terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Uma questão atual...

Trecho do discurso pronunciado por Léon Denis na sessão de 11 de setembro de 1888, no Congresso Espírita de Paris, respondendo ao Sr. Fauvety:
"Não vos viemos dizer que devamos ficar confinados no círculo, por mais vasto que seja, do Espiritismo Kardequiano. Não; o próprio mestre nos convida a avançar nas vias novas, a alargar a sua obra."
"Estendamos as mãos a todos os inovadores, a todos os de boa-vontade, a todos os que têm no coração o amor da Humanidade."





Trata-se da epígrafe do livro "No Invisível", de Léon Denis.
Embora eu não saiba a circunstância em que essa resposta foi dada, uma vez que começo a ler o livro nesse instante, me senti inspirado a tecer esse breve comentário sobre o trecho em questão.
Ele me lembrou que, embora me considere um espírita por formação no lar e, naturalmente, por convicção nos dias atuais, já fui também, em passado não muito distante, membro da Igreja Messiânica Mundial, ou simplesmente, um messiânico.
Meus sentimentos em relação a minha fé anterior mudaram bastante com o tempo, mas no fundo, simpatizo muito com os ideais daquela religião, que são, basicamente, o culto da verdade, do bem e do belo, o altruísmo como alternativa ao egoísmo, e o estímulo à prática do Johrei (irradiação por imposição de mãos) e da Agricultura Natural. O que deixou de fazer sentido para mim, me afastando da sua prática, é um tanto pessoal e não vem ao caso nesse momento.
Hoje, reconheço que tais ideais são, a meu ver, vertentes inovadoras dos ensinos do Cristo. Apesar de tratar-se de uma religião de matriz japonesa, com raízes no budismo, ela traz a figura de um Deus Supremo, doador de toda a vida.
Identifico na Messiânica a bondade do Mestre Divino, que no governo das atividades de nosso globo, veio, através do seu fundador, Mokiti Okada, introduzir conceitos cristãos, universais, às crenças dos povos orientais, os quais não foram tão influenciados pelas religiões ocidentais ao longo dos milênios, conforme nos relata trechos do livro "A Caminho da Luz", de Emmanuel.
Naquele livro, Emmanuel sugere que vários emissários foram e vem sendo enviados ao planeta com a missão de conduzir os povos ao entendimento de suas lições de amor e fraternidade. Creio que essa é uma verdade inconteste. Reconheço, entretanto, que o Evangelho exemplificado pelo Cristo permanece insuperável, pela perfeição de seus ensinamentos, em relação às demais religiões e filosofias humanas.
Hoje em dia temos visto, aqui e ali, movimentos de intolerância religiosa de parte a parte, levantando trincheiras e bandeiras em defesa de sua "pureza", situação contraprodutiva em vários aspectos, por perturbadora, na minha opinião.
Produções literárias de grande interesse religioso, filosófico e científico foram e vem sendo produzidas fora das fileiras do Espiritismo Kardequiano, tais como a obra de Pietro Ubaldi, por exemplo, dentre muitas outras conhecidas, corroborando com o que nos adverte o texto inicial deste comentário, o qual acredito ser oportuno relembrar nesse momento.

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