Perguntaram ao médium Divaldo Franco por que no Brasil ainda existe
tantas pessoas que não amam o próximo, mesmo sendo considerado a “Pátria
do Evangelho”. A resposta trouxe informações surpreendentes. Confira:
– Porque não são Espíritos do Brasil. Vêm de outras pátrias, de outras
raças. Não são almas brasileiras. Vêm para cá, porque, se ficassem nos
seus países de origem, os sentimentos de rancor e ressentimentos
torná-los-iam mais desventurados. Após a Revolução Francesa de 1789,
quando a França se libertou da Casa dos Bourbons, os grandes filósofos
da libertação sonharam com os direitos do homem, direitos que foram
inscritos nos códigos de justiça em 1791 e que, até hoje, ainda não são
respeitados, embora em 1947, no mês de dezembro, a ONU voltasse a
reconhecê-los.
Depois daquele movimento libertário, o que
aconteceu com os franceses? Os dois partidos engalfinharam-se nas
paixões sórdidas e políticas e como conseqüência, os grandes filósofos
cederam lugar aos grandes fanáticos, e a França experimentou os dias de
terror, quando a guilhotina, arma criada por José Guilhotin, chegava a
matar mais de mil pessoas por dia. Esses Espíritos saíam desesperados do
corpo e ficavam na psicosfera da França buscando vingança. Começa o
século XIX e é programada a chegada de Allan Kardec.
O grande
missionário vai reencarnar na França, porque a mensagem de que é
portador deverá enfrentar o cepticismo das academias na Cidade-Luz da
Europa e do mundo e, naquele momento, Cristo havia designado que o
Espiritismo nasceria na França, mas seria transplantado para um país
onde não houvesse carmas coletivos, e esse país, por enquanto, seria o
Brasil.
São Luis, o guia espiritual da França, cedeu que a terra
gaulesa recebesse Allan Kardec, mas “negociou” com Ismael, o guia
espiritual do Brasil: “Já que a mensagem de libertação vai ser levada
para a Terra do Cruzeiro, a França pede que muitos Espíritos atribulados
da Revolução reencarnem no Brasil, pois, se reencarnarem aqui impedirão
o processo da paz”.
E dois milhões de franceses vieram
reencarnar no Brasil, para que, quando chegasse a mensagem espírita,
culturalmente se identificassem com o chamado método cartesiano de Allan
Kardec.
Naturalmente, esses Espíritos eram atribulados,
perturbados, com ressentimentos, com mágoas. Se nós considerarmos que os
Espíritos brasileiros são os índios, que a maioria de nós é constituída
por Espíritos comprometidos na Eurásia, e que estamos aqui de passagem,
longe dos fenômenos cármicos para nos depurarmos, compreenderemos
porque muitos brasileiros do momento ainda não amam esta grande nação.
E o primeiro sentimento que têm quando, ao invés de investir em
fortunas, honesta ou desonestamente amealhadas no solo brasileiro, eles
as mandam para os países estrangeiros. Não confiam no Brasil, porque são
“de lá”.
Mandam para lá porque, morrendo aqui, o dinheiro fica lá para poderem “pagar” o carma negativo que lá deixaram.
Os chamados “paraísos fiscais” são também lugares de alguns de nós que
aqui nos encontramos, mas apesar de ainda não termos o sentimento do
amor, já temos alguma luz. Viajando pelo mundo, onde tenho encontrado
brasileiros espíritas, descubro uma célula espírita. Começa-se com um
estudo do Evangelho no lar, depois se chama os amigos, os vizinhos,
forma-se um grupo e, hoje, na Europa. 90% dos grupos espíritas são
criados por brasileiros.
Com exceção de Portugal. Espanha e um
pouquinho da França, o movimento é todo de brasileiros e latinos
acendendo as labaredas do Evangelho de Jesus. Não há pouco tempo,
brasileiros na Holanda encontraram as obras de Kardec traduzidas para o
holandês, brasileiros na Suíça revisaram O Evangelho segundo o
Espiritismo e se está tentando publicar as obras de Kardec, agora em
alemão.
Brasileiros na América do Norte retraduziram O Livro dos
Espíritos e O Evangelho, que o foi por um protestante, que substituiu a
palavra reencarnação por ressurreição. Brasileiros em Londres, com
alguns ingleses, já formam oito grupos espíritas e seria fastidioso se
fosse enumerando na Ásia, na África…
Texto Extraído do livro:
APRENDENDO COM DIVALDO. Entrevistas / Divaldo Pereira Franco: São
Gonçalo, RJ: Organizado pela SEJA, Editora e Distribuidora de Livros
Espíritas, 2002, p. 69-74.
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