domingo, 28 de maio de 2017

O AMOR AO DINHEIRO - história de Chico Xavier

"Certa vez, visitando o cemitério de Uberaba, notei a presença de um espírito que, rente ao seu próprio túmulo, chorava arrependido. Fora um rico comerciante na cidade e cometera suicídio. Eu o conhecera de nome. Percebendo que podia conversar comigo, após lamentar o gesto infeliz, que praticara por causa dos negócios que não iam bem, ele me disse: - Chico, vocês, os espíritas, são os verdadeiros milionários da Terra! Fiquei com muita pena dele, porque, de fato, o dinheiro, para quem apenas aprendeu a valoriza-lo, é um transtorno muito grande. Fazia muito tempo que ele estava ali, preso aos despojos, se lamentando . . . Conversamos por alguns minutos, e apesar da consciência que revelava de sua situação, ele não se mostrava com a menor disposição íntima de abandonar o local; aquilo era uma autopunição . . ."



(Do livro: O Evangelho de Chico Xavier, por Carlos A. Baccelli.)
O apóstolo Paulo, disse: “se temos o que comer e com que nos vestir, fiquemos contentes com isso. Aqueles, porém, que querem tornar-se ricos, caem na armadilha da tentação e em muitos desejos insensatos e perniciosos, que fazem os homens afundarem na ruína e perdição. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Por causa dessa ânsia de dinheiro, alguns se afastam da fé e afligem a si mesmos com muitos tormentos.”

PAVOR DA MORTE - Relato de um caso pelo espírito André Luiz

Por ANA MARIA TEODORO MASSUCI



Puséramo-nos a caminho e, a breves minutos, estacionávamos
diante dum edifício de vastas proporções.
O colega, gentil, conduziu-nos ao interior de espaçoso
necrotério, onde defrontamos um quadro interessante,
O cadáver de uma jovem, de menos de trinta anos, ali jazia
gelado e rígido, tendo a seu lado uma entidade masculina, em
atitude de zelo.
Com assombro, notei que a desencarnada estava unida aos
despojos. Parecia recolhida a si mesma, sob forte impressão de terror. Cerrava as pálpebras, deliberadamente, receosa de olhar em torno.
– Terminou o processo de desligamento dos laços fisiológicos–exclamou o facultativo atento –, mas a pobrezinha há seis horas que está dominada por terrível pavor. E apontando o cavalheiro desencarnado, que permanecia junto dela, cuidadoso, o receitista esclareceu:
– Aquele é o noivo que a espera, há muito. Aproximamo-nos um tanto e ouvimo-­lo exclamar carinhosamente: –
Cremilda! Cremilda! Vem! Abandona as vestes rotas. Fiz tudo
para que não sofresse mais... Nossa casinha te aguarda, cheia de amor e luz!... A jovem, todavia, cerrava os olhos, demonstrando não querer vê-­lo. Notava­-se, perfeitamente, que seu organismo espiritual permanecia totalmente desligado do vaso físico, mas a pobrezinha continuava estendida, copiando a posição cadavérica, tomada de infinito horror.
Aniceto, que tudo pareceu compreender num abrir e fechar de olhos, fez leve sinal ao rapaz desencarnado, que se aproximou
comovido.
– É preciso atendê­-la doutro modo
– disse o nosso orientador, resoluto –, vejo que a pobrezinha não dormiu no desprendimento e
mostra-­se amedrontada por falta de preparação espiritual.
Não convém que o amigo se apresente a ela já, já... Não obstante o amor que lhe consagra, ela não poderia revê-­lo sem terrível comoção, neste instante em que a mente
lhe flutua sem rumo...
– Sim – considerou ele, tristemente –, há seis horas
chamo-a sem cessar, identificando-­lhe o terror.
Redargüiu Aniceto, conselheiral:
Ausência de preparação religiosa, meu irmão. Ela dormirá,
porém, e, tão logo consiga repouso, entregá­la-emos
aos seus cuidados. Por enquanto, conserve-­se a alguma distância.
E fazendo-se acompanhar do facultativo, que assistira
espiritualmente a jovem nos últimos dias, aproximou­-se
da recém­ desencarnada, falando com inflexão paternal:
– Vamos, Cremilda, ao novo tratamento. Ouvindo-­o, a
moça abriu os olhos espantadiços e exclamou:
– Ah, doutor, graças a Deus! Que pesadelo horrível!
Sentia-­me no reino dos mortos, ouvindo meu noivo, falecido há anos,
chamar-­me para a Eternidade!...
–Não há morte, minha filha!–objetou Aniceto, afetuoso – creia na vida, na vida eterna, profunda, vitoriosa!
– É o senhor o novo médico?– indagou, confortada.
– Sim, fui chamado para aplicar-lhe alguns recursos em
bases magnéticas.
Torna­-se indispensável que durma e descanse.
– É verdade... – tornou ela de modo comovente
–, estou muito cansada, necessitando de repouso...
Recomendou­-nos o instrutor, em voz baixa, prestássemos auxílio, em atitude íntima de oração, e, depois de conservar­-se em silêncio por instantes, ministrou­-lhe
o passe reconfortador.
A jovem dormiu quase imediatamente. Deslocou­-a
Aniceto, afastando-­a dos despojos, com o zelo amoroso dum pai, e, chamando o noivo reconhecido, entregou-­a carinhosamente. – Agora, poderá encaminhá­-la, meu irmão.
O rapaz agradeceu com lágrimas de júbilo e vi­o retirar-se
de semblante iluminado, utilizando a volitação, a carregar
consigo o fardo suave do seu amor.
Nosso mentor fixou um gesto expressivo e falou:
- Pela bondade natural do coração e pelo espontâneo cultivo da virtude, não precisará ela de provas purgatoriais. É de lamentar, contudo, não se tivesse preparado na educação religiosa dos pensamentos. Em breve, porém, ter­se­-á adaptado à vida nova. Os bons não encontram obstáculos insuperáveis.
E, desejoso talvez de consubstanciar a síntese da lição, rematou:
– Como vêem, a idéia da morte não serve para aliviar, curar ou
edificar verdadeiramente. É necessário difundir a idéia da vida
vitoriosa. Aliás, o Evangelho já nos ensina, há muitos séculos,
que Deus não é Deus de mortos e, sim, o Pai das criaturas que vivem para sempre.
Fonte - Os Mensageiros, psicografia Chico Xavier, pelo espírito André Luiz, trecho do Cap.48 "Pavor da Morte"
Nota do administrador do Farol
Este exemplo de Cremilda é instrutivo para todos nós, ela tinha uma boa natureza, assim foi assistida pelo esposo e Aniceto, mas o pavor da morte, a ideia que a morte representa o fim, o nada a extinção da vida, dificultou o seu desprendimento, fez com que recusa-se a encarar a nova situação agarrando-se ao corpo físico já sem vida.
No livro O Céu e o Inferno, Allan Kardec, tem exemplos muito instrutivos de espíritos sem formação e conhecimento espiritual, presos ao corpo físico e sentindo a decomposição do mesmo, pois enquanto encarnados levaram vidas materialistas, assim seu perispirito leva muito tempo para desprender-se do físico, trazendo sofrimento para o espírito que sente os horrores da decomposição, pois agarram-se aquilo que conhecem neste caso o corpo físico, sentem afinidade com a matéria corporal, em suma quanto mais espiritualizado mais rápido o desprendimento.
Na obra: Legião - Um Olhar Sobre o Reino das Sombras (psicografia Robson Pinheiro - ditado pelo espírito Ângelo Inácio, é relatada uma situação de uma modelo, que em vida se apegou à beleza física, sua preocupação era o culto do corpo acima de tudo, aconteceu que quando desencarnou ficou presa ao corpo em decomposição, durante vinte anos, por se recusar a abandonar o objecto de sua predilecção. Só com ajuda de sua avó e da doação de ectoplasma, trabalhado por espíritos elementais (espíritos da natureza1) doado por um médium desdobrado foi possível tira-lá de sua sepultura.
Importante conhecermos o mundo espiritual, irmos nos habituando à ideia de que podemos desencarnar a qualquer momento, lermos as obras que nos descrevem a vida espiritual e compreendermos que recebemos o que tivermos dado. Façamos o nosso melhor ao nosso alcance e sustentemos a certeza de que quando nosso momento chegar, não haverá razões para termos pavor da "morte". Esse pavor, o medo de morrer é um obstáculo a que o perispirito se desprenda mais rapidamente do corpo físico.Para aquele que tem a consciência tranquila não há o que temer, pois que amigos, familiares, e nosso guia ajudam no processo de desligamento do perispirito e nos ajudam a ambientar mais rapidamente à nova vida. Devemos ir-nos mentalizando e compreendermos que a morte não é um mal, mas apenas mudança de dimensão, plano. Devemos ir-nos habituando a nos desprender dos bens materiais, a nos desligar do apego as coisas terrenas e afeiçoarmos aos valores espirituais, assim nosso desprendimento será mais suave e mais rápido por já nos identificarmos com a nova situação depois da "morte"
1.Espíritos Elementais ou Espíritos da Natureza - ver O Livro dos Espíritos, no cap.IX "Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal" - Ação dos Espíritos sobre os fenômenos da Natureza

Etapas do crescimento Espiritual

A manifestação humana permite que focalizemos nossos defeitos e imperfeições de um modo que não é possível em outras formas ou níveis de ser. No estado unificado de consciência, além da forma humana, sabemos que nossos defeitos são apenas partículas de poeira no luminoso manto do Ser. Somente na vida humana é que nossos defeitos assumem dimensões suficientemente grandes para poderem ser examinados e totalmente transformados. Precisamos enfocar nossas dificuldades e limitações, vê-las em pessoa, por assim dizer, para que elas recebam toda a nossa atenção e sejam bem recebidas na volta ao ser total.



Optamos por encarnar para conhecer intimamente a nossa condição humana. A tarefa de transformação é continuar optando por encarnar mais e mais partes de nós mesmos, expandir o que significa ser humano, corrigir os defeitos pela base. Enquanto estamos na forma humana podemos ativar tanto a natureza superior como a inferior. Os aspectos mais desenvolvidos têm as condições e o instrumental necessários para explorar e fazer aflorar os outros aspectos menos desenvolvidos, que por enquanto ainda não se manifestaram, e unir-se a eles.
O aspecto negativo encontrado dentro do eu pode ser acolhido, perdoado e libertado. A vitalidade essencial da energia negativa pode ser resgatada e integrada à consciência. Todo defeito reconhecido, toda defesa desmantelada e toda dor sentida e liberada dão poderosas reservas novas para criar uma vida voltada para novas direções positivas. Por outro lado, toda atitude negativa inconsciente, toda defesa mantida, toda dor negada tolhem a energia vital e limitam a consciência.
O crescimento espiritual exige que encaremos nosso lado negativo. Cada vez que adiamos este confronto, a manifestação da crise e das dificuldades na vida exterior aumenta.
A crise é uma tentativa da natureza - da legitimidade natural e cósmica do universo - de efetuar a mudança. Qualquer tipo de crise é uma tentativa de desintegrar as antigas estruturas de equilíbrio que se baseiam em falsas conclusões e no negativismo. Ela abala os modos de vida arraigados e estacionados para tornar possível o surgimento do novo. Ela dilacera e dissolve, o que é momentaneamente doloroso, porém sem isso a transformação é inconcebível.
A crise ajuda a deitar abaixo o antigo e criar espaço para o novo. Na verdade ela pode ser uma etapa do crescimento quando permitimos que suas lições e a turbulência que acarreta em nossa vida revele níveis mais profundos de distorções ocultas que demandam atenção e transformação.
O crescimento espiritual - o crescimento rumo à unificação de todos os nossos aspectos desarmônicos - não é apenas uma exigência premente no nosso atual estágio de evolução. O crescimento espiritual é o sentido e o propósito da vida humana sobre a Terra. A condição humana é um estado de evolução acelerada, de constante vir a ser, seres dotados de espírito e matéria, de autopercepção parcial e não completa, presos na incompletude inquieta e na divisão interior. Estamos em estado de desequilíbrio em busca do equilíbrio, de desunião e dualidade em evolução para a unidade.
A vida, o prazer, a unidade consigo mesmo e com os outros são as metas do plano cósmico de evolução.

AMAR JESUS

Quem ama Jesus não conhece barreiras impeditivas, ignora desafios perturbadores e está sempre a postos para servi-lo.

Atributos da Divindade

Quem, senão Deus, criou obra tamanha,
O espaço e o tempo, as amplidões e as eras,
Onde sem agitam turbilhões de esferas,
Que a luz, a excelsa luz, aquece e banha?
Quem, senão Ele, fez a esfinge estranha
No segredo inviolável das moneras,
No coração dos homens e das feras,
No coração do mar e da montanha?!
Deus!...somente o Eterno, o Impenetrável,
Poderia criar o imensurável
E o Universo infinito criaria!....
Suprema paz, intérmina piedade,
E que habita na eterna claridade
Das torrentes da Luz e da Harmonia!
Antero de Quintal
(Parnaso de Além Túmulo )



A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão.
Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus atributos?
A este questionamento de Allan Kardec, responderam os Espíritos Superiores: “Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas ideias e sensações, não tem meios de exprimir.A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.
Deus é a suprema e soberana inteligência. É limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe.
“(402) Pobres homens, que pouco conheceis dos mais simples fenômenos da vida! Julgai-vos sábios e, entretanto, vos embaraçais com as coisas mais simples.
A de Deus, abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até o infinito.
Deus é eterno, isto é, não teve começo e não terá fim Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou um fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante ao infinito.
Deus é imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.
Deus é imaterial, isto é, a sua natureza difere de tudo que chamamos de matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria. Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos, sem o que seria matéria. Dizemos: a Mão de Deus, os olhos de Deus, a boca de Deus, porque o homem nada mais conhecendo além de si esmo, toma a si próprio por termos de comparação para tudo o que não compreende. São ridículas essas imagens em que Deus é representado pela figura de um ancião de longas barbas envolto num manto. Tem o inconveniente de rebaixar o Ente supremo até às mesquinhas proporções da humanidade. Daí emprestam-lhe as paixões humanas e a fazerem-no um Deus colérico e cioso, não vai mais que um passo.
Deus é onipotente. Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.
Deus é soberanamente justo e bom. A providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça e nem da sua bondade.O fato de infinita uma qualidade, exclui a possibilidade de um qualidade contraria, porque esta a apoucaria ou anularia. Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem um ser infinitamente mau poderia conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo que um objeto não pode ser de um negro absoluto com a mais ligeira nuança de branco, nem um branco absoluto com a mais pequenina mancha preta. Deus pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então, não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente bom ou infinitamente mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria, da sua bondade e da sua solicitude, concuir-se-á que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente bom. A soberana bondade implica a soberana justiça, porquanto, se ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstancia que fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente justo e consequentemente já não seria soberanamente bom.
Deus é infinitamente perfeito. É impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo. Sendo infinitos, os atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento, nem de diminuição, visto que, do contrario, não seriam infinitos e Deus não seria perfeito. Se lhe tirassem a qualquer dos atributos a mais mínima parcela, já não haveria Deus, pois que poderia existir um ser mais perfeito.
Deus é único. A unicidade de Deus é consequência do fato de serem infinitas as suas perfeições. Não poderia existir outro Deus, salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse outro e, então, não seria Deus. Se houvesse entre ambos igualdade absoluta, isso equivaleria a existir de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um mesmo poder. Confundidos assim, quanto à identidade, não haveria, em realidade, mais que um único Deus. Se cada um tivesse atribuições especiais, um não faria o que o outro fizesse; mas, então, não existiria igualdade perfeita entre eles, pois que nenhum possuiria autoridade soberana.
A mais elevada concepção de Deus que podemos abrigar no Santuário do Espírito é aquela que Jesus nos apresentou, em no-lo revelando Pai amoroso e justo, à espera dos nossos testemunhos de compreensão e de amor.
Jesus não se sentou na praça publica para explicar a natureza de Deus e, sim, chamou-lhe simplesmente de Nosso Pai, indicando os deveres de amor e reverencia com que nos cabe contribuir na extensão e no aperfeiçoamento da Obra divina.
Por este ensinamento, o Cristo nos esclarece que todos somos irmãos, filhos de um pai só, que nos aguarda sempre, de braços abertos, para a suprema felicidade no eterno bem!...
O Mestre queria dizer-nos que Deus, acima de tudo é nosso Pai. Criador dos homens, das estrelas e das flores. Senhor dos céus e da Terra. Para Ele, todos somos filhos abençoados. Com essa afirmativa, Jesus igualmente nos explicou que somos no mundo uma só família e que, por isso, todos somos irmãos, com o dever de ajudar-nos uns aos outros... Na condição de aprendizes do nosso Divino Mestre, devemos seguir-lhe o exemplo. Se sentirmos Deus como Nosso Pai, reconheceremos que os nossos irmãos se encontram em toda a parte e estaremos dispostos a ajudá-los, a fim de sermos ajudados, mais cedo ou mais tarde. A vida só será realmente bela e gloriosa na Terra, quando pudermos aceitar por nossa grande família a Humanidade inteira.
Em resumo, Deus não pode ser Deus, senão sob a condição de que nenhum outro o ultrapasse, porquanto o ser que o excedesse no que quer que fosse, ainda que apenas na grossura de um cabelo, é que seria o verdadeiro Deus. Para que tal não se dê, indispensável se torna que ele seja infinito em tudo. É assim que, comprovada pelas suas obras a existência de Deus, por simples dedução lógica se chega a determinar os atributos que o caracterizam.
Deus é pois, a inteligência suprema e soberana, é único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom, infinito em todas as perfeições e não pode ser diverso disso.

A Indulgência

Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso.


A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.
A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando criticais, que conseqüência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. O homens! quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?
Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros. Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! tereis, quiçá, cometido faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. - José, Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)
( O Evangelho Segundo o Espiritismo)

sábado, 20 de maio de 2017

Pagar o mal com o bem

1. Aprendestes o que foi dito: Amareis vosso próximo e odiareis vossos inimigos. E eu vos digo:



Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e vos caluniam; a fim de que sejais filhos de vosso Pai que está nos Céus, que faz erguer o Sol sobre os bons e os maus e faz chover sobre os justos e os injustos. Pois, se amais apenas os que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos também não fazem isso? E se vós apenas cumprimentais vossos irmãos, o que fazeis mais do que os outros? Os pagãos também não fazem o mesmo? Eu vos digo que, se vossa justiça não for maior do que a dos escribas e dos fariseus, jamais entrareis no reino dos Céus.
(Mateus, 5:5 a 20, 43 a 47)
2. Se amardes apenas os que vos amam, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida também amam aqueles que as amam? E se vós fazeis o bem apenas aos que vos fazem, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida fazem a mesma coisa? E se vós emprestais apenas àqueles de quem esperais receber a mesma graça, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida também se emprestam mutuamente para receber a mesma vantagem? Quanto a vós, amai os vossos inimigos, fazei o bem a todos e emprestai sem nada esperar e então vossa recompensa será bem maior e sereis os filhos do Altíssimo, pois Ele é bom com os ingratos e até mesmo com os maus. Sede, pois, misericordiosos, como
vosso Pai o é. (Lucas, 6:32 a 36)
3. Se o amor ao próximo é o princípio da caridade, amar aos inimigos é a sua aplicação máxima, pois esta virtude é uma das maiores vitórias alcançadas sobre o egoísmo e o orgulho.
Entretanto, o sentido da palavra amar, utilizada neste ensinamento, pode não ser corretamente entendida. Jesus não quis dizer com estas palavras que devemos ter pelo inimigo a ternura que temos por um irmão ou por um amigo. A ternura dá a entender confiança e não podemos confiar naquele que sabemos que nos quer mal. Não podemos ter para com ele as mesmas demonstrações de amizade, pois sabemos que ele é capaz de abusar disso. Entre as pessoas que desconfiam umas das outras não poderá haver os mesmos laços de simpatia que existem entre aqueles que têm a mesma maneira de pensar. Quando encontramos um inimigo, não podemos ter, para com ele, a mesma alegria que sentimos quando encontramos um amigo.
Este sentimento resulta de uma lei física: a da assimilação e da repulsão dos fluidos. O pensamento maldoso carrega em si mesmo uma corrente fluídica que causa má influência. O pensamento benevolente nos envolve
com uma agradável impressão; daí a diferença de sensações que experimentamos ao nos aproximar de um amigo ou de um inimigo. Amar aos inimigos não pode significar, portanto, que não devamos diferenciá-los dos amigos. Este ensinamento só nos parece difícil, até mesmo impossível de ser praticado, porque acreditamos que ele manda dar a uns e a outros o mesmo lugar no coração, quando não é isso. Se a pobreza das línguas humanas obriga a nos servirmos de uma mesma palavra para expressar diversas formas de sentimentos, a razão nos diz que de acordo com o caso devemos diferenciar os seus significados.
Amar aos inimigos não é ter para com eles uma afeição forçada, que não é natural, já que o contato com um inimigo faz bater o coração de uma maneira totalmente diferente. Amar aos inimigos segundo este ensinamento de Jesus é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança. É perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem impor condições, o mal que nos fazem. É não colocar nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem no lugar do mal. É alegrar-se pelo bem que lhes aconteça ao invés de se entristecer. É socorrê-los em caso de necessidade. É não fazer nada que possa prejudicá-los em palavras ou em atos. É, enfim, pagar-lhes todo mal com o bem, sem intenção de os humilhar. Quem fizer isto, estará seguindo o mandamento: Amai aos vossos inimigos.
Amar aos inimigos é um absurdo para o incrédulo. Aquele para quem a vida presente é tudo vê apenas em seu inimigo um ser nocivo e perturbador de sua tranqüilidade e do qual somente a morte, pensa ele, o pode livrar. Daí, o desejo de vingança. Ele só terá motivo para perdoar se for para satisfazer seu orgulho aos olhos do mundo. O próprio ato de perdoar, em certos casos, parece-lhe uma fraqueza indigna de si. Se não se vingar, nem por isso deixará de guardar rancor e um secreto desejo de fazer o mal.
Para aquele que crê e, especialmente, para o espírita, a maneira de ver é completamente diferente, pois observa as coisas com as vistas do passado e sobre o futuro, e percebe que a vida presente não passa de um momento. Ele sabe que pela própria destinação da Terra é natural encontrar nela homens maus e perversos; que as maldades das quais é vítima fazem parte de provas que deve passar, e essa noção mais esclarecida que tem o faz ver os problemas da vida de forma menos cruel, venham eles dos homens ou das coisas. E se ele não reclama das provas, não deve reclamar contra aqueles que dela são os instrumentos. Se, ao invés de se lamentar, agradecer a Deus por pô-lo à prova, deve agradecer a mão que lhe fornece a ocasião de mostrar sua paciência e sua resignação. Este pensamento o leva a perdoar naturalmente e o faz sentir que, quanto mais generoso for, mais se engrandece aos seus próprios olhos e fica fora do alcance do ódio do seu inimigo.
O homem que ocupa no mundo uma posição de destaque não se ofende com insultos dos seus inferiores. Assim ocorre com aquele que se eleva, no mundo moral, acima da Humanidade material. Ele compreende que o ódio e o rancor o fariam sentir-se desprezível e o rebaixariam. Portanto, para ser superior a seu adversário, é preciso que tenha a alma maior, mais nobre e mais generosa.
Allan Kardec
( O Evangelho Segundo o Espiritismo )

O Homem de bem

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Questiona sua consciência sobre seus próprios atos, perguntará se não violou essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se negligenciou voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem queixa dele, enfim, se fez aos outros tudo o que gostaria que lhe fizessem.



Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria divina. Sabe que nada acontece sem a sua permissão e submete-se, em todas as coisas, à sua vontade.
Tem fé no futuro; por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as alternativas da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações, e as aceita sem lamentações.
O homem de bem que tem o sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar retorno, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sempre sacrifica
seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas alegrias que proporciona aos seus semelhantes, nas lágrimas que seca, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros antes de si, acudir aos interesses dos outros antes de procurar os seus. O egoísta, ao contrário, calcula os ganhos e as perdas de toda ação generosa.
É bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, pois vê irmãos em todos os homens.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não amaldiçoa quem não pensa como ele.
Em todos os momentos, a caridade é o seu guia; tendo como certo que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, que agride os sentimentos de alguém com seu orgulho e seu desdém, que não recua perante a idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando poderia evitá-la, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não tem nem ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e apenas se recorda dos benefícios, pois sabe que será perdoado conforme perdoou.
É indulgente para com as fraquezas dos outros, porque sabe que ele mesmo precisa de indulgência, e se recorda das palavras do Cristo: Que aquele que estiver sem pecado lhe atire a primeira pedra.
Não se satisfaz em procurar defeitos nos outros, nem colocá-los em evidência. Se a necessidade o obriga a fazer isso, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha sem cessar para combatê-las. Emprega todos os seus esforços para poder dizer no dia seguinte que há nele algo de melhor do que no dia anterior.
Não se exalta a si mesmo nem seus talentos à custa de outrem, ao contrário, aproveita todas as ocasiões para ressaltar as qualidades dos outros.
Não se envaidece de sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, pois sabe que tudo o que lhe foi dado pode ser retirado.
Usa, sem exagero, dos bens que lhe são concedidos, pois sabe que se trata de um depósito do qual deverá prestar contas, e que o emprego, que resultaria mais prejudicial para si mesmo, seria o de fazê-los servir à satisfação de suas paixões.
Se, na ordem social, alguns homens estão sob seu mando, dependem dele, trata-os com bondade e benevolência, pois são seus semelhantes perante Deus; usa da sua autoridade para erguer-lhes o moral, e não para esmagá-los com seu orgulho; evita tudo o que poderia dificultar-lhes a posição subalterna.
O subordinado, por sua vez, compreende os deveres de sua posição e se empenha em cumpri-los conscientemente.
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que as leis da Natureza dão aos seus semelhantes, como gosta que os seus sejam respeitados.
Esta não é a relação completa de todas as qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem quer que se esforce para possuí-las está no caminho que conduz a todas as outras.
Allan Kardec
( O Evangelho Segundo o Espiritismo )

A piedade

A piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos, ela é irmã da caridade que vos conduz a Deus.



Deixai o vosso coração se comover diante das misérias e dos sofrimentos de vossos semelhantes.
Vossas lágrimas são como uma consolação que lhes aplicais sobre as feridas e, quando, por uma doce simpatia, conseguis lhes dar a esperança e a resignação, que alegria experimentais! Essa ventura, é bem verdade, tem um certo pesar, visto que nasce ao lado da infelicidade; mas, se não possui a ilusão dos prazeres terrenos, não tem as decepções angustiantes do vazio que eles deixam atrás de si. Há uma suavidade penetrante que alegra a alma. A piedade, uma piedade bem sentida, é amor. O amor é devotamento. O devotamento é o esquecimento de si mesmo. Esse esquecimento, essa renúncia em favor dos infelizes, é a virtude no seu mais alto grau; a que o divino Messias praticou durante sua vida e que ensinou em sua doutrina tão santa e tão sublime. Quando esta doutrina for restabelecida na sua pureza primitiva e quando for praticada por todos os povos, garantirá a felicidade à Terra, fazendo, finalmente, reinar a concórdia, a paz e o amor.
A piedade é o sentimento mais apropriado para vos fazer progredir, dominando o vosso egoísmo e vosso orgulho; é o sentimento que prepara vossa alma para a humildade, a beneficência e para o amor ao vosso próximo. Essa piedade vos comove profundamente, diante do sofrimento de vossos irmãos, vos faz estender-lhes a mão caridosa e vos arranca lágrimas de simpatia. Não oculteis, portanto, jamais em vossos corações essa emoção celeste, não façais como os egoístas endurecidos que se afastam dos aflitos, porque a visão da miséria perturbaria por instantes sua feliz existência. Temei ficar indiferentes, quando puderdes ser úteis. A tranqüilidade comprada a preço de uma indiferença condenável é semelhante a tranqüilidade do Mar Morto, que esconde no fundo de suas águas o lodo apodrecido e a corrupção.
Quanto a piedade está longe, entretanto, de causar a perturbação e o aborrecimento que apavoram o egoísta! Sem dúvida, ao tomar contato com a desgraça do próximo e voltando-se para si mesma, a alma experimenta um abalo natural e profundo, que faz vibrar todo o vosso ser e vos afeta dolorosamente. Mas a compensação será grande, todas as vezes que conseguirdes devolver a coragem e a esperança a um irmão infeliz, que se emociona com o aperto de mão, e cujo olhar, em lágrimas, ao mesmo tempo de emoção e de reconhecimento, fixar-se docemente em vós, antes de elevar-se ao Céu, em agradecimento por lhe ter enviado um consolador, um apoio. A piedade compadecesse dos males alheios, é a celeste precursora da caridade, a primeira das virtudes, da qual é irmã, e cujos benefícios prepara e enobrece.
Michel - Bordeaux, 1862
( O Evangelho Segundo o Espiritismo )

Morte na família

A morte na família deixa qualquer um triste, principalmente quando a pessoa que morre esta com a vida ativa e com saúde, aparentemente poderia ter mais tempo de vida na terra, mas o tempo de vida de cada um só Deus sabe, criança, jovem, adulto ou idoso é apenas a aparência do corpo físico, porque a alma é forte para enfrentar qualquer situação.



Quantos não choram ao lembrar-se daquele que já se foi, querido pela família, mesmo doente poderia continuar entre os parentes apenas para dar a graça da vida, conselhos, sorrisos ou apenas o olhar, mas perto daqueles que os amam.
Nada acontece por acaso, a justiça divina esta em todos os lugares e tempos, as nossas vontades estão em segundo plano para Deus que sabe o que faz e quando faz, no momento contrário ao nosso pensamento, mas no futuro saberemos por que tudo aconteceu assim.
Sendo a terra um lugar de prova e expiação, quanto menos tempo a alma ficar aqui é melhor, pois, há lugares melhores para viver de um nível espiritual mais elevado onde há menos sofrimentos e dores, mas, para isso é preciso passar pela terra, acertar contas com os credores e seguir em frente evoluindo espiritualmente.
A separação entre os que morrem e os que permanecem na terra não é eterna apenas passageira, pois, todos se encontrarão no mundo espiritual, principalmente os parentes.
A saudade existe nos dois lados e com ela a tristeza para que isso não aconteça o melhor que se tem a fazer é aceitar a situação naturalmente para que ambos continuem no mesmo caminho para Deus.

Caridade

O segredo da felicidade no presente ou no futuro esta na caridade praticada diariamente, pois há várias maneiras de por em prática e o bem-estar espiritual é imediato a ambos, caridoso e carente é a forma correta de trocas de energias.



Há várias formas de por em prática, pensamentos, palavras e ações, todas de alta importância para a alma.
Como praticar a caridade em pensamento?
Na hora de uma prece não se esquecer daquele que por ignorância ou por não ter forças para tanto pedir a Deus a ajuda necessária, desejar ao próximo uma vida melhor de amor e saúde, não desejar a situação de vida de outros.
E a caridade em palavras?
É aquela que você tendo o conhecimento do amor, assimilar e praticar o que sabe passando em conselhos aos parentes, amigos e aos que tem sede de aprender, seja uma fonte de amor mesmo que às vezes mal compreendido isso possa entristecê-lo.
E quanto nas ações?
Essa tem que por a mão na massa, amparar em um abraço, alimentar e agasalhar, se oferecer para ajudar onde estiver, secar as lágrimas e carregar quando necessário.
Há alguns que buscam o amor há outros que necessitam dele para viver.
A alma é uma fonte de energia, luz natural e só ascende quando é exercida a prática da caridade, não há outra forma para que haja luz, em qualquer lugar da natureza material ou espiritual, essa á a lei de Deus, ninguém brilha sozinho o compartilhamento se faz obrigatório ou a alma estaciona na situação que esta.
O conhecimento como sabemos é importante, mas a caridade é a chave que liga a luz na alma, sem luz não se sabe qual o caminho que deve seguir e nem onde pisa.
Pratique a caridade, mas comece em seu lar, com a família, olhe nos olhos e descubra em que a pessoa esta carente e tente ajudar.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O primeiro wi-fi do mundo!

Se liga aí no quanto ter uma religião é importante e pode ser divertido! Esse vídeo vai falar de uma coisa que parece ser atual, mas não é. Prestem atenção no primeiro wi-fi do mundo!

Amor de Mãe

Transcende a normalidade, o amor de mãe! Deve ser por isso que Deus divide com ela os cuidados de Seus filhos. A ligação de uma Mãe com cada um de seus rebentos – nascidos de sua barriga ou não – é tão forte e poderosa que faz surgir no coração materno a Força, a Luz e a Proteção de uma só vez e uma frágil mulher se transforma na mais forte heroína. Ela vence o próprio tempo e o espaço e, mesmo fora da dimensão terrestre (se essa mulher já ultrapassou as barreiras da morte), está sempre ao lado de seus filhos quando há necessidade de sua presença.



O papel verdadeiro de Mãe é também cuidar do mundo, dos seres órfãos desde cedo, separados do colo materno por tantas e muitas razões. Maternidade é acolher corações carentes, trazer-lhes a alegria do encontro, do carinho da mulher-mãe, esse ser escolhido pelo Pai para ajudá-Lo na distribuição da energia do Amor Incondicional.
De todas as datas comemorativas criadas para movimentar o comércio, o dia das Mães é um dos mais repletos de energia de amor verdadeiro. Nesse dia queremos estar perto, levá-la para passear, preparar um almoço com carinho, tratá-la como uma verdadeira rainha, na tentativa de retribuir um pouquinho do que ela nos dá no dia a dia. Fica fácil quando a temos por perto.
Mas e quando filhos e mães estão separados pelas dimensões, como podemos ultrapassar a barreira da carne e mostrar que o amor é eterno e infinito? Sempre bom lembrar que o pensamento é energia viva e chega aonde for necessário. Portanto, é só pensar nela e ela estará ao nosso lado. Podemos sentir seu perfume…
E as mães que estão encarnadas – e passaram pela perda prematura de seus filhos – também sabem disso. É só pensar neles e eles estarão ao seu lado, também em pensamento, no mesmo instante. Porque o amor une a todos os seres. O amor verdadeiro e sem máculas. O amor de Mãe é assim. Por isso engloba a todos, sem demora e com muita força.
O amor materno declina para o Amor Incondicional. Ele está em tantas mulheres que amam mesmo sem dar à luz, pois elas têm Força e a Chama Divina dentro de seus corações e tomam para si a tarefa de distribuir carinho, sem qualquer distinção, de acalentar a todos que necessitam de atenção, de “cuidados especiais”.
Sim, cuidados especiais destacados entre aspas porque somente um ser tão doce quanto uma Mãe sabe o que significa o aconchego de enlaçar seus filhos, embalá-los com ternos olhares, mesmo que eles já não possam estar presentes fisicamente. Na falta física do amado ser, temos o recurso precioso da oração.
A oração de uma Mãe sempre chega mais rápido ao coração do Pai. Porque são palavras puras, que traduzem somente o Bem e pedem sempre pelos outros, nunca para si. Por isso Deus dividiu com as Mães a tarefa de distribuir o Amor. O amor Incondicional. O amor de Mãe.
Regina Hennies
FELIZ DIA DAS MÃES

Em oração

Senhor Jesus!



Esta é a casa em que nos honorificas a confiança, permitindo-nos cooperar contigo no serviço aos semelhantes, em favor de nós mesmos.
Faze-nos sentir que nos concedes aqui um educandário da alma, em função de nosso próprio burilamento para a imortalidade vitoriosa.
Ilumina-nos o entendimento, a fim de que possamos discernir os teus desígnios de nossos desejos.
Ensina-nos a receber todos aqueles que nos batam às portas, na condição de mensageiros da tua bondade, capazes de instruir-nos no amor que nos legaste.
Ajuda-nos, para que venhamos a ser bálsamo aos que sofrem, escora aos que esmorecem, coragem aos abatidos e paz aos que jazem no desepero.
Nos dias obscuros ou intranquilos, quando as nossas imperfeições não nos consintam perceber-te as diretrizes, sê por misericórdia, a luz que nos oriente em rumo certo.
Nas horas de incerteza ou perturbação, sê o equilíbrio que nos reajusta sentimentos e raciocínios.
Induze-nos a reconhecer que os mais forte de nós, somos o apoio dos mais fracos; os mais cultos, o auxílio dos menos cultos; os sãos, o socorro devido aos doentes e que todos quantos já puderam entesourar as luzes do caráter cristão devem ser, diante de Ti, o amparo de quantos ainda não conseguem apresentar o padrão de vida espiritual elevado e nobre tanto quanto desejam.
Senhor!
Abençoa-nos e que, junto ao benemérito patrono deste lar da paz e da benção, possamos nós também aprender a servir-te, servindo o próximo, hoje e sempre.
Assim seja.
Emmanuel
Livro: Educandário de Luz
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

JESUS FOI AGRESSIVO NO EPISÓDIO DA PURIFICAÇÃO DO TEMPLO?

"E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões"
(Mateus. 21:12-13)



O acontecimento conhecido como a "Purificação do Templo" é narrado pelos quatro apóstolos, autores dos evangelhos canônicos. A referida passagem é no mínimo curiosa, pois descreve uma suposta ira de Jesus, em seu primeiro grande ato público após ser batizado por João Batista.
Na ocasião, como descreve a bíblia, Jesus teria se irritado com a presença de vendilhões que negociavam diversos produtos no Templo de Jerusalém, expulsando-os do recinto.
Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de Meu Pai casa de negócio. Lembraram-se os Seus discípulos de que está escrito: O zelo da Tua casa Me consumirá.”
(S. João 2:14-17.)
Os relatos destacam que o Nazareno derrubou mesas e moedas e ainda espantou os animais que eram comercializados, utilizando um cordel.
Este evento causa-nos certa estranheza, pois produz uma conotação agressiva com relação a atitude de Jesus, a única nessas características, anotada pelos apóstolos, em todo o seu ministério.
Mas será que Jesus de fato, foi agressivo nesta situação?
Cairbar Schutel, em seu livro "O Espírito do Cristianismo", nos mostra o caminho para compreender a questão:
Para que se compreenda bem esse ato, de aparência agressiva, é preciso que nos reportemos àquela era e examinemos, sem espírito preconcebido, os princípios da Lei que regiam o povo, os costumes religiosos degenerados pela classe sacerdotal em vil mercancia, a ponto de haver sido convertido o Templo de Jerusalém em "covil de salteadores"
(Cairbar Schutel - O Espírito do Cristianismo - A Purificação do Templo)
O fato era que o Templo de Jerusalém estava perdendo seu aspecto religioso para dar lugar ao comércio e a corrupção do povo e dos sacerdotes locais, justificando assim uma postura mais enérgica de Jesus para combater tais desvios. Se o Mestre não tivesse adotado este posicionamento, talvez a essência espiritual do templo se perderia por completo. Cristo certamente não adotou uma conduta agressiva, mas manteve-se firme em sua atitude, para que as pessoas compreendessem a gravidade da situação.
Podemos considerar esta passagem portanto, como uma encenação literária, muito utilizada por Jesus para transmitir suas mensagens à mente humana ainda limitada. Aliás, esse tipo de comunicação gestual era uma característica dos profetas da época. Podemos citar várias passagens bíblicas que demonstram uma encenação literária, como por exemplo, a profetização de Ágabo da prisão de Paulo de Tarso:
[...] desceu da Judeia um profeta, de nome Ágabo; e vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo e, ligando os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus ligarão em Jerusalém o homem a quem pertence esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.
(Atos 21. 10-11)
Esta encenação literária foi empregada pelo profeta Ágabo, para anunciar de maneira antecipada a prisão de Paulo. Portanto, era natural na época este tipo de linguagem.
A pedagogia utilizada por Cristo era muito peculiar, os próprios textos bíblicos são carregados de alegorias e conotações diversas. Recordemo-nos das parábolas.
Em nenhum momento as escrituras sagradas rotulam a atitude do Messias como agressiva, todavia, cada um assimila os textos de acordo com sua capacidade de entendimento. A nossa compreensão é limitada frente aos ensinamentos de Jesus, isto justifica as divergências nas interpretações bíblicas que assistimos por aí.
Por fim, submetendo a questão ao crivo da razão, chegaremos a conclusão de que Jesus não teria adotado tal conduta, pois Ele é um espírito puro, como nos demonstra a Codificação Espírita:
625) Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?
Vede Jesus
(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos)
Se analisarmos então a característica de um espírito puro, veremos que há predomínio do espírito sobre a matéria (quando encarnado), além da superioridade moral e intelectual sobre os demais:
Primeira ordem. - Espíritos puros
112) CARACTERES GERAIS. - Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.
(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos)
Se Jesus é um espírito puro, consequentemente não manifestaria paixões inferiores como a raiva e a agressividade, nem mesmo encarnado, pois espíritos pertencentes a essa ordem, já expurgaram de seu íntimo este tipo de sentimento que é uma característica humana.
Então, podemos concluir que a agressividade atribuída ao comportamento de Jesus na Purificação do Templo é apenas uma questão de interpretação.
REFERÊNCIAS:
O Espírito do Cristianismo - Cairbar Schutel
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Novo Testamento

Mediunidade Espírita

"Restituí a saúde aos doentes, ressucitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Daí gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido."
(Matheus, 10:8)



"Mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora.(...) O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam."
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 26, Item 10.)
"Os médiuns atuais (...) igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de sere intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzí-los a fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertecem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado. Tal a razão por que a mediunidade não se constitui um privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la pagar seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo."
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 26, Item 7.)
" A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza da mesma faculdade. (...) É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar."
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 26, Item 9.)
Dar gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido, diz jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou. Ora o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os "demônios", isto é, os maus Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitaente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem dele objeto de comércio, nem de especulação, nem de meio de vida.
Ressalta dessas palavras do Cristo, que a mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora.. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluído, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes um preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Os médiuns receberam de Deus um dom gratuito: o de sere intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzí-los a fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertecem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado. Tal a razão por que a mediunidade não se constitui um privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la pagar seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.
Além disso, quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos Superiores estejam à disposição do primeir que apareça e os convoque a tanto por sessão.
Nota-se, entretanto, que médiuns interesseiros não são apenas os que porventura exijam uma retribuição fixa; o interesse nem sempre se traduz pela esperança de um ganho material, mas também pelas ambições de toda sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. É esse um dos defeitos que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam sob a dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os Bons Espíritos se afastam de quem pretenda dela fazer um degrau para chegar ao que quer que seja que não conrresponda às vistas da providência.
A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguinte, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa instintiva repugnância.
Todos os homens tem o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhadao dos seus cinco sentidos.
Na atualidade porém, temos de reconhecer que no campo imenso das potencialidades psíquicas do homem existem os médiuns com tarefa definida, percursores das novas aquisições humanas. É certo que essas tarefas reclamam sacrifícios e se constituem, muitas vezes, de provações ásperas; todavia, se o operário busca a substância evangélica para a execução de seus deveres, é ele o trabalhador que faz jus ao acréscimo de misericórdia prometido pelo mestre a todos os discípulos de boa-vontade.
Mesmo o médium sob excelente assistência espiritual não deve descurar-se da própria vigilância, lembrando sempre de que é uma criatura humana, sujeita, por isso, a oscilações vibratórias, a pensamentos e desejos inadequados.
Devemos ter sempre na lembrança as palavras de Emmanuel: Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o possado obscuro e delituoso.
O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodado de graves deslizes e erros clamorosos. quando médium guarda a noção de fragilidade e pequenez, pela convicção de que é uma alma em processo de redenção e aperfeiçoamento, pelo trabalho e pelo estudo, está-se preparando, com segurança, para o triunfo nas lides do Espírito Eterno.
Assim podemos dizer que a primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.
Em suma, o médium que vigia a própria vida, disciplina as emoções, cultiva as virtudes cristãs e oferece ao Senhor, multiplicados os talentos que por empréstimo lhe foram confiados, estará, no silêncio de suas dores e de seus sacrifícios, preparando o seu caminho de elevação para o Céu.
Estará, sem dúvida, exercendo a mediunidade Espírita.

Fenômenos Mediúnicos na História da Humanidade

Quando nos perguntamos o que é o Espiritismo ou como foi codificado o Espiritismo, precisamos entender historicamente o caminhar da mediunidade, que como veremos mais à frente é a faculdade de entrar em contato com o mundo espiritual, pois foi precisamente através dos fenômenos mediúnicos que o Espiritismo surgiu.



Engana-se aquele que pensa que os fenômenos mediúnicos são recentes, ou obras do espiritismo. A relação entre o mundo espiritual e o mundo físico perde-se na memória da humanidade, e o homem sempre portou a faculdade de contatar aqueles que não pertencem mais ao mundo dos encarnados.
A faculdade mediúnica é inerente a todos os homens, é um sentido, assim como a visão, e são raríssimos os casos em que o homem não sinta direta ou indiretamente a influência do outro mundo e de seus habitantes.
Durante muito tempo a humanidade guiou-se por esses fenômenos, tidos até então como maravilhosos e sobrenaturais. Em algumas culturas eram considerados meios de contatar os próprios Deuses e por esse motivo a mediunidade e os médiuns, seres portadores desta faculdade de forma mais ostensiva, eram considerados verdadeiros santos, sacerdotes enviados pelos Deuses ao mundo dos viventes para guia-los e instruí-los durante sua passagem pela Terra.
Veremos agora o desenvolver da mediunidade no decorrer da história e das sociedades.
Os Fenômenos mediúnicos na história da humanidade.
A mediunidade nas Sociedades Primitivas Tribais
Quando pensamos em mediunidade remetemo-nos ao período pré-histórico denominado Paleolítico, período que vai de 2,5 Milhões Antes de Cristo a 10.000 anos Ante de Cristo, onde os humanos eram essencialmente nômades caçador-coletores, tendo que se deslocar constantemente em busca de alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos em madeira, osso ou pedra lascada. Apesar de convencionar-se que a consolidação da religião ocorre no período Neolítico, a arqueologia registra que no Paleolítico existiu uma religião primitiva. Essa era baseada no culto à mulher com a associação desta ao poder de dar a vida. Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo"; eram cobertas por um pigmento de cor vermelho ocre, que simbolizava o sangue, e estavam intimamente ligadas ao ritual de adoração às estatuetas femininas, que evidenciavam a função da mulher no período, a de procriar, com úteros grandes, que se entende como gravidez e seios também grandes, evidenciando a amamentação. Escavações atestaram que estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos, que eram localizados em posições periféricas ou ladeando as estatuetas femininas.
Passando do Paleolítico temos o período denominado Neolítico, ou “Período da Pedra Polida”, datando cerca de 3.000 anos Antes de Cristo, quando a humanidade que até então era nômade, começou a sedentarizar e a organizar-se em tribos e pequenas sociedades que possuíam entre si os seus xamãs, uma espécie de sacerdote, médico, curandeiro, conselheiro e adivinho. Era um líder espiritual com funções e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa que tinha a capacidade de, por meio de êxtase, manter contato com o universo sobrenatural e com as forças da natureza.
A mediunidade no Hinduísmo.
O hinduísmo é uma tradição religiosa oriental, originada na índia e não tem um sistema unificado de crenças, abrange todos os fenômenos religiosos que se originam e são baseados nas tradições védicas. Pouco se é conhecido sobre a origem do Hinduísmo, já que sua existência antecede registros históricos, a sua existência é estimada entre 4.000 a 6.000 anos Antes de Cristo.
O hinduísmo moderno cresceu a partir dos Vedas que são os textos mais antigos do hinduísmo, e também influenciaram o budismo, o jainismo e o sikhismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Juntamente com o Livro dos Mortos (coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito,), com o Enuma Elish (é o mito de criação babilônico), I Ching (O pode ser compreendido e estudado tanto como um oráculo quanto como um livro de sabedoria. Na própria China, é alvo do estudo diferenciado realizado por religiosos, eruditos e praticantes da filosofia de vida taoísta.) e o Avesta (escrituras sagradas do zoroastrismo), eles estão entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, eles também oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga.
Desde tempos imemoriais, os brâmanes (é um membro da casta sacerdotal indiana), iniciados nos mistérios sagrados, preparavam indivíduos chamados “faquires” para a obtenção dos mais notáveis fenômenos mediúnicos, tais como a levitação, o estado sonambúlico até o nível de êxtase, a insensibilidade hipnótica à dor, entre outros, além do treino para a evocação dos Pitris (espíritos que vivem no espaço, depois da morte do corpo), cujos segredos eram reservados somente àqueles que “apresentassem 40 anos de noviciado e de obediência passiva”.
A iniciação entre os brâmanes comportava três graus:
· No primeiro, eram formados para se encarregar do culto vulgar e explorar a credibilidade da multidão. Ensinava-se a eles comentar os três primeiros livros dos Vedas, dirigir as cerimônias e cumprir os sacrifícios. Os brâmanes do primeiro grau estavam em comunicação constante com o povo, eram seus diretores imediatos.
· O segundo grau era composto dos “exorcistas, adivinhos e profetas evocadores de espíritos”, que eram encarregados de atuar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais.
· No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com a multidão e quando o faziam, era sempre por meio de fenômenos aterrorizantes e de longe.

A mediunidade no Antigo Egito
O Antigo Egito foi uma civilização da Antiguidade oriental do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno do Egito. A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 150 antes de Cristo com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó desenvolveu-se ao longo dos três milênios seguintes. Sua história desenvolveu-se ao longo de três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermediários.
Para compreendermos a mediunidade no antigo Egito é preciso que compreendamos um pouco como a sociedade egípcia funcionava e como era a sua ligação com a Religião.
A sociedade egípcia era organizada de forma eficiente, embora injusta, mas a sua eficiência garantia sua expansão e funcionamento adequado .
Cada segmento da hierarquia possuía funções e poderes determinados. Ocuparmo-nos apenas dos sacerdotes.
Na escala de poder estavam abaixo apenas do Faraó, com quem mantinham contato direto. Eram responsáveis por rituais, festas, todas, é claro, ligadas as atividades religiosas. Tinha como função também administrar todos os bens que eram oferecidos aos deuses, assim, acabavam acumulando uma grande quantidade de bens materiais.
“De forma idêntica às práticas religiosas da antiga Índia, as faculdades mediúnicas no Egito foram desenvolvidas e praticadas no silêncio dos templos sagrados, sob o mais profundo mistério e rigorosamente vedadas à população leiga. A iniciação nos templos egípcios era cercada de numerosos obstáculos e exigia-se o juramento de sigilo. A menor indiscrição era punida com a morte.
Saídos de todas as classes sociais, mesmo das mais ínfimas, os sacerdotes eram os verdadeiros senhores do Egito. Os reis por eles escolhidos e iniciados só governavam a nação a título de mandatários. Todos os historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos.
Os magos dos faraós realizavam todos esses prodígios que são referidos na Bíblia. É bem certo que eles
evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente que os hebreus se entregassem a essas práticas. Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face dos poderes mediúnicos que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e de prestidigitação. A ciência dos sacerdotes do Egito antigo ultrapassava em muito a ciência atual, pois conheciam o magnetismo, o sonambulismo, curavam pelo sono provocado, praticavam largamente a sugestão, usavam a clarividência com fins terapêuticos e eram célebres pelas práticas de curas hipnóticas.
No tempo em que Moisés libertou o povo hebreu do cativeiro egípcio, vamos encontrar o espírito daquele
que um dia seria o codificador da doutrina espírita envergando a túnica sacerdotal e já detentor de sabedoria que o colocava como sacerdote preferido do faraó Ramsés II.
O sacerdote Amenophis era médium de efeitos físicos, inclusive existem relatos sobre as sessões de materialização que eram realizadas naquela época.” (Revista Cristã de Espiritismo nº12 pág 20-24)
Mediunidade na Grécia Antiga
Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde 1 100 a.C. (período posterior à invasão dórica) até à dominação romana em 146 a.C., contudo deve-se lembrar que a história da Grécia inicia-se desde o período paleolítico, perpassando a Idade do Bronze com as civilizações Cicládica (3000-2 000 a.C.), minoica (3000-1 400 a.C.) e micênica (1600-1 200 a.C.); alguns autores utilizam de outro período, o período pré-homérico (2000-1 200 a.C.), para incorporar mais um trecho histórico a Grécia Antiga.
Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis (Hércules, Teseu, Perseu, Édipo) que eram considerados divinos. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma rica mitologia.
Além dos grandes santuários como os de Delfos, Olímpia e Epidauro, havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no Oráculo de Delfos, onde uma pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos.
As práticas religiosas gregas influenciaram as práticas Romanas até 391 d. C. quando Teodósio I, último líder de um Império Romano unido, oficializou a conversão do império romano ao Cristianismo.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

CRÍTICAS AO SEU TRABALHO NO ESPIRITISMO ??

Se te criticam na sua fé espírita em divulgar o espiritismo e a palavra de Deus, não te atormentes, aprenda que o tempo gasto na inutilidade que a crítica traz com ela, é um disperdicio na produção divina e tu não agradará a todos.



Se tu tivesse vindo para agradá-los tornaria um trapezista, ou alguém que caminhe no arame, para diverti-los, mas se tu veio no propósito de servir ao cristo esquece-os e acalme-te, diante das maiores dificuldades, pois o verdadeiro cristão é recebido aqui entre nós (espíritos) (no plano espiritual) com todas a s condecorações que são as feridas cicatrizadas na alma.
Joanna de Ângelis

Pelo amor ou pela dor

Você já ouviu falar que aprendemos pelo amor ou pela dor? Acredita que podemos aprender tudo pelo amor? Eu, particularmente, acho que ainda não. A experiência de cada um de nós demonstra que costumamos aprender muito mais pela dor do que pelo amor.



Desde crianças temos a oportunidade de aprender através do amor. São os conselhos e ensinamentos exaustivos do pai e da mãe, os exemplos, as lições que recebemos dos mais velhos. Alguns nós seguimos. Muitos outros nós não seguimos. E aprendemos com nossas próprias experiências. Às vezes repetimos as mesmas experiências de nossos pais, sendo que seria fácil para nós ter aprendido com a experiência deles.
Mas não dá pra negar a capacidade que a dor tem de nos ensinar. É que a dor, pelo menos neste nosso planeta, é mais experiente que o amor. A dor pega você de jeito, como quem não quer nada, e quando você vê está pronto para refletir.
O que o amor levaria meses para explicar, a dor demonstra em alguns minutos. O que o amor levaria várias reencarnações para ensinar, a dor ensina em alguns anos. A dor chama para si, obriga a sentar e ouvir. Com a dor física, você percebe que está abusando do corpo. Com a dor da saudade, você valoriza quem está longe. Com a dor do arrependimento, você reconhece o erro e se propõe a consertá-lo. Com a dor da solidão, você se dá conta de que não é uma ilha, de que não se basta sozinho. Com a dor do coração você nota que não é como gostaria de ser, que é bem mais falível, suscetível e sensível do que costuma pensar.
A dor arranca o seu disfarce. E você se vê como é de verdade. E, não importa como você seja, o fato é que você é único. E só. Sozinho num imenso universo. O único responsável por você mesmo. Autor, ator e crítico do próprio espetáculo. Você é responsável pelo seu corpo, é você que deve cuidar dele. Você é responsável por seus sentimentos, e deve aprender a lidar com situações conflituosas como solidão, saudade ou abandono. Você é responsável por seus pensamentos, palavras e ações, e está sujeito a fazer coisas de que se arrependerá.
E ao perceber que você é o único responsável por sua própria vida, você então permite ao outro que ele seja como ele é. Porque o outro também é o único responsável pela vida dele. O outro não tem o poder de influenciar a sua vida, a não ser que você permita. Do mesmo modo, você só vai influenciar a vida do outro se ele permitir.
E se você quer ser livre precisa saber que só existe liberdade onde houver tolerância. Se você não permite que o outro seja como ele é, se você não aceita que o outro seja diferente de você, você está preso ao outro. Está preso porque há uma questão mal resolvida que exige solução. A liberdade em relação aos demais só é alcançada se houver tolerância.
A dor é um mecanismo que serve para orientar, como uma bússola. Sempre que houver um desvio da rota, a dor alerta. Você pode ignorá-la por um bom tempo. E quanto mais você a ignora, mais forte ela fica, mais potencial de ensinamento ela adquire.
É claro que um dia aprenderemos mais com o amor. Aprenderemos mais facilmente, mais docilmente. Mas em nosso estágio evolutivo a dor ainda é de extrema utilidade. Sem ela, levaríamos muito mais tempo para aprender qualquer coisa. Não sentiríamos necessidade alguma de refletir. Não reclame da dor, aprenda com ela.
Aprendemos pelo amor ou pela dor…

Oração da manhã

Senhor, no início deste dia,
venho pedir-Te saúde,
força, paz e sabedoria.



Quero olhar hoje o mundo
com olhos cheios de amor,
ser paciente, compreensivo,
manso e prudente;
ver, além das aparências,
teus filhos como Tu mesmo os vês,
e assim não ver senão o bem em cada um.
Fecha os meus ouvidos a toda a calúnia.
Guarda a minha língua de toda a maldade.
Que só de bênçãos se encha o meu espírito.
Que eu seja tão bondoso e alegre,
que todos quantos se aproximarem de mim,
sintam a tua presença.
Senhor, reveste-me da tua beleza,
e que, no decurso deste dia,
eu Te revele a todos.
Amém.

Rogar

“ ...Não se faça a minha vontade, mas a tua.” – Jesus.
(Lucas, 22:42).



É comum a alteração de votos que formulamos, de planos que fazemos.
Vários propósitos que se nos erigiam na alma, por anseios aflitivos do sentimento, caem, após realizados, nos domínios do trivial, dando lugar a novos anseios.
Petições que endereçamos à Vida Maior, em muitas ocasiões, quando atendidas, já nos encontram modificados por súplicas diferentes. O que ontem era importante para nós costuma descer para linhas da vulgaridade e o que desprezávamos antigamente, não poucas vezes passa à condição de essencial.
Forçoso, desse modo, rogar com prudência as concessões da vida.
Poderes superiores velam por nossas necessidades, facultando-nos aquilo que
nos é efetivamente proveitoso.
Em circunstâncias diversas, acontecimentos que nos parecem males são bens que não chegamos a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências da vida para percebermos que muitas daquelas que se nos afiguram bens resultam em males que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração.
Todos possuímos amigos admiráveis que se comovem à frente de nossas rogativas, empenhando influência e recurso por satisfazer-nos, prejudicando-se, freqüentemente, em nome do amor, por nossa causa, de vez que nem sempre estamos habilitados a receber o que desejamos, no que se refere a conforto e vantagem.
Aprendamos, assim, a trabalhar, esperado pelos desígnios da Justiça Divina sobre os nossos impulsos.
Importante lembrar que o próprio Cristo, na fidelidade a Deus, foi constrangido também a dizer: “Pai, não se faça a minha vontade, mas a tua”.
Emmanuel
(Palavras de Vida Eterna)

Couraça da caridade

Couraça da caridade
“Sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:8.)



Paulo foi infinitamente sábio quando aconselhou a couraça da caridade aos trabalhadores da luz.
Em favor do êxito desejável na missão de amor a que nos propomos, em companhia do Cristo, antes de tudo é indispensável preservar o coração.
E se não agasalharmos a fonte do sentimento nas vibrações do ardente amor, servidos por uma compreensão elevada nos círculos da experiência santificante em que nos debatemos na arena terrestre, é muito difícil vencer na tarefa que o Senhor nos confia.
A irritação permanente, diante da ignorância, adia as vantagens do ensino benéfico.
A indignação excessiva, perante a fraqueza, extermina os germes frágeis da virtude.
A ira freqüente, no campo da luta, pode multiplicar-nos os inimigos sem qualquer proveito para a obra a que nos devotamos.
A severidade demasiada, à frente de pessoas ainda estranhas aos benefícios da disciplina, faz-se acompanhar de efeitos contraproducentes por escassez de educação do meio em que se manifesta.
Compreendendo, assim, que o cristão se acha num verdadeiro estado de luta, em que, por vezes, somos defrontados por sugestões da irritação intemperante, da indignação inoportuna, da ira injustificada ou da severidade destrutiva, o apóstolo dos gentios receitou-nos a couraça da caridade, por sentinela defensiva dos órgãos centrais de expressão da vida.
É indispensável armar o coração de infinito entendimento fraterno para atender ao ministério em que nos empenhamos.
A convicção e o entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para continuar o serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade paciente, benigna e invencível.

O amanhã não existe...

O amanhã não existe. O único momento real é o hoje, o agora. A vida, essa dádiva misteriosa chamada vida, é um eterno agora. A função do amanhã é nos possibilitar o planejamento do que queremos fazer. Mas fazemos tudo hoje. É no hoje que as coisas se realizam. Tudo o que você já fez na sua vida, coisas boas e ruins, grandes e pequenas, quando o fez, foi no hoje. Amanhã não se faz nada.




Você é do tipo que vai fazer um monte de coisas no futuro? Você tem planos e sonhos que vai realizar um dia? Esse dia tem dia marcado? Ou é apenas “depois“? As pessoas que terminam uma passagem pela Terra sem realizar o que sonharam são as que vão começar as coisas um dia. Só que este dia não chegou, agora só na próxima reencarnação, talvez. As que tentaram e não conseguiram aprenderam muitas coisas úteis em suas tentativas, enriqueceram suas bagagens existenciais de espírito imortal, acumularam experiências às vezes mais valiosas do que seriam as próprias realizações do que planejaram.
É preciso tentar, é preciso fazer, é preciso ação. A realização se dá em três etapas; pensamento, palavra e ação. Todas são importantes, todas são imprescindíveis. O pensamento cria, a palavra expressa a criação, a ação a coloca em prática. Uma ou duas etapas não são suficientes, é preciso a conjunção desses três fatores.
É deprimente ver tantas pessoas gastarem seus preciosos dias de experiência terrena em devaneios e falatórios vãos. Você precisa se conscientizar de que o amanhã é só o hoje que não chegou ainda, mas é no agora que você pode e deve pôr em prática seus planos. O amanhã é uma ilusão, o amanhã é o nunca, ele não existe. Você já viu alguém que diz que quer parar de fumar? Mas ele vai parar amanhã. Só que o amanhã nunca chega, ele não existe. Quem quer parar de fumar tem que parar agora. Há os que vão iniciar um regime amanhã, e dessa vez é pra valer. Só que é pra amanhã, e o amanhã nunca vem. A vida é um permanente hoje.
Há os que vão voltar a estudar um dia, que vão realizar um empreendimento um dia, que vão fazer serviço voluntário um dia, os que vão se libertar de um relacionamento doentio um dia, talvez amanhã. Tem ainda os que vão pedir perdão para alguém que magoaram um dia, vão visitar alguém que há muito não veem, vão iniciar um curso que há muito querem fazer, tudo amanhã ou depois. E a vida vai passando.
A vida é uma oportunidade maravilhosa de experiência, aprendizado e realização. Não dá pra fazer tudo o que gostaríamos. Precisamos escolher o que julgamos mais importante, aquilo que realmente desejamos, e criar ardentemente, nos mínimos detalhes, em nosso pensamento. É preciso saturar o pensamento de desejo, senti-lo tão vivo e colorido como se já estivesse realizado. Também é necessário reeducar a mente subconsciente, que é a mente não racional, a mente que não analisa, não julga, mas que realiza. Use a palavra em seu benefício, afirmando todos os dias antes de dormir e ao acordar aquilo que deseja ver realizado. Force a barra, a mente subconsciente acredita em tudo que lhe é dito, e cumpre com tudo que lhe é ordenado. Por isso a importância desses horários, antes de dormir e ao acordar, que é quando a mente racional está menos ativa e não vai atrapalhar.
Faça hoje o que pode fazer hoje. O que não pode ser feito de imediato, planeje. Mas estipule datas, dê um prazo para começar. E comece. E faça o que tem que ser feito. E não deixe para amanhã. O amanhã não existe.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

REENCARNAÇÃO: ASPECTOS HISTÓRICOS E CIENTÍFICOS

Reencarnar é tornar à vida física, renascer em outro corpo.



Essa é a ideia central de diversas doutrinas religiosas, principalmente as orientais. No ocidente, a teoria da reencarnação é amplamente divulgada pelo Espiritismo. Para compreender a pluralidade das existências é necessário crer na imortalidade da alma.
Segundo a Doutrina Espírita, a pluralidade das existências é a prova da misericórdia Divina. Somente através da reencanação temos a oportunidade de progredir moralmente, corrigindo nossas imperfeições e aperfeiçoando nossas qualidades. A reencarnação constitui pois, uma Lei Natural.
132. Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos?
— Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea; nisto é que está a expiação. A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação. É para executá-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a matéria essencial do mesmo, afim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, também progredir.
(O Livro dos Espíritos - Allan Kardec)
A reencarnação não partiu do espiritismo
A doutrina das vidas sucessivas, também chamada de Palingenesia, do grego Palin (novo) e gênese (nascimento) relaciona-se com a história das antigas civilizações. Os primeiros registros acerca da reencarnação, partem dos hindus há 5000 anos a.C.. Um pouco mais tarde, os egípcios também fizeram anotações sobre o tema:
“Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não é o fim.”
(Papiro Egípcio, 3.000 A.C.)
Os grandes pensadores, precursores do espiritismo e da ideia cristã, discutiram amplamente a questão em suas escolas filosóficas. Pitágoras dizia ser a reencarnação de Euforbo, filho de Panto, que foi morto por Menelau na Guerra de Tróia:
"A alma nunca morre, mas recomeça uma nova vida, muda de domicílio, tomando uma outra forma. Quanto a mim, já fui Euforbes, no tempo da guerra de Tróia e lembro-me perfeitamente bem do meu nome e dos meus pais, bem como fui morto em combate com o rei de Esparta...mas embora vivendo em vários corpos, a alma é sempre a mesma, pois só muda a forma.”
(Pitágoras 572 - 492 a.C.)
Sócrates, considerado por muitos o maior filósofo ocidental, também expressou seu pensamento em relação ao assunto. Apesar de não deixar nenhum documento registrado, seus ensinamentos foram anotados e imortalizados por seus discípulos:
“Estou convencido de que vivemos novamente e que os vivos emergem dos que morreram e que as almas dos que morreram estão vivas.”
(Sócrates, 469 - 399 a.C.)
Platão, que fora fortemente influenciado por Sócrates e Pitágoras, tornou-se o grande difusor da doutrina da reencarnação. Seus registros são apontados por diversos
teólogos para justificar o objeto em questão:
"Ó tu, moço ou jovem que te julgas abandonado pelo deuses, saiba que, se te tornares pior, irás ter com as piores almas, ou se melhor, irá se juntar as melhores almas, e em toda sucessão de vida e morte farás e sofrerás o que um igual pode merecidamente sofrer nas mãos de iguais. É esta a justiça dos céus."
"Aprender é recordar."
(Platão, 427 - 347 a.C.)
A reencarnação como dogma judeu.
Em Israel, existiam duas escolas filosóficas que dominavam a classe espiritual da época, os Fariseus e os Saduceus. A primeira, formada por representantes de classe média, era mais flexível e acreditava na reencarnação, mas utilizava o termo ressurreição para designar a ideia do retorno da alma à vida física.(Clique para ver diferença entre ressurreição ereencarnação)
"Eles [os fariseus] também acreditavam que as almas tinham uma força imortal dentro delas e que sob a terra elas serão premiadas ou punidas, segundo elas tivessem vivido virtuosamente ou em vício esta vida; e estas últimas são mantidas numa prisão eterna, ao passo que as primeiras terão o poder de viver novamente."
(Flávio Josefo - Antiguidades)
Já os saduceus, em menor número, eram representados pela alta sociedade. Seus membros eram conservadores e não acreditavam, de forma alguma, na imortalidade da alma e por consequência na reencarnação.
Mas por que mencionar aqui as crenças judaicas?
A resposta é simples, Jesus era judeu e antes de iniciar suas pregações, provavelmente tenha recebido a mesma formação religiosa de seu povo. O Evangelho de Lucas nos conta que, aos 12 anos, Jesus viajou com os pais de Nazaré a Jerusalém para celebrar o Pessach, a Páscoa judaica, este fato pode demonstrar o contato de Jesus com a religião judaica.
Jesus e a reencarnação
Muito se debate sobre os ensinamentos de Jesus. Cada religião enfatiza aquilo que melhor lhe convém utilizando os registros bíblicos para fundamentar suas crenças. Partindo desse pressuposto, podemos citar algumas passagens bíblicas que podem ser relacionadas a doutrina da reencarnação.
Analisemos um trecho bíblico que referencia o diálogo entre o Nazareno e um doutor da lei judaica, Nicodemos:
“Em verdade, em verdade vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. Perguntou-lhe, então, Nicodemos: Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?" Jesus respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo aquele que é nascido do Espírito”.
(João, capítulo III, vv. 1 a 12)
Neste trecho, Jesus demonstra que é preciso nascer novamente para adentrar ao reino de Deus, ou seja para se chegar a perfeição. Este é o princípio da pluralidade das existências.
Outro segmento bíblico que nos fornece subsídios para confirmar a hipótese de que Jesus falava sobre reencarnação, diz respeito a sua explicação aos apóstolos com relação a Elias e João Batista:
“É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas: - mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.” - Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara.
(Mateus, cap. XVII, vv. 10 a 13 e Marcos, cap. IX, vv. 11 a 13.)
Ora, aqui nos parece muito clara a ideia da transmigração da alma. Se João Batista era Elias, este fato só pode ser explicado pela reencarnação, pois João Batista e Elias foram duas pessoas distintas, com corpos físicos diferentes. Se a crença da doutrina da reencarnação fosse contrária aos ensinamentos de Jesus, certamente ele teria a combatido, como fez com tanta outras crenças conservadoras.[1]
A reencarnação como crença do cristianismo primitivo
Alguns estudiosos defendem que a teoria da reencarnação era aceita entre os cristãos primitivos. De fato, teólogos famosos e doutores da igreja, como Orígenes, São Clemente, São Jerônimo e até mesmo Santo Agostinho, explicitaram suas opiniões em favor da pluralidade das existências:
“Toda alma vem para este mundo fortalecida pelas vitórias ou enfraquecida pelas derrotas da sua vida anterior. Seu lugar neste mundo é determinado pelos seus méritos ou deméritos anteriores. Seu trabalho neste mundo determina o seu lugar no mundo que se seguirá após este.”
(De Principiis e Contra Celsum - Orígenes)
"Não terei eu vivido em outro corpo, em alguma outra parte, antes de entrar no útero de minha mãe?"
(Confissões - Santo Agostinho)
A proposta das vidas sucessivas, teria resistido até o ano de 553, quando o Imperador Justiniano convocou o segundo Concílio de Constantinopla para combater as ideias de Orígenes, que eram adotadas pela igreja.
Mas por que Justiniano interveio em uma questão religiosa?
Acredita-se que sua esposa, a Imperatriz Teodora, antes de se casar, teria sido uma prostituta. Para que este fato não comprometesse sua reputação, Teodora determinou o assassinato de todas as prostitutas da região, aproximadamente quinhentas. Este fato causou muita revolta nos cristãos que eram reencarnacionistas, os mesmos acusaram-na de assassinato. Muitos passaram a comentar que Teodora teria de retornar à vida quinhentas vezes para pagar pelos crimes cometidos. A imperatriz, por sua vez, passou a odiar a doutrina da reencarnação.
A esposa de Justiniano então, solicitou ao marido que tomasse uma atitude com relação ao fato. O imperador que havia iniciado uma perseguição a Orígenes desde o ano de 543, organizou o concílio e ordenou de forma autoritária, que qualquer ideia relacionada a reencarnação fosse banida do cristianismo.
A realização deste concílio não contou com a presença de todos os bispos. Os representantes de Roma e a grande maioria do bispado ocidental não participaram da assembleia, deste modo, Justiniano conseguiu facilmente a aprovação de seus interesses. Os participantes do concílio resolvem portanto, substituir a crença na reencarnação pela crença na ressurreição.
A decisão final do segundo Concílio de Constantinopla que diz respeito ao assunto é a seguinte:
“Quem sustentar a mítica crença na preexistência da alma e a opinião, consequentemente estranha, de sua volta, seja anátema”.
Esta decisão reflete até hoje na doutrina cristã. O império de Justiniano mudou o rumo do cristianismo de forma significativa. A igreja romana alterou o discurso e acabou por influenciar as doutrinas protestantes.
Por esse motivo, a espiritualidade maior trabalha para fortalecer o espiritismo, que surge com proposta de resgatar o Cristianismo primitivo.
A reencarnação aos olhos da ciência
Existem diversas pesquisas científicas sobre reencarnação em todo mundo, inclusive no Brasil. Um dos maiores e mais complexos estudos realizados até agora, fora sediado na Universidade de Virgínia nos Estados Unidos.
Um grupo de pesquisadores, inicialmente liderada pelo psiquiatra Ian Stevenson que morreu em 2007, estudam há décadas os casos de pessoas que dizem recordar suas vidas pregressas. Dr. Stevenson passou 37 anos registrando e analisando testemunhos de crianças que alegam ter lembranças nítidas de outras vidas. Alguns registros, de fato, impressionam.
Crianças que desde muito cedo despertam talentos inatos para diversos campos do conhecimento, são consideradas um mistério aos olhos da ciência. Pequenos gênios como Mozart, que compôs sua primeira canção aos 5 anos de idade e tantos outros exemplos de miúdos com conhecimento incomum, ainda permanecem inexplicáveis.
Não seria mais justo admitir que exista um conhecimento anterior que possa justificar esses talentos? Como crianças que ainda nem foram alfabetizadas desenvolvem complexas habilidades em diferentes áreas, lembrando de situações alheias a presente existência? Foram essas observações que instigaram as pesquisas de Dr. Stevenson, as quais resultaram na publicação de materiais científicos e alguns livros sobre o tema.
Parte da comunidade científica, entretanto, não vê com bons olhos a possibilidade de comprovação científica da reencarnação. A justificativa é que os estudos sobre o tema, geralmente são baseados em evidências narradas, relatos de pessoas e comparações. A dificuldade em levantar provas concretas é muito grande, pois comumente existem intervalos consideráveis entre uma reencarnação e outra. Não há nada "palpável".
Outro problema encontrado e citado muitas vezes pelo Dr. Stevenson é que seus colegas cientistas acreditam nas teorias materialistas como verdades absolutas e não estão abertos a novas possibilidades de estudo.
"Se ainda existisse tribunal de inquisição, certamente os cientistas que se dedicam a esse tipo de pesquisa, seriam queimados na fogueira por heresia."
(Ian Stevenson)
É importante lembrar que Galileu foi rechaçado por sustentar a ideia de Copérnico, de que os corpos celestes giravam em torno do sol. O mesmo acontece hoje com tantos outros assuntos, como a reencarnação. A diferença é que ninguém está condenado a morte por defender suas opiniões, como na época de Galileu.
Apesar de todas as dificuldades, Dr. Stevenson conseguiu despertar o interesse de boa parte dos cientistas para o assunto. As pesquisas prosseguem e a cada dia crescem as expectativas para a comprovação científica da pluralidade das existências, apesar de que para alguns, as evidências são irrefutáveis.
REFERÊNCIAS:
A REENCARNAÇÃO NO EVANGELHO - Hugo Alvarenga Novaes
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO - Leon Denis
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - Allan Kardec
O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Allan Kardec
TWENTY CASES SUGGESTIVE OF REINCARNATION - American Society for Psychical Research. Versão em português, da EDITORA DIFUSORA CULTURAL.