O que os pais transmitem aos filhos?
Não são os pais que
criam o Espírito de seu filho. Nem é verdade que os pais transmitam aos
filhos parte de sua própria alma. Porque o corpo procede do corpo mas o
Espírito não procede do Espírito.
O que os pais fazem é fornecer
aos filhos o invólucro que, quase sempre, tem uma semelhança física e de
disposições orgânicas por causa da hereditariedade, que rege a formação
do corpo material.
A essa vida animal que os pais transmitem aos filhos, uma nova alma, a do filho, vem se juntar trazendo a vida moral.
Os pais jamais transmitem aos filhos a semelhança moral, porque se trata de espíritos diferentes.
As semelhanças morais que existem, às vezes, entre pais e filhos vêm do
fato de serem eles espíritos simpáticos, atraídos pela afinidade de
suas inclinações. Podem ser, também, resultado da educação, popis o
espírito dos pais exerce, e muito, influência sobre os espíritos dos
filhos, após o nascimento.
Educar é missão dos pais
As
crianças não são almas recém-criadas por Deus. São espíritos com certa
experiência e desenvolvimento, pois já viveram muitas vidas
anteriormente. Trazem, como bagagem espiritual, as consequências de seus
acertos e, também de seus erros, o que pode estar simbolizado na antiga
ideia de "pecado original".
Quando passa pelo estágio da infância
física, o Espírito está como que num repouso de atividade mais intensa
do seu eu. E se torna mais acessível às impressões que recebe, porque o
cérebro novo registrará novos informes e estímulos. Costuma
apresentar-se mais dócil, porque se encontra dependente para com os seus
responsáveis na vida terrena.
É, pois, a infância o momento
ideal para a ação educativa, moralizante, que muito poderá ajudar o
Espírito em seu progresso na nova reencarnação. E cabe ao espírito dos
pais, em especial, a missão de desenvolver o dos filhos pela educação,
procurando corriigir as tendências más que trazem e cultivar as boas
qualidades que tem em potencial, como criatura de Deus.
Os pais não
poderão, pelos pensamentos e preces, determinar para o corpo do filho
que vao gerar, um bom espírito em lugar de um espírito inferior. Mas
podem melhorar o espírito da criança a que deram nascimento e que lhes
foi confiada. Esse é o seu dever.
Filhos maus são uma prova para os
pais. Pais bons e virtuosos podem ter filhos até perversos, porque um
mau pode pedir bons pais, na esperança de que seus conselhos o dirijam
por uma senda melhor e, muitas vezes, Deus o atende.
Educar os
filhos é tarefa que Deus confiou aos pais e, se nela falharem, serão
culpados. Mas se fizeram tudo o que podiam e deviam pelo adiantamento
moral de seus filhos e eles é que não aceitam a boa orientação, os pais
podem ficar de consciência tranquila. A amargura que sentem por não
alcançarem o êxito esperado é suavizada pela certeza de que, no futuro,
ainda podrão concluir a obra agora começada e que, um dia, os filhos
ingratos os recompensarão com o seu amor. Todas as pessoas que convivem
com a criança também devem cooperar na sua educação, pois a fraternidade
nos faz responsáveis usn pelos outros.
Em complementação à
tarefa educadora dos pais, os Centros ESpíritas procuram organizar
grupos para evangelização da infância, ou seja, para lhes transmitir a
moral evangélica, à luz do Espiritismo.
Semelhanças entre irmãos
Muitas vezes há semelhanças de carater entre irmãos, sobretudo entre gêmeos, o que pode ser explicado por:
- influência da educação igual que tiveram e a que foram acessíveis; ou
- por serem espíritos simpáticos e afins entre si.
Porém, não é regra geral essa semelhança. Às vezes, há aversão entre
irmÃos, mesmo gêmeos, porque são espíritos desafetos, diferentes ou
maus, que precisam estar juntos para seu mútuo progresso no cenário da
vida terrena.
Gêmeos siameses: são gêmeos que nascem com os
corpos ligados ou, até mesmo, com certos órgãos em comum. Havendo duas
cabeças pensantes, é que ali estão dois espíritos habitando num mesmo
conjunto físico. Somente serão semelhantes entre si, quanto a sentimento
e comportamento, se forem afins espiritualmente.
Livros consultados:
De Allan Kardec
- "O Evangelho Segundo o ESpiritismo", caps IV e XIV;
- "O Livro dos Espíritos", 2ª parte, cap IV.
De Hermínio C. Miranda:
- "NOssos Filhos São ESpíritos".
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Conheça a Doutrina dos Espíritos ou o Espiritismo:
DEUS,
INTELIGÊNCIA SUPREMA,
CAUSA PRIMEIRA DE TODAS AS COISAS
JESUS,
O GUIA E MODELO
KARDEC, o Codificador
A BASE FUNDAMENTAL
Obras básicas (Allan Kardec):
- O LIVRO DOS ESPÍRITOS
- O LIVRO DOS MÉDIUNS
- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
- O CÉU E O INFERNO
- A GÊNESE
O que é:
É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” Allan Kardec (O que é o Espiritismo – Preâmbulo)
“O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.” Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. VI – 4)
O que revela:
Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.
Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.
Sua abrangência:
Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.
Seus ensinos fundamentais:
Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.
Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.
No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.
O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.
Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.
Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.
Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.
Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.
Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.
Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.
A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.
O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.
A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.
A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.
A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.
PRÁTICA ESPÍRITA
Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.
A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.
O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.
A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem.
Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.
O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”
“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”
O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental
para o correto conhecimento da Doutrina Espírita.
Fontes:
Federação Espírita Brasileira
Conselho Espírita Internacional
INTELIGÊNCIA SUPREMA,
CAUSA PRIMEIRA DE TODAS AS COISAS
JESUS,
O GUIA E MODELO
KARDEC, o Codificador
A BASE FUNDAMENTAL
Obras básicas (Allan Kardec):
- O LIVRO DOS ESPÍRITOS
- O LIVRO DOS MÉDIUNS
- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
- O CÉU E O INFERNO
- A GÊNESE
O que é:
É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” Allan Kardec (O que é o Espiritismo – Preâmbulo)
“O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.” Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo – cap. VI – 4)
O que revela:
Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.
Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.
Sua abrangência:
Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.
Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.
Seus ensinos fundamentais:
Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.
Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.
No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.
O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.
Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.
Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.
Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.
Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.
Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.
Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.
A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.
O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.
A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.
A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.
A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.
PRÁTICA ESPÍRITA
Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: “Dai de graça o que de graça recebestes”.
A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.
O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.
A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem.
Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.
O Espiritismo respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e pela paz entre todos os povos e entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”
“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”
O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental
para o correto conhecimento da Doutrina Espírita.
Fontes:
Federação Espírita Brasileira
Conselho Espírita Internacional
COISAS DO CHICO Caridade e oração
"O Centro Espírita Luiz Gonzaga" ia seguindo para a frente... Certa
feita, alguns populares chegaram à reunião pedindo socorro para um cego
acidentado.
O pobre mendigo, mal guiado por um companheiro ébrio, caíra sob o viaduto da Central do Brasil, na saída de Pedro Leopoldo para Matozinhos, precipitando-se ao solo, de uma altura de quatro metros. O guia desaparecera e o cego vertia sangue pela boca. Sozinho, sem ninguém...
Chico alugou pequeno pardieiro, onde o enfermo foi asilado para tratamento médico. Caridoso facultativo receitou, graciosamente. Mas o velhinho precisava de enfermagem.
O médium velava junto dele à noite, mas durante o dia precisava atender às próprias obrigações na condição de caixeiro do Sr. José Felizardo. Havia, por essa época, 1928, uma pequena folha semanal, em Pedro Leopoldo.
E Chico providenciou para que fosse publicada uma solicitação, rogando o concurso de alguém que pudesse prestar serviços ao cego Cecílio, durante o dia, porque à noite, ele próprio se responsabilizaria pelo doente. Alguém que pudesse ajudar. Não importava que o auxílio viesse de espíritas, católicos ou ateus.
Seis dias se passaram sem que ninguém se oferecesse. Ao fim da semana, porém, duas meretrizes muito conhecidas na cidade se apresentaram e disseram-lhe:
- Chico, lemos o pedido e aqui estamos. Se pudermos servir... - Ah! Como não? - replicou o médium
- Entrem, irmãs! Jesus há de abençoar-lhes a caridade.
Todas as noites, antes de sair, as mulheres oravam com o Chico, ao pé do enfermo.
Decorrido um mês, quando o cego se restabeleceu, reuniram-se pela derradeira vez, em prece, com o velhinho feliz. Quando o Chico terminou a oração de agradecimento a Jesus, os quatro choravam. Então, uma delas disse ao médium:
- Chico, a prece modificou a nossa vida. Estamos a despedir-nos. Mudamo-nos para Belo Horizonte, a fim de trabalhar.
E uma passou a servir numa tinturaria, desencarnando anos depois e a outra conquistou o título de enfermeira, vivendo, ainda hoje, respeitada e feliz.
O pobre mendigo, mal guiado por um companheiro ébrio, caíra sob o viaduto da Central do Brasil, na saída de Pedro Leopoldo para Matozinhos, precipitando-se ao solo, de uma altura de quatro metros. O guia desaparecera e o cego vertia sangue pela boca. Sozinho, sem ninguém...
Chico alugou pequeno pardieiro, onde o enfermo foi asilado para tratamento médico. Caridoso facultativo receitou, graciosamente. Mas o velhinho precisava de enfermagem.
O médium velava junto dele à noite, mas durante o dia precisava atender às próprias obrigações na condição de caixeiro do Sr. José Felizardo. Havia, por essa época, 1928, uma pequena folha semanal, em Pedro Leopoldo.
E Chico providenciou para que fosse publicada uma solicitação, rogando o concurso de alguém que pudesse prestar serviços ao cego Cecílio, durante o dia, porque à noite, ele próprio se responsabilizaria pelo doente. Alguém que pudesse ajudar. Não importava que o auxílio viesse de espíritas, católicos ou ateus.
Seis dias se passaram sem que ninguém se oferecesse. Ao fim da semana, porém, duas meretrizes muito conhecidas na cidade se apresentaram e disseram-lhe:
- Chico, lemos o pedido e aqui estamos. Se pudermos servir... - Ah! Como não? - replicou o médium
- Entrem, irmãs! Jesus há de abençoar-lhes a caridade.
Todas as noites, antes de sair, as mulheres oravam com o Chico, ao pé do enfermo.
Decorrido um mês, quando o cego se restabeleceu, reuniram-se pela derradeira vez, em prece, com o velhinho feliz. Quando o Chico terminou a oração de agradecimento a Jesus, os quatro choravam. Então, uma delas disse ao médium:
- Chico, a prece modificou a nossa vida. Estamos a despedir-nos. Mudamo-nos para Belo Horizonte, a fim de trabalhar.
E uma passou a servir numa tinturaria, desencarnando anos depois e a outra conquistou o título de enfermeira, vivendo, ainda hoje, respeitada e feliz.
NASCER, VIVER E MORRER BEM
"Fora da caridade não há salvação"- seria simplesmente uma fachada histórica da Codificação Kardequiana?
A resposta negativa surge automática.
A resposta negativa surge automática.
Essa legenda constará, sem dúvida, de pórticos e flâmulas, mas, na
essência, é pensamento vivo da Doutrina Espírita que no-la confia por
síntese dos postulados do Cristo, recordando-nos que a caridade não
existe para ser usada contra os homens, e sim a favor da Humanidade.
A virtude máxima não consistirá, exclusivamente, na preocupação de alimentar o estômago daquele que sente fome, mas também para que se lhe aprimorem as qualidades inatas de trabalhador, e se eleve ao nível dos que produzem a benefício da comunidade, provendo, em conseqüência, as próprias carências.
Não atenderemos ao sublime princípio, apenas induzindo o companheiro de alma entorpecida no ateísmo ou na indiferença, a cultivar o facho ardente da fé nos Poderes Superiores que governam a vida e sim igualmente a cooperar com ele no desenvolvimento do raciocínio, ajudando-o na aquisição do discernimento justo à frente do bem e do mal, de modo a não desertar da responsabilidade de viver, sentir, falar e atuar, perante as Leis Divinas.
Eis a razão porque a tarefa primordial do Espiritismo não se fundamentará em condenar tacitamente os erros dos outros, mas ergue-se em instituto natural de orientação e corrigenda, inspirando-nos a acertar sempre mais com a verdade que nos fará livres da ignorância.
Também não se apoiará em abraçar cegamente todos os desejos dos semelhantes, a pretexto de lhes açucararmos a existência, mas levanta-se em escola de compreensão e fraternidade dentro da qual aprenderemos a amar com equilíbrio e proveito.
Caridade é socorrer o próximo sem esquecer de lhe valorizar e ampliar as faculdades positivas para que o próximo preencha as finalidades a que se encontra destinado pelos objetivos da vida.
É auxiliar a outrem não só para a remoção de necessidades e obstáculos, mas acima de tudo, para que a pessoa auxiliada se faça mais útil e mais nobre em si, porque todas as criaturas vivem na carne para morrer bem e renascer sempre melhores.
Tal é a lei.
ANDRÉ LUIZ
"Nascer, Viver e Morrer Bem", André Luiz/Waldo Vieira
Do livro "Sol nas Almas", 11, edição CEC
A virtude máxima não consistirá, exclusivamente, na preocupação de alimentar o estômago daquele que sente fome, mas também para que se lhe aprimorem as qualidades inatas de trabalhador, e se eleve ao nível dos que produzem a benefício da comunidade, provendo, em conseqüência, as próprias carências.
Não atenderemos ao sublime princípio, apenas induzindo o companheiro de alma entorpecida no ateísmo ou na indiferença, a cultivar o facho ardente da fé nos Poderes Superiores que governam a vida e sim igualmente a cooperar com ele no desenvolvimento do raciocínio, ajudando-o na aquisição do discernimento justo à frente do bem e do mal, de modo a não desertar da responsabilidade de viver, sentir, falar e atuar, perante as Leis Divinas.
Eis a razão porque a tarefa primordial do Espiritismo não se fundamentará em condenar tacitamente os erros dos outros, mas ergue-se em instituto natural de orientação e corrigenda, inspirando-nos a acertar sempre mais com a verdade que nos fará livres da ignorância.
Também não se apoiará em abraçar cegamente todos os desejos dos semelhantes, a pretexto de lhes açucararmos a existência, mas levanta-se em escola de compreensão e fraternidade dentro da qual aprenderemos a amar com equilíbrio e proveito.
Caridade é socorrer o próximo sem esquecer de lhe valorizar e ampliar as faculdades positivas para que o próximo preencha as finalidades a que se encontra destinado pelos objetivos da vida.
É auxiliar a outrem não só para a remoção de necessidades e obstáculos, mas acima de tudo, para que a pessoa auxiliada se faça mais útil e mais nobre em si, porque todas as criaturas vivem na carne para morrer bem e renascer sempre melhores.
Tal é a lei.
ANDRÉ LUIZ
"Nascer, Viver e Morrer Bem", André Luiz/Waldo Vieira
Do livro "Sol nas Almas", 11, edição CEC
Gentileza, Virtude Esquecida!
É cada vez mais raro se observar atitudes de gentileza nas relações
que vivenciamos na agitada correria do dia a dia das nossas vidas.
Levados pelos inúmeros compromissos assumidos e pela pressa em resolvê-los, não nos damos conta de quantas vezes atropelamos os bons costumes, e as boas atitudes para com o nosso próximo, e por isso mesmo, já não nos incomodamos muito com suas más atitudes em relação a nós.
Como cobrar dos outros, o que não oferecemos por nossa vez? O resultado dessa falta de consideração mútua, é a ausência de cordialidade, de afeto, de convívio saudável, que se observa na sociedade dita moderna, onde cada indivíduo parece ser único, pois, pouco lhe importa o que se passa à sua volta com seu semelhante, seja ele, seu parente, seu vizinho, etc..., mostrando com esse seu procedimento a árvore frondosa do egoísmo, que cultiva no canteiro de seu coração, a exibir frutos amargos de frieza e indiferença, como se fôssemos auto suficientes em tudo e não necessitássemos uns dos outros para nada.
Só abrimos uma exceção, isto é, só modificamos esse comportamento egoístico, se nos deparamos na presença de alguém do qual esperamos obter algum favor ou alguém de quem aguardamos tirar alguma vantagem pessoal.
“O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.” (E.S.E. Cap. XVII – item 3 - O Homem de Bem).
O ser humano precisa urgentemente refletir sobre esse seu comportamento equivocado e irracional, precisa ver em seu semelhante um irmão de quem depende sua própria elevação como ser imortal, criado com a finalidade maior que é a perfeição em todos os sentidos, e que para isso não prescinde da convivência salutar com seu irmão, em constante troca de experiências, e com o qual tem muito a aprender.
Somente com seus próprios e limitados recurso e conhecimentos, não será capaz de chegar ao seu destino, no encontro tão sonhado com a verdadeira felicidade no seu estado de pureza espiritual.
Precisa entender que só através do trabalho na sua reforma interior, buscando “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, poderá se promover na escala hierárquica da criação universal da qual faz parte integrante, e que sem a mudança em seus métodos e atitudes, priorizando as conquistas espirituais, não conseguirá obter a tão almejada paz interior, que não conseguirá encontrar na conquista e realização dos seus sonhos materiais, que logo alcançados, passarão a segundo plano, surgindo imediatamente nova necessidade de conquista que por sua vez, com o passar do tempo também deixará de ser tão importante, e assim sucessivamente.
O gesto de gentileza é sem dúvida um grande passo que damos para modificar, em muitas ocasiões, uma inimizade nascente, uma suspeita infundada, uma informação infeliz abrindo horizontes novos e facilitando a compreensão e a concórdia.
Não devemos aguardar a gentileza dos outros para conosco, para nos decidirmos por mudar nosso comportamento, sejamos nós os cultivadores da gentileza, usando-a como exercício na metodologia do nosso burilamento, usando a força de vontade como fonte propulsora a nos impulsionar para frente em direção ao crescimento moral espiritual; e nesse particular, nós seguidores da filosofia espírita muito mais que os nossos irmãos de outras correntes religiosas, pois dispomos de tantos ensinos contidos na codificação que nos orientam sempre nesse sentido conforme a mensagem que segue:
“Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam. Muitos, entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as conseqüências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si mesmos. A que atribuir isso? A alguma falta de clareza da Doutrina? Não, pois que ela não contém egoria'>alegorias nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza é da sua essência mesma e é donde lhe vem toda a força, porque a faz ir direito à inteligência. Nada tem de misteriosa e seus iniciados não se acham de posse de qualquer segredo, oculto ao vulgo.” (E.S.E. Cap. XVII – item 4 – Os Bons Espíritas).
Os Espíritos Superiores reforçam os ensinamentos sobre o assunto, ao responderem ao dor'>codificador a esse respeito na questão seguinte constante do Livro dos Espíritos:
799. De que maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso?
“Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.”
Sejamos nós portanto, os primeiros a dar os passos em direção ao nosso irmão, mesmo que ele não nos retribua, sigamos a meta de amar a todos sem esperar que sejamos amados por todos, respeitando a maneira de agir e pensar de cada um, compreendendo nos irmãos ingratos e frios, da nossa estrada, criaturas de coração endurecidos, necessitados por isso mesmo de nossa maior cota de gentileza e compreensão, esta é a verdadeira caridade que Deus nosso Pai espera que pratiquemos, cumprindo com nossos compromissos como SERES racionais que somos, com responsabilidades para com a sociedade em que vivemos.
Agindo assim, estaremos vivenciando a fraternidade conosco mesmo e com nosso semelhante, fazendo a parte que nos cabe, participando de forma positiva na intenção maior de ver a humanidade transformada moralmente falando, isto é, menos egoísta e mais humanitária.
Francisco Rebouças
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – FEB, 106ª Edição – Cap. XVII
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – FEB, 76ª Edição.
Levados pelos inúmeros compromissos assumidos e pela pressa em resolvê-los, não nos damos conta de quantas vezes atropelamos os bons costumes, e as boas atitudes para com o nosso próximo, e por isso mesmo, já não nos incomodamos muito com suas más atitudes em relação a nós.
Como cobrar dos outros, o que não oferecemos por nossa vez? O resultado dessa falta de consideração mútua, é a ausência de cordialidade, de afeto, de convívio saudável, que se observa na sociedade dita moderna, onde cada indivíduo parece ser único, pois, pouco lhe importa o que se passa à sua volta com seu semelhante, seja ele, seu parente, seu vizinho, etc..., mostrando com esse seu procedimento a árvore frondosa do egoísmo, que cultiva no canteiro de seu coração, a exibir frutos amargos de frieza e indiferença, como se fôssemos auto suficientes em tudo e não necessitássemos uns dos outros para nada.
Só abrimos uma exceção, isto é, só modificamos esse comportamento egoístico, se nos deparamos na presença de alguém do qual esperamos obter algum favor ou alguém de quem aguardamos tirar alguma vantagem pessoal.
“O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.” (E.S.E. Cap. XVII – item 3 - O Homem de Bem).
O ser humano precisa urgentemente refletir sobre esse seu comportamento equivocado e irracional, precisa ver em seu semelhante um irmão de quem depende sua própria elevação como ser imortal, criado com a finalidade maior que é a perfeição em todos os sentidos, e que para isso não prescinde da convivência salutar com seu irmão, em constante troca de experiências, e com o qual tem muito a aprender.
Somente com seus próprios e limitados recurso e conhecimentos, não será capaz de chegar ao seu destino, no encontro tão sonhado com a verdadeira felicidade no seu estado de pureza espiritual.
Precisa entender que só através do trabalho na sua reforma interior, buscando “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, poderá se promover na escala hierárquica da criação universal da qual faz parte integrante, e que sem a mudança em seus métodos e atitudes, priorizando as conquistas espirituais, não conseguirá obter a tão almejada paz interior, que não conseguirá encontrar na conquista e realização dos seus sonhos materiais, que logo alcançados, passarão a segundo plano, surgindo imediatamente nova necessidade de conquista que por sua vez, com o passar do tempo também deixará de ser tão importante, e assim sucessivamente.
O gesto de gentileza é sem dúvida um grande passo que damos para modificar, em muitas ocasiões, uma inimizade nascente, uma suspeita infundada, uma informação infeliz abrindo horizontes novos e facilitando a compreensão e a concórdia.
Não devemos aguardar a gentileza dos outros para conosco, para nos decidirmos por mudar nosso comportamento, sejamos nós os cultivadores da gentileza, usando-a como exercício na metodologia do nosso burilamento, usando a força de vontade como fonte propulsora a nos impulsionar para frente em direção ao crescimento moral espiritual; e nesse particular, nós seguidores da filosofia espírita muito mais que os nossos irmãos de outras correntes religiosas, pois dispomos de tantos ensinos contidos na codificação que nos orientam sempre nesse sentido conforme a mensagem que segue:
“Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam. Muitos, entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as conseqüências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si mesmos. A que atribuir isso? A alguma falta de clareza da Doutrina? Não, pois que ela não contém egoria'>alegorias nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza é da sua essência mesma e é donde lhe vem toda a força, porque a faz ir direito à inteligência. Nada tem de misteriosa e seus iniciados não se acham de posse de qualquer segredo, oculto ao vulgo.” (E.S.E. Cap. XVII – item 4 – Os Bons Espíritas).
Os Espíritos Superiores reforçam os ensinamentos sobre o assunto, ao responderem ao dor'>codificador a esse respeito na questão seguinte constante do Livro dos Espíritos:
799. De que maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso?
“Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.”
Sejamos nós portanto, os primeiros a dar os passos em direção ao nosso irmão, mesmo que ele não nos retribua, sigamos a meta de amar a todos sem esperar que sejamos amados por todos, respeitando a maneira de agir e pensar de cada um, compreendendo nos irmãos ingratos e frios, da nossa estrada, criaturas de coração endurecidos, necessitados por isso mesmo de nossa maior cota de gentileza e compreensão, esta é a verdadeira caridade que Deus nosso Pai espera que pratiquemos, cumprindo com nossos compromissos como SERES racionais que somos, com responsabilidades para com a sociedade em que vivemos.
Agindo assim, estaremos vivenciando a fraternidade conosco mesmo e com nosso semelhante, fazendo a parte que nos cabe, participando de forma positiva na intenção maior de ver a humanidade transformada moralmente falando, isto é, menos egoísta e mais humanitária.
Francisco Rebouças
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – FEB, 106ª Edição – Cap. XVII
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – FEB, 76ª Edição.
A Caridade Nunca Falha (Chico Xavier)
Quem escolhe intenções elevadas no desempenho de sua atividade, jamais esbarra em fracasso.
Quem perdoa de coração qualquer ofensa, não aloja o arrependimento no íntimo.
Quem se vê incompreendido ao elaborar o ato digno, recebe em seu favor a compreensão da Misericórdia de Cima.
Quem visa o interesse do próximo na obra em curso, somente descobre motivos para confiar no próprio êxito.
Quem estuda para ajudar a outrem com o facho do conhecimento, invariavelmente alcançara o aprendizado.
Quem se sacrifica para minorar o sofrimento daqueles que lhe rodeiam a marcha, demanda novos domínios da felicidade essencial.
Quem se esforça por viver o amor puro sob qualquer aspecto, acerta sempre no instante de definição.
Eis, porque, assevera o Apóstolo aos irmãos de Corinto:
- “A caridade nunca falha”.
Quem perdoa de coração qualquer ofensa, não aloja o arrependimento no íntimo.
Quem se vê incompreendido ao elaborar o ato digno, recebe em seu favor a compreensão da Misericórdia de Cima.
Quem visa o interesse do próximo na obra em curso, somente descobre motivos para confiar no próprio êxito.
Quem estuda para ajudar a outrem com o facho do conhecimento, invariavelmente alcançara o aprendizado.
Quem se sacrifica para minorar o sofrimento daqueles que lhe rodeiam a marcha, demanda novos domínios da felicidade essencial.
Quem se esforça por viver o amor puro sob qualquer aspecto, acerta sempre no instante de definição.
Eis, porque, assevera o Apóstolo aos irmãos de Corinto:
- “A caridade nunca falha”.
Realmente, a caridade expressa a perfeição dentre as manifestações da
criatura e dimana, em seus fundamentos, do Amor Infinito de Deus.
Um ato de caridade traz em si a argamassa indestrutível da Eterna Perfeição, composta de sabedoria e justiça, trabalho e solidariedade, confiança e paz.
O erro torna-se inexequível ao espírito quando o coração perdoa sem condições, estuda com dignidade ou trabalha desinteressadamente.
Assim, a luz da caridade jamais se extingue.
Onde surgem as controvérsias transformam-se em colóquio fraternais, a tristeza rende-se à alegria, o desânimo perde a razão de ser e as almas aceleram o vôo na esteira evolutiva.
Muitos aprendizes da Verdade pesquisam sofregamente a fórmula ideal para a vitória na Vida, no entanto, ela aí brilha à mão de qualquer um, estruturada na gradação infinita da caridade. Busquemos, pois, prosseguir sem falhas.
Volta o olhar para o cosmo interior e proceda à avaliação da própria conduta segundo o câmbio único da virtude sublime e estarás vivendo, em ti mesmo, a batalha sem derrotas, o itinerário sem desvio, a luta sem quedas e a luz sem sombra, sob o beneplácito d´Aquele que é Todo-Amor e Todo-Justiça.
Um ato de caridade traz em si a argamassa indestrutível da Eterna Perfeição, composta de sabedoria e justiça, trabalho e solidariedade, confiança e paz.
O erro torna-se inexequível ao espírito quando o coração perdoa sem condições, estuda com dignidade ou trabalha desinteressadamente.
Assim, a luz da caridade jamais se extingue.
Onde surgem as controvérsias transformam-se em colóquio fraternais, a tristeza rende-se à alegria, o desânimo perde a razão de ser e as almas aceleram o vôo na esteira evolutiva.
Muitos aprendizes da Verdade pesquisam sofregamente a fórmula ideal para a vitória na Vida, no entanto, ela aí brilha à mão de qualquer um, estruturada na gradação infinita da caridade. Busquemos, pois, prosseguir sem falhas.
Volta o olhar para o cosmo interior e proceda à avaliação da própria conduta segundo o câmbio único da virtude sublime e estarás vivendo, em ti mesmo, a batalha sem derrotas, o itinerário sem desvio, a luta sem quedas e a luz sem sombra, sob o beneplácito d´Aquele que é Todo-Amor e Todo-Justiça.
CONVITE AO BEM
“Mas, quando fores convidado, vai.” – Jesus. (Lucas, 14:10.)
Em todas as épocas, o bem constitui a fonte divina, suscetível de fornecer-nos valores imortais.
O homem de reflexão terá observado que todo o período infantil é conjunto de apelos ao sublime manancial.
O convite sagrado é repetido, anos a fio. Vem através dos amorosos pais humanos, dos mentores escolares, da leitura salutar, do sentimento religioso, dos amigos comuns.
Entretanto, raras inteligências atingem a juventude, de atenção fixa no chamamento elevado.
Quase toda gente ouve as requisições da natureza inferior, olvidando deveres preciosos.
Os apelos, todavia, continuam...
Aqui, é um livro amigo, revelando a verdade em silêncio; ali, é um companheiro generoso que insiste em favor das realidades luminosas da vida...
A rebeldia, porém, ainda mesmo em plena madureza do homem, costuma rir inconscientemente, passando, todavia, em marcha compulsória, na direção dos desencantos naturais, que lhe impõem mais equilibrados pensamentos.
No Evangelho de Jesus, o convite ao bem reveste-se de claridades eternas. Atendendo-o, poderemos seguir ao encontro de Nosso Pai, sem hesitações.
Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe as clarinadas sem vacilar.
Não esperes pelo aguilhão da necessidade.
Sob a tormenta, é cada vez mais difícil a visão do porto.
A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus, sob o ultimato das dores, mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes seguir, calmamente, pelas estradas claras do amor.
Em todas as épocas, o bem constitui a fonte divina, suscetível de fornecer-nos valores imortais.
O homem de reflexão terá observado que todo o período infantil é conjunto de apelos ao sublime manancial.
O convite sagrado é repetido, anos a fio. Vem através dos amorosos pais humanos, dos mentores escolares, da leitura salutar, do sentimento religioso, dos amigos comuns.
Entretanto, raras inteligências atingem a juventude, de atenção fixa no chamamento elevado.
Quase toda gente ouve as requisições da natureza inferior, olvidando deveres preciosos.
Os apelos, todavia, continuam...
Aqui, é um livro amigo, revelando a verdade em silêncio; ali, é um companheiro generoso que insiste em favor das realidades luminosas da vida...
A rebeldia, porém, ainda mesmo em plena madureza do homem, costuma rir inconscientemente, passando, todavia, em marcha compulsória, na direção dos desencantos naturais, que lhe impõem mais equilibrados pensamentos.
No Evangelho de Jesus, o convite ao bem reveste-se de claridades eternas. Atendendo-o, poderemos seguir ao encontro de Nosso Pai, sem hesitações.
Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe as clarinadas sem vacilar.
Não esperes pelo aguilhão da necessidade.
Sob a tormenta, é cada vez mais difícil a visão do porto.
A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus, sob o ultimato das dores, mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes seguir, calmamente, pelas estradas claras do amor.
Pão Nosso
Emmanuel/Chico Xavier
Emmanuel/Chico Xavier
terça-feira, 3 de outubro de 2017
03 de outubro, o aniversário de nascimento de Allan Kardec
Comemora-se
hoje, 03 de outubro, o aniversário de nascimento de Hippolyte Leon
Denizard Rivail que, com o codinome Allan Kardec, materializou, para a
humanidade, o Consolador prometido por Nosso Senhor Jesus Cristo (1).
Sem mais delongas, prestamos nossa reverência pessoal ao Grande Codificador do Espiritismo, transcrevendo as palavras luminíferas do Espírito Irmão X, que foram psicografadas por Francisco Cândido Xavier:
“Kardec, Obrigado!
Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exaltam a obra gigantesca nos domínios da libertação espiritual.
Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de JESUS que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.
Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.
Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior. E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades, em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.
O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!...
Diante de ti, enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos agoniados que se encontraram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros da Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumentos de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas...
Todos nós, os que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!... E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e como os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: Kardec, obrigado!...
Muito obrigado!...”
Antônio Carlos Navarro
Sem mais delongas, prestamos nossa reverência pessoal ao Grande Codificador do Espiritismo, transcrevendo as palavras luminíferas do Espírito Irmão X, que foram psicografadas por Francisco Cândido Xavier:
“Kardec, Obrigado!
Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exaltam a obra gigantesca nos domínios da libertação espiritual.
Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de JESUS que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.
Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.
Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior. E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades, em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.
O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!...
Diante de ti, enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos agoniados que se encontraram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros da Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumentos de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas...
Todos nós, os que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!... E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e como os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: Kardec, obrigado!...
Muito obrigado!...”
Antônio Carlos Navarro
COMO NASCERAM OS LIVROS DA CODIFICAÇÃO?
O primeiro livro espírita a ser codificado por Allan Kardec foi “O
Livro dos Espíritos”, que apresenta-se na forma de perguntas e
respostas, totalizando 1.019 tópicos.
Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema. As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin (respectivamente, 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a comparação com as comunicações obtidas por mais de dez médiuns franceses, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857, no Palais Royal, na capital francesa, contendo 550 itens. Só a partir da segunda edição, lançada em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec mediante o contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas, aparecem as atuais 1019 perguntas e respostas. Este livro está dividido em quatro (4) partes, e de cada parte nasceram os demais livros da codificação.
1ª PARTE : DAS CAUSAS PRIMÁRIAS: deu origem ao 5º livro "A GÊNESE" (1868). Este livro, além de representar a maturidade do pensamento kardequiano em torno da Doutrina Espírita, traz de forma lógica e reveladora, considerações acerca da origem do planeta Terra; explica a questão dos milagres, a natureza dos fluidos, os fatos extraordinários e as predições contidas no Evangelho;
2ª PARTE: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS: deu origem ao 2º livro "O LIVRO DOS MÉDIUNS" (1861). Também conhecido como guia dos médiuns e dos evocadores, o livro dá seqüência ao “O Livro dos Espíritos”. Ele trata do tema central da Doutrina: a atuação dos médiuns e o relacionamento deles com os Espíritos desencarnados. Trata também da Ciência espírita e apresenta uma série de definições para as atuações e tipos de médiuns, bem como para os Espíritos que podem apresentar imperfeições, uma vez que nada mais são do que humanos sem corpo físico;
3ª PARTE: DAS CAUSAS MORAIS: deu origem ao 3º livro "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” (1864). Kardec entendia que as seitas, cultos e religiões se preocupam mais com a parte mística do que com a parte moral. Explica ele que, apesar da moral evangélica ter sido sempre admirada, trata-se mais de um ato de fé do que compreensão verdadeira, uma vez que o novo testamento é de difícil entendimento para a maioria dos leitores. Os preceitos morais contidos no Evangelho foram escritos repletos de parábolas e metáforas, dificultando o entendimento. Assim, para tornar as “passagens obscuras” do texto, mais claras, o Evangelho Segundo o Espiritismo traz explicações sobre como aplicar os ensinamentos de Cristo na vida. Desta maneira, com a ajuda dos Espíritos, Kardec introduz o que ele chama de “chave” para decifrar o conteúdo do Evangelho;
4ª PARTE: DAS ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES: deu origem ao 4º livro "O CÉU E O INFERNO” (1865). Este livro trata das causas do temor da morte; fala obviamente sobre Céu e Inferno, e traça paralelos entre as crenças cristãs existentes e a espírita (uma nova crença cristã) a respeito do limbo, das penas eternas, dos anjos e origem dos demônios. Na parte em que apresenta depoimentos, surgem narrações de desencarnados em condições razoáveis de evolução, bem como Espíritos infelizes, sofredores e suicidas. Traz um exame comparando sobre a passagem da vida material para a espiritual, falando sobre as penalidades e recompensas, anjos e demônios.
Portanto, O Livro dos Espíritos é uma obra monumental, antídoto do materialismo, bússola que nos orienta à viagem para nosso interior.
Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC
Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema. As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin (respectivamente, 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a comparação com as comunicações obtidas por mais de dez médiuns franceses, cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857, no Palais Royal, na capital francesa, contendo 550 itens. Só a partir da segunda edição, lançada em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec mediante o contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas, aparecem as atuais 1019 perguntas e respostas. Este livro está dividido em quatro (4) partes, e de cada parte nasceram os demais livros da codificação.
1ª PARTE : DAS CAUSAS PRIMÁRIAS: deu origem ao 5º livro "A GÊNESE" (1868). Este livro, além de representar a maturidade do pensamento kardequiano em torno da Doutrina Espírita, traz de forma lógica e reveladora, considerações acerca da origem do planeta Terra; explica a questão dos milagres, a natureza dos fluidos, os fatos extraordinários e as predições contidas no Evangelho;
2ª PARTE: DO MUNDO ESPÍRITA OU MUNDO DOS ESPÍRITOS: deu origem ao 2º livro "O LIVRO DOS MÉDIUNS" (1861). Também conhecido como guia dos médiuns e dos evocadores, o livro dá seqüência ao “O Livro dos Espíritos”. Ele trata do tema central da Doutrina: a atuação dos médiuns e o relacionamento deles com os Espíritos desencarnados. Trata também da Ciência espírita e apresenta uma série de definições para as atuações e tipos de médiuns, bem como para os Espíritos que podem apresentar imperfeições, uma vez que nada mais são do que humanos sem corpo físico;
3ª PARTE: DAS CAUSAS MORAIS: deu origem ao 3º livro "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” (1864). Kardec entendia que as seitas, cultos e religiões se preocupam mais com a parte mística do que com a parte moral. Explica ele que, apesar da moral evangélica ter sido sempre admirada, trata-se mais de um ato de fé do que compreensão verdadeira, uma vez que o novo testamento é de difícil entendimento para a maioria dos leitores. Os preceitos morais contidos no Evangelho foram escritos repletos de parábolas e metáforas, dificultando o entendimento. Assim, para tornar as “passagens obscuras” do texto, mais claras, o Evangelho Segundo o Espiritismo traz explicações sobre como aplicar os ensinamentos de Cristo na vida. Desta maneira, com a ajuda dos Espíritos, Kardec introduz o que ele chama de “chave” para decifrar o conteúdo do Evangelho;
4ª PARTE: DAS ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES: deu origem ao 4º livro "O CÉU E O INFERNO” (1865). Este livro trata das causas do temor da morte; fala obviamente sobre Céu e Inferno, e traça paralelos entre as crenças cristãs existentes e a espírita (uma nova crença cristã) a respeito do limbo, das penas eternas, dos anjos e origem dos demônios. Na parte em que apresenta depoimentos, surgem narrações de desencarnados em condições razoáveis de evolução, bem como Espíritos infelizes, sofredores e suicidas. Traz um exame comparando sobre a passagem da vida material para a espiritual, falando sobre as penalidades e recompensas, anjos e demônios.
Portanto, O Livro dos Espíritos é uma obra monumental, antídoto do materialismo, bússola que nos orienta à viagem para nosso interior.
Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC
CASOS E LIÇÕES DE CHICO XAVIER
UMA BOA LIÇÃO
Adoecera um dos irmãos do grupo.
Reumatismo complicado e renitente.
Um amigo ensinou a aplicação de uma erva que somente se desenvolve em cavernas do subsolo.
Chico e José Xavier, tendo por acompanhante um belo cão que lhes pertencia, de nome Lorde, vão a uma grande lapa, das muitas que existem nas cercanias de Pedro Leopoldo; em caminho começam a conversar.
Adoecera um dos irmãos do grupo.
Reumatismo complicado e renitente.
Um amigo ensinou a aplicação de uma erva que somente se desenvolve em cavernas do subsolo.
Chico e José Xavier, tendo por acompanhante um belo cão que lhes pertencia, de nome Lorde, vão a uma grande lapa, das muitas que existem nas cercanias de Pedro Leopoldo; em caminho começam a conversar.
Falavam a respeito de certos amigos e comentavam:
- Beltrano não serve.
- Fulano é muito esquisito.
- Sicrano é imprestável.
Quando as críticas iam inflamadas, o Espírito de Dona Maria João de Deus aparece ao Chico e aconselha: Vocês não devem falar mal de ninguém. Todos necessitamos uns dos outros. Julgar pelas aparências é péssimo hábito. Sempre chega um momento na vida em que precisamos de amparo de criaturas que supomos desprezíveis.
O Médium transmitiu ao irmão quanto ouvira e calaram-se ambos.
Chegaram à caverna e José, segurando Lorde por uma corda, desceu à frente.
Depois de longa busca, encontraram a erva medicinal.
Contudo, quando se voltavam para o retorno, perderam a noção do caminho sob as grandes abóbadas de pedra.
De vela acesa, procuraram debalde a saída.
Gritaram, mas receberam o eco da própria voz.
Quando a luz se mostrava quase extinta, recordaram-se da prece.
Oraram.
Dona Maria João de Deus apareceu ao Médium e considerou:
- Temos agora a prática do ensinamento a que nos reportamos na estrada.
Vocês podem saber muita coisa, mas agora precisam do cão. Soltem o Lorde e sigam-lhe os passos. Ele sabe o caminho da volta.
Assim fizeram. E acompanhando o animal, venceram o labirinto em alguns minutos.
Lá fora, à luz do dia, entreolharam-se surpresos, meditaram na lição recebida e renderam graças a Deus.
Do livro: ’’Lindos Casos de Chico Xavier’’, de Ramiro Gama.
- Beltrano não serve.
- Fulano é muito esquisito.
- Sicrano é imprestável.
Quando as críticas iam inflamadas, o Espírito de Dona Maria João de Deus aparece ao Chico e aconselha: Vocês não devem falar mal de ninguém. Todos necessitamos uns dos outros. Julgar pelas aparências é péssimo hábito. Sempre chega um momento na vida em que precisamos de amparo de criaturas que supomos desprezíveis.
O Médium transmitiu ao irmão quanto ouvira e calaram-se ambos.
Chegaram à caverna e José, segurando Lorde por uma corda, desceu à frente.
Depois de longa busca, encontraram a erva medicinal.
Contudo, quando se voltavam para o retorno, perderam a noção do caminho sob as grandes abóbadas de pedra.
De vela acesa, procuraram debalde a saída.
Gritaram, mas receberam o eco da própria voz.
Quando a luz se mostrava quase extinta, recordaram-se da prece.
Oraram.
Dona Maria João de Deus apareceu ao Médium e considerou:
- Temos agora a prática do ensinamento a que nos reportamos na estrada.
Vocês podem saber muita coisa, mas agora precisam do cão. Soltem o Lorde e sigam-lhe os passos. Ele sabe o caminho da volta.
Assim fizeram. E acompanhando o animal, venceram o labirinto em alguns minutos.
Lá fora, à luz do dia, entreolharam-se surpresos, meditaram na lição recebida e renderam graças a Deus.
Do livro: ’’Lindos Casos de Chico Xavier’’, de Ramiro Gama.
SÃO CHEGADOS OS TEMPOS?
São chegados os tempos? Para os que em nada crêem, essas palavras
não têm qualquer legitimidade e não lhes toca a consciência. Para a
maioria dos crentes, elas apresentam qualquer coisa de místico e de
sobrenatural, prenunciadoras da subversão das leis da Natureza. Para
Kardec, as duas posições são errôneas: "a primeira, porque envolve uma
negação da Providência; a segunda, porque tais palavras não anunciam a
perturbação das leis da Natureza, mas o cumprimento dessas leis."(1)
Inteligentemente consignado no Jornal O Imortal por Astolfo Olegário "O futuro a Deus pertence e nem mesmo Jesus se atreveu a precisá-lo. (...) "O advento do mundo de regeneração não se dá nem se completa em pouco tempo. Que a transição de planeta de provas e expiações para regeneração já começou, não padece dúvida. Na Revista Espírita há inúmeras informações que o atestam. O equívoco é datar, é precisar, é fixar uma época em que tal processo estará concluído." (2)
A rigor, todas as leis da Natureza são obras eternas do Criador, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. "Quando a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus."(3) A Terceira Revelação não inventa a renovação social; "a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento."(4)
A evolução dos mundos habitados ocorre no mesmo ritmo da dos seres que habitam em cada um deles. Os mundos habitados, segundo o Espiritismo, podem ser classificados como: Mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações do Espírito; Mundos de expiação e provas, onde domina o mal entre os Espíritos; Mundos de regeneração, nos quais os Espíritos ainda têm o que expiar; Mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal e os Mundos celestes ou divinos, onde exclusivamente reina o bem.
Na condição de expiação e provas, a Terra viveu "Época de lutas amargas, desde os primeiros anos deste século,(*) a guerra se aninhou com caráter permanente em quase todas as regiões do planeta. A Liga das Nações, o Tratado de Versalhes, bem como todos os pactos de segurança da paz, não têm sido senão fenômenos da própria guerra, que somente terminarão com o apogeu dessas lutas fratricidas, no processo de seleção final das expressões espirituais da vida terrestre."(5). O Século XX, recentemente findo, foi, sem dúvida, o século mais sangrento de todos. Após a Segunda Guerra Mundial, já tivemos 160 conflitos bélicos e 40 milhões de mortos. Se contabilizarmos desde 1914, estes números sobem para 401 guerras e 187 milhões de mortos, aproximadamente.
Apesar de terroristas agirem em toda parte, tropas se confrontarem em muitas regiões, a economia se descontrolar, sistemas e valores entrarem em colapso, instituições tradicionais como a Igreja e a Família serem violentamente abaladas, teóricos pregarem o fim da História, não faltam as vozes otimistas que apregoam um porvir renovado sob a luz de uma nova era.
Não há como se desconhecer a violência que assola a Humanidade terrestre. Ela está presente no trânsito, destruindo vidas e mutilando corpos; na prostituição infanto-juvenil, sob o assédio dos malfeitores; na polícia, subvertendo suas obrigações patrióticas de proteger e auxiliar o povo, por interesses pessoais e mesquinhos; nas drogas, levando os jovens à dependência dessas substâncias alucinógenas; nas religiões, onde fanáticos insanos lutam e se aniquilam, disputando qual o "deus" mais forte e mais poderoso; no lar, pela intolerância dos pais para com os filhos e vice-versa, dispensando o diálogo fraterno, que, se houvesse, faria de suas vidas uma tranqüila experiência de coabitar com amor.
Percebemos que há um grande número de pessoas aderindo às sugestões do mal, por simples ignorância. Estas, serão renovadas no desdobramento de suas experiências, particularmente com a magna dor, em reencarnações regeneradoras. O problema maior está com aqueles em que o mal predomina nas entranhas de seus corações, o que constitui uma minoria. Estes, pela lei da seleção natural dos valores morais, serão expurgados do nosso convívio, assim que houver chegado a hora.
Temos a impressão de que os atos violentos, praticados por mentes insanas, banalizam-se no curso do tempo, mas, apesar de essa violência sufocar, confundir, assustar e cercear o homem na sua liberdade de ir e vir, nunca se assistiu, em todos os tempos, tantas pessoas boas e pacíficas, mobilizarem-se em prol de programas assistenciais aos irmãos menos afortunados, trabalhando voluntariamente por um mundo melhor e mais justo e com total desprendimento e espírito cristão.
É claro que não podemos desconsiderar os perigos reais que nos cercam: desastres nucleares; o buraco na camada de ozônio; o desmatamento desordenado de nossas florestas; a poluição das nossas límpidas águas, etc., mas se olharmos o momento em que vivemos sob a ótica da revelação espírita, teremos motivos suficientes para crer que o desespero e desesperança, conseqüentes do pessimismo que prevalece atualmente entre os homens, precisam ser substituídos pela ação eficaz.
A Terra está entrando em uma fase de transição para Mundo de regeneração, obedecendo às leis naturais de evolução. Mensagens da espiritualidade que nos vêm sendo transmitidas no movimento espírita, desde o final do Século XX, têm confirmado tal fato, e o homem não há como vetar os Decretos de Deus.
Percebe-se que, atualmente, tudo está se transformando muito rapidamente, trazendo mais conforto e melhor qualidade de vida ao habitante da Terra. A dor física está, relativamente, sob controle; a longevidade ampliada; a automação da vida material está cada vez maior, em face da tecnologia fascinante, especialmente na área da comunicação e informática. Quando poderíamos imaginar, por exemplo, há 50 anos, o potencial da Internet?
Já no Século XIX, Kardec asseverava que: "A Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material."(6)
Neste Século XXI, o Planeta passa por um processo acelerado de transformação. É com muito otimismo que percebemos, no tecido social contemporâneo, a gestação de vários investimentos, envolvendo cientistas, filósofos, religiosos e educadores que se inclinam para a formulação de um mundo renovado. Busca-se um novo conceito do homem e um novo ideal de sociedade, alicerçados em paradigmas revolucionários da Nova Física.
Se atentarmos apenas para a Informática e para a Medicina, enquanto fatores de progresso humanos a benefício de toda a Humanidade, perceberemos que Deus autorizou aos Espíritos Protetores fazerem aportar, na Terra, os admiráveis avanços científicos que alcançamos.
"O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives da sua História; só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. No seu manancial de esclarecimentos, poder-se-á beber a linfa cristalina das verdades consoladoras do Céu, preparando-se as almas para a nova era."(7)
A transição de uma categoria de mundo, para outra, não se processa sem abalos, pois toda mudança gera conflitos. Há um momento em que o antigo e o novo se confrontam, estabelecendo a desordem e uma aparência de caos. "(...) a vulgarização universal do Espiritismo dará em resultado, necessariamente, uma elevação sensível do nível moral da atualidade."(8)
Fugindo-se da paranóia de datação do advento do Mundo de Regeneração, se quisermos atuar verdadeiramente, auxiliando o advento de um mundo melhor, tratemos de trabalhar incansavelmente pela divulgação das idéias espíritas, corrigindo as distorções (facilmente observadas) no rumo do movimento que abraçamos, a fim de que os condicionamentos adquiridos em outros arraiais religiosos não venham a contaminar nossa ação, pela também intromissão de atitudes dogmáticas e intolerantes.
"Não é possível esperar a chegada do mundo de regeneração de braços cruzados. Até porque, sem os devidos méritos evolutivos, boa parte de nós deverá retornar a esse mundo pelas portas da reencarnação. Se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água doce, ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável - se os flagelos previstos pela queima crescente de petróleo, gás e carvão que agravam o efeito estufa - deveremos agir agora, sem perda de tempo."(9)
Para habitarmos um mundo regenerado, mister se faz que o mereçamos. Para tanto, urge que pratiquemos a caridade, não restrita apenas à esmola, mas que abranja todas as relações com os nossos semelhantes. Assim, perceberemos que a caridade é um ato de relação (doação total) para com os nossos semelhantes. Desta forma, estaremos atendendo ao chamamento do Cristo, quando disse: "Amarás o senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este é o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos."(10)
Jorge Hessen
(*) Emmanuel faz referência ao Século XX
FONTES
(1) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, Sinais dos Tempos - 4ª pte.(itens 21 a 26) (Estudo 131 e 132)
(2) Cf. Jornal o Imortal publicado em outubro de 2006
(3) ______ Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, Sinais dos Tempos - 4ª pte.(itens 21 a 26) (Estudo 131 e 132)
(4) Idem
(5) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, RJ: Ed FEB 1987
(6) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, cap XVII, item 5
(7) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, RJ: Ed FEB 1987
(8) Kardec, Allan. Obras Póstumas, 26ª Ed RJ, FEB 1978. As Aristocracias
(9) Matéria publicada no Boletim SEI - Serviço Espírita de Informações 30/04/05
(10) Cf. Mateus, 22, 34-40
Inteligentemente consignado no Jornal O Imortal por Astolfo Olegário "O futuro a Deus pertence e nem mesmo Jesus se atreveu a precisá-lo. (...) "O advento do mundo de regeneração não se dá nem se completa em pouco tempo. Que a transição de planeta de provas e expiações para regeneração já começou, não padece dúvida. Na Revista Espírita há inúmeras informações que o atestam. O equívoco é datar, é precisar, é fixar uma época em que tal processo estará concluído." (2)
A rigor, todas as leis da Natureza são obras eternas do Criador, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. "Quando a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus."(3) A Terceira Revelação não inventa a renovação social; "a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento."(4)
A evolução dos mundos habitados ocorre no mesmo ritmo da dos seres que habitam em cada um deles. Os mundos habitados, segundo o Espiritismo, podem ser classificados como: Mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações do Espírito; Mundos de expiação e provas, onde domina o mal entre os Espíritos; Mundos de regeneração, nos quais os Espíritos ainda têm o que expiar; Mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal e os Mundos celestes ou divinos, onde exclusivamente reina o bem.
Na condição de expiação e provas, a Terra viveu "Época de lutas amargas, desde os primeiros anos deste século,(*) a guerra se aninhou com caráter permanente em quase todas as regiões do planeta. A Liga das Nações, o Tratado de Versalhes, bem como todos os pactos de segurança da paz, não têm sido senão fenômenos da própria guerra, que somente terminarão com o apogeu dessas lutas fratricidas, no processo de seleção final das expressões espirituais da vida terrestre."(5). O Século XX, recentemente findo, foi, sem dúvida, o século mais sangrento de todos. Após a Segunda Guerra Mundial, já tivemos 160 conflitos bélicos e 40 milhões de mortos. Se contabilizarmos desde 1914, estes números sobem para 401 guerras e 187 milhões de mortos, aproximadamente.
Apesar de terroristas agirem em toda parte, tropas se confrontarem em muitas regiões, a economia se descontrolar, sistemas e valores entrarem em colapso, instituições tradicionais como a Igreja e a Família serem violentamente abaladas, teóricos pregarem o fim da História, não faltam as vozes otimistas que apregoam um porvir renovado sob a luz de uma nova era.
Não há como se desconhecer a violência que assola a Humanidade terrestre. Ela está presente no trânsito, destruindo vidas e mutilando corpos; na prostituição infanto-juvenil, sob o assédio dos malfeitores; na polícia, subvertendo suas obrigações patrióticas de proteger e auxiliar o povo, por interesses pessoais e mesquinhos; nas drogas, levando os jovens à dependência dessas substâncias alucinógenas; nas religiões, onde fanáticos insanos lutam e se aniquilam, disputando qual o "deus" mais forte e mais poderoso; no lar, pela intolerância dos pais para com os filhos e vice-versa, dispensando o diálogo fraterno, que, se houvesse, faria de suas vidas uma tranqüila experiência de coabitar com amor.
Percebemos que há um grande número de pessoas aderindo às sugestões do mal, por simples ignorância. Estas, serão renovadas no desdobramento de suas experiências, particularmente com a magna dor, em reencarnações regeneradoras. O problema maior está com aqueles em que o mal predomina nas entranhas de seus corações, o que constitui uma minoria. Estes, pela lei da seleção natural dos valores morais, serão expurgados do nosso convívio, assim que houver chegado a hora.
Temos a impressão de que os atos violentos, praticados por mentes insanas, banalizam-se no curso do tempo, mas, apesar de essa violência sufocar, confundir, assustar e cercear o homem na sua liberdade de ir e vir, nunca se assistiu, em todos os tempos, tantas pessoas boas e pacíficas, mobilizarem-se em prol de programas assistenciais aos irmãos menos afortunados, trabalhando voluntariamente por um mundo melhor e mais justo e com total desprendimento e espírito cristão.
É claro que não podemos desconsiderar os perigos reais que nos cercam: desastres nucleares; o buraco na camada de ozônio; o desmatamento desordenado de nossas florestas; a poluição das nossas límpidas águas, etc., mas se olharmos o momento em que vivemos sob a ótica da revelação espírita, teremos motivos suficientes para crer que o desespero e desesperança, conseqüentes do pessimismo que prevalece atualmente entre os homens, precisam ser substituídos pela ação eficaz.
A Terra está entrando em uma fase de transição para Mundo de regeneração, obedecendo às leis naturais de evolução. Mensagens da espiritualidade que nos vêm sendo transmitidas no movimento espírita, desde o final do Século XX, têm confirmado tal fato, e o homem não há como vetar os Decretos de Deus.
Percebe-se que, atualmente, tudo está se transformando muito rapidamente, trazendo mais conforto e melhor qualidade de vida ao habitante da Terra. A dor física está, relativamente, sob controle; a longevidade ampliada; a automação da vida material está cada vez maior, em face da tecnologia fascinante, especialmente na área da comunicação e informática. Quando poderíamos imaginar, por exemplo, há 50 anos, o potencial da Internet?
Já no Século XIX, Kardec asseverava que: "A Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material."(6)
Neste Século XXI, o Planeta passa por um processo acelerado de transformação. É com muito otimismo que percebemos, no tecido social contemporâneo, a gestação de vários investimentos, envolvendo cientistas, filósofos, religiosos e educadores que se inclinam para a formulação de um mundo renovado. Busca-se um novo conceito do homem e um novo ideal de sociedade, alicerçados em paradigmas revolucionários da Nova Física.
Se atentarmos apenas para a Informática e para a Medicina, enquanto fatores de progresso humanos a benefício de toda a Humanidade, perceberemos que Deus autorizou aos Espíritos Protetores fazerem aportar, na Terra, os admiráveis avanços científicos que alcançamos.
"O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives da sua História; só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. No seu manancial de esclarecimentos, poder-se-á beber a linfa cristalina das verdades consoladoras do Céu, preparando-se as almas para a nova era."(7)
A transição de uma categoria de mundo, para outra, não se processa sem abalos, pois toda mudança gera conflitos. Há um momento em que o antigo e o novo se confrontam, estabelecendo a desordem e uma aparência de caos. "(...) a vulgarização universal do Espiritismo dará em resultado, necessariamente, uma elevação sensível do nível moral da atualidade."(8)
Fugindo-se da paranóia de datação do advento do Mundo de Regeneração, se quisermos atuar verdadeiramente, auxiliando o advento de um mundo melhor, tratemos de trabalhar incansavelmente pela divulgação das idéias espíritas, corrigindo as distorções (facilmente observadas) no rumo do movimento que abraçamos, a fim de que os condicionamentos adquiridos em outros arraiais religiosos não venham a contaminar nossa ação, pela também intromissão de atitudes dogmáticas e intolerantes.
"Não é possível esperar a chegada do mundo de regeneração de braços cruzados. Até porque, sem os devidos méritos evolutivos, boa parte de nós deverá retornar a esse mundo pelas portas da reencarnação. Se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água doce, ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável - se os flagelos previstos pela queima crescente de petróleo, gás e carvão que agravam o efeito estufa - deveremos agir agora, sem perda de tempo."(9)
Para habitarmos um mundo regenerado, mister se faz que o mereçamos. Para tanto, urge que pratiquemos a caridade, não restrita apenas à esmola, mas que abranja todas as relações com os nossos semelhantes. Assim, perceberemos que a caridade é um ato de relação (doação total) para com os nossos semelhantes. Desta forma, estaremos atendendo ao chamamento do Cristo, quando disse: "Amarás o senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este é o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos."(10)
Jorge Hessen
(*) Emmanuel faz referência ao Século XX
FONTES
(1) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, Sinais dos Tempos - 4ª pte.(itens 21 a 26) (Estudo 131 e 132)
(2) Cf. Jornal o Imortal publicado em outubro de 2006
(3) ______ Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, Sinais dos Tempos - 4ª pte.(itens 21 a 26) (Estudo 131 e 132)
(4) Idem
(5) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, RJ: Ed FEB 1987
(6) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed FEB, 2004, cap XVII, item 5
(7) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, RJ: Ed FEB 1987
(8) Kardec, Allan. Obras Póstumas, 26ª Ed RJ, FEB 1978. As Aristocracias
(9) Matéria publicada no Boletim SEI - Serviço Espírita de Informações 30/04/05
(10) Cf. Mateus, 22, 34-40
O REINO DE DEUS
Jesus transmitia suas lições, preparando os corações para o Reino de
Deus, quando algumas crianças foram colocadas à sua frente, a fim de
que as abençoasse.
Era costume entre os judeus que os homens santos ministrassem suas bênçãos – uma evocação da proteção divina sobre crianças e adultos.
O ato de abençoar enraizou-se no Cristianismo, estendendo-se ao próprio relacionamento familiar, envolvendo pais e filhos. Não são poucos os que guardam, no tesouro das recordações mais ternas da infância, expressões assim:
– A “bença”, pai! – Deus te abençoe, filho!
– A “bença”, mãe! – Deus te abençoe, filho!
A criançada podia dormir tranquila! Estava presente a proteção divina, evocada pelos pais!
Gente com mania de originalidade contesta o ato de abençoar, sob a alegação de que tende a estabelecer barreiras entre pais e filhos. O que abençoa situa-se acima daquele que é abençoado. Isso inibiria a comunhão afetiva.
Levada às últimas consequências essa orientação, deveríamos eliminar toda disciplina no lar, porquanto, qualquer iniciativa dos pais nesse sentido representaria o exercício de indébito autoritarismo, a erguer barreiras entre eles e os filhos.
Ah, esses doutos! Quando o cérebro se desliga do coração, perde o rumo e envereda por estranhos caminhos. Raciocínios dessa natureza inibem uma das mais belas manifestações de afetividade no lar:
Os filhos que pedem a bênção de seus pais.
Os pais que abençoam seus filhos.
Os discípulos aborreceram-se com a presença das crianças, mas Jesus os conteve:
– Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino de Deus. Em verdade vos digo que aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, de modo algum entrará nele.
Abraçando os pequenos, abençoou-os, impondo-lhes as mãos.
Situava, assim, as crianças, como o símbolo da pureza e da simplicidade necessárias ao ingresso no Reino de Deus.
Uma perguntinha: onde fica o Reino de Deus?
Se você não sabe, leitor amigo, não se preocupe.
Em outra passagem evangélica (Lucas, 17:21), o próprio Mestre informa: – O Reino de Deus está dentro de vós.
Então, não se trata de local geográfico, na Terra ou alhures. É um estado de consciência! O Céu está em algum recanto, em nosso universo interior. Obviamente, o inferno também. Diríamos que são realizações pessoais, condicionadas ao que pensamos e fazemos.
Uma senhora vivia desolada e infeliz! Dizia-se mal amada…
O marido não lhe dava atenção; os filhos a desrespeitavam; os vizinhos eram invejosos; o pessoal de sua igreja agia com falsidade; sua vida, um tormento!
Quando desencarnou, por uma questão de afinidade, ela, que cultivava um inferno em seu coração, viu-se em região de sofrimentos.
Ali, mais que nunca, sentia-se infeliz. Mal amada…
Reclamava que Deus não lhe ouvia as orações. Via-se cercada de gente atormentada; revoltava-se contra o destino ingrato, mergulhada num oceano de aflições…
Depois de muito sofrer, brilhou em seu coração uma réstia de humildade. Lavou o coração com lágrimas contritas, implorando a complacência divina.
Imediatamente foi socorrida por benfeitores espirituais que a levaram para estágio reparador, em maravilhosa colônia espiritual.
Ali vivia uma comunidade feliz e ajustada, que observava integralmente o Evangelho, cultivando os valores do Bem.
A senhora esteve satisfeita… por algum tempo. Em breve caiu nos tormentos a que se habituara. Mal amada…
Ninguém lhe dava atenção… Havia falsidade nas pessoas… A ladainha de sempre!
Vivendo em autêntico paraíso, permanecia no inferno que sustentava em si mesma.
Richard Simonetti
Era costume entre os judeus que os homens santos ministrassem suas bênçãos – uma evocação da proteção divina sobre crianças e adultos.
O ato de abençoar enraizou-se no Cristianismo, estendendo-se ao próprio relacionamento familiar, envolvendo pais e filhos. Não são poucos os que guardam, no tesouro das recordações mais ternas da infância, expressões assim:
– A “bença”, pai! – Deus te abençoe, filho!
– A “bença”, mãe! – Deus te abençoe, filho!
A criançada podia dormir tranquila! Estava presente a proteção divina, evocada pelos pais!
Gente com mania de originalidade contesta o ato de abençoar, sob a alegação de que tende a estabelecer barreiras entre pais e filhos. O que abençoa situa-se acima daquele que é abençoado. Isso inibiria a comunhão afetiva.
Levada às últimas consequências essa orientação, deveríamos eliminar toda disciplina no lar, porquanto, qualquer iniciativa dos pais nesse sentido representaria o exercício de indébito autoritarismo, a erguer barreiras entre eles e os filhos.
Ah, esses doutos! Quando o cérebro se desliga do coração, perde o rumo e envereda por estranhos caminhos. Raciocínios dessa natureza inibem uma das mais belas manifestações de afetividade no lar:
Os filhos que pedem a bênção de seus pais.
Os pais que abençoam seus filhos.
Os discípulos aborreceram-se com a presença das crianças, mas Jesus os conteve:
– Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino de Deus. Em verdade vos digo que aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, de modo algum entrará nele.
Abraçando os pequenos, abençoou-os, impondo-lhes as mãos.
Situava, assim, as crianças, como o símbolo da pureza e da simplicidade necessárias ao ingresso no Reino de Deus.
Uma perguntinha: onde fica o Reino de Deus?
Se você não sabe, leitor amigo, não se preocupe.
Em outra passagem evangélica (Lucas, 17:21), o próprio Mestre informa: – O Reino de Deus está dentro de vós.
Então, não se trata de local geográfico, na Terra ou alhures. É um estado de consciência! O Céu está em algum recanto, em nosso universo interior. Obviamente, o inferno também. Diríamos que são realizações pessoais, condicionadas ao que pensamos e fazemos.
Uma senhora vivia desolada e infeliz! Dizia-se mal amada…
O marido não lhe dava atenção; os filhos a desrespeitavam; os vizinhos eram invejosos; o pessoal de sua igreja agia com falsidade; sua vida, um tormento!
Quando desencarnou, por uma questão de afinidade, ela, que cultivava um inferno em seu coração, viu-se em região de sofrimentos.
Ali, mais que nunca, sentia-se infeliz. Mal amada…
Reclamava que Deus não lhe ouvia as orações. Via-se cercada de gente atormentada; revoltava-se contra o destino ingrato, mergulhada num oceano de aflições…
Depois de muito sofrer, brilhou em seu coração uma réstia de humildade. Lavou o coração com lágrimas contritas, implorando a complacência divina.
Imediatamente foi socorrida por benfeitores espirituais que a levaram para estágio reparador, em maravilhosa colônia espiritual.
Ali vivia uma comunidade feliz e ajustada, que observava integralmente o Evangelho, cultivando os valores do Bem.
A senhora esteve satisfeita… por algum tempo. Em breve caiu nos tormentos a que se habituara. Mal amada…
Ninguém lhe dava atenção… Havia falsidade nas pessoas… A ladainha de sempre!
Vivendo em autêntico paraíso, permanecia no inferno que sustentava em si mesma.
Richard Simonetti
PAPEL DOS ESPÍRITAS PERANTE O ESPIRITISMO
Muitos espíritas acreditam que a filosofia espírita é mérito
exclusivo dos Espíritos, cabendo a Kardec apenas sistematizar e
organizar as comunicações provenientes do plano espiritual.
Este comportamento poderia sugerir aos adeptos do Espiritismo uma postura passiva e silenciosa diante das comunicações, sem a necessidade de investigação, análise e ponderações, uma vez que os Espíritos nos esclarecem com muita propriedade sobre os diversos temas que nos afligem. Nada poderia estar mais longe da verdade. Esse pensamento pode estar presente nas mentes dos espíritas em virtude da postura humilde de Kardec registrada nos prolegômenos de “O Livro dos Espíritos”. Lá ele afirma:
“Este livro é o repositório de seus ensinos (dos Espíritos). Foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar.” [1]
É exato afirmar que a filosofia espírita provém dos Espíritos, no sentido de que ela não saiu da cabeça de um homem, como ocorre com as ciências da matéria. Mas não é exato afirmar que a única missão de Kardec era de publicar seus ensinos. Encontramos no próprio “O Livro dos Espíritos” as marcas de um genuíno pesquisador. Como ler “O Livro dos Espíritos” pulando a sua introdução? Não é lá como começamos a entender como a Doutrina começou a ser revelada? Não é lá que está registrado os primeiros fenômenos estudados por Kardec? Tudo começou com as mesas girantes, depois a cesta com o lápis, a prancheta e por fim a mão do médium. O que dizer do seu artigo “Ensaio Teórico das Sensações nos Espíritos”? Mesmo possuindo limitado conhecimento do funcionamento do cérebro, ele consegue responder com maestria como é possível os Espíritos terem as mesmas sensações e percepções humanas, como a dor, por exemplo, se são destituídos de corpo físico? Como explicar as diversas reclamações, de que foi testemunha, de frio e calor dos Espíritos?
Vou dar um exemplo para tornar clara a função daquele que investiga os fenômenos espíritas. É o próprio Kardec que explica:
“Passa-se no mundo dos Espíritos um fato muito singular, de que seguramente ninguém houvera suspeitado: o de haver Espíritos que se não consideram mortos. Pois bem, os Espíritos superiores, que conhecem perfeitamente esse fato, não vieram dizer antecipadamente: “Há Espíritos que julgam viver ainda a vida terrestre, que conservam seus gostos, costumes e instintos.” Provocaram a manifestação de Espíritos desta categoria para que os observássemos. Tendo-se visto Espíritos incertos quanto ao seu estado, ou afirmando ainda serem deste mundo, julgando-se aplicados às suas ocupações ordinárias, deduziu-se a regra. A multiplicidade de fatos análogos demonstrou que o caso não era excepcional, que constituía uma das fases da vida espírita; pode-se então estudar todas as variedades e as causas de tão singular ilusão, reconhecer que tal situação é sobretudo própria de Espíritos pouco adiantados moralmente e peculiar a certos gêneros de morte; que é temporária, podendo, todavia, durar semanas, meses e anos. Foi assim que a teoria nasceu da observação. O mesmo se deu com relação a todos os outros princípios da doutrina.” [2]
Apesar de muitos princípios terem sido resultados das observações dos fenômenos, existem outros promulgados pelos Espíritos que Kardec não teve como demonstrá-los ou evidenciá-los. Esse é o caso da reencarnação. Na questão nº 171 de “O Livro dos Espíritos” ele questiona: “Em que se funda o dogma da reencarnação?” [3] Os Espíritos, por sua vez, respondem: “Na justiça de Deus e na revelação…” [3]. Ou seja, é um princípio que foi agregado a filosofia espírita, resultado dos ensinos dos Espíritos, e não da observação dos fatos.
No entanto, ele utilizou de outros critérios para se certificar da veracidade das informações provenientes dos Espíritos como o Controle Universal do Ensino dos Espíritos.
Por sua vez, “O Livro dos Médiuns” é uma obra na qual Kardec expõe toda sua perspicácia na análise das comunicações. Esta obra possui um capítulo especial de mensagens apócrifas [4] atribuídas a espíritos de alta envergadura moral, como Jesus de Nazaré por exemplo. Ele fez este registro para que os espíritas saibam que ninguém está livre de receber comunicações mistificadoras, e que cabe aos espíritas discernir o falso do verdadeiro. É intrigante notar que esta recomendação seja proveniente dos próprios Espíritos, ou seja, são os próprios Espíritos que nos dizem que devemos analisar as mensagens oriundas do além, conforme segue a recomendação abaixo de Erasto:
“…fazei-a (Erasto refere-se às comunicações espíritas) passar pelo crisol da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom-senso reprovarem. Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea.” [5]
Não há nesta argumentação nenhum propósito de desmerecer o trabalho extraordinário daqueles Espíritos que foram incumbidos de realizar a revelação espírita (São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, etc..) [1], pois sem o concurso deles o Espiritismo careceria de seu caráter verdadeiro, ou seja, seria uma expressão equivocada das leis Divinas espirituais. Em contrapartida, uma postura criteriosa, cautelosa, investigativa, questionadora e abnegada por parte de Kardec garantiu, com boa dose de certeza, que as comunicações recebidas eram, de fato, provenientes de Espíritos superiores. O que estamos tentando esclarecer para o querido leitor é que o caráter científico da Doutrina é o que garante a origem divina da revelação espírita, sendo a ciência espírita de total responsabilidade dos espíritas, e não dos Espíritos. Portanto, a nossa postura diante dos fenômenos é que vai caracterizar o Espiritismo como ciência, a exemplo de Kardec.
O Fundador do Espiritismo discorre em seu brilhante artigo intitulado “Caráter da Revelação Espírita”, contido em sua obra “A Gênese” o papel dos homens perante os fenômenos. Ele considera que a revelação espírita tem duplo caráter: divino e científico. Esta passagem é tão esclarecedora que dispensa qualquer comentário.
“Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Participa da primeira, porque foi providencial o seu aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da doutrina provêm do ensino que deram os Espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos e que lhes importa conhecer, hoje que estão aptos a compreendê-las. Participa da segunda, por não ser esse ensino privilégio de indivíduo algum, mas ministrado a todos do mesmo modo; por não serem os que o transmitem e os que o recebem seres passivos, dispensados do trabalho da observação e da pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e ao livre-arbítrio; porque não lhes é interdito o exame, mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as ilações e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.” [6]
REFERÊNCIAS
1) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 74ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Prolegômenos.
2) KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 38ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, ítem 15.
3) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 74ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira; Justiça da Reencarnação; Cap IV – Da Pluralidade das Existências, Parte Segunda – Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos.
4) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 64ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Comunicações apócrifas, Capítulo XXXI – Dissertações Espíritas, Segunda Parte – Das manifestações espíritas.
5) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 64ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Capítulo XX – Da Influência Moral do Médium, Segunda Parte – Das manifestações espíritas.
6) KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 38ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, ítem 14.
Este comportamento poderia sugerir aos adeptos do Espiritismo uma postura passiva e silenciosa diante das comunicações, sem a necessidade de investigação, análise e ponderações, uma vez que os Espíritos nos esclarecem com muita propriedade sobre os diversos temas que nos afligem. Nada poderia estar mais longe da verdade. Esse pensamento pode estar presente nas mentes dos espíritas em virtude da postura humilde de Kardec registrada nos prolegômenos de “O Livro dos Espíritos”. Lá ele afirma:
“Este livro é o repositório de seus ensinos (dos Espíritos). Foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar.” [1]
É exato afirmar que a filosofia espírita provém dos Espíritos, no sentido de que ela não saiu da cabeça de um homem, como ocorre com as ciências da matéria. Mas não é exato afirmar que a única missão de Kardec era de publicar seus ensinos. Encontramos no próprio “O Livro dos Espíritos” as marcas de um genuíno pesquisador. Como ler “O Livro dos Espíritos” pulando a sua introdução? Não é lá como começamos a entender como a Doutrina começou a ser revelada? Não é lá que está registrado os primeiros fenômenos estudados por Kardec? Tudo começou com as mesas girantes, depois a cesta com o lápis, a prancheta e por fim a mão do médium. O que dizer do seu artigo “Ensaio Teórico das Sensações nos Espíritos”? Mesmo possuindo limitado conhecimento do funcionamento do cérebro, ele consegue responder com maestria como é possível os Espíritos terem as mesmas sensações e percepções humanas, como a dor, por exemplo, se são destituídos de corpo físico? Como explicar as diversas reclamações, de que foi testemunha, de frio e calor dos Espíritos?
Vou dar um exemplo para tornar clara a função daquele que investiga os fenômenos espíritas. É o próprio Kardec que explica:
“Passa-se no mundo dos Espíritos um fato muito singular, de que seguramente ninguém houvera suspeitado: o de haver Espíritos que se não consideram mortos. Pois bem, os Espíritos superiores, que conhecem perfeitamente esse fato, não vieram dizer antecipadamente: “Há Espíritos que julgam viver ainda a vida terrestre, que conservam seus gostos, costumes e instintos.” Provocaram a manifestação de Espíritos desta categoria para que os observássemos. Tendo-se visto Espíritos incertos quanto ao seu estado, ou afirmando ainda serem deste mundo, julgando-se aplicados às suas ocupações ordinárias, deduziu-se a regra. A multiplicidade de fatos análogos demonstrou que o caso não era excepcional, que constituía uma das fases da vida espírita; pode-se então estudar todas as variedades e as causas de tão singular ilusão, reconhecer que tal situação é sobretudo própria de Espíritos pouco adiantados moralmente e peculiar a certos gêneros de morte; que é temporária, podendo, todavia, durar semanas, meses e anos. Foi assim que a teoria nasceu da observação. O mesmo se deu com relação a todos os outros princípios da doutrina.” [2]
Apesar de muitos princípios terem sido resultados das observações dos fenômenos, existem outros promulgados pelos Espíritos que Kardec não teve como demonstrá-los ou evidenciá-los. Esse é o caso da reencarnação. Na questão nº 171 de “O Livro dos Espíritos” ele questiona: “Em que se funda o dogma da reencarnação?” [3] Os Espíritos, por sua vez, respondem: “Na justiça de Deus e na revelação…” [3]. Ou seja, é um princípio que foi agregado a filosofia espírita, resultado dos ensinos dos Espíritos, e não da observação dos fatos.
No entanto, ele utilizou de outros critérios para se certificar da veracidade das informações provenientes dos Espíritos como o Controle Universal do Ensino dos Espíritos.
Por sua vez, “O Livro dos Médiuns” é uma obra na qual Kardec expõe toda sua perspicácia na análise das comunicações. Esta obra possui um capítulo especial de mensagens apócrifas [4] atribuídas a espíritos de alta envergadura moral, como Jesus de Nazaré por exemplo. Ele fez este registro para que os espíritas saibam que ninguém está livre de receber comunicações mistificadoras, e que cabe aos espíritas discernir o falso do verdadeiro. É intrigante notar que esta recomendação seja proveniente dos próprios Espíritos, ou seja, são os próprios Espíritos que nos dizem que devemos analisar as mensagens oriundas do além, conforme segue a recomendação abaixo de Erasto:
“…fazei-a (Erasto refere-se às comunicações espíritas) passar pelo crisol da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom-senso reprovarem. Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea.” [5]
Não há nesta argumentação nenhum propósito de desmerecer o trabalho extraordinário daqueles Espíritos que foram incumbidos de realizar a revelação espírita (São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, etc..) [1], pois sem o concurso deles o Espiritismo careceria de seu caráter verdadeiro, ou seja, seria uma expressão equivocada das leis Divinas espirituais. Em contrapartida, uma postura criteriosa, cautelosa, investigativa, questionadora e abnegada por parte de Kardec garantiu, com boa dose de certeza, que as comunicações recebidas eram, de fato, provenientes de Espíritos superiores. O que estamos tentando esclarecer para o querido leitor é que o caráter científico da Doutrina é o que garante a origem divina da revelação espírita, sendo a ciência espírita de total responsabilidade dos espíritas, e não dos Espíritos. Portanto, a nossa postura diante dos fenômenos é que vai caracterizar o Espiritismo como ciência, a exemplo de Kardec.
O Fundador do Espiritismo discorre em seu brilhante artigo intitulado “Caráter da Revelação Espírita”, contido em sua obra “A Gênese” o papel dos homens perante os fenômenos. Ele considera que a revelação espírita tem duplo caráter: divino e científico. Esta passagem é tão esclarecedora que dispensa qualquer comentário.
“Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Participa da primeira, porque foi providencial o seu aparecimento e não o resultado da iniciativa, nem de um desígnio premeditado do homem; porque os pontos fundamentais da doutrina provêm do ensino que deram os Espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens acerca de coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por si mesmos e que lhes importa conhecer, hoje que estão aptos a compreendê-las. Participa da segunda, por não ser esse ensino privilégio de indivíduo algum, mas ministrado a todos do mesmo modo; por não serem os que o transmitem e os que o recebem seres passivos, dispensados do trabalho da observação e da pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e ao livre-arbítrio; porque não lhes é interdito o exame, mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque a doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega; porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que ele estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as ilações e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem.” [6]
REFERÊNCIAS
1) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 74ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Prolegômenos.
2) KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 38ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, ítem 15.
3) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 74ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira; Justiça da Reencarnação; Cap IV – Da Pluralidade das Existências, Parte Segunda – Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos.
4) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 64ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Comunicações apócrifas, Capítulo XXXI – Dissertações Espíritas, Segunda Parte – Das manifestações espíritas.
5) KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 64ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Capítulo XX – Da Influência Moral do Médium, Segunda Parte – Das manifestações espíritas.
6) KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 38ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, Capítulo I, Caráter da Revelação Espírita, ítem 14.
A REGRA ÁUREA
"Amarás o teu próximo como a ti mesmo." - Jesus. (MATEUS, 22:39)
Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda
do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.
Diziam os gregos: "Não façais ao próximo o que não desejais receber dele."
Afirmavam os persas: " Fazei como quereis que se vos faça."
Declaravam os chineses: "O que não desejais para vós, não façais a outrem."
Recomendavam os egípcios: "Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si."
Doutrinavam os hebreus: "O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo."
Insistiam os romanos: "A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo."
Na Antigüidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo. Profetas, administradores, juízes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.
Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.
Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda
do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.
Diziam os gregos: "Não façais ao próximo o que não desejais receber dele."
Afirmavam os persas: " Fazei como quereis que se vos faça."
Declaravam os chineses: "O que não desejais para vós, não façais a outrem."
Recomendavam os egípcios: "Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si."
Doutrinavam os hebreus: "O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo."
Insistiam os romanos: "A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo."
Na Antigüidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo. Profetas, administradores, juízes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.
Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.
(Emmanuel - Da obra: Caminho, Verdade e Vida - Francisco Cândido Xavier)
ANIMAIS EM SOFRIMENTO - por Emmanuel
Se os animais estão isentos da lei de causa e efeito, em suas
motivações profundas, já que não têm culpas a expiar, de que maneira se
lhes justificar os sacrifícios e aflições?
Assunto aparentemente relacionado com injustiça, mas a lógica nos deve orientar os passos na solução do problema.
Assunto aparentemente relacionado com injustiça, mas a lógica nos deve orientar os passos na solução do problema.
Imperioso interpretar a dor por mais altos padrões de entendimento.
Ninguém sofre, de um modo ou de outro, tão somente para resgatar o preço de alguma coisa.
Sofre-se também angariando os recursos precisos para obtê-la.
Assim é que o animal atravessa longas eras de prova a fim de domesticar-se, tanto quanto o humano atravessa outras tantas longas eras para instruir-se.
Que mal terá praticado o aprendiz a fim de submeter-se aos constrangimentos da escola?
E acaso conseguirá ele diplomar-se em conhecimento
superior se foge às penas edificantes da disciplina?
Espírito algum obtém elevação ou cultura por osmose, mas sim através de trabalho paciente e intransferível.
O animal igualmente para atingir a auréola da razão deve conhecer benemérita e comprida fieira de experiências que terminarão por integrá-la na posse definitiva do raciocínio.
Compreendamos, desse modo, que o sofrimento é ingrediente inalienável no prato do progresso.
Todo ser criado simples e ignorante é compelido a lutar pela conquista da razão, e atingindo a razão, entre os humanos, é compelido igualmente a lutar a fim de burilar-se devidamente.
O animal se esforça para obter as próprias percepções e estabelecê-las.
O humano se esforça avançando do desconhecimento para a sublimação.
Dor física no animal é passaporte para mais amplos recursos nos domínios da evolução.
Dor física, acrescida de dor moral no humano, é fixação de responsabilidade em trânsito para a Vida Maior.
Certifiquemo-nos, porém, de que toda criatura caminha para o reino da angelitude, e que, investindo-se na posição de Espírito sublime, não mais conhece a dor, porquanto o amor ser-lhe-á sol no coração dissipando todas as sombras da vida ao toque de sua própria luz.
Fonte - Aulas da Vida, psicografia Chico Xavier, ditado por espíritos diversos
Ninguém sofre, de um modo ou de outro, tão somente para resgatar o preço de alguma coisa.
Sofre-se também angariando os recursos precisos para obtê-la.
Assim é que o animal atravessa longas eras de prova a fim de domesticar-se, tanto quanto o humano atravessa outras tantas longas eras para instruir-se.
Que mal terá praticado o aprendiz a fim de submeter-se aos constrangimentos da escola?
E acaso conseguirá ele diplomar-se em conhecimento
superior se foge às penas edificantes da disciplina?
Espírito algum obtém elevação ou cultura por osmose, mas sim através de trabalho paciente e intransferível.
O animal igualmente para atingir a auréola da razão deve conhecer benemérita e comprida fieira de experiências que terminarão por integrá-la na posse definitiva do raciocínio.
Compreendamos, desse modo, que o sofrimento é ingrediente inalienável no prato do progresso.
Todo ser criado simples e ignorante é compelido a lutar pela conquista da razão, e atingindo a razão, entre os humanos, é compelido igualmente a lutar a fim de burilar-se devidamente.
O animal se esforça para obter as próprias percepções e estabelecê-las.
O humano se esforça avançando do desconhecimento para a sublimação.
Dor física no animal é passaporte para mais amplos recursos nos domínios da evolução.
Dor física, acrescida de dor moral no humano, é fixação de responsabilidade em trânsito para a Vida Maior.
Certifiquemo-nos, porém, de que toda criatura caminha para o reino da angelitude, e que, investindo-se na posição de Espírito sublime, não mais conhece a dor, porquanto o amor ser-lhe-á sol no coração dissipando todas as sombras da vida ao toque de sua própria luz.
Fonte - Aulas da Vida, psicografia Chico Xavier, ditado por espíritos diversos
O que nos ensina a crise?
A crise econômica em nosso Brasil, assunto que em todos os instantes
consta na pauta da imprensa, e do qual não se pode furtar, porquanto
influencia diretamente em nossa vida, não é tema novo.
O século XX, por exemplo, produziu algumas crises econômicas. Na chamada Grande Depressão, no ano de 1929, muitos bancos e empresas estadunideneses foram à falência. Ocorre que na época da Primeira Guerra Mundial os Estados Unidos exportavam muitos produtos à Europa. Contudo, conforme a reabilitação dos países europeus, as exportações foram cessando, o que causou forte impacto na economia do país. Esta crise produziu um grande número de suicídios. Aliás, as crises econômicas, de forma geral, trazem o desespero ao homem imediatista que vê no suicídio a porta de saída para seus problemas. Ledo engano.
O Brasil, que na ocasião exportava grande quantidade de café aos EUA também foi afetado pela crise, porque seu parceiro comercial diminuiu drasticamente suas importações, o que fez o preço do café brasileiro cair um bocado.
Entretanto, esta crise no setor do café teve seu ponto positivo, pois os cafeicultores brasileiros tiveram que, a partir desta situação, investir no setor industrial, gerando bons reflexos na indústria brasileira.
Não faz muito tempo, na década de 1980, vivíamos um Brasil imerso em crise. Inflação galopante que corroia o já pequeno salário do trabalhador. Os preços eram alterados numa velocidade vertiginosa, instabilidade total.
Tivemos, também, a crise de 2008 que se iniciou nos EUA e contaminou o Brasil, além de outros países.
Poderíamos ficar aqui por páginas a fio, passeando pelo mundo e suas crises, causas, protagonistas e consequências. Entretanto, urge abordarmos um pouco a crise que no ano de 2015 tomou conta de nosso país e, pelo caminhar dos fatos, estender-se-á pelos anos vindouros, exigindo de nós, brasileiros, reflexão e atitude.
Uma das consequências da crise é o desemprego. Com a retração da economia as empresas tendem a inibir contratações e agilizar demissões. É sabido que muitas (óbvio que não todas) empresas vão no embalo da crise e suas especulações para diminuir o quadro de funcionários. Como só se fala em crise, a empresa que demite nesta época não fica mal perante o público. Não precisam demitir, mas o fazem. A conta é simples: menos funcionários, mais lucro.
Naturalmente que não está neste rol a empresa que passa verdadeiramente pela crise, pois para estas as demissões são, infelizmente, um caminho para a recuperação.
A caridade como ferramenta para superação da crise
Em “O Evangelho segundo o Espiritismo” há uma mensagem do Espírito Pascal, no ano de 1862, em que aborda tema egoísmo. Diz o benfeitor para o homem libertar-se do sentimento de indiferença e ser mais sensível ao sofrimento alheio, pois é a indiferença que aniquila os bons sentimentos.
Se colocarmos a ideia de sermos mais sensíveis ao sofrimento alheio no mundo corporativo não desempregaremos alguém sem necessidade. Não demitiremos por especulação, não deixaremos um pai de família sem a honra de poder levar para sua casa o pão de cada dia santificado pelo suor de seu rosto.
Repetindo para que não haja ruído na comunicação. Refiro-me aqui às empresas que demitem apenas porque vão no embalo da crise, ou seja, demitem sem necessidade, tão somente com o objetivo de lucrar mais, mesmo que este preço seja o das demissões.
Recentemente estive proferindo palestras pelo interior de São Paulo, e em conversa com um confrade sobre o tema crise ele, que também é empresário, disse-me:
Não demitirei meus funcionários. Tenho 60 pessoas em minha empresa e, não obstante a queda no faturamento estamos operando no azul, as contas estão sendo pagas, portanto aguardarei esta fase passar. O que não farei no momento é abrir postos de trabalho, pois não se justifica, mas não demitirei. Tenho fé no futuro, as coisas melhorarão.
Fiquei muito feliz com a visão deste amigo empresário. Não está se aproveitando da crise para promover um desmonte em sua equipe, antes, porém, sendo sensível a situação de seus colaboradores.
Eis, na prática, a caridade como ferramenta de superação da crise, pois quando eu me coloco no lugar do outro, aumento as chances de ser mais sensível a sua situação.
Reflexão: o que as crises querem me ensinar?
Diz o ditado que mar calmo não faz bom marinheiro. O progresso vem, quase sempre, quando estamos pressionados e necessitamos criar uma solução para este ou aquele caso. Aí mobilizamos as forças da alma, refletimos e agimos para ficarmos liberados da questão que nos aflige.
São nas agitações do dia a dia, são nas crises, sejam de um país, de uma família ou segmento que saímos da zona de conforto e modificamos nosso comportamento.
No estágio evolutivo em que nos encontramos, as crises têm, dentre algumas funções, a de trazer para nós algumas indagações.
Por que isto está ocorrendo?
O que esta crise quer me ensinar?
O que eu posso fazer para sair desta situação?
As crises não são, portanto, punições de Deus a um país, mas uma ferramenta de educação para um povo.
Em nosso caso, por exemplo, está nítido que a crise econômica e política é apenas o reflexo de uma crise bem mais profunda e séria: a moral.
Pouco afeitos a respeitar regras, criamos o famoso “jeitinho brasileiro”, em que sem nenhum pudor desrespeitamos regulamentos e normas para atender nossas conveniências.
Natural que, sendo parte do povo e envolvidos em sua cultura e costumes, os políticos repetirão no poder as tendências da população.
Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, numa mensagem regada à beleza e grandiosidade, denominada: O dever, Lázaro – Espírito – ensina que o dever reflete todas as virtudes morais. O dever é severo e dócil e está sempre pronto a submeter-se às situações permanecendo firme diante das tentações.
Qual o dever de um homem público?
Qual o dever de um cidadão?
Ora, todos sabemos quais são nossos deveres. Mas, por que mesmo sabendo de nossos deveres não os cumprimos? Por qual razão, mesmo conscientes, tombamos ante às tentações?
Cumprir com o dever, portanto, é trabalhar em nossa autoiluminação que, por sua vez, resultará num total e irrestrito respeito pelas regras, pela valorização do que é bom para o coletivo, enfim, pela busca constante em superar as nossas más inclinações, pois quando nossas más inclinações vencem, o dever não se cumpre e todos perdem, nós e a sociedade.
Tempo de analisar nosso estilo de vida
Um outro ponto a abordar no assunto crise é nosso estilo de vida.
Como estamos levando nossa existência? Somos consumistas contumazes? Criamos necessidades a todo tempo? Nossos desejos são insaciáveis? Ficamos infelizes quando não conseguimos comprar?
Junto com estas questões proponho outra:
Será que esta crise veio para mostrar-me como pode ser interessante e possível viver de uma outra forma, mais simples?
Há, em “O Livro dos Espíritos”, na resposta da questão 926, uma afirmação de impacto dos Espíritos: aquele que sabe limitar seus desejos e vê sem inveja o que está acima de si poupa-se de muitos dissabores.
Uma convocação para uma vida mais simples, mais calma e tranquila, baseada na conquista dos valores do espírito imortal e não apenas no desejo desenfreado, que alimenta o consumismo irracional e faz, com frequência, os estardalhaços econômicos.
Há alguns anos, ouvi do economista Reinaldo Caffeo que um dos motivos para o alto endividamento das famílias brasileiras é a inveja. Mas, como assim? Como a inveja pode endividar alguém?
Simples: a inveja faz-nos cometer loucuras e extrapolar o orçamento doméstico. Aquele tênis que o vizinho comprou eu quero mas não tenho condições financeiras para adquirir, porém, passo ao largo do bom senso e, ainda assim, compro o bem, mas endivido-me.
Eis a inveja como elemento de endividamento.
E ensinam os Espíritos: limitar os desejos e ver sem inveja os que estão acima de nós poupa-nos de dissabores.
Assim somos poupados de cobranças, nome negativado, dores de cabeça, e nesses tempos de crise o que não precisamos é de dor de cabeça.
Mas, como diz Allan Kardec:
Quase sempre é o homem o construtor de sua infelicidade.
Por lógica, se o homem constrói a infelicidade poderá construir a felicidade.
Basta refletir e aproveitar a crise para repensar sua conduta, seu comportamento e seu estilo de vida.
Tudo passa, e a crise passará, porém, que fique para nós a experiência.
Pensemos nisto.
Wellington Balbo
O século XX, por exemplo, produziu algumas crises econômicas. Na chamada Grande Depressão, no ano de 1929, muitos bancos e empresas estadunideneses foram à falência. Ocorre que na época da Primeira Guerra Mundial os Estados Unidos exportavam muitos produtos à Europa. Contudo, conforme a reabilitação dos países europeus, as exportações foram cessando, o que causou forte impacto na economia do país. Esta crise produziu um grande número de suicídios. Aliás, as crises econômicas, de forma geral, trazem o desespero ao homem imediatista que vê no suicídio a porta de saída para seus problemas. Ledo engano.
O Brasil, que na ocasião exportava grande quantidade de café aos EUA também foi afetado pela crise, porque seu parceiro comercial diminuiu drasticamente suas importações, o que fez o preço do café brasileiro cair um bocado.
Entretanto, esta crise no setor do café teve seu ponto positivo, pois os cafeicultores brasileiros tiveram que, a partir desta situação, investir no setor industrial, gerando bons reflexos na indústria brasileira.
Não faz muito tempo, na década de 1980, vivíamos um Brasil imerso em crise. Inflação galopante que corroia o já pequeno salário do trabalhador. Os preços eram alterados numa velocidade vertiginosa, instabilidade total.
Tivemos, também, a crise de 2008 que se iniciou nos EUA e contaminou o Brasil, além de outros países.
Poderíamos ficar aqui por páginas a fio, passeando pelo mundo e suas crises, causas, protagonistas e consequências. Entretanto, urge abordarmos um pouco a crise que no ano de 2015 tomou conta de nosso país e, pelo caminhar dos fatos, estender-se-á pelos anos vindouros, exigindo de nós, brasileiros, reflexão e atitude.
Uma das consequências da crise é o desemprego. Com a retração da economia as empresas tendem a inibir contratações e agilizar demissões. É sabido que muitas (óbvio que não todas) empresas vão no embalo da crise e suas especulações para diminuir o quadro de funcionários. Como só se fala em crise, a empresa que demite nesta época não fica mal perante o público. Não precisam demitir, mas o fazem. A conta é simples: menos funcionários, mais lucro.
Naturalmente que não está neste rol a empresa que passa verdadeiramente pela crise, pois para estas as demissões são, infelizmente, um caminho para a recuperação.
A caridade como ferramenta para superação da crise
Em “O Evangelho segundo o Espiritismo” há uma mensagem do Espírito Pascal, no ano de 1862, em que aborda tema egoísmo. Diz o benfeitor para o homem libertar-se do sentimento de indiferença e ser mais sensível ao sofrimento alheio, pois é a indiferença que aniquila os bons sentimentos.
Se colocarmos a ideia de sermos mais sensíveis ao sofrimento alheio no mundo corporativo não desempregaremos alguém sem necessidade. Não demitiremos por especulação, não deixaremos um pai de família sem a honra de poder levar para sua casa o pão de cada dia santificado pelo suor de seu rosto.
Repetindo para que não haja ruído na comunicação. Refiro-me aqui às empresas que demitem apenas porque vão no embalo da crise, ou seja, demitem sem necessidade, tão somente com o objetivo de lucrar mais, mesmo que este preço seja o das demissões.
Recentemente estive proferindo palestras pelo interior de São Paulo, e em conversa com um confrade sobre o tema crise ele, que também é empresário, disse-me:
Não demitirei meus funcionários. Tenho 60 pessoas em minha empresa e, não obstante a queda no faturamento estamos operando no azul, as contas estão sendo pagas, portanto aguardarei esta fase passar. O que não farei no momento é abrir postos de trabalho, pois não se justifica, mas não demitirei. Tenho fé no futuro, as coisas melhorarão.
Fiquei muito feliz com a visão deste amigo empresário. Não está se aproveitando da crise para promover um desmonte em sua equipe, antes, porém, sendo sensível a situação de seus colaboradores.
Eis, na prática, a caridade como ferramenta de superação da crise, pois quando eu me coloco no lugar do outro, aumento as chances de ser mais sensível a sua situação.
Reflexão: o que as crises querem me ensinar?
Diz o ditado que mar calmo não faz bom marinheiro. O progresso vem, quase sempre, quando estamos pressionados e necessitamos criar uma solução para este ou aquele caso. Aí mobilizamos as forças da alma, refletimos e agimos para ficarmos liberados da questão que nos aflige.
São nas agitações do dia a dia, são nas crises, sejam de um país, de uma família ou segmento que saímos da zona de conforto e modificamos nosso comportamento.
No estágio evolutivo em que nos encontramos, as crises têm, dentre algumas funções, a de trazer para nós algumas indagações.
Por que isto está ocorrendo?
O que esta crise quer me ensinar?
O que eu posso fazer para sair desta situação?
As crises não são, portanto, punições de Deus a um país, mas uma ferramenta de educação para um povo.
Em nosso caso, por exemplo, está nítido que a crise econômica e política é apenas o reflexo de uma crise bem mais profunda e séria: a moral.
Pouco afeitos a respeitar regras, criamos o famoso “jeitinho brasileiro”, em que sem nenhum pudor desrespeitamos regulamentos e normas para atender nossas conveniências.
Natural que, sendo parte do povo e envolvidos em sua cultura e costumes, os políticos repetirão no poder as tendências da população.
Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, numa mensagem regada à beleza e grandiosidade, denominada: O dever, Lázaro – Espírito – ensina que o dever reflete todas as virtudes morais. O dever é severo e dócil e está sempre pronto a submeter-se às situações permanecendo firme diante das tentações.
Qual o dever de um homem público?
Qual o dever de um cidadão?
Ora, todos sabemos quais são nossos deveres. Mas, por que mesmo sabendo de nossos deveres não os cumprimos? Por qual razão, mesmo conscientes, tombamos ante às tentações?
Cumprir com o dever, portanto, é trabalhar em nossa autoiluminação que, por sua vez, resultará num total e irrestrito respeito pelas regras, pela valorização do que é bom para o coletivo, enfim, pela busca constante em superar as nossas más inclinações, pois quando nossas más inclinações vencem, o dever não se cumpre e todos perdem, nós e a sociedade.
Tempo de analisar nosso estilo de vida
Um outro ponto a abordar no assunto crise é nosso estilo de vida.
Como estamos levando nossa existência? Somos consumistas contumazes? Criamos necessidades a todo tempo? Nossos desejos são insaciáveis? Ficamos infelizes quando não conseguimos comprar?
Junto com estas questões proponho outra:
Será que esta crise veio para mostrar-me como pode ser interessante e possível viver de uma outra forma, mais simples?
Há, em “O Livro dos Espíritos”, na resposta da questão 926, uma afirmação de impacto dos Espíritos: aquele que sabe limitar seus desejos e vê sem inveja o que está acima de si poupa-se de muitos dissabores.
Uma convocação para uma vida mais simples, mais calma e tranquila, baseada na conquista dos valores do espírito imortal e não apenas no desejo desenfreado, que alimenta o consumismo irracional e faz, com frequência, os estardalhaços econômicos.
Há alguns anos, ouvi do economista Reinaldo Caffeo que um dos motivos para o alto endividamento das famílias brasileiras é a inveja. Mas, como assim? Como a inveja pode endividar alguém?
Simples: a inveja faz-nos cometer loucuras e extrapolar o orçamento doméstico. Aquele tênis que o vizinho comprou eu quero mas não tenho condições financeiras para adquirir, porém, passo ao largo do bom senso e, ainda assim, compro o bem, mas endivido-me.
Eis a inveja como elemento de endividamento.
E ensinam os Espíritos: limitar os desejos e ver sem inveja os que estão acima de nós poupa-nos de dissabores.
Assim somos poupados de cobranças, nome negativado, dores de cabeça, e nesses tempos de crise o que não precisamos é de dor de cabeça.
Mas, como diz Allan Kardec:
Quase sempre é o homem o construtor de sua infelicidade.
Por lógica, se o homem constrói a infelicidade poderá construir a felicidade.
Basta refletir e aproveitar a crise para repensar sua conduta, seu comportamento e seu estilo de vida.
Tudo passa, e a crise passará, porém, que fique para nós a experiência.
Pensemos nisto.
Wellington Balbo
Os limites da liberdade
Em que condições poderia o homem gozar de absoluta liberdade?
Nas do eremita no deserto. Desde que juntos estejam dois homens,
há entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar;
não mais, portanto, qualquer deles gozará de liberdade absoluta
(Livro dos Espíritos, questão 826, Lei de Liberdade).
Um náufrago vem ter em ilha deserta. Constrói tosca habitação e ali se instala. Desfruta de liberdade plena. Movimenta-se à vontade. Faz e desfaz, conforme lhe parece conveniente, senhor absoluto daquela porção de terra.
Tempos depois chega outro náufrago. A situação modifica-se. O primeiro experimentará limitações. A não ser que se disponha a eliminar o recém-chegado, descendo à barbárie, deverá reconhecer que seu direito de dispor da ilha esbarrará no direito do companheiro em garantir a própria sobrevivência. Terão, pois, que dividir os recursos existentes. E a liberdade de ambos diminuirá à medida que outros náufragos aparecerem.
É o que ocorre na vida comunitária, onde nossa liberdade é relativa, porquanto deve ser conciliada com a liberdade dos concidadãos. O limite de nosso direito é o direito do próximo. A inobservância desse princípio elementar gera conflitos. As implicações dessa equivalência de direitos são extensas. Fácil enunciar alguns exemplos:
Não nos é lícito, na vida comunitária, transitar de automóvel pelas ruas à velocidade acima da fixada por lei; a ninguém é permitido, em logradouro público, postar-se nu, nem ali despejar lixo ou satisfazer necessidades fisiológicas. A liberdade de movimentação é restrita. Vedado nos é invadir uma propriedade alheia ou recintos de diversão como cinema ou teatro. Mister sejamos convidados ou nos disponhamos a pagar o ingresso.
Não é conveniente nem mesmo permanecer na inércia se fisicamente aptos, porquanto não nos pertencem os bens comunitários. Alimentos, abrigo, roupas, indispensáveis ao nosso bem-estar e à própria subsistência, pertencem àqueles que os produzem. Somos chamados a produzir, também, com a força do trabalho, a fim de que, em regime de permuta, utilizando um instrumento intermediário, o dinheiro, possamos atender às nossas necessidades.
A perfeita compreensão dos deveres comunitários, que restringem a liberdade individual, é virtude rara. Por isso existem mecanismos destinados a orientar a população e conter suas indisciplinas. Há leis que definem direitos e obrigações. Há órgãos policiais para fiscalizar sua observância. Os infratores sujeitam-se às sanções legais, que podem implicar até no confinamento em prisões por tempo determinado, compatível com a natureza dos prejuízos causados a alguém ou à sociedade.
Quanto maior a expansão demográfica e a concentração urbana, mais difícil o controle da população. E há infrações que nem sempre podem ser enquadradas como delitos passíveis de punição ou nem sempre podem ser rigorosamente detectadas e corrigidas pelas autoridades.
Revelam os infratores, total desrespeito pelos patrimônios individuais e coletivos da comunidade e pelo inalienável direito comum à tranquilidade.
Todavia, estes impenitentes individualistas, ilhados numa visão egocêntrica de vida, saberão, mais cedo ou mais tarde, que nenhum prejuízo causado ao próximo ficará impune.
Se a justiça da Terra é impotente para sentenciar os infratores, a justiça do Céu o fará, inelutavelmente, confinando-os em celas de desajuste e infelicidade, na intimidade de suas consciências, impondo-lhes penosas retificações na presente existência ou em existências futuras.
Aprendemos todos, por experiência própria, que há limites em nossa liberdade de ação e que o mínimo que nos compete, em favor de nossa felicidade, é não perturbar o próximo, tanto quanto estimamos que ele não nos perturbe.
Richard Simonetti
Nas do eremita no deserto. Desde que juntos estejam dois homens,
há entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar;
não mais, portanto, qualquer deles gozará de liberdade absoluta
(Livro dos Espíritos, questão 826, Lei de Liberdade).
Um náufrago vem ter em ilha deserta. Constrói tosca habitação e ali se instala. Desfruta de liberdade plena. Movimenta-se à vontade. Faz e desfaz, conforme lhe parece conveniente, senhor absoluto daquela porção de terra.
Tempos depois chega outro náufrago. A situação modifica-se. O primeiro experimentará limitações. A não ser que se disponha a eliminar o recém-chegado, descendo à barbárie, deverá reconhecer que seu direito de dispor da ilha esbarrará no direito do companheiro em garantir a própria sobrevivência. Terão, pois, que dividir os recursos existentes. E a liberdade de ambos diminuirá à medida que outros náufragos aparecerem.
É o que ocorre na vida comunitária, onde nossa liberdade é relativa, porquanto deve ser conciliada com a liberdade dos concidadãos. O limite de nosso direito é o direito do próximo. A inobservância desse princípio elementar gera conflitos. As implicações dessa equivalência de direitos são extensas. Fácil enunciar alguns exemplos:
Não nos é lícito, na vida comunitária, transitar de automóvel pelas ruas à velocidade acima da fixada por lei; a ninguém é permitido, em logradouro público, postar-se nu, nem ali despejar lixo ou satisfazer necessidades fisiológicas. A liberdade de movimentação é restrita. Vedado nos é invadir uma propriedade alheia ou recintos de diversão como cinema ou teatro. Mister sejamos convidados ou nos disponhamos a pagar o ingresso.
Não é conveniente nem mesmo permanecer na inércia se fisicamente aptos, porquanto não nos pertencem os bens comunitários. Alimentos, abrigo, roupas, indispensáveis ao nosso bem-estar e à própria subsistência, pertencem àqueles que os produzem. Somos chamados a produzir, também, com a força do trabalho, a fim de que, em regime de permuta, utilizando um instrumento intermediário, o dinheiro, possamos atender às nossas necessidades.
A perfeita compreensão dos deveres comunitários, que restringem a liberdade individual, é virtude rara. Por isso existem mecanismos destinados a orientar a população e conter suas indisciplinas. Há leis que definem direitos e obrigações. Há órgãos policiais para fiscalizar sua observância. Os infratores sujeitam-se às sanções legais, que podem implicar até no confinamento em prisões por tempo determinado, compatível com a natureza dos prejuízos causados a alguém ou à sociedade.
Quanto maior a expansão demográfica e a concentração urbana, mais difícil o controle da população. E há infrações que nem sempre podem ser enquadradas como delitos passíveis de punição ou nem sempre podem ser rigorosamente detectadas e corrigidas pelas autoridades.
Revelam os infratores, total desrespeito pelos patrimônios individuais e coletivos da comunidade e pelo inalienável direito comum à tranquilidade.
Todavia, estes impenitentes individualistas, ilhados numa visão egocêntrica de vida, saberão, mais cedo ou mais tarde, que nenhum prejuízo causado ao próximo ficará impune.
Se a justiça da Terra é impotente para sentenciar os infratores, a justiça do Céu o fará, inelutavelmente, confinando-os em celas de desajuste e infelicidade, na intimidade de suas consciências, impondo-lhes penosas retificações na presente existência ou em existências futuras.
Aprendemos todos, por experiência própria, que há limites em nossa liberdade de ação e que o mínimo que nos compete, em favor de nossa felicidade, é não perturbar o próximo, tanto quanto estimamos que ele não nos perturbe.
Richard Simonetti
Culpa e Estados Espirituais
Nosso Senhor Jesus Cristo ao dizer, em referência ao Espírito, “mas
não sabes de onde vem nem para onde vai” (1), confirma a sua existência
anterior e posterior ao corpo físico.
No tocante à sobrevivência após a morte do corpo físico, a referida tese é confirmada pelos Espíritos responsáveis pela implantação do Consolador na Terra, conforme prometido por Jesus (2):
“Em que se torna a alma logo após a morte?
– Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que havia deixado temporariamente”. (3)
Desta forma o Espírito, após o término do estágio na vida física, segue sua trajetória rumo à perfeição, carregando consigo, no íntimo da consciência, todos os resultados de suas ações na Terra.
O Benfeitor espiritual André Luiz fornece esclarecimentos a respeito da condição dos espíritos após o retorno ao Mundo Espiritual:
“Efetivamente, logo após a morte física, sofre a alma culpada minucioso processo de purgação, tanto mais produtivo quanto mais se lhe exteriorize a dor do arrependimento, e, apenas depois disso, consegue elevar-se a esferas de reconforto e reeducação. Se a moléstia experimentada na veste somática foi longa e difícil, abençoadas depurações terão sido feitas, pelo ensejo de autoexame, no qual as aflições suportadas com paciência lhe alteraram sensações e refundiram ideias. Todavia, se essa operação natural não foi possível no círculo carnal, mais se lhe agravam os remorsos, depois do túmulo, por recalcados na consciência, a aflorarem, todos eles, através de reflexão, renovando as imagens com que foram fixados na própria alma. Criminosos que mal ressarciram os débitos contraídos, instados pelo próprio arrependimento, plasmam, em torno de si mesmos, as cenas degradantes em que arruinaram a vida íntima, alimentando-as à custa dos próprios pensamentos desgovernados. Caluniadores que aniquilaram a felicidade alheia vivem pesadelos espantosos, regravando nas telas da memória os padecimentos das vítimas, como no dia em que as fizeram descer para o abismo da angústia, algemados ao pelourinho de obsidentes recordações. Tiranetes diversos volvem a sentir nos tecidos da própria alma os golpes que desferiram nos outros, e os viciados de toda sorte, quais os dipsômanos e morfinômanos, experimentam agoniada insatisfação, qual ocorre também aos desequilibrados do sexo, que acumulam na organização psicossomática as cargas magnéticas do instinto em desvario, pelas quais se localizam em plena alienação. As vítimas do remorso padecem, assim, por tempo correspondente às necessidades de reajuste, larga internação em zonas compatíveis com o estado espiritual que demonstram”. (4)
Por “zonas compatíveis com o estado espiritual que demonstram” devemos entender que os espíritos, no Mundo Espiritual, aglutinam-se por semelhança de estados de consciência, onde se somam os “infernos íntimos” individuais, que acabam por plasmar ambientes correspondentes às energias que os geraram e os sustentam. Daí resulta a ideia da existência de um inferno comum a todos os transviados, conforme as mais diversas e antigas crenças teológicas. Entretanto, esses estados, por mais longos que sejam, são transitórios, conforme aponta André Luiz ao afirmar “por tempo correspondente às necessidades de reajuste”, em evidente correspondência à justiça Divina.
Quem sofre, acaba por se arrepender da causa do sofrimento, e sempre será um necessitado de ajuda para sair da situação em que se colocou.
A esse respeito encontramos em O Livro dos Espíritos:
“A pessoa que não reconheceu suas faltas durante a vida sempre as reconhece depois da morte?
– Sim, sempre as reconhece, e então sofre mais, porque sente todo o mal que fez ou de que foi causa voluntária. Entretanto, o arrependimento nem sempre é imediato. Há Espíritos que teimam nas inclinações negativas, apesar dos seus sofrimentos; mas, cedo ou tarde, reconhecerão o caminho falso, e o arrependimento virá. É para esclarecê-los que trabalham os bons Espíritos, e vós também podeis trabalhar nesse sentido”. (5)
Nisso encontramos eco, lógica e consolo nas palavras do Senhor Jesus:
“Os sãos não têm necessidade de médico, mas os que estão doentes. Ide e aprendei o que significa: ‘Misericórdia quero, e não sacrifícios’. Pois não vim chamar justos, mas pecadores”. (6)
“Eu vos digo que, desse modo, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos, que não têm necessidade de arrependimento”. (7)
Porém, o arrependimento por si só não libera o “pecador” da reparação dos erros cometidos, conforme nos esclarecem os Benfeitores Espirituais:
“A reparação ocorre na vida corporal ou na espiritual?
– A reparação ocorre durante a vida física pelas provas a que o Espírito é submetido, e na vida espiritual pelos sofrimentos morais ligados à inferioridade do Espírito”. (8)
Entenda-se, em novas reencarnações e nos estágios entre elas.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
Referências Bibliográficas:
(1) Novo Testamento, Haroldo Dutra dias, Jo 3:8;
(2) Novo Testamento, Haroldo Dutra dias, Jo 14:26;
(3) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 149;
(4) Evolução em Dois Mundos, Francisco C. Xavier – André Luiz, cap.19;
(5) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 994;
(6) Novo Testamento, Haroldo Dutra dias, Mt 9:12-13;
(7) Novo Testamento, Haroldo Dutra dias, Lc 15:7;
(8) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 998.
No tocante à sobrevivência após a morte do corpo físico, a referida tese é confirmada pelos Espíritos responsáveis pela implantação do Consolador na Terra, conforme prometido por Jesus (2):
“Em que se torna a alma logo após a morte?
– Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que havia deixado temporariamente”. (3)
Desta forma o Espírito, após o término do estágio na vida física, segue sua trajetória rumo à perfeição, carregando consigo, no íntimo da consciência, todos os resultados de suas ações na Terra.
O Benfeitor espiritual André Luiz fornece esclarecimentos a respeito da condição dos espíritos após o retorno ao Mundo Espiritual:
“Efetivamente, logo após a morte física, sofre a alma culpada minucioso processo de purgação, tanto mais produtivo quanto mais se lhe exteriorize a dor do arrependimento, e, apenas depois disso, consegue elevar-se a esferas de reconforto e reeducação. Se a moléstia experimentada na veste somática foi longa e difícil, abençoadas depurações terão sido feitas, pelo ensejo de autoexame, no qual as aflições suportadas com paciência lhe alteraram sensações e refundiram ideias. Todavia, se essa operação natural não foi possível no círculo carnal, mais se lhe agravam os remorsos, depois do túmulo, por recalcados na consciência, a aflorarem, todos eles, através de reflexão, renovando as imagens com que foram fixados na própria alma. Criminosos que mal ressarciram os débitos contraídos, instados pelo próprio arrependimento, plasmam, em torno de si mesmos, as cenas degradantes em que arruinaram a vida íntima, alimentando-as à custa dos próprios pensamentos desgovernados. Caluniadores que aniquilaram a felicidade alheia vivem pesadelos espantosos, regravando nas telas da memória os padecimentos das vítimas, como no dia em que as fizeram descer para o abismo da angústia, algemados ao pelourinho de obsidentes recordações. Tiranetes diversos volvem a sentir nos tecidos da própria alma os golpes que desferiram nos outros, e os viciados de toda sorte, quais os dipsômanos e morfinômanos, experimentam agoniada insatisfação, qual ocorre também aos desequilibrados do sexo, que acumulam na organização psicossomática as cargas magnéticas do instinto em desvario, pelas quais se localizam em plena alienação. As vítimas do remorso padecem, assim, por tempo correspondente às necessidades de reajuste, larga internação em zonas compatíveis com o estado espiritual que demonstram”. (4)
Por “zonas compatíveis com o estado espiritual que demonstram” devemos entender que os espíritos, no Mundo Espiritual, aglutinam-se por semelhança de estados de consciência, onde se somam os “infernos íntimos” individuais, que acabam por plasmar ambientes correspondentes às energias que os geraram e os sustentam. Daí resulta a ideia da existência de um inferno comum a todos os transviados, conforme as mais diversas e antigas crenças teológicas. Entretanto, esses estados, por mais longos que sejam, são transitórios, conforme aponta André Luiz ao afirmar “por tempo correspondente às necessidades de reajuste”, em evidente correspondência à justiça Divina.
Quem sofre, acaba por se arrepender da causa do sofrimento, e sempre será um necessitado de ajuda para sair da situação em que se colocou.
A esse respeito encontramos em O Livro dos Espíritos:
“A pessoa que não reconheceu suas faltas durante a vida sempre as reconhece depois da morte?
– Sim, sempre as reconhece, e então sofre mais, porque sente todo o mal que fez ou de que foi causa voluntária. Entretanto, o arrependimento nem sempre é imediato. Há Espíritos que teimam nas inclinações negativas, apesar dos seus sofrimentos; mas, cedo ou tarde, reconhecerão o caminho falso, e o arrependimento virá. É para esclarecê-los que trabalham os bons Espíritos, e vós também podeis trabalhar nesse sentido”. (5)
Nisso encontramos eco, lógica e consolo nas palavras do Senhor Jesus:
“Os sãos não têm necessidade de médico, mas os que estão doentes. Ide e aprendei o que significa: ‘Misericórdia quero, e não sacrifícios’. Pois não vim chamar justos, mas pecadores”. (6)
“Eu vos digo que, desse modo, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos, que não têm necessidade de arrependimento”. (7)
Porém, o arrependimento por si só não libera o “pecador” da reparação dos erros cometidos, conforme nos esclarecem os Benfeitores Espirituais:
“A reparação ocorre na vida corporal ou na espiritual?
– A reparação ocorre durante a vida física pelas provas a que o Espírito é submetido, e na vida espiritual pelos sofrimentos morais ligados à inferioridade do Espírito”. (8)
Entenda-se, em novas reencarnações e nos estágios entre elas.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
Referências Bibliográficas:
(1) Novo Testamento, Haroldo Dutra dias, Jo 3:8;
(2) Novo Testamento, Haroldo Dutra dias, Jo 14:26;
(3) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 149;
(4) Evolução em Dois Mundos, Francisco C. Xavier – André Luiz, cap.19;
(5) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 994;
(6) Novo Testamento, Haroldo Dutra dias, Mt 9:12-13;
(7) Novo Testamento, Haroldo Dutra dias, Lc 15:7;
(8) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 998.
domingo, 1 de outubro de 2017
A RESIDÊNCIA DE CHICO
Fui VISITAR A RESIDÊNCIA mais famosa de Uberaba, a casa onde Chico morou.
Localizada no bairro Parque das Américas, hoje foi transformada em museu e está aberta à visitação.
A casa é simples. Na frente, onde seria uma garagem, foi instalada uma pequena livraria que vende livros, fotos, canetas e demais lembranças com fotos e frases do médium.
Por lá, tem-se acesso a casa, que está exatamente como Chico a deixou.
Logo na entrada há uma pequena varanda com painéis de fotos enfeitando as paredes.
Lá pode-se ter uma ideia da trajetória e importância de Chico Xavier. Existem fotos do médium com cantores, atores, apresentadores de televisão, personalidades políticas e pessoas famosas de diversas áreas.
Nas fotos, pode-se perceber claramente que os papeis de fã e ídolo se invertem.
São as celebridades que demonstram carinho explicito por Chico, embora ele não concordasse com seu mérito para tais demonstrativos e tenha passado a vida se referindo a si próprio como "apenas um cisco", "menos que um nada", "mais imperfeito que os outros", "o mais pequenino de todos", entre tantas outras frases e adjetivos que usava para se proteger de uma grande e perigosa inimiga — a vaidade.
Entro na sala e vejo que não só a varanda, mas todas as paredes da casa são cobertas de fotos e quadros.
A esquerda está a máquina que Chico usava para "passar a limpo" e datilografar as mensagens que recebia do além.
No local, encontra-se exposta uma enorme variedade de itens, como selos de cartas com o rosto de Chico, matérias de revistas, velas de seu aniversário e medalhas de títulos de cidadão honorário de várias cidades do Brasil, entre outros.
Da sala, pode-se ver o quarto minúsculo onde se encontra exposta sua cama, seus ternos, camisas, sapatos, travesseiro, sua cadeira de rodas, sua coleção de boinas e alguns itens que me chamaram a atenção em especial, como um terço pendurado sobre a cama e imagens de santos católicos.
Ao lado desse quarto está o quarto de visitas. Também pequeno quanto o anterior. Numa pequena cama, repousam quadros e revistas.
Foi nesse quarto que, certa noite, Chico teve que dormir devido a um conserto na caixa d'agua que ficava em cima do seu aposento usual.
Chico não teve dúvidas, deixou um bilhete dizendo:
-"Se algum amigo espiritual porventura estiver determinado a me proporcionar a alegria de uma visita, aviso que estarei nesta noite, somente hoje, no quarto a esquerda, onde estarei com a satisfação de receber."
A cozinha, seguindo o padrão da casa, é pequena e simples e mantém seus moveis intactos.
Em cima da mesa há um livro de visitas para aqueles que quiserem assiná-lo.
A simplicidade do local emociona e mostra como Chico não dava realmente nenhuma importância a bens materiais. A esmagadora maioria das pessoas, com raríssimas exceções, se tivesse as possibilidades de riqueza que Chico teve, não hesitaria em usá-las em benefício próprio, e cairia em tentações em algum momento. Felizmente Chico nunca caiu. E, quando indagado, respondia:
— Nunca cai porque nunca sequer me levantei... Naquela simplicidade, lembrei-me de Chico dizendo:
— Partirei desta vida sem um níquel sequer. Tudo que veio a mim, em matéria de dinheiro, simplesmente passou por minhas mãos. Graças a Deus, a minha aposentadoria dá para os meus remédios. Roupas?! Os amigos, quando acham que eu estou malvestido, me doam. Sapatos, eu custo a gastar um par. Em casa, a nossa comida é simples. Não tenho conta bancária, talão de cheques, nenhuma propriedade em meu nome, a não ser esta casa que eu já passei em cartório para outros, tenho apenas o usufruto. Nunca tive carros, nem mesmo uma carroça. De modo que, neste sentido, nada vai me pesar na consciência. Fiz o que pude pelos meus familiares, e, se não fiz mais, é porque mais eu não podia fazer.
CLAUDINEI LOPES
Localizada no bairro Parque das Américas, hoje foi transformada em museu e está aberta à visitação.
A casa é simples. Na frente, onde seria uma garagem, foi instalada uma pequena livraria que vende livros, fotos, canetas e demais lembranças com fotos e frases do médium.
Por lá, tem-se acesso a casa, que está exatamente como Chico a deixou.
Logo na entrada há uma pequena varanda com painéis de fotos enfeitando as paredes.
Lá pode-se ter uma ideia da trajetória e importância de Chico Xavier. Existem fotos do médium com cantores, atores, apresentadores de televisão, personalidades políticas e pessoas famosas de diversas áreas.
Nas fotos, pode-se perceber claramente que os papeis de fã e ídolo se invertem.
São as celebridades que demonstram carinho explicito por Chico, embora ele não concordasse com seu mérito para tais demonstrativos e tenha passado a vida se referindo a si próprio como "apenas um cisco", "menos que um nada", "mais imperfeito que os outros", "o mais pequenino de todos", entre tantas outras frases e adjetivos que usava para se proteger de uma grande e perigosa inimiga — a vaidade.
Entro na sala e vejo que não só a varanda, mas todas as paredes da casa são cobertas de fotos e quadros.
A esquerda está a máquina que Chico usava para "passar a limpo" e datilografar as mensagens que recebia do além.
No local, encontra-se exposta uma enorme variedade de itens, como selos de cartas com o rosto de Chico, matérias de revistas, velas de seu aniversário e medalhas de títulos de cidadão honorário de várias cidades do Brasil, entre outros.
Da sala, pode-se ver o quarto minúsculo onde se encontra exposta sua cama, seus ternos, camisas, sapatos, travesseiro, sua cadeira de rodas, sua coleção de boinas e alguns itens que me chamaram a atenção em especial, como um terço pendurado sobre a cama e imagens de santos católicos.
Ao lado desse quarto está o quarto de visitas. Também pequeno quanto o anterior. Numa pequena cama, repousam quadros e revistas.
Foi nesse quarto que, certa noite, Chico teve que dormir devido a um conserto na caixa d'agua que ficava em cima do seu aposento usual.
Chico não teve dúvidas, deixou um bilhete dizendo:
-"Se algum amigo espiritual porventura estiver determinado a me proporcionar a alegria de uma visita, aviso que estarei nesta noite, somente hoje, no quarto a esquerda, onde estarei com a satisfação de receber."
A cozinha, seguindo o padrão da casa, é pequena e simples e mantém seus moveis intactos.
Em cima da mesa há um livro de visitas para aqueles que quiserem assiná-lo.
A simplicidade do local emociona e mostra como Chico não dava realmente nenhuma importância a bens materiais. A esmagadora maioria das pessoas, com raríssimas exceções, se tivesse as possibilidades de riqueza que Chico teve, não hesitaria em usá-las em benefício próprio, e cairia em tentações em algum momento. Felizmente Chico nunca caiu. E, quando indagado, respondia:
— Nunca cai porque nunca sequer me levantei... Naquela simplicidade, lembrei-me de Chico dizendo:
— Partirei desta vida sem um níquel sequer. Tudo que veio a mim, em matéria de dinheiro, simplesmente passou por minhas mãos. Graças a Deus, a minha aposentadoria dá para os meus remédios. Roupas?! Os amigos, quando acham que eu estou malvestido, me doam. Sapatos, eu custo a gastar um par. Em casa, a nossa comida é simples. Não tenho conta bancária, talão de cheques, nenhuma propriedade em meu nome, a não ser esta casa que eu já passei em cartório para outros, tenho apenas o usufruto. Nunca tive carros, nem mesmo uma carroça. De modo que, neste sentido, nada vai me pesar na consciência. Fiz o que pude pelos meus familiares, e, se não fiz mais, é porque mais eu não podia fazer.
CLAUDINEI LOPES
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