Muito se ouve e se lê sobre a Depressão, alguns até afirmam ser o
mal do século, mas, para que tratemos desse complexo assunto precisamos
entender o que é a “Depressão”.
Bem a palavra “Depressão”
quer dizer ato ou efeito de deprimir(se), ou ,é um termo utilizado na
psiquiatria para designar um transtorno de humor; e ai esta o ponto
forte do problema...é um TRANSTORNO; que pode ser definido comosituação
que causa incômodo a outrem ou desequilíbrio do estado mental de uma
pessoa (termo psicológico), e ambos os casos estão corretos para
descrever uma pessoa depressiva.
Segundo dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS), 5% das pessoas sofrem com a depressão em todo o
mundo, ou seja, aprox.. 350 milhõesde pessoas, sendo que 2% e, estado
grave e 15% dos depressivos acabam se matando.
De acordo com
projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2030 ela será o mal
mais prevalente do planeta, à frente de câncer e de algumas doenças
infecciosas, ai o motivo da afirmação de que é o “mal do século”.Para se
ter uma ideia, o número de depressivos hoje é quase quatro vezes maior
do que o de portadores de HIV/Aids.
No Brasil 7,6% dos adultos
brasileiros já foram diagnosticados com o distúrbio,nas
análiseslocalizadas, a taxa foi maior na Região Sul (4,8%) e menor na
Norte (2,9%).O número, divulgado no fim de 2014 pelo IBGE indica que o
universo de brasileiros com depressão é de 11 milhões de pessoas e o
agravante é que7 em cada 10 pessoas depressivas nem mesmo sabem que
estão com essa doença.
Quando considerado um período de 12 meses
seguidos, o Brasil lidera, entre os países em desenvolvimento, o ranking
mundial de prevalência da depressão: 18% da população que participou da
pesquisa estavam deprimidas há pelo menos um ano.[i]
As causas
ainda estão sob investigação de diversos pesquisadores, mas a grande
maioria convergem em alterações em neurotransmissores; ou seja pessoas
com taxas muito alteradas de determinados neurotransmissores, como
serotonina e noradrenalina, tem mais chances de sofrer depressão.
Segundo o psiquiatra Edson Hirata do Hospital Santa Cruz (, Curitiba –
PR) isso acontece justamente por que a doença se desenvolve por conta da
falta desses neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação
entre os neurônios na área do cérebro responsável pelas emoções - o
sistema límbico.
Quando uma pessoa nasce com esses
neurotransmissores naturalmente baixos, o sistema límbico e sua
percepção das emoções ficam comprometidos, podendo causar a depressão.
"A queda destes neurotransmissores no sistema límbico é a base
bioquímica da doença", afirma o especialista.
E o espiritismo? O que a doutrina pode nos afirmar sobre esse “Mal do século”?
Conforme Alírio C. Filho[ii] em sua obra Saúde Espiritual, a causa das
doenças, tanto as mentais, quanto as físicas, estão no Espírito doente
que ainda somos. (ESTAMOS).
“A doença é um processo de bloqueio
nas energias que compõem o ser humano. (espirituais, psíquicos e
emocionais – somatizadas - desarmonizam a mente.”( FILHO,2006)[iii]
O psiquiatra Roberto Lúcio Vieira de Souza, [iv], acredita que, do
ponto de vista moral, a depressão é um processo auto-obsessivo pelo fato
de o deprimido ser um rebelde, cuja energia destrutiva é, antes de
tudo, voltada contra si.
“Dentro da abordagem espiritual, existem
podemos dizer que vem de fundo carmático, oriundas de ações moralmente
doentias do espírito, em uma ou diversas encarnações, nas quais
prejudicou a si ou a terceiros, demarcando, quando do processo
reencarnatório, a escolha de um material genético comprometido, capaz de
dar origem à doença; E as desencadeadas por situações atuais de
profundo comprometimento da tristeza, geralmente de intensidade mais
leve e que não respondem ao tratamento convencional de maneira
satisfatória”.[v]
Na obra Livro : “IDEAL ESPÍRITA” de Francisco C. Xavier, encontramos de Irmã Sheilla o texto SINAIS DE ALARME, que nos diz:
“Há dez sinais vermelhos, no caminho da experiência, indicando queda provável na obsessão:
1- Quando entramos na faixa da impaciência;
2- Quando acreditamos que a nossa dor é a maior;
3- Quando passamos a ver ingratidão nos amigos;
4- Quando imaginamos maldade nas atitudes dos companheiros;
5- Quando comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela pessoa;
6- Quando reclamamos apreço e reconhecimento;
7- Quando supomos que o nosso trabalho está sendo excessivo;
8- Quando passamos o dia a exigir esforço, sem prestar o mais leve serviço;
9- Quando pretendemos fugir de nós mesmos, através da gota de álcool ou da pitada de entorpecente;
10- Quando julgamos que o dever é apenas dos outro
Toda vez que um desses sinais venha a surgir no trânsito de nossas
ideias, a Lei Divina está presente, recomendando-nos, a prudência de
parar no socorro da prece ou na luz do discernimento.”
Na obra “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, traz uma mensagem
intitulada “A melancolia” (nome que, à época era utilizado para
denominar a depressão), na qual atribui à nostalgia a causa da
depressão:
“Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se
apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? É que
vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota,
jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair
dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e, como o
corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma
espécie de apatia, e vos julgais infelizes”
Poderíamos aqui
estabelecer um link com o jogo da Baleia Azul, que tem sido muito
comentado nas mídias devido sua indução ao suicídio, e muitos
pesquisadores atribuem a ser uma ação de alienação e dominação sobre
jovens depressivos; de fato este jogo tem levado adolescentes a
automutilações e até mesmo ao suicídio. Ele teria surgido na Rússia em
2015 e chegou ao Brasil a pouquíssimo tempo. Nomearamde 'baleia-azul' o
jogo, os criadores teriam feito referência às supostas tendências
suicidas das baleias, que voluntariamente procurariam encalhar em praias
com o intuito de se suicidar;a moda do jogo virtual surgiu na esteira
da estreia do lançamento da polêmica série do Netflix "13 ReasonsWhy"(
Os treze porquês,) que também aborda a temática do suicídio,
salientamos que os jovens estão em plena “Adolescência” e é um
período de indefinição entre criança e adulto o qual gera alguns
enfrentamentos psicológicos, como a perda da proteção dos pais, a
necessidade de desenvolvimento da autonomia e a construção de uma
identidade, inclusive a sexual. Tudo isso acarreta em novas emoções,
percepções e reflexões.
Na adolescência dentre diversos de outros
sintomas destacamos: desequilíbrio nas emoções, que se reflete na
sensibilidade exagerada e na irritabilidade de carácter, conhece pela
primeira vez as suas limitações e fraquezas, e sente-se indefeso perante
elas, conflito interior ou da personalidade, não tem consciência
daquilo que se está a passar, por isso devemos atentar às divulgações
deque os jogadores que são induzidos a ações de auto flagelo e até
suicídio, são jovens depressivos, temos de tomar cuidado com essa
afirmativa, nem todos são de fato depressivos, muitos, atrelados as
mudanças hormonais e comportamentais da faze da adolescência, entram no
jogo por puro desafio, porém quando veem seus familiares ameaçados caso
não cumpra as tarefas, acaba se submetendo as ordens do monitor do jogo.
Independente de ser um jovem depressivo ou não, o olhar atento dos
pais, o controle de que fazem e com se relacionam é atitude primordial
dos pais e/ou responsáveis; a informação e os conselhos devem ser parte
do cotidiano entre pais e filhos, além de os incentivarem a escolha e
interação com pessoas de “corpo e alma”, ou seja, interagir fisicamente e
não por meio virtual, uma das táticas que podem (e devem) ser
utilizadas, é a evangelização infanto-juvenil, onde o jovem além de ser
orientadosob a luz da boa nova, também se relacionara, com outros da
mesma idade porém sem influencias negativas.
Também é na
evangelização infantil, que temos nossa moldagem de caráter e orientação
de princípios nas bases espíritas, abrindo as chances de bloquear
ações malfazejas de espíritos que nos intuam para ações danosas aos
outros ou a nós mesmos.