O que os pais transmitem aos filhos?
Não são os pais que
criam o Espírito de seu filho. Nem é verdade que os pais transmitam aos
filhos parte de sua própria alma. Porque o corpo procede do corpo mas o
Espírito não procede do Espírito.
O que os pais fazem é fornecer
aos filhos o invólucro que, quase sempre, tem uma semelhança física e de
disposições orgânicas por causa da hereditariedade, que rege a formação
do corpo material.
A essa vida animal que os pais transmitem aos filhos, uma nova alma, a do filho, vem se juntar trazendo a vida moral.
Os pais jamais transmitem aos filhos a semelhança moral, porque se trata de espíritos diferentes.
As semelhanças morais que existem, às vezes, entre pais e filhos vêm do
fato de serem eles espíritos simpáticos, atraídos pela afinidade de
suas inclinações. Podem ser, também, resultado da educação, popis o
espírito dos pais exerce, e muito, influência sobre os espíritos dos
filhos, após o nascimento.
Educar é missão dos pais
As
crianças não são almas recém-criadas por Deus. São espíritos com certa
experiência e desenvolvimento, pois já viveram muitas vidas
anteriormente. Trazem, como bagagem espiritual, as consequências de seus
acertos e, também de seus erros, o que pode estar simbolizado na antiga
ideia de "pecado original".
Quando passa pelo estágio da infância
física, o Espírito está como que num repouso de atividade mais intensa
do seu eu. E se torna mais acessível às impressões que recebe, porque o
cérebro novo registrará novos informes e estímulos. Costuma
apresentar-se mais dócil, porque se encontra dependente para com os seus
responsáveis na vida terrena.
É, pois, a infância o momento
ideal para a ação educativa, moralizante, que muito poderá ajudar o
Espírito em seu progresso na nova reencarnação. E cabe ao espírito dos
pais, em especial, a missão de desenvolver o dos filhos pela educação,
procurando corriigir as tendências más que trazem e cultivar as boas
qualidades que tem em potencial, como criatura de Deus.
Os pais não
poderão, pelos pensamentos e preces, determinar para o corpo do filho
que vao gerar, um bom espírito em lugar de um espírito inferior. Mas
podem melhorar o espírito da criança a que deram nascimento e que lhes
foi confiada. Esse é o seu dever.
Filhos maus são uma prova para os
pais. Pais bons e virtuosos podem ter filhos até perversos, porque um
mau pode pedir bons pais, na esperança de que seus conselhos o dirijam
por uma senda melhor e, muitas vezes, Deus o atende.
Educar os
filhos é tarefa que Deus confiou aos pais e, se nela falharem, serão
culpados. Mas se fizeram tudo o que podiam e deviam pelo adiantamento
moral de seus filhos e eles é que não aceitam a boa orientação, os pais
podem ficar de consciência tranquila. A amargura que sentem por não
alcançarem o êxito esperado é suavizada pela certeza de que, no futuro,
ainda podrão concluir a obra agora começada e que, um dia, os filhos
ingratos os recompensarão com o seu amor. Todas as pessoas que convivem
com a criança também devem cooperar na sua educação, pois a fraternidade
nos faz responsáveis usn pelos outros.
Em complementação à
tarefa educadora dos pais, os Centros ESpíritas procuram organizar
grupos para evangelização da infância, ou seja, para lhes transmitir a
moral evangélica, à luz do Espiritismo.
Semelhanças entre irmãos
Muitas vezes há semelhanças de carater entre irmãos, sobretudo entre gêmeos, o que pode ser explicado por:
- influência da educação igual que tiveram e a que foram acessíveis; ou
- por serem espíritos simpáticos e afins entre si.
Porém, não é regra geral essa semelhança. Às vezes, há aversão entre
irmÃos, mesmo gêmeos, porque são espíritos desafetos, diferentes ou
maus, que precisam estar juntos para seu mútuo progresso no cenário da
vida terrena.
Gêmeos siameses: são gêmeos que nascem com os
corpos ligados ou, até mesmo, com certos órgãos em comum. Havendo duas
cabeças pensantes, é que ali estão dois espíritos habitando num mesmo
conjunto físico. Somente serão semelhantes entre si, quanto a sentimento
e comportamento, se forem afins espiritualmente.
Livros consultados:
De Allan Kardec
- "O Evangelho Segundo o ESpiritismo", caps IV e XIV;
- "O Livro dos Espíritos", 2ª parte, cap IV.
De Hermínio C. Miranda:
- "NOssos Filhos São ESpíritos".
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