O egoísta, o usurário, não fixa ponto algum - fica com os olhos semicerrados, abrindo-os apenas para não tropeçar pelos caminhos; não fita o céu senão para verificar se chove ou faz sol; tem a alma concentrada nos bolsos, nas gavetas ou nos Bancos, onde deposita seus haveres; gesticulam quando calculem quanto lhe rendem os capitais; seu Espírito fica aferrolhado na carne, até que esta apodreça e, então, a Morte os leva perante o tribunal divino...
O homicida, o celerado, o larápio, o traidor, quando andam, voltam-se
constantemente para a retaguarda e para os lados; não levantam o olhar
do solo, temendo erguê-lo e defrontar alguma de suas vítimas; quando a
sós, as fisionomias tornam-se hediondas; os pensamentos sombrios, que
abrem vincos na fronte e se entrechocam no cérebro, como nuvens plenas
de relâmpagos, fazem aprumar seus cabelos no crânio ardente; com as mãos
crispadas como garras, revolvem a barba ou as comas hirsutas; não sabem
meditar, mas cogitar em crimes praticados ou por praticar, de cenho
contraído quais víboras no Inverno; os punhos estão sempre cerrados,
ameaçadores; às vezes estremecem, estatelam os olhos como se estivessem
prestes a cair num vórtice, ou como se ouvissem tropel ou gemidos de
espectros vingadores...
O homem frívolo, sempre conjecturando deleites mundanos e festivais ruidosos, sorri alvarmente e logo o rosto fica inexpressivo, porque a alma borboleteia pelos salões ou pelos antros em que passa todas as noites; não tem, nunca, o Espírito integral, mas fragmentado, esfacelado - um pedaço em cada lugar de prazer... Olvida Deus e a Natureza.
Somente o justo, o observador profundo, o que cumpre austeramente seus deveres, o que tem a consciência reta e sã, possui atitude calma, quase estática, quando se acha isolado. Esquece-se de si mesmo, recorda os entes amados que lhe povoam a alma serena, pensa na Humanidade e deseja beneficiá-la; lembra-se de Deus, ama o Universo, quer cheio de trevas, quer inundado de sóis; seu olhar, como o de um condor equilibrado no espaço, divaga pela amplidão sidérea, tentando perscrutar os arcanos da Criação...
(Trecho da Obra 'Do Calvário ao Infinito', transmitida pelo Espírito de Victor Hugo, médium Zilda Gama).
O homem frívolo, sempre conjecturando deleites mundanos e festivais ruidosos, sorri alvarmente e logo o rosto fica inexpressivo, porque a alma borboleteia pelos salões ou pelos antros em que passa todas as noites; não tem, nunca, o Espírito integral, mas fragmentado, esfacelado - um pedaço em cada lugar de prazer... Olvida Deus e a Natureza.
Somente o justo, o observador profundo, o que cumpre austeramente seus deveres, o que tem a consciência reta e sã, possui atitude calma, quase estática, quando se acha isolado. Esquece-se de si mesmo, recorda os entes amados que lhe povoam a alma serena, pensa na Humanidade e deseja beneficiá-la; lembra-se de Deus, ama o Universo, quer cheio de trevas, quer inundado de sóis; seu olhar, como o de um condor equilibrado no espaço, divaga pela amplidão sidérea, tentando perscrutar os arcanos da Criação...
(Trecho da Obra 'Do Calvário ao Infinito', transmitida pelo Espírito de Victor Hugo, médium Zilda Gama).
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