sexta-feira, 1 de junho de 2018

NÃO BASTA O ARREPENDIMENTO

Mais uma importante história

O Chico tinha por hábito participar do Culto do Evangelho no Lar de algumas pessoas, principalmente as da periferia da cidade. E foi num desses cultos que se passou o que relato:
Chico, acompanhando duas senhoras, dirigiu-se a uma pequena casa nos arredores da cidade. Era dia de Culto do Evangelho no Lar, e a proprietária daquela casa teve o filho assassinado havia dez dias. O assassino não havia sido encontrado ainda. O assassinato se deu por discussão inconsequente em um bar.

 

A sopa estava pronta, os participantes resolveram realizar o culto, e depois jantarem. Começaram a fazer as preces e vibrações, quando ouviram barulho nas proximidades da casa. Era um jovem, cabelos em desalinho, roupas sujas e muita, muita fome. Convidado para entrar, aceitou. Recebeu explicações a respeito do que estavam fazendo, e ele pediu para acompanhar o culto, que esperaria acabar para tomar a sopa. Foram lidos trechos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, algumas perguntas e respostas de O Livro dos Espíritos. Feito os comentários, em clima fraterno e responsável, começaram a servir-se da sopa. Em determinado momento, o jovem, agradecido pelo acolhimento e um tanto envergonhado, pôs-se a falar:
- “Senhora, dirigindo-se à dona da casa, fui eu que matei o seu filho, foi um ato impensado nascido de uma briga, ouvindo as lições do Evangelho eu quero me redimir”.
A senhora disse-lhe: - “Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo eu te perdoo”.
Uma outra senhora perguntou para o jovem: - “E você não irá fazer a sua parte?”.
- “Estou arrependido, respondeu ele, bem que eu gostaria de me entregar e confessar o crime, mas tenho medo da polícia”.
Chico, convidando todos a acompanha-lo, dirigiu-se a delegacia, permitindo, assim, que o rapaz se entregasse em segurança.
Então perguntei ao Chico, não por desconfiança ou descredito, mas por surpresa: - “Você fez isso Chico?!”.
-“Sim, fiz. Acredito que nós não podemos ficar arrumando desculpas para os nossos atos, precisamos mesmo é, ao assumi-los, realizar a parte que nos compete para o início de nosso refazimento perante a Lei de Deus”.

Livro: conversas na varanda
Autor : Carlinhos Madi

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