sexta-feira, 1 de junho de 2018

A TAREFA DE ALLAN KARDEC

Gigantesca pela sua complexidade e difícil, graças aos muitos problemas, foi a tarefa de Allan Kardec, em plena metade do século XIX. Exatamente no momento em que as mentes mais esclarecidas se libertavam da imposição dogmática, dando início à era da investigação racional com as armas da pesquisa científica, quando os postulados religiosos padeciam a pública desmoralização cultural dos seus aranzeis metafísicos, ele se permitiu adentrar pelos dédalos das dúvidas, a fim de aplicar os recursos da época na constatação da experiência imortalista. 
 

Munido de uma inteligência invulgar e profunda acuidade racional, caracterizado por um senso de observação pouco comum, agiu, com isenção emocional, no exame dos fenômenos mediúnicos, deles retirando a vasta documentação filosófica que integra o Espiritismo. Atuando sem pressa, e meticulosamente, não se permitiu influenciar por pessoas, ideias preconcebidas ou fatos isolados. 

Em todos os momentos, esteve sempre munido de vigilância estóica, a fim de permanecer indene às agressões de adversários e aos encômios de amigos. Trabalhando sistemática e ordeiramente, a pouco e pouco, do fenômeno mediúnico puro e simples, arrancou a Doutrina Espírita, formulando questões momentosas, genéricas e específicas, sobre as várias e incontáveis inquietações em que se aturdia o espírito humano, recebendo significativas e sábias respostas que, transcorridos mais de cento e vinte anos, permanecem atuais, nada se lhes podendo retirar ou acrescer. 

Como é certo que os abençoados Mensageiros do Mundo Espiritual sempre deram esclarecimentos pouco comuns, em face da estrutura e profundidade dos conceitos emitidos, não menos notáveis são os assuntos propostos que fomentaram e inspiraram os diálogos que permanecem insuperáveis. 

Respondendo à crítica honesta com a lógica dos fatos, Kardec desmistificou a mediunidade, estabelecendo uma perfeita metodologia para o seu exercício, oferecendo instruções de segurança, ao mesmo tempo em que analisava os seus problemas e dificuldades com um critério absolutamente justo e seguro. Situou muito bem, e distintas, as posições do médium e dos Espíritos, as diferenças entre opiniões isoladas e a universalidade do ensLamento espírita, não se arrogando quaisquer situações de relevo ou chefia, antes pautando a conduta em plano de nobreza invulgar, especialmente se considerarmos a época em que a presunção, a fatuidade e o orgulho descabido mais se exaltavam. 

Cordial e acessível, não se fez vulgar nem comum a pretexto de uma popularidade que, afinal, nunca lhe interessou. Sabendo, exatamente, qual a missão que lhe cumpria desempenhar, ateve-se ao ministério com reta austeridade, envidando todos os esforçosí até a consunção das forças para o seu desempenho. 

Soube repelir com elevação de propósitos a mordacidade dos frívolos e a perseguição gratuita da ignorância, sem deixar-se espezinhar pela mesquinhez de combates e balbúrdias dos precipitados. Manteve-se sóbrio no opinar e meditativo no exame das ruidosas ocorrências do campo das afirmações sem base. Tudo caldeou, confrontou e aferiu até que brilhasse no diamante da verdade o enfoque puro, em forma de lição libertadora de consciências. 

Sem jactância, não se arreceava corrigir o que fosse necessário, e embora não se fizesse portador da última palavra, denunciava o erro onde este se encontrasse, mantendo-se digno, sem descer, porém, à disputa injustificável ou ao palavrório insensato. 

Não era fácil o empreendimento! 

Num campo eivado de superstições, crendices e lendas, qual o que se referia aos Espíritos Desencarnados — por uns considerados deuses, anjos, demônios; por outros temidos ou envoltos nas confusas práticas da magia e do absurdo e ainda desacreditados e sempre confundidos por certa estirpe de pensadores presunçosos, que se tinham em tal posição cultural que lhes parecia humilhação qualquer envolvimento com eles — Allan Kardec demonstrou por processo claro e científico tratar-se simplesmente das almas dos homens que viveram na Terra, cada um prosseguindo conforme suas aquisições morais e intelectuais. 

Desmistificou a morte, fechada em enigmas e cercada pelo conceito do sobrenatural, perdida no fantasioso e no absurdo, provando que morrer é somente mudar a forma de viver, sem transformação intrínseca por parte daquele que se transfere de um para outro plano vibratório. Provou à saciedade a paranormalidade dos fenômenos, retirando das fantasias e do medo quanto dizia respeito à Vida Espiritual, comprovando que o inabitual é normal, jamais sobrenatural ou fantástico... 

Corrigiu o conceito em torno do "Culto aos mortos", cercado que vivia esse culto por excentricidades e liturgias totalmente vãs, fundamentando as instruções libertadoras na informação correta dos próprios mortos, sempre vivos além da cortina carnal... 

Antecipou, através do exame dos fatos e das informações, incontáveis labores da ciência, que os vem confirmando no suceder das décadas, havendo oferecido à Doutrina Espírita uma estrutura firme, científica, no contexto das suas afirmações. 

Quando a fenomenologia medianímica, exuberante e farta, atraiu a atenção de sábios outros de várias especialidades científicas, estes, após demorados e respeitáveis trabalhos, apresentaram os seus relatórios, sem nada acrescentarem aos resultados publicados pelo gênio de Lyon, cuja probidade intelectual e científica o guindou à condição de verdadeiro criador da técnica metapsíquica de investigação, a princípio, e parapsicológica, depois. 

Por essas e outras considerações, o Espiritismo veio e ficou, dirimindo dúvidas e tornandose guia seguro no báratro da vida hodierna, em favor de uma existência sadia e útil entre os homens, livre e ditosa no além-túmulo. Ainda permanece incompreendido e sofre combate o insigne Codificador. Isto, porém, em nada o diminui ou desmerece, pelo contrário, mais o agiganta... 

No momento em que variam as técnicas das "ciências da alma", no estudo da personalidade humana e dos droblemas que lhe são correlatos, o Espiritismo, conforme a Codificação Kardequiana, é a resposta clara e insofismável para as aflições que se abatem sobre o homem, dapdo cumprimento à promessa de Jesus, quanto ao Consolador, de que este, em vindo à Terra, não somente Lhe recordaria as lições, como também esclarecería, confortaria e conduziría o ser através dos tempos....

Fonte - Enfoques Espíritas (Divaldo Pereira Franco)

NO CAMINHO DO AMOR

Em Jerusalém, nos arredores do Templo, adornada mulher encontrou um nazareno, de olhos fascinantes e lúcidos, de cabelos delicados e melancólico sorriso, e fixou-o estranhamente.
Arrebatada na onda de simpatia a irradiar-se dele, corrigiu as dobras da túnica muito alva, colocou no olhar indizível expressão de doçura e, deixando perceber, nos meneios do corpo frágil, a visível paixão que a possuíra de súbito, abeirou-se do desconhecido e falou, ciciante:
– Jovem, as flores de Séforis encheram-me a ânfora do coração com deliciosos perfumes. Tenho felicidade ao teu dispor, em minha loja de essências finas…

 
Indicou extensa vila, cercada de rosas, à sombra de arvoredo acolhedor, e ajuntou:
– Inúmeros peregrinos cansados me buscam à procura do repouso que reconforta. Em minha primavera juvenil, encontram o prazer que representa a coroa da vida. É que o lírio do vale não tem a carícia dos meus braços e a romã saborosa não possui o mel de meus lábios. Vem e vê! Dar-te-ei leito macio, tapetes dourados e vinho capitoso… Acariciar-te-ei a fronte abatida e curar-te-ei o cansaço da viagem longa! Descansarás teus pés em água de nardo e ouvirás, feliz, as harpas e os alaúdes de meu jardim. Tenho a meu serviço músicos e dançarinas, exercitados em palácios ilustres!…
Ante a incompreensível mudez do viajor, tornou, súplice, depois de leve pausa:
– Jovem, por que não respondes? Descobri em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te. Tenho sede de afeição que me complete a vida. Atende! atende!…
Ele parecia não perceber a vibração febril com que semelhantes palavras eram pronunciadas e, notando-lhe a expressão fisionômica indefinível, a vendedora de essências acrescentou um tanto agastada:
– Não virás?
Constrangido por aquele olhar esfogueado, o forasteiro apenas murmurou:
– Agora, não. Depois, no entanto, quem sabe?!…
A mulher, ajaezada de enfeites, sentindo-se desprezada, prorrompeu em sarcasmos e partiu.
Transcorridos dois anos, quando Jesus levantava paralíticos, ao pé do Tanque de Betesda, venerável anciã pediu-lhe socorro para infeliz criatura, atenazada de sofrimento.
O Mestre seguiu-a, sem hesitar.
Num pardieiro denegrido, um corpo chagado exalava gemidos angustiosos.
A disputada mercadora de aromas ali se encontrava carcomida de úlceras, de pele enegrecida e rosto disforme. Feridas sanguinolentas pontilhavam-lhe a carne, agora semelhante ao esterco da terra. Exceção dos olhos profundos e indagadores, nada mais lhe restava da feminilidade antiga. Era uma sombra leprosa, de que ninguém ousava aproximar.
Fitou o Mestre e reconheceu-o.
Era o mesmo mancebo nazareno, de porte sublime e atraente expressão.
O Cristo estendeu-lhe os braços, tocado de intraduzível ternura e convidou:
– Vem a mim, tu que sofres! Na Casa de Meu Pai, nunca se extingue a esperança.
A interpelada quis recuar, conturbada de assombro, mas não conseguiu mover os próprios dedos, vencida de dor.
O Mestre, porém, transbordando compaixão, prosternou-se fraternal, e aconchegou-a, de manso…
A infeliz reuniu todas as forças que lhe sobravam e perguntou, em voz reticenciosa e dorida:
– Tu?… O Messias Nazareno?… O Profeta que cura, reanima e alivia?!… Que vieste fazer, junto de mulher tão miserável quanto eu?
Ele, contudo, sorriu benevolente, retrucando apenas:
– Agora, venho satisfazer-te os apelos.
E, recordando-lhe as palavras do primeiro encontro, acentuou, compassivo:
– Descubro em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te.

Médium: Chico Xavier Espírito: Irmão X

E eu com isto? Será mesmo?

O relato que trazemos esta semana é bem conhecido. Já foi divulgado por meios diversos em diferentes épocas, mas continua atual e merece ser novamente veiculado. Ele é daquele tempo em que a imaginação humana, para educar e entreter coloca os animais a conversarem, a dialogarem como se humanos fossem. Ao lado desse recurso, porém, o relato traduz bem a situação atual do mundo e a extrema necessidade de nos voltarmos atenção mútua uns aos outros, sem desprezo para com ninguém, assumindo atitudes solidárias.

 
“Numa bela casa, localizada na zona rural, a proprietária comprou uma ratoeira para capturar o rato que passeava à noite pelos cômodos e importunando os moradores. O rato ficou preocupado e procurou a galinha relatando suas angústias com a presença da ratoeira. A galinha afirmou que nada podia fazer porque era uma galinha, informando “E eu com isto? “.
O rato resolveu então procurar o porco com a mesma angústia. Recebeu a mesma resposta: “E eu com isto”? Mas não desistiu. Resolveu procurar o boi. O boi, embora mais amigo, disse-lhe que não tinha como ajudá-lo, mas também afirmou: “Não posso fazer nada. O que tenho eu a ver com isso?”
Naquela noite o rato acordou sobressaltado, afinal a ratoeira funcionou com estrondo. Saiu para ver e verificou que uma cobra havia entrado na casa e sido presa pela ratoeira. A dona da casa levantou-se com o barulho, no escuro, aproximou-se da ratoeira e foi picada pela cobra.
Febre alta, dores, o médico compareceu e verificou a gravidade da situação. Receitou uma canja de galinha. E a galinha perdeu a vida… Mas não adiantou, a mulher morreu.
Para atender a refeição dos parentes que vieram ao velório, o dono do sítio matou o porco. E como a notícia se espalhou e nos dias seguintes muitos outros parentes vieram, ele precisou também matar o boi para a refeição de tanta gente…
Conclusão: todos aqueles que disseram “e eu com isto?” ficaram envolvidos com a questão do rato e morreram.”
Não é o mesmo que está acontecendo com a sociedade brasileira?
O atual quadro, possivelmente manipulado por interesses outros, arquitetado com perversidade – não o quadro em si, mas especialmente seus desdobramentos e infiltrações – enquadra-se perfeitamente no questionamento.
Por isso, para mudar o mundo, não há outra saída senão a solidariedade.
Todos: pessoas físicas, autoridades e instituições, precisamos estar permanentemente preocupados em resgatar os princípios de dignidade, honradez e educação das novas gerações. E isso significa também sacrifício, renúncia, empatia.
Ora, eis a solução das dificuldades atualmente existentes. E considere-se que o resgate dos princípios de dignidade e honradez comportam outras tantas abordagens.
Mas fiquemos com uma única: qualquer criatura merece respeito. Seja quem for… É o princípio básico do “amai-vos uns aos outros”. É preciso acrescentar algo mais?

Orson Peter Carrara

Momento Brasileiro – Orson Peter Carrara

Diante de crimes hediondos, suicídios, tragédias provocadas (como atentados e sequestros dramáticos), e mesmo a insensibilidade reinante no governo diante da realidade brasileira, a perplexidade domina os círculos da sociedade humana.
É importante, de início, já informar: ninguém nasceu predestinado a matar (não se mata apenas com armas) ou a matar-se. Matar ou matar-se são resultantes da liberdade de agir. Estamos todos destinados ao progresso e o desajuste das emoções, do equilíbrio, é o grande responsável por tais tragédias. Estamos absolutamente convidados à harmonia na convivência, à solidariedade nas iniciativas. Da mesma forma, o dever dos que estão investidos de poder é usar a política em sua devida finalidade: gerir o tesouro nacional em favor da coletividade do país. A corrupção, em todos os níveis igualmente é um atentado à vida.

 
Referida liberdade de decisão – seja no caso dos crimes em geral ou mesmo numa gestão de poder –, no entanto, nos sujeita a reparações que virão a seu tempo. Isso por uma razão muito simples: somos responsáveis pelo que fazemos. A vida e suas leis determinam essa responsabilidade intransferível, deixando bem claro que toda lesão que causamos a nós mesmos ou a terceiros teremos que reparar. Não é castigo, mas apenas conseqüência. Isso vale nesses dramas que envolvem famílias ou na administração de valores que envolvem toda a sociedade.
E as vítimas? Como ficam essas pessoas? Por que sofrem atentados e se tornam vítimas de crimes passionais, etc? E mesmo uma nação enfrentando mal uso do poder com a corrupção reinante? Podemos acrescentar outras questões: Por que Deus permite? Por que uns se livram inesperadamente de determinados perigos, enquanto outros deles são vítimas? Por que ocorrem com uns e com outros não? Qual o critério para todas essas situações? E também, claro, por que os abusos do poder ou a insensibilidade gerada pelo egoísmo e pelo império do materialismo?
Apesar da dor e sofrimentos decorrentes, e da não justificativa – sob qualquer pretexto – de gestos que violentem a vida, as chamadas vítimas enquadram-se em quadros de aprendizados necessários ou de reparações conscienciais perante si mesmos, envolvendo, é claro, os próprios familiares. Racioncínio também cabível nos aprendizados de uma nação, como é o nosso caso, onde ainda negociamos os votos ou somos seduzidos por interesses que violentam os reais objetivos da pátria.
Por outro lado, os autores – apesar de equivocados e cruéis – são dignos de piedade, uma vez que enfermos. Quem agride está doente, desequilibrado na emoção e necessitado de auxílio, compreensão, tolerância e, mais ainda, de perdão. Inclusive na indiferença ou omissão do cargo investido, acrescente-se.
Cristãos que nos consideramos, sem importar a denominação religiosa que adotamos, a postura solicitada em momentos difíceis como o agora enfrentando pela mentalidade brasileira, é de compaixão com agressores e vítimas. Todos são dignos da misericórdia que norteia o amor ao próximo. A situação de quem agride é muito pior do que quem é agredido. O agredido (não se restrinja aqui a nomenclatura à agressão física) já se liberta de pendências que aguardavam o momento difícil ou faz importantes aprendizados; o agressor, por sua vez, abre períodos longos, no futuro, de arrependimentos e reparações que lhe custarão dores e sofrimentos.
Nada justifica a crueldade, mesmo que seja por indiferença ou omissão. Sua ocorrência coloca à mostra nossas carências e enfermidades morais expostas, demonstrando a necessidade do quanto ainda precisamos fazer uns pelos outros.Não podemos julgar. Não temos competência para isso. O histórico divulgado pela mídia já demonstra por si só as carências expostas, entre tantos outros fatos lamentáveis. Mas há a bagagem que não vemos…O momento é de vibrações e preces para que todos tenhamos equilíbrio. Todos somos filhos de Deus…

 Orson Peter Carrara

NÃO BASTA O ARREPENDIMENTO

Mais uma importante história

O Chico tinha por hábito participar do Culto do Evangelho no Lar de algumas pessoas, principalmente as da periferia da cidade. E foi num desses cultos que se passou o que relato:
Chico, acompanhando duas senhoras, dirigiu-se a uma pequena casa nos arredores da cidade. Era dia de Culto do Evangelho no Lar, e a proprietária daquela casa teve o filho assassinado havia dez dias. O assassino não havia sido encontrado ainda. O assassinato se deu por discussão inconsequente em um bar.

 

A sopa estava pronta, os participantes resolveram realizar o culto, e depois jantarem. Começaram a fazer as preces e vibrações, quando ouviram barulho nas proximidades da casa. Era um jovem, cabelos em desalinho, roupas sujas e muita, muita fome. Convidado para entrar, aceitou. Recebeu explicações a respeito do que estavam fazendo, e ele pediu para acompanhar o culto, que esperaria acabar para tomar a sopa. Foram lidos trechos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, algumas perguntas e respostas de O Livro dos Espíritos. Feito os comentários, em clima fraterno e responsável, começaram a servir-se da sopa. Em determinado momento, o jovem, agradecido pelo acolhimento e um tanto envergonhado, pôs-se a falar:
- “Senhora, dirigindo-se à dona da casa, fui eu que matei o seu filho, foi um ato impensado nascido de uma briga, ouvindo as lições do Evangelho eu quero me redimir”.
A senhora disse-lhe: - “Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo eu te perdoo”.
Uma outra senhora perguntou para o jovem: - “E você não irá fazer a sua parte?”.
- “Estou arrependido, respondeu ele, bem que eu gostaria de me entregar e confessar o crime, mas tenho medo da polícia”.
Chico, convidando todos a acompanha-lo, dirigiu-se a delegacia, permitindo, assim, que o rapaz se entregasse em segurança.
Então perguntei ao Chico, não por desconfiança ou descredito, mas por surpresa: - “Você fez isso Chico?!”.
-“Sim, fiz. Acredito que nós não podemos ficar arrumando desculpas para os nossos atos, precisamos mesmo é, ao assumi-los, realizar a parte que nos compete para o início de nosso refazimento perante a Lei de Deus”.

Livro: conversas na varanda
Autor : Carlinhos Madi

UM POUCO DE EMPATIA

Ninguém vive só.

Nossa alma é sempre centro de influência para os demais.

Nossos atos possuem linguagem positiva.
Nossas palavras atuam a distância.
Estamos magneticamente ligados uns aos outros.
Ações e reações caracterizam nossa caminhada.


 

É preciso saber, portanto, que espécie de forças projetamos naqueles que nos acompanham.
Nossa conduta é um livro aberto.
Muitos de nossos gestos insignificantes atingem o próximo, gerando inesperadas resoluções.
Quantas frases, aparentemente inexpressivas, lançadas de nossa boca, estabelecem graves acontecimentos!
Cada dia... cada minuto, emitimos sugestões para o bem ou para o mal...
Dirigentes arrastam dirigidos.
Dirigidos inspiram administradores.
Qual o caminho que a nossa atitude está indicando?
Ainda não dispomos de recursos para analisar a extensão de nossa influência, mas podemos examinar-lhe a qualidade essencial.
Acautela-te, pois, com o alimento invisível que forneces às vidas que te rodeiam.
Desdobra-se o destino em correntes de fluxo e refluxo. As forças que hoje se exteriorizam de nossa atividade voltarão ao centro de nossa atividade ainda hoje ou... amanhã.

“Máscara da felicidade”

Ao observarmos as pessoas a nossa volta, muitas delas estampam em sua face um belo sorriso. Aquele conhecido sorriso “colgate”.
Nas muitas das vezes acreditamos que esta pessoa tem uma vida repleta de alegrias, saúde e paz.
Mas quando analisamos de forma mais profunda verificamos que muitos utilizam um artifício, denominado “máscara da felicidade”. Muitos querem mostrar que são fortes, outros preferem não causar preocupações as pessoas, pelo menos no que diz respeito a seus familiares e outros ainda procuram manter a aparência de uma vida repleta de sucesso e equilíbrio.




Fiquemos atentos a este tipo de perfil.
Por trás de tanta alegria encontramos uma vida repleta de tristezas, de dores, de sofrimentos, de decepções.
Na maioria dos casos o orgulho e a vaidade acabam vencendo esta batalha e a fraqueza verdadeira se torna em falso equilíbrio.
Esse estado quando prolongado só traz prejuízos ao homem, podendo ocasionar nas mais diversas patologias e desequilíbrios mentais.
Se você está passando por dificuldades, divida suas dores com as pessoas, não deixe sua vida encurtar-se, procure ajuda!
Todos nós somos seres imperfeitos e erramos todos os dias.
Afinal, estamos aqui na Terra para nos aprimorarmos.
Assuma seus erros, perdoe-se e siga a vida com paz.


André Luiz Zanoli

ECTOPLASMA E ESPIRITISMO — O QUE É E PARA QUE SERVE?

A Doutrina Espírita possui referências em abundância sobre a relação entre o ectoplasma e o Espiritismo. A mecânica de liberação e sua serventia por ora pode soar muito complexa, mas alguns autores se esforçam para simplificar esse conhecimento ao máximo.



 
Para explicar o ectoplasma segundo o Espiritismo, iremos resgatar um breve trecho da leitura do livro Consciência e Evolução, da autora Lívia Pereira Santos:
O ectoplasma é uma substância espiritual, porém tem peso e cheiro e é utilizado no mecanismo da mediunidade para desenvolver as formas criadas pelo Espírito.
Essa substância facilita a configuração espiritual, como também ajuda nos trabalhos de cura. A depender do médium, impregna o ambiente de maneira agradável ou desagradável conforme a natureza dos espíritos em contato com o médium.
O ectoplasma é material que precisa ser observado e pesquisado porque é de muitíssima utilidade nos trabalhos de cura e obsessão.
Os médiuns que predispõem a doar as suas energias e que tenha a capacidade de gerar essa substância, o fazem de forma espontânea e intrínsecas a própria mediunidade. Devem estar atentos para que esse material seja utilizado pelos espíritos benfeitores, e não pelos espíritos enfermos de obsessores.

Sendo ectoplasma gerado pelo mecanismo físico-espiritual, ainda não sabemos decodificar todos os componentes ectoplasmáticos. Temos a certeza de que com os estudos do perispírito e sua ação na vida chegaremos a algumas conclusões em torno da ectoplasmia.
No desempenho da mediunidade, o ectoplasma é de muita necessidade porque canalizamos essa substância para os trabalhos realizados para o benefício dos espíritos enfermos.
Quando o ectoplasma é sutil, ele estrutura formas espirituais visíveis para os médiuns videntes e perceptíveis aos sensitivos.

Ele é tão quintessenciado, que se permite sair por todos os orifícios da organização física principalmente boca, ouvidos e narinas.
No momento de eliminação, o mesmo sai da boca do médium em forma quase compacta e quase materializada, como uma gaze bem fina e, também, dos ouvidos e narinas. É nesse momento que a espiritualidade superior, examinando ectoplasmia, a retira para os trabalhos espirituais.
Ectoplasma e Espiritismo — Para que serve o ectoplasma?

As substâncias que compõem o ectoplasma são de grande importância, pois auxiliam na rápida cicatrização e e nos problemas mais difíceis que a medicina terrena ainda encontra muita dificuldade.
Exitem certos médiuns que tem a capacidade de expelir muito ectoplasma, expelindo-o por todos os orifícios do corpo. O material ectoplasmático, para que seja de boa qualidade, dependerá da saúde física do médium. Este, portanto, precisa estar saudável para que seu ectoplasma possa ser usado nos trabalhos espirituais.
O termo ectoplasma foi introduzido na Parapsicologia por um fisiologista, então é uma coisa que não está só vinculada ao Espiritismo. E foi introduzido para designar uma espécie de substância esbranquiçada, o que pode exteriorizar para fora do corpo de determinados médiuns.
E também supostamente sensível a determinados impulsos exteriores. É visível a parte do corpo de determinados indivíduos, com características especiais. Permite a materialização de formas de corpos humanos distintos daquele de onde sai, ou de forma de membros.

Ectoplasma, Espiritismo e os cuidados na manipulação desse elemento Materialização por ectoplasmia através do médium José Medrado
No livro “Nos Domínios da Mediunidade”, psicografia de Chico Xavier, no capítulo 28, André Luiz relata em alguns trechos o tamanho cuidado no preparo das sessões de ectoplasmia e os possíveis contratempos que podem ocorrer:
“O ectoplasma está em si tão associado ao pensamento do médium, quanto as forças do filho em formação se encontram ligadas à mente maternal. Em razão disso, toda a cautela é indispensável na assistência ao medianeiro”.
“Se pudéssemos contar com mais ampla educação do instrumento, decerto menos teríamos a temer, de vez que a própria individualidade do servidor colaboraria junto de nós, evitando-nos preocupações e contratempos prováveis.
A materialização de criaturas e objetos de nosso plano, para ser mais perfeita, exige mais segura desmaterialização do médium e dos companheiros encarnados que o assistem, porque, por mais nos consagremos aos trabalhos dessa ordem, estamos subordinados à cooperação dos amigos terrestres, assim como a água, por mais pura, permanece submetida às qualidades felizes ou infelizes do canal por onde se escoa”.

“(…) o pensamento mediúnico pode influir nas formas materializadas, mesmo quando essas formas se encontrem sob rigoroso controle de amigos da nossa esfera… ainda quando o médium não consiga senhoreá-las de todo, pode perturbar-lhes a formação e a projeção, prejudicando-nos consequentemente o serviço”
“Em alguns raros indivíduos, encontramos semelhante energia com mais alta percentagem de exteriorização, contudo, sabemos que ela será de futuro mais abundante e mais facilmente abordável, quando a coletividade humana atingir mais elevado grau de maturação.
Até lá, utilizar-nos-emos dessas possibilidades como quem aproveita um fruto ainda verde, em circunstâncias especiais da vida, suportando, porém, o assédio de mil surpresas desagradáveis ao recolhê-lo, de vez que, em experiências como esta, submetemo-nos a certas interferências mediúnicas indesejáveis, tanto quanto a influências menos edificantes de companheiros encarnados, francamente inaptos para os serviços dessa espécie”.

“Imaginemos que o médium esteja possuído de interesses inferiores, seja em matéria de afetividade mal conduzida, de ambição desregrada ou de pontos de vista pessoais, nos diversos departamentos das paixões comuns”
Deixando claro, que os fatores perturbadores das sessões de ectoplasmia não dependem somente da qualidade dos pensamentos e sentimentos do médium doador do fluido, mas também de toda a equipe que ajuda na realização do trabalho.

Na mesma obra de Chico Xavier o leitor pode ficar informado sobre o que é o ectoplasma e para que serve o ectoplasma; porém é preciso estar preparado para uma leitura mais técnica. Para efeito, sugiro que no mínimo o interessado no assunto já tenha lido O Livro dos Espíritos (Allan Kardec) para que consiga absorver o conteúdo de Nos Domínios da Mediunidade.

Fonte:

Nos Domínios da Mediunidade (Francisco Cândido Xavier);
Consciência em Evolução (Lívia Pereira Santos).