O relato que trazemos esta semana é bem conhecido. Já foi divulgado
por meios diversos em diferentes épocas, mas continua atual e merece ser
novamente veiculado. Ele é daquele tempo em que a imaginação humana,
para educar e entreter coloca os animais a conversarem, a dialogarem
como se humanos fossem. Ao lado desse recurso, porém, o relato traduz
bem a situação atual do mundo e a extrema necessidade de nos voltarmos
atenção mútua uns aos outros, sem desprezo para com ninguém, assumindo
atitudes solidárias.
“Numa bela casa, localizada na zona rural, a
proprietária comprou uma ratoeira para capturar o rato que passeava à
noite pelos cômodos e importunando os moradores. O rato ficou preocupado
e procurou a galinha relatando suas angústias com a presença da
ratoeira. A galinha afirmou que nada podia fazer porque era uma galinha,
informando “E eu com isto? “.
O rato resolveu então procurar o
porco com a mesma angústia. Recebeu a mesma resposta: “E eu com isto”?
Mas não desistiu. Resolveu procurar o boi. O boi, embora mais amigo,
disse-lhe que não tinha como ajudá-lo, mas também afirmou: “Não posso
fazer nada. O que tenho eu a ver com isso?”
Naquela noite o rato
acordou sobressaltado, afinal a ratoeira funcionou com estrondo. Saiu
para ver e verificou que uma cobra havia entrado na casa e sido presa
pela ratoeira. A dona da casa levantou-se com o barulho, no escuro,
aproximou-se da ratoeira e foi picada pela cobra.
Febre alta,
dores, o médico compareceu e verificou a gravidade da situação. Receitou
uma canja de galinha. E a galinha perdeu a vida… Mas não adiantou, a
mulher morreu.
Para atender a refeição dos parentes que vieram ao
velório, o dono do sítio matou o porco. E como a notícia se espalhou e
nos dias seguintes muitos outros parentes vieram, ele precisou também
matar o boi para a refeição de tanta gente…
Conclusão: todos aqueles que disseram “e eu com isto?” ficaram envolvidos com a questão do rato e morreram.”
Não é o mesmo que está acontecendo com a sociedade brasileira?
O atual quadro, possivelmente manipulado por interesses outros,
arquitetado com perversidade – não o quadro em si, mas especialmente
seus desdobramentos e infiltrações – enquadra-se perfeitamente no
questionamento.
Por isso, para mudar o mundo, não há outra saída senão a solidariedade.
Todos: pessoas físicas, autoridades e instituições, precisamos estar
permanentemente preocupados em resgatar os princípios de dignidade,
honradez e educação das novas gerações. E isso significa também
sacrifício, renúncia, empatia.
Ora, eis a solução das
dificuldades atualmente existentes. E considere-se que o resgate dos
princípios de dignidade e honradez comportam outras tantas abordagens.
Mas fiquemos com uma única: qualquer criatura merece respeito. Seja
quem for… É o princípio básico do “amai-vos uns aos outros”. É preciso
acrescentar algo mais?
Orson Peter Carrara
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