Reunião pública de 4/9/59
Questão nº 259
Convictos de que
o Espírito escolhe as provações que experimentará na Terra, quando se
mostre na posição moral de resolver quanto ao próprio destino, é justo
recordar que a criatura, durante a reencarnação, elege, automaticamente,
para si mesma, grande parte das doenças que se lhe incorporam às
preocupações.
Não precisamos lembrar, nesse capítulo, as grandes
calamidades particulares, quais sejam o homicídio, de que o autor
arrasta as consequências na forma de extrema perturbação espiritual, ou o
suicídio frustrado, que assinala o corpo daquele que o perpetra com
dolorosos e aflitivos remanescentes.
Deter-nos-emos, de modo
ligeiro, no exame das decisões lamentáveis, que assumimos quando
enleados no carro físico, sem saber que lhe martelamos ou desagregamos
as peças.
Sempre que já tenhamos deixado as constrições do
primitivismo, todos sabemos que a prática do bem é simples dever e que a
prática do bem é o único antídoto eficiente contra o império do mal em
nós próprios.
Entretanto, rendemo-nos, habitualmente, às sugestões
do mal, criando em nós não apenas condições favoráveis à instalação de
determinadas moléstias no cosmo orgânico, mas também ligações fluídicas
aptas a funcionarem como pontos de apoio para as influências perniciosas
interessadas em vampirizar-nos a vida.
Seja na ingestão de alimento
inadequado, por extravagâncias à mesa, seja no uso de entorpecentes, no
alcoolismo mesmo brando, no aborto criminoso e nos abusos sexuais,
estabelecemos em nosso prejuízo as síndromes abdominais de caráter
urgente, as úlceras gastrintestinais, as afecções hepáticas, as
dispepsias crônicas, as pancreatites, as desordens renais, as irritações
do cólon, os desastres circulatórios, as moléstias neoplásicas, a
neurastenia, o traumatismo do cérebro, as enfermidades degenerativas do
sistema nervoso, além de todo um largo cortejo de sintomas outros,
enquanto que na crítica inveterada, na inconformação, na inveja, no
ciúme, no despeito, na desesperação e na avareza, engendramos variados
tipos de crueldade silenciosa com que, viciando o próprio pensamento,
atraímos o pensamento viciado das Inteligências menos felizes,
encarnadas ou desencarnadas, que nos rodeiam.
Exteriorizando ideias
conturbadas, assimilamos as ideias conturbadas que se agitam em torno de
nosso passo, elementos esses que se nos ajustam ao desequilíbrio
emotivo, agravando-nos as potencialidades alérgicas ou pesando nas
estruturas nervosas que conduzem a dor.
Mantidas tais conexões,
surgem frequentemente os processos obsessivos que, muitas vezes, sem
afetarem a razão, nos mantêm no domínio de enfermidades – fantasmas que
nos esterilizam as forças e, pouco a pouco, nos corroem a existência.
Guardemo-nos, assim, contra a perturbação, procurando o equilíbrio e
compreendendo no bem – expressando bondade e educação – a mais alta
fórmula para a solução de nossos problemas.
E ainda mesmo em nos
sentindo enfermos, arrastando-nos embora, aperfeiçoemo-nos ajudando aos
outros, na certeza de que, servindo ao próximo, serviremos a nós mesmos,
esquecendo, por fim, o mercado da invigilância onde cada um adquire as
doenças que deseja para tormento próprio.
Religião dos Espíritos
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
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