógica já não se vinculam mais ao ritualismo nem aos preceitos e dogmas que estreitam a inteligência, petrificam a fé e fragmentam o bom senso.
É por essas e outras que o emblemático sincretismo religioso brasileiro tem remetido as pessoas a confundirem Espiritismo com ocultismo, esoterismo, teosofia, orientalismo, umbandismo, xamanismo, exorcismo, exoterismo, ubaldismo, ramatisismo e demais mistismos iguais ao roustanguismo febiano e outros análogos, em face disso é perfeitamente compreensível a defesa de alguns confrades para o uso do célebre: "sou kardecista" para se harmonizarem de forma racional às circunstâncias cabíveis.
Kardecismo ? Anos atrás, jamais admitiria essa hipótese, pois Espiritismo só existe UM. No entanto, e embora consciente de que o Espiritismo não foi obra de um homem, mas dos Espíritos Superiores, e que o mestre lionês, por isso mesmo, foi, apenas, o instrumento de que a espiritualidade maior se serviu para transmitir novas diretrizes de amor e paz à Humanidade, nada obsta que cheguemos ao fato concreto de que o sufixo "ismo", em seu pseudônimo, seja disseminado para designar o movimento religioso (Espiritismo) por ele codificado, ou seja, o termo Kardecismo distinguiria a doutrina por si só.
Como exemplo dessa ordem, podemos citar o Darwinismo, Platonismo, Socratismo, Luteralismo, Calvinismo etc., e quem nos garante que os métodos desses grandes vultos da História tenham sido particularíssimos, isto é, sem a inspiração de Espíritos Superiores? É óbvio que foram inspirados. Portanto, nada mais justo, oportuno e conveniente que estudemos essa possibilidade, "também", pois os espíritos superiores, por serem Superiores, representam a permanente tranquilidade interna ante as atitudes que promovam e dignifiquem o legítimo pensamento espírita.
Urge que se faça a distinção, pois não podemos admitir que a Doutrina Espírita caminhe com luzes na essência e obscurantismo na sua difusão e aplicação prática. É um fato real e digno de nossa atenção. Naturalmente a nossa presunção no texto não é modificar coisa alguma, mesmo porque, não detemos poder para tanto, porém reafirmamos (sem o fantasma da culpa) que o uso das expressões Kardecismo ou Kardecista não constitui um atentado contra a Doutrina dos Espíritos, por isso mesmo não deve ser motivo de censuras, análises severas ou indignação, pois esses vocábulos estão, perfeita e intrinsecamente, associados ao termo Espiritismo.

Jorge Hessen

Referências bibliográficas:

[1] Ferreira, Aurelio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, SP: Ed Positivo, 2010
[2] Enciclopédia Universal. São Paulo: Editora Pedagógica Brasileira LTDA, 1969
[3] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XVII, Item 3, RJ: Ed. FEB, 2001

Ciúmes é uma doença?

Divaldo Franco responde





Ciúme é motivo de separação, de divórcio e de muita briga entre os casais. Isso é normal ou é uma doença?

Divaldo Franco:
Somente através do amor, curamos o ciúme. As pessoas costumam dizer: “Em todo amor, sempre há um pouco de ciúme!” É lindo, mas não é verdadeiro. Ciúme é um fenômeno psicológico de insegurança. Quando falta autoestima, a pessoa não acredita que alguém seja capaz de amá-la. Quando alguém a ama, ela duvida. E fica sempre com medo de perder, porque acha que não merece. A insegurança emocional gera o ciúme. Se estiver com uma pessoa mais bonita do que ela, se der mais atenção a outrem, logo pensa que a vai perder, porque não está em condições de ser amada por quem está ao seu lado. É um conflito de insegurança psicológica.
Quando alguém dispuser-se a amar, creia no amor, entregue-se-lhe. Se aparecer outro, que gere traição, o problema não é seu. Se ele – o outro indivíduo, homem ou mulher – o abandonar, pior para ele e não para você, porque aquele que abandona é que se faz infeliz, não o abandonado. Assim mesmo, continue amando. As pessoas de natureza instável, amadas ou não, assim continuarão, porque são doentes, portadoras de comportamentos mórbidos. Não são dignas de ser amadas, apesar disso, cumpre-nos amá-las. Viver com ciúme, vigiar, estar com os olhos para lá e para cá, torna-se um infortúnio, porque é sempre uma inquietação, aguardando alguns momentos de prazer. O amor legítimo confia. Quando não há essa tranquilidade, não é amor, mas desejo de posse, tormento. É um desvio de comportamento afetivo.
Toda vez que confiamos no outro, recebemos resposta equivalente, com as exceções compreensíveis. Toda vez que vigiamos o ser amado, na primeira brecha que lhe surge, quase sempre tomba no desvio... Isto porque ninguém pode amar vigiado, escravizado, perseguido, controlado. O amor é uma bênção, não um castigo, não uma forma de manipulação do outro.
Há um caso, um pouco engraçado, mas que ilustra essa situação. O homem, quando chegava ao escritório, telefonava para a esposa: "Bem, já cheguei..." Momentos após, novamente: "Meu bem, estou saindo para o lanche..." Mais tarde, outra vez: "Meu bem, estou voltando do lanche..." Por fim: "Agora estou voltando para casa".
A esposa, que era muito ciumenta, retribuía: "Estou de saída para as compras... Eu voltei das compras..."
Esse era um casal profundamente infeliz. Mas ele morreu. No velório entraram uma senhora e uma criança, que se debruçaram sobre o caixão e choraram demoradamente.
A viúva, sensibilizada, perguntou a razão do seu pranto, sendo esclarecida que a criança era filha do desencarnado, que mantinha um romance com ela...
Surpreendida demasiadamente, perguntou com angústia:
? Quando ele a visitava?!
E a resposta foi imediata: "Na hora do lanche".
Ninguém vigia os sentimentos dos outros. Os sentimentos devem ser honrados com a confiança. Se o outro a deslustra, torna-se-lhe um problema. Daí, o ciúme ser insegurança. Pratique sua autoestima quando for amado por alguém. Todos nós temos conflitos e inseguranças, posto que ainda somos humanos.
Quando algum confrade chega até mim e diz-me, por exemplo: “Eu estava doente e fiquei bom, mas não mereço”. Eu respondo: “Merece, sem dúvida”. Se a pessoa insiste em afirmar que não é credora desse merecimento em aparente humildade, sou constrangido a informar: "Se você recebeu essa concessão do Senhor e não a merece, Ele está sendo injusto em relação aos demais enfermos!".
Nessa recuperação Deus está-lhe proporcionando uma chance, está lhe concedendo misericórdia.
Eu, quando experimento qualquer bênção, sempre digo: "Graças a Deus! Eu já mereço a compaixão dos Céus". E esforço-me para corresponder com o possível ao meu alcance.
Devemos ter senso para medir nossos valores. Eu não espero que uma pessoa me diga que eu estou bem para ficar bem. Eu estou bem porque me sinto em harmonia.
Algumas pessoas são capazes de fazer observações negativas que nos podem influenciar. Nesses casos, a atitude só pode ser a mesma: buscar a autoestima.
Se alguém me diz: "Estou achando-o muito mal", eu respondo com delicadeza: "É, você está achando, mas não estou assim. Encontro-me muito bem!”.
Não nos deixemos conduzir com as opiniões diversificadas das demais pessoas. É indispensável alcançar a autoconsciência. Então, mantenhamos a autoestima. Esse comportamento é salutar, agradável.
Por outro lado, evite aceitar a falsa compaixão, quando alguém lhe disser: "Coitado!".
Desperte sempre amor, e não compaixão. Para o ciúme, portanto, o melhor medicamento é amar mais e sempre.
Desde já, mudemos a nossa paisagem interna da mesquinhez para adquirirmos esse estado de plenitude chamado confiança.

Fonte: Texto do livro Divaldo Franco Reponde Vol. 2.

A Amizade - Joana de Ângelis

A Amizade - Joana de Ângelis





A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.
A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.
Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.
Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!
O egoísmo afasta as pessoas e as isola.
A amizade as aproxima e irmana.
O medo agride as almas e infelicita.
A amizade apazigua e alegra os indivíduos.
A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.
Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.
Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.
Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.
Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.
Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.
Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.
Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.
A amizade é fácil de ser vitalizada.
Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.
Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.
Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.
A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.

Fonte: Joanna de Ângelis
Divaldo Pereira Franco

As difíceis opções de Paulo de Tarso

Antonio Cesar Perri de Carvalho






Na monumental obra Paulo e Estêvão, psicografada por Francisco Cândido Xavier, o autor espiritual Emmanuel aprofunda os registros de Atos e das Epístolas de Paulo detalhando as lutas e humilhações do doutor Saulo de Tarso, autoridade na Lei Moisaica perante seu povo.
Paulo renunciou às suas prerrogativas de doutor da Lei ao iniciar seu processo de transformação no Apóstolo do Cristo e foi submetido pelos seus antigos pares e até por seguidores do Cristo, a constrangimentos e dificuldades acerbas.
As posições de Paulo eram claras e continuadamente registrava em suas Epístolas a sua não aceitação da Lei de Moisés e de se antepor aos chamados legalistas. O ex doutor da Lei se insurgia contra as regras e normas típicas de sua antiga religião tradicional. (1)
Emmanuel explicita o impacto sofrido pelo ex doutor da Lei ao retornar à Casa do Caminho: “[...] torturado pela influência judaizante. Tiago dava a impressão de reingresso, na maioria dos ouvintes, nos regulamentos farisaicos. Suas preleções fugiam ao padrão de liberdade e do amor em Jesus Cristo.” (2)
O acadêmico e pároco anglicano Wright é autor de profundos estudos sobre Paulo e opina que a ação do Apóstolo tem “uma dimensão política, entrelaçada num tecido único da teologia e de sua vida”, porém destaca que a história vivida e narrada por Paulo “é uma história de amor e não de poder.” Wright pondera que, na atualidade, Paulo “pode muito bem vir a ser outra vez uma questão não tanto de compreensão, mas de coragem.” (3)
Na literatura espírita, há registros notáveis de Herculano Pires sobre o apóstolo Paulo e que estão relacionadas com as análises do espírito Emmanuel e do pesquisador Wright. Notadamente relacionados com os dilemas e a transição na complexidade vivida por Paulo, imerso em três contextos, ou seja, a tradição do judaísmo, a cultura grega e o domínio e a legislação romana:
“Paulo, que exemplifica o drama da transição da consciência judaica para a cristã, adverte que Deus não deseja cultos externos, semelhantes aos dedicados às divindades pagãs, mas "um culto racional", em que o sacrifício não será mais de plantas ou animais, mas da animalidade, ou seja, do ego inferior do homem.” (4)
"Ele libertava a religião da política e do negócio. Para ele, a religião tinha que ser vivida em si mesma e vivida com toda a independência moral". (5)
A propósito de trecho de Atos sobre “muitos milagres e prodígios entre o povo pelas mãos dos apóstolos”, Herculano Pires aponta que ali se encontra "uma das mais belas confirmações evangélicas da realidade e da verdade do Espiritismo e das suas práticas como continuação do cristianismo em espírito e verdade aqui na terra." (5)
Entendemos que o exemplo de vida e as difíceis opções de Paulo rumo ao “alvo” – “Prossigo para o alvo...” (Filipenses, 3.14), e as Epístolas de Paulo, abstraindo-se algumas discussões do contexto da época, devem merecer o estudo dos espíritas.
Destacamos que na chamada série “Fonte Viva” e demais livros em que Emmanuel comenta versículos do Novo Testamento, de um total de cerca de 1.300 capítulos, mais de um terço dos capítulos se referem a citações de Paulo.


Bibliografia:


1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Epístolas de Paulo à luz do espiritismo. 1. ed. Matão: O Clarim. 2016.
2) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Paulo e Estêvão. Ed.esp. 2a Parte, Cap. 3. Brasília: FEB. 2012.
3) Wright, Nicolas Thomas. Trad. Soares, Joshua de Bragança. Paulo. Novas perspectivas. São Paulo: Edições Loyola, 2009.
4) Pires, José Herculano. O espírito e o tempo. 1ª parte, Cap.II. São Paulo: Ed. Pensamento. 1964.
5) Pires, José Herculano. Org. Arribas, Célia. O evangelho de Jesus em espírito e verdade. 1.ed. Cap. 15. São Paulo: Editora Paidéia. 2016.

(Ex-presidente da USE-SP e da FEB)

Mensagem do espírito Aniceto sobre o respeito que devemos ter para com a vida em geral, para com a Natureza.

Aniceto, mergulhando o olhar no Sagrado Livro, leu em voz alta os versículos 19, 20 e 21 do capítulo 8,
da Epístola aos Romanos:





Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Em seguida, refletiu alguns instantes e comentou, com evidente inspiração: –
“Irmãos, recebamos a bênção do campo, louvando o Amor e a Sabedoria de Nosso Pai!
“Exaltemos o Soberano Espírito de Vida, que sopra em nós a força eterna da incessante renovação! “Ponderemos a palavra do Apóstolo da Gentilidade, para extrair-­lhe o conteúdo divino!... Há milênios a Natureza espera a
compreensão dos homens. Não se tem alimentado tão somente de esperança, mas vive em ardente expectação, aguardando o entendimento e o auxílio dos Espíritos encarnados na Terra, mais propriamente considerados filhos de Deus.
Entretanto, as forças naturais continuam sofrendo a opressão de todas as vaidades humanas. Isto, porém, ocorre, meus amigos, porque também o Senhor tem esperança na libertação dos seres escravizados na Crosta,
para que se verifique igualmente a liberdade na glória do homem.
Conheço-vos de perto os sacrifícios, abnegados trabalhadores
espirituais do solo terrestre! Muitos de vós aqui permaneceis, como em múltiplas regiões do
planeta, ajudando a companheiros encarnados, acorrentados às ilusões da ganância de ordem material.
Quantas vezes, vosso auxílio é convertido em baixas
explorações no campo dos negócios terrestres?
A maioria dos cultivadores da terra tudo exige sem nada oferecer. “Enquanto zelais, cuidadosamente, pela manutenção das bases da vida, tendes visto a civilização funcionando qual vigorosa máquina de triturar, convertendo­se os homens, nossos irmãos, em pequenos Moloques de pão,
carne e vinho, absolutamente mergulhados na viciação dos
sentimentos e nos excessos da alimentação, despreocupados do imenso débito para com a Natureza amorável e generosa.
Eles oprimem as criaturas inferiores, ferem as forças benfeitoras da vida, são ingratos para com as fontes do bem, atendem às indústrias ruralistas, mais pela vaidade e ambição de ganhar, que lhes são próprias, que pelo espírito de amor e utilidade, mas também não passam de infelizes servos das paixões desvairadas. Traçam programas de riqueza mentirosa, que lhes constituem a ruína; escrevem tratados de política econômica, que redundam em guerra destruidora; desenvolvem o comércio do ganho indébito, colhendo as complicações internacionais que dão curso à miséria; dominam os mais fracos e os exploram,
acordando, porém, mais tarde, entre os monstros do ódio!
“É para eles, nossos semelhantes encarnados na Crosta, que devemos voltar igualmente os olhos, com espírito de tolerância e fraternidade. Ajudemo­-los ainda, agora e sempre!
Não esqueçamos que o Senhor está esperando pelo futuro
deles!
Escutemos os gemidos da criação, pedindo a luz do raciocínio humano, mas não olvidemos, também, a lágrima desses escravos da corrupção, em cujas fileiras permanecíamos até ontem, auxiliando-os a
despertar a consciência divina para a vida eterna!
Ainda que rodeiem o campo de vaidades e insolências,
auxiliemo-­los ainda.
O Senhor reserva acréscimos sublimes de valores evolutivos aos seres sacrificados.
Não olvidará Ele a árvore útil, o animal exterminado, o ser humilde que se consumiu em benefício de outro ser!
Cooperemos, por nossa vez, no despertar dos homens, nossos irmãos, relativamente ao nosso débito para com a Natureza maternal. Sempre, ao voltarmos à Crosta, envolvendo-­nos em fluidos do círculo carnal, levamos muito longe a aquisição de nitrogênio.
“Convertemos em tragédia mundial o que poderia constituir a procura serena e edificante.
“Como sabemos, organismo algum poderá viver na Terra sem essa substância e, embora se locomova, no oceano de
nitrogênio, respirando-­o na média de mil litros por dia, não pode o homem, como nenhum ser vivo do planeta, apropriar­se do nitrogênio do ar.
Por enquanto, não permite o Senhor a criação de células nos organismos viventes do nosso mundo, que procedam à absorção espontânea desse elemento de importância primordial na manutenção da vida, como acontece ao oxigênio comum. Somente as plantas, infatigáveis operárias do orbe, conseguem retirá­lo do solo,
fixando-­o para o entretenimento da vida noutros seres.
Cada grão de trigo é uma bênção nitrogenada para sustento das criaturas, cada fruto da terra é uma bolsa de açúcar e albumina, repleta do nitrogênio indispensável ao equilíbrio orgânico dos seres vivos.
“Todas as indústrias agropecuárias não representam, na
essência, senão a procura organizada e metódica do precioso elemento da vida. Se o homem conseguisse fixar
dez gramas, aproximadamente, dos mil litros de nitrogênio
que respira diariamente, a Crosta estaria transformada no paraíso verdadeiramente espiritual.
Mas, se muito nos dá o Senhor, é razoável que exija a
colaboração do nosso esforço na construção da nossa própria
felicidade.
Mesmo em “Nosso Lar”, ainda estamos distantes da grande conquista do alimento espontâneo pelas forças atmosféricas, em caráter absoluto.
E o homem, meus amigos, transforma a procura de nitrogênio em movimento de paixões desvairadas, ferindo e sendo ferido, ofendendo e sendo ofendido, escravizando e tornando­-se cativo, segregado em densas trevas!
Ajudemo­-lo a compreender, para que se organize uma era nova. Auxiliemo-­lo a amar a terra, antes de explorá-la no
sentido inferior, a valer­-se da cooperação dos animais,
sem os recursos do extermínio!
Nessa época, o matadouro será convertido em local de cooperação, onde o homem atenderá aos seres inferiores e onde estes atenderão às necessidades do homem, e as
árvores úteis viverão em meio do respeito que lhes é devido.
Nesse tempo sublime, a indústria glorificará o bem e,
sentindo­nos o entendimento, a boa vontade e a veneração às
leis divinas, permitir­nos-­á o Senhor, pelo menos em parte,
a solução do problema técnico de fixação do nitrogênio da
atmosfera.
Ensinemos aos nossos irmãos que a vida não é um roubo incessante, em que a planta lesa o solo, o animal
extermina a planta e o homem assassina o animal, mas um
movimento de permuta divina, de cooperação generosa, que nunca perturbaremos sem grave dano à
própria condição de criaturas responsáveis e evolutivas!
Não condenemos! Auxiliemos sempre!”


Fonte - Os Mensageiros (psicografia Chico Xavier - espírito André Luiz) trecho do Cap.42 "Evangelho no ambiente rural"\l "

Ser feliz

Ser feliz




Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Ser feliz não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si e ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz, é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, curtir os pais! É ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar: “Eu errei”. É ter ousadia para dizer: “Me perdoe!” É ter sensibilidade para expressar: “Eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “Eu te amo”.
E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo. Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida. E descobrirá que... Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

 Augusto Cury

sábado, 22 de julho de 2017

TÓPICOS DAS DIFICULDADES REDENTORAS - Espírito Bezerra de Menezes






I Somos de parecer que todos nós devemos prosseguir em nossos estudos, preparando a melhoria do campo de ação funcional, pois, embora o sacrifício que nos custa semelhante preparo, tais serviços de ordem intelectual representam uma fuga e um descanso de nós mesmos, porquanto, há casos, em que o aumento da atividade é o meio de repousar o cérebro quanto aos choques mais íntimos, determinantes de maiores cansaços.
II O caminho é esse mesmo – lutas por vencer e dificuldades como preço da redenção. Guardemos, pois, a nossa fé, certos de que as mãos de Jesus estão sobre as nossas. Confiemos sempre!
III Embora o coração se nos desfaça no peito, como taça de lágrimas, nas dolorosas circunstâncias em que a renúncia e o nosso carinho são colocados à prova, não esmoreçamos em nossa fé. Continuemos amorosos e abnegados, ajudando e amando, porque a mão do Senhor é o nosso apoio na dor e na alegria, na paz e na tempestade.
IV Estamos na atualidade terrena como quem se desvencilha da sombra noturna para clarear o coração na luz de novo dia. Imprescindível conservarmos a fé viva em Jesus por lâmpada acesa e prosseguirmos adiante.
V Com relação às nossas dificuldades redentoras, continuemos na aceitação das circunstâncias difíceis, em que presentemente nos achamos, na certeza de que, seguindo as Suas próprias palavras na Revelação Divina, Ele, nosso Amando Jesus, continuará caminhando conosco, em nosso jornadear para a Vida Imperecível. Confiemos Nele, o Senhor, hoje e sempre.
VI Deixemos que a serenidade nos garanta a calma precisa. Nossos corações nunca estão desamparados. Reanimemo-nos pela segurança de nossa fé viva.
Conservemo-nos firmes no otimismo, amparando a cada um dos nossos, segundo as suas necessidades.
VII Na estrada redentora, seremos sempre assistidos espiritualmente. Jesus nunca falha! Busquemos o Senhor, em nossas dificuldades, para que o Seu pensamento em nosso pensamento nos ampare as soluções. Confiemos!
VIII No círculo do nossas lutas redentoras, continuemos oferecendo o melhor de nós mesmos para que o melhor se faça no auxílio aos que amamos. A dor é a nossa bênção na luta que é sempre nossa escola. Confiemos em Jesus, e esperemos por Ele, o nosso Divino Mestre, sempre e sempre.
IX Confiemos na Proteção Divina e esperemos a manifestação da assistência do Alto pelos canais competentes, por onde transitam os assuntos que se referem à nossa luta redentora. Dentro de nossos recursos, tudo devemos fazer no sentido de recuperar a tranqüilidade de que necessitamos para o desempenho de nossas tarefas. Jesus nos fortaleça e abençoe!
X Na Redenção Edificante em que se encontram, nossos irmãos permanecem amparados por diversos amigos da espiritualidade, esperando nós que a fé prossiga brilhando como luz nas sombras, na certeza de que as nossas esperanças e abnegações encontrarão com Jesus a vitória almejada.
XI A luta prossegue, entretanto, a Misericórdia Divina é sempre maior!

Fonte - Apelos Cristãos , psicografia Chico Xavier, ditado por Bezerra de Menezes

CARIDADE COMEÇA NO LAR

CARIDADE COMEÇA NO LAR





Disse André Luiz: "Honre a caridade em sua própria casa, ajudando, em primeiro lugar, aos seus próprios familiares, através do rigoroso desempenho de suas obrigações, para que você esteja realmente habilitado a servir ao Mundo e à Humanidade, hoje e sempre."
Não adianta fazer sopa na casa religiosa se não lavamos um copo para ajudar no serviço da nossa casa. Não adianta ser gentil com os irmãos de fé se somos grosseiros e mal educados no trato com nossos familiares. Não adianta arrecadarmos alimentos aos necessitados se não pensamos nas necessidades dos nossos parentes. Pensemos nisso!
Texto de Rudymara
Grupo de Estudo Allan kardec

Tudo Passa...

Tudo Passa...





Nenhum estado ou situação, por pior que seja, perdura para sempre. A vida é feita de momentos que se manifestam em doses homeopáticas de tempo, proporcionando as experiências necessárias ao aprimoramento, quer no campo individual ou coletivo.
Vivemos em constante mutação num processo de crescimento constante e infinito, em um sagrado religamento com o Criador de todas as coisas.
Muita paz!
Geraldo Esteves Sobrinho

Mudança interior








O notável educador francês Hippolyte L. D. Rivail, utilizando-se do pseudônimo Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, referindo-se à formação do caráter humano, diz que “educação é o conjunto dos hábitos adquiridos”. (1)
A Educação é, portanto, o mecanismo que possibilita a obtenção de novos hábitos e, por isso, é a base do desenvolvimento humano, e ao se observar a História percebe-se facilmente que os valores morais se modificam de acordo com a época, e pelos valores atuais modificações ainda são necessárias, e por isso solicitadas direta e indiretamente, individual e coletivamente.
Sob esse aspecto vivemos em um processo chamado de Devir que “é um conceito filosófico que significa as mudanças pelas quais passam as coisas. O conceito de “se tornar” nasceu no leste da Grécia antiga pelo filósofo Heráclito de Éfeso que no século VI a.C., disse que nada neste mundo é permanente, exceto a mudança e a transformação”. (2)
No entanto, ainda nos deparamos com indivíduos, quando não nós mesmos, indiferentes a essa necessidade básica, a de se modificar para melhor, permanecendo estacionados em relação ao processo de desenvolvimento individual e social, o que evidencia que a consciência humana apresenta níveis de entendimento diversos ao número de seres humanos viventes no Planeta.
Por cobrança ou imposição, externa ou interna, a mudança comportamental sempre precisará ser implantada, para que se mantenha em consonância com seu tempo, evitando-se contrariedades e sofrimento, para si e para outrem, como também predispondo o homem para novos desafios e conquistas.
Mas, assim como temos em nossa natureza a facilidade de julgar o comportamento alheio, e a de solicitar mudanças comportamentais dos outros, não temos a mesma facilidade para enxergarmos e aceitarmos a necessidade de mudarmos dos nossos pontos de vista e hábitos.
Mas, por onde começa a mudança?
Apelando uma vez mais a filosofia grega, encontraremos uma orientação imprescindível para se iniciar o processo de mudança:
“Conhece a ti mesmo”.
Esse aforismo é atribuído a Tales de Mileto, o primeiro filósofo ocidental, e estava inscrito em portal do Templo de Delfos, tendo sido utilizado por Sócrates em sua prática filosófica, que influenciou todo o pensamento ocidental.
Voltando ao educador Allan Kardec, ainda em O Livro dos Espíritos, encontramos uma coincidência à filosofia grega em seu questionamento (3) aos Benfeitores Espirituais encarregados de nos esclarecer espiritualmente:
“Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal?
– Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.
Desejando maiores esclarecimentos, Allan Kardec insiste no assunto com o Espírito Santo Agostinho (4):
“Concebemos toda sabedoria desse ensinamento, mas a dificuldade está precisamente em conhecer-se a si mesmo; qual é o meio de conseguir isso?
– Fazei o que eu fazia quando estava na Terra: no fim do dia, interrogava minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava se não havia faltado com o dever, se ninguém tinha do que se queixar de mim. Foi assim que consegui me conhecer e ver o que havia de ser reformado em mim. Aquele que, a cada noite, se lembrasse de todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bom ou de mau, orando a Deus e ao seu anjo de guarda para esclarecê-lo, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar porque, acreditai em mim, Deus o assistiria. Interrogai-vos sobre essas questões e perguntai o que fizestes e com que objetivo agistes em determinada circunstância, se fizestes qualquer coisa que censuraríeis em outras pessoas, se fizestes uma ação que não ousaríeis confessar. …O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual… Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai-vos como a qualificaríeis se fosse feita por outra pessoa; se a censurais nos outros, não poderá ser mais legítima em vós… Que aquele que tem a vontade séria de se melhorar sonde sua consciência, a fim de arrancar de si as más tendências, como arranca as más ervas de seu jardim. Que faça o balanço de sua jornada moral, como o mercador faz a de suas perdas e lucros, e eu vos asseguro que isso resultará em seu benefício. Se puder dizer a si mesmo que seu dia foi bom, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida”.
O que o Benfeitor está a orientar é que identifiquemos nossos valores e tendências comportamentais a partir do resultado de nossas ações nos muitos deslizes que ainda cometemos e, para isso, é preciso coragem e determinação, para então implantarmos, refletidos e repetidos sistematicamente, novos hábitos que resultarão em patamares mais altos de ética e moral.
Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

DESCONTENTAMENTO - Por DIVALDO FRANCO

Vivemos, sem dúvida, um período profundamente perturbador sob muitos aspectos considerados, especialmente nas áreas da economia e do comportamento.



 As dificuldades estão presentes nos países ricos como nos em desenvolvimento, nos quais as criaturas sentem o aturdimento da hora grave que experienciam. Nada obstante, são muitos os bens que se encontram à disposição da criatura humana, graças à evolução da ciência e da tecnologia. Enfermidades terríveis têm encontrado tratamentos adequados, que nem sempre são conseguidos por todos os pacientes, recursos de higiene e orientações para a saúde multiplicam-se, facilidade nas comunicações, na movimentação, ampliam-se a cada instante e mil outras bênçãos.
Apesar disso, defrontamos a multidão dos desalentados ou descontentes. Para esses indivíduos com problemas de comportamento psicológico, tudo está mal, não vale a pena viver, as pessoas são hipócritas e más, desfilando amarguras e pessimismo. Vivem com o semblante carrancudo, com o humor péssimo, quando não agressivos, insolentes e desagradáveis. Este é o século das glórias do pensamento e das misérias morais. Mas é natural, porque neste momento opera-se a grande transformação do planeta de mundo de provas e de expiação para o mundo de regeneração. Se observarmos na História, constataremos períodos de grandeza seguidos pelos de decadência. Conquistas extraordinárias assinalam uma época, dando lugar a situações asselvajadas com guerras de genocídio e de ódio irracionais.
Cabe-nos, a todos nós, modificar a situação lamentável, mediante a nossa transformação moral para melhor, vivendo dentro de padrões de dignidade, de respeito à vida, à cidadania, a todos e a tudo. Viver com alegria e esperança, contribuindo em favor do bem geral, é a melhor opção deste momento. Não é necessário que nos tornemos célebres ou líderes, autoridades ou pessoas de destaque na comunidade, mas bastar-nos-á o cumprimento dos deveres que nos dizem respeito.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 16-07-2015.


terça-feira, 18 de julho de 2017

QUAL A MAIS MERITÓRIA DE TODAS AS VIRTUDES?

“Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”
(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos - Item 893)

Irradiaçāo fraterna

Quando mentalizamos a pessoa a quem estamos dirigindo energias no bem, estamos efetivando uma assistência espiritual à distância, isto cria um “endereço vibratório”, através do qual os espíritos fazem a localização do paciente. Como já é de se esperar, é necessário que o paciente esteja favorável ao recebimento das energias e disposto a melhorar-se espiritualmente, pois só assim o recurso chegará. E é importante saber que a irradiação, como nada na Doutrina Espírita, faz milagres, logo, é apenas uma assistência temporária, um socorro, que de nada adiantará se a pessoa mesmo não promover sua melhora espiritual.
Revista Cristā de Espiritismo.
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Intersexualidade, o ser humano não se reduz à morfologia de “macho” ou “fêmea”

Em 2012, Zainab, uma parteira queniana, fez o parto de uma criança intersexual (que possui órgãos genitais masculinos e femininos).





 Quando a mãe viu que o sexo do bebê não estava definido, ficou surpresa. O marido pediu para que Zanaide matasse o bebê, mas Zanaide pegou a criança para si e cuidou do bebê, embora sob riscos, pois na comunidade que reside, assim como em outras no Quênia, um bebê intersexual é visto como mau presságio, que traz maldição para a família e até para os vizinhos. [1]
A Intersexualidade, em seres humanos, é alguma alteração de caracteres sexuais, incluindo cromossomos, gônadas e / ou órgãos genitais que dificultam a identificação de um indivíduo como inteiramente feminino ou masculino. Essa variação pode envolver ambiguidade genital, combinações de fatores genéticos e aparência e variações cromossômicas sexuais diferentes de XX para mulher e XY para homem. Pode incluir outras características de dimorfismo sexual como aspecto da face, voz, membros, pelos e formato de partes do corpo. [2]
Georgina Adhiambo, diretora-executiva da ONG Voices of Women, que trabalha para reduzir o estigma contra pessoas intersexuais no Quênia, disse que o assunto ainda é um tabu. Atualmente as opções de tratamento dos intersexuais variam muito. Alguns pacientes não precisam de cuidados, enquanto outros podem precisar de remédios ou terapia hormonal. Há ainda aqueles que precisam de cirurgia - opção que costuma ser protelada até a puberdade, para que a própria criança possa escolher seu sexo.
A palavra intersexual é preferível ao termo hermafrodita, já bastante estigmatizado, precisamente porque hermafrodita se referia apenas a questão dos genitais visíveis. Alguns intersexuais podem ser considerados como transgêneros. Porém, tanto a intersexualidade quanto a transexualidade são temas polêmicos, e menos discutidos do que deveriam. Talvez por isso não se compreenda exatamente do que se trata, e essa condição seja motivo de tantos casos de preconceito.
Ademais, sobre o tema, uma pessoa pode ser cisgênero ou transgênero. O cisgênero se identifica com o gênero correspondente ao sexo biológico, ou seja, se possui órgão sexual feminino é uma menina, se possui órgão sexual masculino é um menino. É o que todo mundo considera regra. Já o transgênero é a pessoa que contesta essa regra, que não tem seu gênero definido pelo sexo biológico. Muitas vezes o transexual se identifica com o gênero oposto ao sexo com que nasceu. Podemos dizer que o transexual é transgênero, mas nem todo transgênero é transexual.
Um estudo realizado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicado pela revista Psychological Science, concluiu que as crianças transgênero começam a reivindicar um gênero diferente, ao mesmo tempo que as crianças cisgênero se identificam com o gênero correspondente ao sexo biológico, por volta dos 2 anos. É como se a criança olhasse no espelho e não se reconhecesse. É uma expectativa constante de que ela vá acordar no corpo certo.
Independentemente das demarcações e definições controvérsias, a sociedade dará sinais de avanço quando compreender a neutralidade de gênero e que o ser humano não se reduz à morfologia de “macho” ou “fêmea”.
Ainda sobre a “transexualidade”, por exemplo, Emmanuel adverte que “encontramo-nos diante de um fenômeno perfeitamente compreensível à luz da reencarnação. Inobstante as características morfológicas, o Espírito reencarnado, em trânsito no corpo físico, é essencialmente superior ao simples gênero masculino ou feminino.” [3]
O mentor de Chico Xavier ainda acrescenta que “aprenderemos, gradualmente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade em si exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência.” [4]
Além disso, aprendemos com o autor de “Há dois mil anos”, “que é urgente amparo educativo adequado [aos sexuais e morfologicamente diferentes], tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual”. [5] E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna “os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.” [6]

Jorge Hessen

Referências bibliográficas:
[1]Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/internacional-39852313 , acessado em 14/07/2017
[2]Money, John; Ehrhardt, Anke A. (1972). Man & Woman Boy & Girl. Differentiation and dimorphism of gender identity from conception to maturity. USA: The Johns Hopkins University Press. ISBN 0-8018-1405-7.
[3]XAVIER, Francisco Cândido. Vida e Sexo, RJ: Ed. FEB, 1977
[4]idem
[5]idem
[6]idem

sábado, 15 de julho de 2017

A fé precisa de obras... Você tem fé???

Você tem fé? Você acredita no poder da mente? Você sabe o que é a fé, mas talvez não tenha um conceito muito bem definido. Para poupar trabalho, eu fico com a definição do Mestre, que nos ensina que a fé é crer firmemente na realização da sua palavra. Mas a fé precisa de obras.




O engraçado é que as coisas mais simples podem se tornar as mais complicadas. Somos céticos por natureza, nos confundimos com a matéria, esquecidos de nossa realidade de espírito imortal.
Tudo o que é criado existe antes em pensamento. Um edifício, um bolo, o computador, você. Tudo. O pensamento contém o Poder Criador de Deus. E o Poder Criador é exercido através da palavra. A palavra tem poder. Você alguma vez disse algo que magoou outra pessoa. Disse, não disse? Claro que sim, todo mundo já fez isso. Você se arrependeu depois. Se pudesse, apagava as palavras que disse. Mas as palavras não se apagam. As palavras criam.
Para crer não é necessário embasamento científico, não é importante que se investigue o mecanismo que põe em funcionamento o Poder Criador. É só crer… Parece fácil, né? Só que para crer é preciso que haja a adesão total da mente. Normalmente temos os pensamentos tão dispersos, a mente ocupada com tantas coisas ao mesmo tempo, que chegamos a duvidar do seu poder. Por que nos momentos de grande aflição e dificuldade as preces são mais fervorosas e surtem efeitos visíveis? Porque, por alguns instantes, conseguimos usar a mente de maneira integral. Por nosso estado de emoção conseguimos nos concentrar no objetivo.
O Mestre não disse que a fé remove montanhas? Será que ele estava de sacanagem? Claro que não, né? Essa fé que ele ensinou é a crença que não aceita dúvidas, que não aceita discussões internas, que acredita firmemente que é assim e pronto! Essa fé pressupõe o conhecimento do efeito, sem querer saber a causa. Não interessa a causa. O que importa é o efeito.
As pessoas conhecidas como “pessoas de sucesso” têm fé. Não me refiro a religião, mas à fé, pura e simples. Acreditam firmemente em si mesmas, controlam o processo criativo de pensamento, palavra e ação. Elas têm um mérito especial por isso? Talvez. Porque, como você está lembrado, a fé sem obras é fé morta. De que adianta exercer o domínio sobre os mecanismos da fé se suas obras não trazem proveito a ninguém?
Por isso somos constantemente impelidos a praticar o que sabemos, a praticar o que aprendemos. Qual o valor do conhecimento intelectual se aquilo que se sabe não é praticado? De que adianta decorar lindas passagens da literatura espírita se esse conhecimento não se transforma em sabedoria, se esse conhecimento não beneficia ninguém?
Não é pela crença em Deus que evoluímos. Não é pela religião que evoluímos. Não é pelo conhecimento, por si só, que evoluímos. A única maneira de evoluirmos é através de nossas obras. O único modo de consolidarmos a nossa reforma íntima é colocando em prática, nos nossos atos cotidianos, aquilo que aprendemos, aquilo em que acreditamos. O único caminho para o nosso progresso espiritual é o caminho da solidariedade para com aqueles que nos acompanham.
A caminhada é individual, cada um deve andar com suas próprias pernas, mas não seguimos sozinhos. Arrastamos e somos arrastados por companheiros de jornada. Exercite a sua fé. Ela existe. Pode estar em desuso, mas existe dentro de você. O Poder Criador também precisa ser exercitado para se desenvolver. Com tudo é assim. Com o aprendizado intelectual, com os músculos do corpo, tudo requer exercício e prática.
E não se esqueça de que a fé precisa de obras. Precisamos praticar o que vamos aprendendo. Eu estou tentando. E você?

Morel Felipe Wilkon

..Aprendendo Espiritismo Com "CHICO XAVIER". *

Com Chico Xavier, aprendi:-




01 - Que Espiritismo é Ciência,Filosofia e Religião,mas é muito mais Evangelho.
02 - Que conhecimento espírita sem reforma íntima não adianta.
03 - Que Doutrina Espírita,em essência,é Jesus para o povo.
04 - Que mediunidade deve ser,na mesma proporção,instrumento de esclarecimento e consolo.
05 - Que nós,espíritas,temos o dever de difundir a Doutrina,principalmente através do exemplo.
06 - Que carecemos de preservá-la de toda tendência elitista.
07 - Que pureza doutrinária não existirá sem pureza de intenções e atitudes,de uns para com outros.
08 - Que mesmo a Fé Raciocinada,sem Caridade,pode se transformar em intolerância.
09 - Que o mais insignificante encargo é mais importante que qualquer cargo.
10 - Que devemos nos acautelar contra o profissionalismo religioso,sob este ou aquele pretexto,em nossas fileiras.
*
*
11- Que,sendo dinâmico,no que tange à revelação da Verdade,o Espiritismo é uma doutrina sem dogmas.
12 - Que devemos respeitar o livre arbítrio de quem quer que seja,porquanto cada um responderá exclusivamente por suas obras.
13 - Que o Espiritismo não tem chefes encarnados,e o centro espírita não tem proprietários.
14 - Que os médiuns,quanto os espíritos que,de hábito,entram em contato conosco,não são infalíveis.
15 - Que toda crítica tedenciosa se anula por si mesma.
16 - Que o silêncio,aliado ao trabalho,é a melhor resposta aos nossos detratores.
17 - Que,sendo uma Doutrina que pugna pela liberdade de pensamento,não intenta calar a voz de ninguém,mesmo a daqueles que contra ela se levantam.
18 - Que não endossa nenhuma espécie de preconceito ou extremismo de opinião.
19 - Que "estudar e servir",nos devem ser dois verbos de diária conjugação.
*
*
"Enfeite o seu lar com os recursos da gentileza e do bom-humor."
André Luiz. 


Francisco Cândido Xavier.


Livro Sinal Verde.

EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO

Muitos ainda teimam em restringir a educação às escolas do mundo, mas “os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a Universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o Lar pode edificar o homem.” (Emmanuel)






A escola instrui, o Lar educa. As escolas cumprem uma parte importante da educação; no Lar, entretanto, enxergamos a escola do coração, onde os pais se tornam professores de seus filhos, onde exercitarão seu acervo moral, sendo convidados a desenvolver a união e o companheirismo, de estreitar os laços que os unem, pois é neste ambiente de convivência contínua, interdependência, na condição de pais, filhos, irmãos aprendem a conjugar o verbo AMAR.
Afinal, Jesus nos ensinou que as páginas de nosso destino são escritas diariamente com as letras de nossa conduta perante o Evangelho Divino ou perante as ilusões humanas.

Joamar Zanolini Nazareth
Grupo de Estudo Allan kardec

O Espírita no velório, cerimônia do “até já”,“até logo”, “nos veremos em breve”

Certa vez, um confrade segredou-me que não permitirá velórios no sepultamento de seus familiares mais próximos, porque é totalmente contra tal tradição mortuária. Não vê lógica doutrinária nesse tipo de cerimonial. Crê que após constatada a desencarnação, em no máximo algumas poucas horas, deveriam ser feitos os preparativos para o sepultamento, sem rituais religiosos.



Busquei esclarecê-lo de que velório ou “velação” não é necessariamente um ritual religioso”, portanto não está associado a religiões, até porque seu início dá-se quando a pessoa está doente e precisa de ser velada, cuidada, vigiada. Pois é! A origem da palavra velar que dá origem a velório vem do latim "vigilare", que dá significado de vigilância. E mais: o termo velar não se refere às "velas", flores, missas, cultos, mas (repito) ao verbo "velar" (de cuidar, zelar).
O dicionarista define o verbo velar como "ficar acordado ao lado de (alguém)", "ficar acordado durante (um tempo)" e ainda "manter-se de guarda, vigia" dentre outras definições. O termo tem uma conotação exata se de fato as pessoas que vão "velar" o falecido, realmente o fazem com atitude de zelo, vigília, respeito e de despedida do corpo que serviu ao espírito durante a experiência que se encerra.
É evidente que velar o defunto é atitude respeitável. No velório devemos orar respeitosamente ao amigo que se despoja do corpo físico, dirigindo-lhe por exemplo (como sugestão) a prece indicada por Allan Kardec contida no cap. XXVIII, item 59 do Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado “Pelos recém-falecidos”. [1] Protocolarmente ou não, no velório nos solidarizamos com os parentes e amigos do “morto”, auxiliando no que for preciso, seja ofertando um abraço fraterno ou apenas a presença serena, numa empatia repleta de misericórdia, na base da paciência e do estímulo, da consolação e do amor, como nos instrui Emmanuel. [2]
Em contrapartida, em muitos casos essa celebração se desviou, e muito, do sentido ético, pois acima das emoções justificáveis por parte dos parentes e amigos, ostenta-se um funeral por despesas excessivas com coroas de flores, santinhos, escapulários, velas que podem ser usados em doações a instituições assistenciais, conforme instrui André Luiz. Ouçamo-lo: Os espíritas devem dispensar, nos funerais, as honrarias materiais exageradas e as encenações, pois considerando que "nem todo Espírito se desliga prontamente do corpo", importa, porém, que lhe enviemos cargas mentais favoráveis de bênçãos e de paz, através da oração sincera, principalmente nos últimos momentos que antecedem ao enterramento ou à cremação. Oferenda de coroas e flores deve transformar-se "em donativos às instituições assistenciais, sem espírito sectário". [3]
Social, moral e espiritualmente, quando comparecemos a um velório exercemos abençoado dever de solidariedade, proporcionando consolação à família. Infelizmente, tendemos a fazê-lo por desencargo de consciência formal, com a presença física, ignorando o decoro espiritual, a exprimir-se no respeito pelo recinto e no esforço de auxiliar o desencarnado com pensamentos elevados.
Ora, o desencarnado precisa de vibrações de harmonia, que só se formam através da prece sincera e de ondas mentais positivas. Em o livro Conduta Espírita, o Espírito André Luiz mais uma vez adverte-nos para "procedermos corretamente nos velórios, calando anedotário e galhofa em torno da pessoa desencarnada, tanto quanto cochichos impróprios ao pé do corpo inerte. O recém-desencarnado pede, sem palavras, a caridade da prece ou do silêncio que o ajudem a refazer-se. “É importante expulsar de nós quaisquer conversações ociosas, tratos comerciais ou comentários impróprios nos enterros a que comparecermos". Até porque a "solenidade mortuária é ato de respeito e dignidade humana". [4]
Deploravelmente, poucos se dão ao cuidado de conversar baixinho, principalmente no momento da remoção do cadáver do recinto para a “catacumba”, quando se amontoam maior número de pessoas. Temos motivos de sobra para a moderação, cultivemos o silêncio, conversando, se necessário, em voz baixa, de forma edificante.
Podemos fazer referências ao finado com discrição, evitando pressioná-lo com lembranças e emoções passíveis de perturbá-lo, principalmente se forem trágicas as circunstâncias do seu falecimento. Oremos em seu benefício, porque “morre-se” como “se vive”. Se não conseguirmos manter semelhante comportamento, melhor será que nem compareçamos ou nos retiremos do ambiente, evitando alargar o estrepitoso coro de vozes e vibrações desrespeitosas que afligem o recém-desencarnado, até porque o “morrer” nem sempre é o “desencarnar”.

Referências bibliográficas:

[1] Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item 59, RJ: Ed. FEB, 1939
[2] Xavier, Francisco Cândido. Servidores no Além, SP: Editora – IDE, 1989
[3] Vieira, Waldo. Conduta Espírita, RJ: Ed FEB, 1999
[4] Idem

Jorge Hessen

“PASSE ESPÍRITA” OU "IMPOSIÇÃO DAS MÃOS" COMO FAZIA JESUS!







1 – USA-SE, COM FREQÜÊNCIA, NO MEIO ESPÍRITA, O TERMO “MÉDIUM PASSISTA”. TODO PASSISTA É MÉDIUM?

O passe magnético não é um ato mediúnico. Trata-se de uma transfusão de energia magnética, algo semelhante à transfusão de sangue. Não é preciso uma condição especial para doar sangue. Apenas que o doador seja saudável. O mesmo acontece com o passe. Qualquer pessoa pode aplicá-lo, desde que conheça a técnica e se submeta às disciplinas que lhe são inerentes.

2 – NÃO HÁ A INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS, NA APLICAÇÃO DO PASSE?

Eles colaboram, oferecendo algo de seu próprio magnetismo, que se casa ao do passista, mas não ocorre o transe que caracteriza a manifestação mediúnica.

3 – FALA-SE EM “MAGNETISMO ANIMAL” E “MAGNETISMO ESPIRITUAL”. QUAL A DIFERENÇA?

Magnetismo animal ou humano seria o do próprio passista. Magnetismo espiritual seria o dos Espíritos que colaboram no processo. Considera-se que o magnetismo animal seria mais apropriado para problemas físicos, envolvendo enfermidades diversas. Daí a convocação de companheiros de boa vontade, dispostos à doação, nesse serviço. O magnetismo espiritual seria dos Espíritos desencarnados, destinado a problemas psíquicos. Consideremos, entretanto, que o passista é um Espírito, reencarnado. Portanto, ao aplicar o passe, ele também fornece o magnetismo espiritual.

4 – JESUS ERA UM PASSISTA?

Sem dúvida. Tinha plena domínio sobre o assunto, e um potencial magnético inigualável. Daí os prodígios que operava. Ele afirmava que tudo o que fazia, poderemos fazer. Estamos longe de seus poderes, mas, com boa vontade, dedicação e pureza de sentimentos, estenderemos benefícios a muita gente.

5 – A EFICIÊNCIA DO PASSE MAGNÉTICO DEPENDE DA CAPACIDADE DO PASSISTA?

Depende muito mais da receptividade do paciente. Na câmara de passes, onde é feita a aplicação de magnetismo, há um ambiente vibratório coletivo, formado pela contribuição de todos os passistas. Não há, portanto, por que imaginar que este ou aquele colaborador é mais eficiente. O fator preponderante é a postura do paciente, sua fé e o empenho de renovação.

6 – ISSO TAMBÉM ACONTECIA COM JESUS?

O Mestre deixou isso bem claro, em duas expressões que usava com freqüência. A primeira: “tua fé te salvou”. Nem todos eram curados. Havia uma condição essencial: a fé, a certeza de que haveria o benefício da cura. Não se tratava de premiar os fervorosos, mas, apenas atender aos imperativos da sintonia. Quem acreditava, sintonizava com Jesus e podia ser beneficiado. A outra expressão: “vai e não peques mais, para que não te suceda pior”, significa que os nossos males estão subordinados ao comportamento. Portanto, é preciso que estejamos dispostos a mudar, superando nossas mazelas. Caso contrário, eles sempre recrudescerão.

7 – O PASSE MAGNÉTICO SERIA, ENTÃO, UM TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE?

Exatamente. Cuida dos efeitos. As causas de nossos males somente nós poderemos remover, com a famosa reforma íntima, à luz dos princípios de Jesus. É por essa razão que a aplicação de passes, no Centro Espírita, deve ser sempre precedida de palestras doutrinárias, oferecendo às pessoas que procuram o benefício desse abençoado serviço os esclarecimentos necessários..

8 – E SE A PESSOA TEM MUITA FÉ, ACREDITA NO PASSE, MAS NÃO ESTÁ DISPOSTA À RENOVAÇÃO?

Com o tempo o passe deixará de surtir efeito. André Luiz diz que os mentores espirituais são condescendentes. Ajudam por dez vezes, quando nos submetemos ao tratamento magnético, aliviando nossos padecimentos. Depois disso, se continuamos acomodados, suspendem o amparo e deixam a Dor usar de seus rigores para nos convencer de que é preciso mudar.
Livro Mediunidade, Tudo o que você precisa saber.

Richard Simonetti

O CENTRO ESPÍRITA NA VISÃO DE CHICO XAVIER

Os Centros Espíritas devem ser locais de oração, trabalho e estudo.




Conhecer o Espiritismo é de fundamental importância, mas, segundo Emmanuel me tem ensinado, esse conhecimento necessita ser traduzido na prática, a começar pelo entendimento entre os companheiros que constituem a equipe de cooperadores da casa. O fenômeno em um tempo de orientação kardecista deve ser acessório e, nunca, sem dúvida, atividade especial.
Para mim, centro espírita tinha que abrir todo dia, o dia inteiro... Se é hospital, como dizemos, como é que pode estar de portas fechadas?... O centro precisava se organizar para melhor atender os necessitados. O que impede que o centro espírita seja mais produtivo é a centralização das tarefas; existe dirigente que não abre mão do comando da instituição...
Ora, de fato, a instituição necessita de comando, mas de um comando que se preocupe em criar espaço para que os companheiros trabalhem, sem que ninguém esteja mais preocupado com cargos do que com encargos...
O centro espírita, quanto mais simples, quanto mais humilde, mais reduto do Evangelho. Construções colossais sempre me parecem destituídas de espírito... A Sociedade Espírita de Paris era uma sala de acanhadas dimensões: ali imperava o espírito de fraternidade.
As reuniões nos centros espíritas poderiam ser mais produtivas. Existe dirigente que abre e termina a sessão olhando o relógio... Não posso dar palpite no centro dos outros − Emmanuel me mandaria conservar a boca fechada −, mas a gente fica triste com os centros espíritas que funcionam apenas meia hora durante a semana...
Não precisamos esperar a formação de um grupo espírita para recepção de pessoas santas; vão chegar primeiro os mais infelizes; vão contar as mágoas, às vezes até os seus crimes; vêm em busca de amor...
Não somos donos do Movimento, a casa espírita não tem donos... Vamos criar oportunidade para o crescimento dos outros.
Ninguém precisa anular ninguém... Sobra espaço para as estrelas no firmamento! Todas podem brilhar à vontade...
Se um amigo, ou os amigos, não têm paciência conosco, os grupos não prosperam, não frutificam em amor, em esperança, no socorro espiritual...
O centro espírita deve ser tocado como uma escola, ou seja, devemos estar dentro dele para aprender... Não é só para a mediunidade, para o passe ou para a desobsessão... Precisamos estudar as lições de Jesus, as interpretações de Allan Kardec, e vivenciá-las, cuidando de nós mesmos, de nossa necessária renovação íntima...

Registro feito por Humberto Vasconcelos em artigo publicado no Jornal Espírita de Pernambuco, edição 72

Aflições, dúvidas, conforto e orientação

As aflições e dúvidas, vindas de várias fontes, constituem desafios contínuos que nos solicitam coragem, serenidade e fé, postura e decisão para tais enfrentamentos.




 Desde os dramas íntimos, às dificuldades de relacionamentos, aos embates profissionais, as enfermidades e lutas do cotidiano, inclusive os dramas familiares, e mesmo os questionamentos que surgem por motivos variados, trazem preocupações que chegam a afetar a saúde e a harmonia na convivência.
Para todos os casos, porém, existem o conforto e a orientação que podem ser encontradas, desde que queiramos melhorar. Afinal, quando a pessoa não quer melhorar, nós não conseguimos adquirir e saúde e harmonia para ela.
O grande segredo é viajar para dentro, numa auto-análise para identificar a causa daquilo que nos atormenta. Afinal, porque estamos irritados, desequilibrados?
Qual a motivação para tal estado de espírito?
Uma entrevista honesta conosco mesmo nos levará às seguintes indagações, entre outras:
1 – Estamos constantemente irritados e invadidos por sentimentos de desânimo?
2 – Experimentamos algum conflito interior?
3 – Estamos nos sentindo culpados por algo?
4 – Experimentamos sensações desagradáveis, episódios de insônia, interrupção do sono, cansaço ao despertar?

Nesse conjunto de sintomas, podem estar: a) um distúrbio fisiológico, a requerer uma visita ao médico; b) Um distúrbio psicológico, que igualmente solicita procurar ajuda para um aconselhamento com amigos ou ajuda profissional com um psicólogo; c) Uma influência espiritual, a pedir naturalmente uma mudança de comportamento.
Já não ignoramos que nossos pensamentos abrem comportas espirituais que facilitam o acesso de espíritos em desequilíbrio ou perturbados e mesmo desafetos por razões variadas.
Então para beneficiar-se da orientação disponíveis para sentir-se mais confortável e recuperar o conforto da convivência saudável e harmonia interior, algumas dicas:
1 – Orar mais; 2 – Desenvolver o hábito de ler uma página edificante logo de manhã; 3 – Não se deixar perturbar pelos atritos das relações humanas, pois que normais, dada nossas diferenças individuais; 4 – Frequentar o templo de nossa crença; 5 – Beneficiar-se dos recursos da água após orar e pedir auxílio com humildade.
E, ao perceber melhora, manter esse padrão vibratório de elevação, pois afinal não adianta receber aqueles recursos se mantivermos os vícios e comportamentos inadequados. Por outro lado, manter o propósito de melhorar.
O grande segredo é mesmo uma mudança de conduta. Esforço para superar imperfeições e igual esforço para aquisição de virtudes, ler, estudar, pesquisar, interessar-se e comprometer-se com as boas causas humanitárias.
Os recursos espirituais, reais e à disposição de quem os procurar, solicitam que a pessoa busque informações, se interesse pela questão e especialmente modifique o comportamento para diretamente se beneficiar deles. Independente das crenças e dos templos, eles exercem saudável influência sobre a saúde física e sobre o equilíbrio emocional, inclusive afastando indesejáveis presenças espirituais. Mas é preciso a participação daquele que quer ser ajudado. A ajuda sempre existe, mas quem busca deve participar desse processo e o segredo é a adoção de nova postura mental, mais amor no coração, dispensa de rancores e mágoas, demissão da tristeza e disposição para o bem. Tais considerações foram inspiradas no livro Vivências do Amor em Família, organizado por Luiz Fernando Lopes.


Autor: Orson Peter Carrara

sábado, 8 de julho de 2017

Impedir oportunidades é violência!

“Qualquer coisa que possa impedir a auto realização individual, não apenas atrasando o progresso de uma pessoa, mas mantendo-a estagnada: isso é violência – não permitir que as pessoas se desenvolvam em seu potencial é violência.” (Mahatma Gandhi)



Desde a Antiguidade, há em nosso mundo uma elite dominadora e o povo subjugado.
Vindos de planetas já desenvolvidos, os egoístas e orgulhosos dominadores reforçaram as características da Terra primitiva, onde os mais fortes e dotados de recursos de sobrevivência predominavam. Essa “lei” do mais forte, que já foi da força física, passou a ser da riqueza, hoje é das informações, e está longe de acabar.
Para a elite dominante permanecer como tal, usou e usa de duas táticas ainda infalíveis: manter os dominados na ignorância e divulgar mentiras, como sendo verdades absolutas e até vindas de Deus!
Relendo a frase de Gandhi, vemos sua sabedoria e lucidez, quando qualifica de violência, o impedimento ao crescimento alheio; fato que se torna recorrente, quando a ignorância é o instrumento do poderio e da manutenção do status quo.
Lutas intensas, mortes mil, antecederam e perduraram após o surgimento das ideias liberais e de igualdade, que embora ainda capengas, hoje fazem parte de nosso cotidiano. Mas, vivem sofrendo abalos e passam por deturpações travestidas de justiça, educação e progresso.
É observar o tempo presente…
A justiça existe, quando todas as pessoas recebem as mesmas oportunidades, mesmo que as aproveitem de formas diversas ou nem aproveitem.
Violência é selecionar quem terá oportunidades ou dificultar que alguns a tenham!
Violência gigante é considerar que tem méritos os que recebem mais e melhores oportunidades de se prepararem para as profissões. É a ilusória idéia de meritocracia, termo que engana porque dá idéia de qualidades morais, quando na realidade trata de cargos públicos e poderio social, destinado apenas aos da classe dominante.
Por que? Porque se as oportunidades são diferentes, não há como ter formação igual, para dizer que este sabe mais ou tem maior capacidade. De modo que a elite continua sendo elite, defendendo-se com esses engodos. Tem o direito de se defender? Claro! Mas a questão a se examinar é que o mérito não está na moralidade e sim nos diplomas e títulos! Abramos os olhos!!!
Pobreza ou poucos recursos não é demérito, à luz do Espiritismo, porque todos os Espíritos precisam aprender, pelas reencarnações diferenciadas, a lidar com o muito e com o pouco; situações igualmente difíceis.
Quantas criaturas consideradas socialmente “inferiores”, mudaram o mundo para melhor, com suas idéias e atuação? Quantas poderão melhorá-lo no futuro, se não forem impedidas de crescimento e progresso, por leis injustas e tendenciosas?
Se não gostamos da violência, ela não está só nos que matam, roubam ou agridem física e verbalmente. Está também – e da mesma forma não devemos gostar- nos impedimentos legais às oportunidades iguais e nos cínicos programas de ensino, camuflados de melhores, quando barram pessoas e diminuem oportunidades. Bem como, está nas hipócritas desculpas esfarrapadas de necessidade e economia, para cortar a continuidade de ações e leis defensoras dos progressos reais, já conquistados pela sociedade, quanto a justiça social e ao desenvolvimento das artes e da cultura livres.
A real necessidade é que todos possam viver com liberdade de pensar e agir; estimulados à honestidade e naturalidade, pois que valorizadas.
O Espiritismo ensina que somos Espíritos individualizados, em evolução, com progresso particularizado e com arbítrio. Deus nos dotou assim, mas há quem pense ser mais que ele, pois segrega e impede os diferentes em cor, idéias, comportamento ou posses.
Esses querem- veja que coisa feia e ridícula!- no século XXI, que haja “castas”, que os seus sejam sempre quem comanda e que os demais, os comandados, jamais ascencionem socialmente.
Observe a presença da violência denunciada por Gandhi, em si, ao seu derredor, em sua cidade e país. E vamos trabalhar, para ir acabando com ela!


Autora: Cristina Sarraf

Encontro com o Mentor: o seu guia Espiritual

Sua jornada precisa de um mentor



“O encontro com o Mentor é o estágio da jornada em que o herói recebe os suprimentos, o conhecimento e a confiança indispensáveis para superar o medo e dar início à aventura.” (Christopher Vogler)

Seguir sozinho na vida muitas vezes é triste. Vai contra uma necessidade humana básica: relacionar-se. Você se depara com uma dificuldade e já não sabe mais por onde seguir. As opções estão se esgotando e sua vontade de superar aquela barreira já não são mais o bastante.
O ser humano (e o ser espiritual) precisam de um “empurrãozinho”. Aquela voz que te diz que você é capaz. Aquela pessoa que te mostra o caminho e te incentiva a seguir. Um guia que pega na sua mão e vai com você até a porta de entrada da aventura.

Esse é o seu mentor!

O mentor como inspiração e apoio à Jornada do Espírita
“Os mentores nas histórias agem principalmente na mente do herói, mudando sua consciência ou redirecionando sua vontade.” (Christopher Vogler)
Durante nossa jornada na Doutrina Espírita a presença de um(a) mentor(a) – seja material ou espiritual – é de grande importância para nos guiar pela aventura que é conhecer o Espiritismo.
É a pessoa que tem mais conhecimentos e experiências no assunto e sabe como nos incentivar e inspirar nos momentos mais difíceis. Pode ser a figura de um(a) dirigente do centro que você frequenta, um(a) palestrante que se torna amigo(a) ou aquela senhorinha que é sua vizinha há 25 anos e você nem sabia que era espírita!
Você percebe que trilhando essa nova jornada pode se tornar alguém muito melhor do que era no seu Mundo Comum. Assim cria coragem para dar os próximos passos na sua aventura.
Como encontrar um mentor para sua jornada
Pode parecer uma missão difícil encontrar alguém para te ajudar. Mas você vai perceber que é muito mais fácil do que imagina! Eu trago aqui 3 dicas para encontrar seu mentor, todas já vivenciadas por mim. Escolha uma ou todas elas e siga seu caminho!
O Centro Espírita está cheio de mentores!: Encontrar alguém que possa te auxiliar dentro do centro espírita que frequenta é a maneira mais comum de ter um mentor.
Essa pessoa pode te oferecer as informações iniciais, te estimular a estudar ou pesquisar mais sobre algum tema. Ela te inspira a seguir seu caminho no Espiritismo com mais tranquilidade.
Os mentores também estão na internet: Com a popularização da internet, é cada vez mais comum assistirmos a vídeos ou lermos um artigo de pessoas que nos orientam. Mesmo que não conheça essa pessoa, as palavras dela podem servir de inspiração e motivação para você.
Mentores online também podem ser aqueles amigos ou familiares distantes. Através de mensagens ou até mesmo uma videoconferência, eles são guias que nos orientam e incentivam a seguir.
Os bons livros podem ser seus mentores: Ao ler o livro Boa Nova, de Chico Xavier pelo espírito Emmanuel, me senti ainda mais motivado a trabalhar pelo Espiritismo. Aquelas histórias serviram de estímulo para que eu aceitasse a responsabilidade de divulgar a Doutrina.
Com certeza você já leu (ou ainda lerá) um livro que te inspirou a agir. Esses livros são verdadeiros mentores em nossa jornada! Associamos as palavras aos nossos desafios. Elas parecem terem sido escritas diretamente para nós. Procure bons livros, de autores que você confia, e busque ali o incentivo inicial para seguir sua jornada com mais tranquilidade e confiança.
Como ser mentor na jornada de um espírita
Você que é dirigente ou trabalhador de um centro espírita com certeza recebeu, recebe e receberá muitas pessoas nessa situação. Existem ações que podem ser benéficas para que a pessoa se sinta acolhida. Por isso separei 3 maneiras de auxiliar alguém que está iniciando sua jornada no Espiritismo:
Seja um canal aberto: Se você tem conhecimentos espíritas, compartilhá-los é uma ótima maneira de reforçar seu entendimento. E claro, é muito importante saber ouvir. Em geral, as pessoas buscam a Doutrina através da dor. Elas podem ser muito auxiliadas quando paramos para escutá-las. Esteja aberto às dúvidas e anseios que surjam das pessoas que querem entender melhor o Espiritismo.
Divulgar é importante: Trabalhe na divulgação do centro e dos trabalhos realizados. Quando o centro apresenta uma estrutura organizada e seus trabalhos são conhecidos, fica mais fácil enxergar ali uma solução.
Seja claro nas divulgações, colocando todas as informações pertinentes à cada atividade do centro. Tire fotos, faça vídeos e promova-os nas redes sociais.
Sua intenção será sempre positiva e terá como objetivo mostrar para mais pessoas o importante trabalho realizado pela casa espírita. Então divulgue sem medo!
O exemplo fala mais do que palavras: Você e suas atitudes também são uma divulgação do Espiritismo. Quando você age como um bom espírita, as pessoas à sua volta começam a vê-lo como um espelho. “Grande poderes trazem grandes responsabilidades”, já dizia Tio Ben a Peter Parker (Homem-Aranha).
Conhecimento também é poder e sua responsabilidade é a de exemplificar tudo que vem estudando no Espiritismo. Seja o exemplo a ser seguido!
E o mentor espiritual, como fica?
Nem todos temos o privilégio de ter um contato direto com nosso mentor espiritual. Se você, assim como eu, é uma dessas pessoas, nós ainda temos chance! Através do desenvolvimento da mediunidade de intuição, cada vez mais poderemos captar a sintonia e as sugestões dos nossos mentores.
Mas como fazer isso?
Mesmo não vendo ou ouvindo nosso(a) mentor(a), você pode estabelecer um diálogo com ele(a). Direcione o seu pensamento e converse como se ele(a) estivesse ali na sua frente (muitas vezes estará mesmo!).
Para afinar ainda mais a sintonia, pare o que está fazendo agora. Respire profundamente e solte o ar com tranquilidade. Direcione o seu pensamento para dentro de você, esquecendo todo o que estiver no ambiente externo. Perceba que alguns pensamentos podem começar a surgir de forma espontânea, com palavras que não foram concebidas por você.
Pratique, pratique e pratique. Sempre buscando a sintonia com seu mentor e pedindo auxílio para que ele te proteja das influências externas negativas. Tenho certeza de que esse papo espiritual vai ficar cada vez mais interessante!
Depois de encontrar o mentor, é hora da AÇÃO!
Você já recebeu o convite para sair da sua zona de conforto. Recusou o convite, pois não encontrou forças para seguir. Agora teve seu primeiro contato com o mentor. Daqui pra frente a nossa jornada começa verdadeiramente!

Artigo feal (Fundação Espírita André Luiz - Guarulhos S.P)

Quanto custa um abraço?

Um dia desses, ao ouvir uma música cantada pela banda mineira, Jota Quest, que dizia: o melhor lugar do mundo é dentro de um abraço, passei a me questionar quanto custa um abraço.



Nos anos 70, o ilustre cantor e compositor Gilberto Gil, em tributo à cidade maravilhosa, mencionava, dentre outros, o velho guerreiro Chacrinha, a população do Realengo, a torcida do Flamengo e todo o povo brasileiro, cantando aquele abraço.
O inesquecível velho guerreiro, em seus programas de TV, chamava pela Terezinha, mandando-lhe aquele abraço.
Pensando bem, são vários os tipos de abraços no cotidiano.
Os abraços das despedidas e os abraços das chegadas.
Os abraços das vitórias e os abraços das derrotas.
Os abraços entre lágrimas e os abraços entre risos.
Os abraços de incentivo plantando e fazendo brotar as esperanças.
Há, também, os abraços EAD, que são os abraços a distância, quando enviados através de um telefonema ou de uma carta, modalidades estas que estão seguindo a galope para os mundos dos desusos.
Existe, inclusive, o abraço terceirizado, já que estamos em época de terceirização. É aquele abraço quando alguém diz para o outro: mande o meu abraço pro fulano, ou pro ciclano ou beltrano.
Ocorre, também, os abraços de compromissos abnegados, quando alguém diz: estou abraçando a causa de…
Interessante que os abraços vão com os que seguem e ficam com os que não foram.
Então, amigo leitor, eis a questão: quanto custa um abraço?
Um abraço não custa apenas um abraço.
Através de um abraço ocorre o calor das trocas de energias positivas, dos bons sentimentos, do restabelecimento da amizade e de tantos outros compromissos.
Através de um abraço, ressurgem os encontros de reparação e os encantos dos amores sinceros.
Através de um abraço de um pai e/ou de uma mãe, é repassada aos filhos a confiança da proteção e do amparo para a vida.
De braços e abraços a humanidade precisa para a busca da felicidade, do entendimento recíproco e da compreensão do verdadeiro sentido da vida, a fim de prepararar a terra (= a intimidade de cada um) para receber e fazer brotar a semente da esperança, que se movimenta em paz para o mundo de fraternidade.

Afinal, quanto custa um abraço?


Autor: Hyerohydes Gonçalves