Há um bom tempo atrás, no último quartel do século passado,
vivenciamos uma experiência no campo da prece que até hoje se faz
presente em nossa memória.
Depois de uma semana em viagem
profissional, nos preparávamos para o retorno juntamente com dois
companheiros. Carregávamos uma camionete com todos os aparatos e
equipamentos necessários à atividade desenvolvida, quando ouvimos, no
íntimo da alma, uma solicitação para que entrássemos em prece.
A
princípio não compreendemos a necessidade da indicação, mas,
aquietamo-nos, entrando em estado de prece, concomitantemente ao
trabalho a ser realizado.
Terminada a carga, e tendo engatado uma carreta à camionete, iniciamos a viagem de retorno.
Um veículo grande, com peso na traseira e arrastando uma carreta, deixa
o volante leve, e por isso difícil de ser controlado exigindo muita
atenção e perícia.
Depois de algumas dezenas de quilômetros
percorridos, um dos pneus estourou eliminando toda sua estabilidade do
veículo colocando-nos em risco iminente. Com muito esforço e
concentração nosso companheiro motorista controlou o veículo, parando-o
no acostamento.
Foi um susto enorme, com alta carga emocional em jogo, e que exigiu muitos minutos para recuperação dos sentidos.
Meditando a respeito, ao retomarmos a viagem, é que ligamos uma coisa a
outra. A prece indicada era no sentido de nos proteger de consequências
mais graves.
Aprendemos com a Doutrina Espírita tudo sobre a
prece e seus efeitos. Como fazê-la, e em que condições, os tipos de
preces, sua eficácia, enfim. É só pesquisar, seja em O Livro dos
Espíritos, seja no Evangelho Segundo o Espiritismo, ou em O Livro dos
Médiuns, entre outras obras doutrinárias.
Nosso Senhor Jesus
Cristo, em Seu evangelho, preconiza a prece, depois da vigilância
mental, orientando-nos inclusive para fazê-la pelos nossos inimigos e
por aqueles que nos perseguem e caluniam.
Ora, se o próprio
Cristo a indica, tendo inclusive ensinado o Pai Nosso como modelo maior,
é porque a prece produz efeito, e efeito benéfico, portanto em sintonia
com a Lei de Amor, e o Amor haverá sempre de diminuir as consequências
do mal, quando não, eliminá-lo totalmente. Aquela experiência comprovou
isso.
Desde então, intensificamos o esforço para manter o estado
mental positivo, no esforço contínuo para nos vincularmos aos Bons
Espíritos, que sempre são atraídos pela prece sincera, ora louvando, ora
pedindo, mas sempre agradecendo. E só temos colhido bons resultados,
sempre encontrando forças para enfrentarmos as provas e expiações
inerentes à nossa reencarnação.
Aquela ocorrência era inevitável,
mesmo porque, se fomos “avisados” era porque estava programada, porém,
não conseguimos identificar o que aconteceria de mais grave se não
tivéssemos orado, e com a mais absoluta certeza íntima podemos afirmar
que o resultado seria muito triste.
Fazer a prece foi, portanto, o
suficiente para conquistar o mérito necessário para evitarmos o mal
maior. E foi com muito pouco esforço que a fizemos.
Hoje estamos
convencidos de que, se somarmos ações no bem à prece, conforme
aprendemos com a Doutrina Espírita, tornando nosso comportamento um
estado de prece contínua, porque toda ação começa no pensamento que a
impulsiona, modificaremos rapidamente nossas vidas para melhor, em suas
múltiplas possibilidades.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
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