domingo, 28 de janeiro de 2018

MÉDIUNS -- Por Roque Jacintho

A generalização da faculdade mediúnica a todas as criaturas encarnadas, contudo, ainda é necessidade evolutiva da nossa Humanidade. Por tal razão, embora seja comum à espécie humana, deverá tornar-se conquista de cada alma que se empenhar no desabrochar desse novo sentido que lhe permite contacto com o mundo inteligente intangível.




À vista dessa necessidade de progressão, teremos nos dias atuais, e para efeitos destes nossos estudos, de esta belecer a existência de duas categorias gerais de médiuns:

· médiuns latentes,

. médiuns ostensivos.

Médiuns latentes são todos aqueles que, em determinadas ocasiões ou circunstâncias de sua vida, servem inconscientemente de intermediários da Espiritualidade, quer para transmitir algum ensinamento relevante, quer para retratar o submundo espiritual de paixões e vícios.
Médiuns ostensivos são aqueles que guardam, em maior ou menor intensidade, noções de sua posição de intermediários, reconhecendo que operam sob a influência controlável de forças estranhas às suas.
A consciência do fenômeno mediúnico, porém não automatiza a transmissão dos pensamentos ou a vontade dos Espíritos e nem padroniza as mensagens. Tanto poderá o médium ostensivo
fazer-se medianeiro de orientação renovadora, quanto poderá tornar-se porta-voz de mensagens perturbadoras. Os Espíritos que se comunicam se ajustam ao degrau mental do medianeiro e mais ainda, ao seu nível moral.
Assim, uns poderão usar linguagem aparentemente científica ou ou filosófica, sem nenhum escorço (perspectiva) de conduta moral, e outros poderão exprimir a mais pura moral em suas prédicas, mesmo se servindo de palavras simples ou expressões populares.
Ainda apenas para efeitos de nossos estudos, subdividiremos os médiuns-ostensivos em três grandes categorias:

. médium-egoísta,

· médium-orgulhoso,

· médium Espírita-cristão.

Esta classificação é elaborada à vista dos fins que o médium objetiva com a sua faculdade. E para maior clareza, estabeleçamos uma comparação com o Uso de um dos cinco sentidos comuns que quase todos já conquistamos: o da audiência. Todos os homens podem ouvir.

0 homem-egoísta, porém, ouve e se detém apenas no que lhe traga
benefícios diretos. O seu circuito de atenção se estabelece tão
tão somente com o que poderá vir incorporar-se às suas posses
ou conquistas materiais.

0 homem-orgulhoso, conseqüentemente, cinge-se ao que lhe amplie a
desmedida auto-consideração, Sua tensão emocional sustenta-se
apenas nos acontecimentos ou referências que louvem a sua
suficiência, a sua capacidade e que, via de regra, nutram ainda
mais o seu desajuste psíquico.

0 homem-cristão, no entanto, ouve e analisa o Bem em favor de seu
semelhante, olvidando a si mesmo sempre que necessário. Seu interesse
é solicitado ou criado pelo que se possa organizar a beneficio
pelo que se possa organizar a beneficio do semelhante, recolhendo
para si as sobras da caridade que espalha.

As mesmas posições subsistem para o sentido mediúnico. Aqueles que colocam a comunicação com os Espíritos a serviço de seus interesses materiais, seja diretamente por tentar fazê-los lacaios de seus programas individuais, seja indiretamente barateando a fenomenologia e dela fazendo um balcão de favores terrenos para os seus eventuais consulentes, esses são MÉDIUNS-EGOÍSTAS.
Outros que tomam a mediunidade para sustentar a própria vaidade, fazendo-se
crer privilegiados pelos dons que revelam, criando adeptos servis e escravos
de si ou dos Espiritos de que são medianeiros, esses são MÉDIUNS-ORGULHOSOS.
Existem, todavia, os que acolhem a mediunidade como ampliação de serviços,
fonte perene de consolação e orientação moral de seus irmãos de romagem terrena.
Sublimam a sua faculdade, utilizando-a com critério e amor, buscando por seu
intermédio atingir a própria renovação intima, de si e de seus semelhantes.
Enobrecem a fenomenologia e ilustram-se moral e mentalmente no contacto com
Espíritos elevados, vivendo exemplos tocantes de amor e caridade, de ternura
e piedade esses são os MÉDIUNS ESPÍRITAS-CRISTÃOS.

Não devemos esquecer, todavia, que médiuns egoístas e médiuns orgulhosos são
almas enfermas e companheiros nossos de viagem e aprendizagem na escola da
carne, urgindo por assistência caridosa por parte de todos nós. Tão logo, pois
nos abalancemos em identificá-los classificá-los em nossos agrupamentos ou fora
deles, estaremos assumindo o compromisso de auxiliá-los
na regeneração de si mesmos, porque quem tem olhos para divisar o Mal deve ter
coração para criar o Bem.


Roque Jacintho


Do livro Desenvolvimento Mediúnico 9.edição Maio de 1988
Editora Luz no Lar

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