quarta-feira, 8 de novembro de 2017

CHAVES LIBERTADORAS






Desgosto
Qualquer contratempo aborrece.
No entanto, sem desgosto, a conquista de experiência é impraticável.
Obstáculo
Todo empeço atrapalha.
Sem obstáculo, porém, nenhum de nós consegue efetuar a superação das próprias deficiências.
Decepção
Qualquer desilusão incomoda.
Todavia, sem decepção, não chegaremos a discernir o certo do errado.
Enfermidade
Toda doença embaraça.
Sem enfermidade, entretanto, é muito difícil consolidar a preservação consciente da própria saúde.
Tentação
Qualquer desafio conturba.
Mas, sem tentação, nunca se mede a própria resistência.
Prejuízo
Todo golpe fere.
Sem prejuízo, porém, é quase impossível construir segurança nas relações uns com os outros.
Ingratidão
Qualquer insulto à confiança estraga a vida espiritual.
No entanto, sem o concurso da ingratidão que nos visite, não saberemos formular equações verdadeiras nas contas de nosso tesouro afetivo.
Desencarnação
Toda morte traz dor.
Sem a desencarnação, porém não atingiríamos a renovação precisa, largando processos menos felizes de vivência ou livrando-nos da caducidade no terreno das formas.
Compreendemos, à face disso, que não podemos louvar as dificuldades que nos rodeiam, mas é imperioso reconhecer que, sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, motivo pelo qual será justo interpreta-las por chaves libertadoras, que funcionam em nosso espírito, mudando em si e fora de si tudo aquilo que compete mudar.
André Luiz
Psicografia de Chico Xavier

Um Risco na Mediunidade - Orson Carrara

Mediunidade é algo sério. Precisa ser tratada com respeito, conduzida com conhecimento. E isto só é possível quando se conhece suas bases, sua finalidade. Se for conduzida sem conhecimento, com leviandade, sujeita-se a absurdos e contradições.


Não há outra maneira para evitar equívocos, senão estudando-a. E isto em fonte segura, O Livro dos Médiuns.
Se você pensar bem, algumas distorções enquadram-se na ignorância do que ela realmente seja, ou de como usá-la. Outros desvios devem-se, todavia, à má-fé e até a uma certa ingenuidade. Vejamos alguns exemplos:
a) Acreditar-se cegamente no que dizem os espíritos. Aqui é preciso lembrar-se que os espíritos não sabem tudo (portanto estão sujeitos a erros) e que também o médium tem grande influência na transmissão da mensagem. Ele pode filtrar o conteúdo, alterar, omitir ou acrescentar informações. Aqui entra o caráter moral do médium.
b) Tornar-se dependente de médiuns e espíritos. A mediunidade existe para orientar, mas cada um terá que construir sua própria orientação de vida, de acordo com os conhecimentos que vai adquirindo. Toda dependência é prejudicial e gera verdadeiras neuroses.
c) Achar que tudo é mediunidade. Todos vivemos uma vida intensa e achar que tudo é influência de espíritos é cair no ridículo. É preciso considerar que mesmo entre os encarnados há uma real influência recíproca.
Entre estes e outros aspectos que podem ser considerados, já que o assunto é amplo, há um risco que merece "olhos bem abertos": o risco da ingenuidade. Para evitá-lo, chame-se o bom senso. Vamos citar único exemplo:
Pessoa comparece ao Centro Espírita em busca de comunicação de parente desencarnado. Fornece nome, data do nascimento e morte, bem como a causa da morte. Apressados os médiuns recebem uma suposta manifestação do envolvido, citando frases chavões e consolando os parentes. Em seguida, a mensagem é desmascarada, pois os consulentes que foram ao Centro quiseram desmoralizar a mediunidade e usaram nome de pessoa encarnada...
Já pensou? Como ficamos?
A Doutrina Espírita ensina com letras garrafais que uma manifestação espiritual não é algo tão simples como se pretende. E será mesmo que só ao citar nome de pessoa falecida já é condição para que o espírito se manifeste...? E as condições do espírito? E se realmente foi uma ironia de pessoas brincalhonas. Cuidado, minha gente. Mediunidade é coisa séria. Como evitar isso? Abrindo os olhos e usando o bom senso, sem pressa. Pesar tudo sob a luz da razão e da coerência. Só isso já vai evitar um monte de decepções.


Orson Carrara

ENCONTRO COM DEUS

Dona Cidinha lia tranquila O Evangelho segundo o Espiritismo, no jardim do edifício de apartamentos onde residia, quando uma moradora aproximou-se:




– Bom dia, dona Cidinha.
– Bom dia, minha filha.
– A senhora é espírita, não é mesmo?
– Sim, de todo coração. O Espiritismo é bênção de Deus em nossas vidas.
– Eu queria justamente perguntar-lhe a respeito de Deus. Sou católica e aos domingos tenho um encontro com o Senhor na missa. Como fazem os espíritas, se não frequentam a igreja?
– Estou surpresa! O seu Deus é tão limitado assim?
– Como?
– Se comparece perante os fiéis apenas na missa, e só para os católicos!…
– Como é o seu Deus?
– Não o meu. O nosso, minha filha! Deus é o Pai de todos nós, não apenas de católicos, mas de todos os religiosos e até de quem não tem religião. E não está dentro de uma igreja, mas em todo o Universo, em todas as manifestações da Natureza, nos mundos que se equilibram no espaço, na beleza das flores, no trinar dos pássaros, no sorriso da criança, na solicitude das mães…
– Como pode Deus estar presente em tudo? Ele não tem seus compromissos, governando o Universo?
– Você está imaginando Deus de maneira antropomórfica. Por isso tem dificuldade.
– Antropomórfica, que nome esquisito!
– É a concepção de Deus à imagem do homem, como se fosse um soberano a governar o Universo, instalado num palácio celestial.
– Não é assim?
– Deus, minha querida é a Consciência Cósmica do Universo, a Mente Divina, presente em tudo e em todos.
– Em todos? Também em nós?
– Sim, na intimidade de nossa consciência, a exprimir-se no ideal de servir, nas sementes de virtude, no anseio de aprender, nas dores de consciência pelo exercício do mal, ou na satisfação pelo Bem praticado. Tudo isso é Deus que nos fala, que nos orienta, que nos adverte, que nos chama, que
nos espera...
– E por que as pessoas não conseguem perceber a presença de Deus?
– Quando o fariseu perguntou a Jesus qual o mandamento maior da Lei, o que o Mestre respondeu?
– Isso eu sei. Jesus citou dois mandamentos: o amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. E explicou que resumem tudo o que está no Velho Testamento.
– Muito bem, você está demonstrando conhecer o pensamento de Jesus. Quando estudamos o assunto, logo percebemos que esses dois mandamentos se completam. Impossível amar a Deus sem amar o próximo. Não há melhor maneira de demonstrar amor a um pai do que cuidando de seu filho.
– Agora entendo por que os espíritas empenham-se tanto em praticar a caridade. Seria uma ponte para Deus?
– Perfeito, minha querida. O melhor altar para nos aproximarmos de Nosso Pai, independente de nossa concepção religiosa, é a caridade. Sempre que a exercitarmos perceberemos a presença de Deus em nossas vidas, proporcionando-nos a maior de todas as alegrias, aquela que decorre do dever cumprido.
***
Os teólogos criaram, ao longo do tempo, concepções dogmáticas, com ritos e rezas voltados para o culto exterior, sugerindo que Deus está no interior de sua igreja e que só ela levará os crentes ao Céu.
Afastaram-se do pensamento original de Jesus, que, despido de formalismos e firulas dogmáticas, nos ensina, com a simplicidade da sabedoria autêntica e a profundidade da verdade revelada, que o Reino de Deus deve ser encontrado na intimidade de nossas almas, como exprime em Lucas (17:21):
…o Reino está dentro de vós.
E mais: se pretendemos um encontro com o Senhor nesse reino íntimo é fundamental que observemos sua recomendação (Mateus, 7:12):
Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles…

ENQUANTO BRILHA O AGORA

Atendei, enquanto é hoje, aos enigmas que vos torturam a mente.



Enquanto a Lei vos faculta a bênção do agora, extirpai do campo de vossa vida os vermes da inimizade, os pântanos da preguiça, os espinheiros do ódio, a venenosa erva do egoísmo e o pedregulho da indiferença, cultivando, com a segurança possível, a lavoura da educação, as árvores do serviço, as flores da simpatia e os frutos da caridade.
Enquanto os talentos do mundo vos favorecem, fazei o melhor que puderdes, porque, provavelmente, amanhã... quem sabe?
Amanhã, talvez, os problemas aparecerão mais aflitivos.
Os dias modificados...
As oportunidades perdidas...
As provas imprevistas...
Os ouvidos inertes...
Os olhos em plena sombra...
A língua muda...
As mãos mirradas...
Os pés sem movimento...
A cabeça incapaz...
A carência de tempo...
A visita da enfermidade...
A mensagem da morte...
Despertai as energias mais profundas, enquanto permaneceis nas linhas da experiência física, entesourando o conhecimento e o mérito, através do estudo e da ação que vos nobilitem as horas, porque, possivelmente, amanhã, as questões surgirão mais complexas.
Não nos esqueçamos de que os princípios de correspondência funcionam exatos.
Sementeira do bem - colheita de felicidade.
Dever irrepreensivelmente cumprido - ascensão aberta.
Trabalho ativo - progresso seguro.
Cooperação espontânea - auxílio pronto.
Busquemos o melhor para que o melhor nos procure.
Tendes convosco o solo precioso fecundado pela chuva de bênçãos. Utilizemo-lo, assim, na preparação do grande futuro, recordando advertência do nosso Divino Mestre: - "Avançai, valorosos, enquanto tendes luz."

pelo Espírito Emmanuel

Do livro: "Vozes do Grande Além"
Médium: Francisco Cândido Xavier.

DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Emmanuel - "Quanto mais se aperfeiçoam no mundo as normas técnicas da civilização, mais imperiosas se fazem as necessidades do intercâmbio espiritual.



À vista disso, nos mecanismos de propaganda, em toda parte, os mostruários do bem e do mal se misturam, estabelecendo facilitários para a aquisição de sombra e luz.
Nesse concerto de forças que se entrechocam nas praias da divulgação, em maré crescente de novidades ideológicas, através das ondas de violentas transformações, a Doutrina Espírita é o mais seguro raciocínio, garantindo a alfândega da lógica destinada à triagem correta dos produtos do cérebro humano com vistas ao proveito comum.
Daí a necessidade da divulgação constante dos valores espirituais, sem o ruído da indiscrição, mas sem o torpor do comodismo.
Serviço de sustentação do progresso renovador.
Quanto puderes, auxilia a essa iniciativa benemérita de preservação e salvamento.
Auxilia a página espírita esclarecedora, a transitar no veículo das circunstâncias, a caminho dos corações desocupados de fé, à maneira de semente bendita que o vento instala no solo devoluto e que amanhã se transformará em árvore benfeitora.
Ampara o livro espírita em sua função de mentor da alma, na cátedra do silêncio.
Prestigie o templo espírita com o respeito e a presença, com o entendimento e a cooperação, valorizando-lhe cada vez mais a missão de escola para a Vida Superior.
Como possas e quanto possas relaciona as bênçãos que já recebeste da Nova Revelação, reanimando e orientando os irmãos do caminho.
Disse-nos Jesus: - “Não coloques a lâmpada sob o alqueire”.
Podes e deves expor a tua idéia espírita, através da vitrine do exemplo e da palavra, na loja de tua própria vida, para fazê-la brilhar."
---
(Do livro Cura - Autores Diversos - Psicografia de Francisco Cândido Xavier)

Vacinas da Alma

Não permita que o seu modo de falar se transforme em agressão. Ao falar, evite comentários ou imagens contrárias ao bem. Trazer assuntos infelizes à conversação, lamentando ocorrências que já se foram, é requisitar a poeira de caminhos já superados, complicando paisagens alheias. Atacar alguém será destruir hoje o nosso provável benfeitor de amanhã.





Não exageres sintomas ou deficiências com os fracos ou doentes, porque isso viria fazê-los mais doentes e mais fracos.
Na base da esperança e bondade, não existe quem não possa ajudar conversando.
Da mente aos lábios, temos um trajeto controlável para as nossas manifestações.
Por isso, tão logo a idéia negativa nos alcance a cabeça, arredemo-la, porque um pensamento pode ser substituído, de imediato, no silêncio do espírito, mas a palavra solta é sempre um instrumento ativo em circulação.

André Luiz
Médium: Francisco Cândido Xavier

O Suicídio e a Loucura

14 – A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio. Com efeito, a maior parte dos casos de loucura são provocados pelas vicissitudes que o homem não tem forças de suportar. Se, portanto, graças à maneira por que oEspiritismo o faz encarar as coisas mundanas, ele recebe com indiferença, e até mesmo com alegria, os revezes e as decepções que em outras circunstâncias o levariam ao desespero, é evidente que essa força, que o eleva acima dos acontecimentos, preserva a sua razão dos abalos que o poderiam perturbar.





15 – O mesmo se dá com o suicídio. Se excetuarmos os que se verificam por força da embriaguez e da loucura, e que podemos chamar de inconscientes, é certo que, sejam quais forem os motivos particulares, a causa geral é sempre o descontentamento. Ora, aquele que está certo de ser infeliz apenas um dia, e de se encontrar melhor nos dias seguintes, facilmente adquire paciência. Ele só se desespera se não ver um termo para os seus sofrimentos. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas aquele que não crê na eternidade, que pensa tudo acabar com a vida, que se deixa abater pelo desgosto e o infortúnio, só vê na morte o fim dos seus pesares. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio.
16 – A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral. Quando vemos, pois, homens de ciência, que se apóiam na autoridade do seu saber, esforçarem-se para provar aos seus ouvintes ou aos seus leitores, que eles nada têm a esperar depois da morte, não o vemos tentando convencê-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? Que poderiam dizer para afastá-los dessa idéia? Que compensação poderão oferecer-lhes? Que esperanças poderão propor-lhes? Nada além do nada! De onde é forçoso concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva possível, mais vale atirar-se logo a ele, do que deixar para mais tarde, aumentando assim o sofrimento.
A propagação das idéias materialistas é, portanto, o veneno que inocula em muitos a idéia do suicídio, e os que se fazem seus apóstolos assumem uma terrível responsabilidade. Com o Espiritismo, a dúvida não sendo mais permitida, modifica-se a visão da vida. O crente sabe que a vida se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições inteiramente novas. Daí a paciência e a resignação, que muito naturalmente afastam a idéia do suicídio. Daí, numa palavra, a coragem moral.
17 – O Espiritismo tem ainda, a esse respeito, outro resultado igualmente positivo, e talvez mais decisivo. Ele nos mostra os próprios suicidas revelando a sua situação infeliz, e prova que ninguém pode violar impunemente a lei de Deus, que proíbe ao homem abreviar a sua vida. Entre os suicidas, o sofrimento temporário, em lugar do eterno, nem por isso é menos terrível, e sua natureza dá o que pensar a quem quer que seja tentado a deixar este mundo antes da ordem de Deus. O espírita tem, portanto, para opor à idéia do suicídio, muitas razões: a certeza de uma vida futura, na qual ele sabe que será tanto mais feliz quanto mais infeliz e mais resignado tiver sido na Terra; a certeza de que, abreviando sua vida, chega a um resultado inteiramente contrário ao que esperava; que foge de um mal para cair noutro ainda pior, mais demorado e mais terrível; que se engana ao pensar que, ao se matar, irá mais depressa para o céu; que o suicídio é um obstáculo à reunião, no outro mundo, com as pessoas de sua afeição, que lá espera encontrar. De tudo isso resulta que o suicídio, só lhe oferecendo decepções, é contrário aos seus próprios interesses. Por isso, o número de suicídios que o Espiritismo impede é considerável, e podemos concluir que, quando todos forem espíritas, não haverá mais suicídios conscientes. Comparando, pois, os resultados das doutrinas materialistas e espírita, sob o ponto de vista do suicídio, vemos que a lógica de uma conduz a ele, enquanto a lógica de outra o evita, o que é confirmado pela experiência.

Medicação Preventiva

Pense muito, antes da discussão. O discutidor, por vezes, não passa de estouvado.
Use a coragem, sem abuso. O corajoso, em muitas ocasiões, é simples imprudente.




Observe os seus métodos de cultivar a verdade. Muitas pessoas que se presumem verdadeiras, são veículos de perturbação e desânimo.
Proceda com inteligência em todas as situações. Não se esqueça, porém, de que muitos homens inteligentes são meros velhacos.
Seja forte na luta de cada dia. Não olvide, contudo, que muitos companheiros valentes são suicidas inconscientes.
Estime a eficiência. No entanto, a pretexto de rapidez, não adote a precipitação.
Não enfrente perigos, sem recursos para anulá-los. O que consignamos por dessasombro, muita vezes é loucura.
Guarde valor em suas atitudes. Recorde, entretanto, que o valor não consiste em vencer, de qualquer modo, mas em conquistar o adversário no trabalho pacífico.
Tenha bom ânimo, mas seja comedido em seus empreendimentos. Da audácia ao crime, a distância é de poucos passos.
Atenda a afabilidade e a douçura em seu caminho. Não perca, porém, o seu tempo em conversas inúteis.

Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Agenda Cristã

2 DE NOVEMBRO "FINADOS" ESTÁ CHEGANDO. COMO TRATAR COM NOSSOS IRMÃOS DESENCARNADOS?

Pergunta: Estamos nos aproximando do dia 2 de novembro, que é considerado um dia dedicado aos mortos, aos finados. O respeito da legislação vigente chega inclusive a declarar a data como feriado nacional, no intuito de que as pessoas possam prestar suas homenagens ao parentes e conhecidos já desencarnados. Os espíritas são naturalmente questionados a respeito do assunto. Como a Doutrina Espírita encara este tema?





Resposta: Realmente o tema desperta algumas dúvidas. Mesmo alguns companheiros espíritas perguntam se devem ou não ir aos cemitérios no dia 2 de novembro, se isto é importante ou não. Antes de tudo, lembremos que o respeito instintivo do homem pelos desencarnados, os chamados mortos, é uma conseqüência natural da intuição que as pessoas têm da vida futura. Não faria nenhum sentido o respeito ou as homenagens aos mortos se no fundo o homem não acreditasse que aqueles seres queridos continuassem vivendo de alguma forma. É um fato curioso que mesmo aqueles que se dizem materialistas ou ateus nutrem este respeito pelos mortos.
Embora o culto aos mortos ou antepassados seja de todos os tempos, Leon Denis nos diz que o estabelecimento de uma data específica para a comemoração dos mortos é uma iniciativa dos druidas, antigo povo que viveu na região que hoje é a França. Os druidas, um povo que acreditava na continuação da existência depois da morte, se reuniam nos lares, não nos cemitérios, no primeiro dia de novembro, para homenagear e evocar os mortos.
A noção de imortalidade que a maioria das pessoas tem, no entanto, ainda é confusa, fazendo com que as multidões se encaminhem para os cemitérios, como se o cemitério fosse a morada eterna daqueles que pereceram. O Espiritismo ensina o respeito aos desencarnados como um dever de fraternidade, mas mostra que as expressões de carinho não precisam ser realizadas no cemitério, nem é necessário haver um dia especial para que tais lembranças ou homenagens sejam realizadas.
Pergunta: Mas para os espíritos desencarnados o dia 2 de novembro têm alguma coisa mais solene, mais importante? Eles se preparam para visitar os que vão orar sobre os túmulos?
Resposta: É preciso entender que nossa comunicação com os desencarnados é realizada através do pensamento. As preces, as orações, são vibrações do pensamento que alcançam os espíritos. Nossos entes queridos desencarnados são sensíveis ao nosso pensamento. Se existe entre eles e nós o sentimento de verdadeira afeição, se existe esse laço de sintonia, eles percebem nossos sentimentos e nossas preces, independente de ser dia de finados ou não.
Esse é o aspecto consolador da Doutrina Espírita: a certeza de que nossos queridos desencarnados, nossos pais, filhos, parentes e amigos, continuam vivos e continuam em relação conosco através do pensamento. Não podemos privar de sua presença física, mas o sentimento verdadeiro nos une e eles estão em relação conosco, conforme as condições espirituais em que se encontrem. Realizaram a grande viagem de retorno à pátria espiritual antes de nós, nos precederam na jornada de retorno, mas continuam vivos e atuantes.
Um amigo incrédulo uma vez nos falou: "Só vou continuar vivo na lembrança das pessoas". Não é verdade. Continuamos tão vivos após a morte quanto estamos vivos agora. Apenas não dispomos mais deste corpo de carne, pesado e grosseiro.
Então, os espíritos atendem sim aos chamados do pensamento daqueles que visitam os túmulos. No dia 2 de novembro, portanto, como nos informam os amigos espirituais, o movimento nos cemitérios, no plano espiritual, é muito maior, porque é muito maior o número de pessoas que evocam, pelas preces e pelos sentimentos, os desencarnados.
Pergunta: E se estes desencarnados pudessem se tornar visíveis, como eles se mostrariam?
Resposta: Com a forma que tinham quando estavam encarnados, para que pudessem ser reconhecidos. Não é raro que o espírito quando desencarne sofra ou provoque alterações na sua aparência, ou seja no seu corpo espiritual. Espíritos que estão em equilíbrio mental e emocional podem se apresentar com uma aparência mais jovem do que tinham quando estavam encarnados, enquanto outros podem inclusive adotar a aparência que tinham em outra encarnação. Por outro lado, espíritos que estão em desequilíbrio podem ter uma aparência muito diferente da que tinham no corpo, pois o corpo espiritual mostra o verdadeiro estado interior do espírito.
Pergunta: E quanto aos espíritos esquecidos, cujos túmulos não são visitados? Como se sentem?
Resposta: Isto depende muito do estado do espírito. Muitos já reconhecem que a visita aos túmulos não é fundamental para se sentirem amados. Outros, no entanto, comparecem aos cemitérios na esperança de encontrar alguém que ainda se lembre deles e se entristecem quando se vêem sozinhos.
Pergunta: A visita ao túmulo traz mais satisfação ao desencarnado do que uma prece feita em sua intenção?
Resposta: Visitar o túmulo é a exteriorização da lembrança que se tem do espírito querido, é uma forma de manifestar a saudade, o respeito e o carinho. Desde que realizada com boa intenção, sem ser apenas um compromisso social ou protocolar, desde que não se prenda a manifestações de desespero, de cobranças, de acusações, como ocorre em muitas situações, a visitação ao túmulo não é condenável. Apenas é desnecessária, pois a entidade espiritual não se encontra no cemitério, e pode ser lembrada e homenageada através da prece em qualquer lugar. A prece ditada pelo coração, pelo sentimento, santifica a lembrança, e é sempre recebida com prazer e alegria pelo desencarnado.
Pergunta: No ambiente espiritual dos cemitérios comparecem apenas os espíritos cujos corpos foram lá enterrados?
Resposta: Não. Segundo as narrativas, o ambiente espiritual dos cemitérios fica bastante tumultuado no chamado Dia de Finados. E isto ocorre por vários motivos. Primeiro, como já dissemos, pela própria quantidade de pessoas que visitam os túmulos. Cada um de nós levamos nossas companhias espirituais, somos acompanhados pelos espíritos familiares. Depois, porque muitos espíritos que estão vagando desocupados e curiosos do plano espiritual também acorrem aos cemitérios, atraídos pelo movimento da multidão, tal como ocorre entre os encarnados. Alguns comparecem respeitosos enquanto outros se entregam à galhofa e à zombaria.
Pergunta: E existem espíritos que permanecem fixado no ambiente do cemitério depois de sua desencarnação?
Resposta: Sim, embora esta não seja um ocorrência comum. Além disso, devemos nos lembrar que nos cemitérios, bem como em qualquer lugar, existem equipes espirituais trabalhando para auxiliar, dentro do possível, os que estão em sofrimento.
Pergunta: Os espíritos ligam alguma importância ao tratamento que é dado ao seu túmulo? As flores, os enfeites, as velas, os mausoléus, influenciam no estado espiritual do desencarnado?
Resposta: Não. Somente os espíritos ainda muito ligados às manifestações materiais poderiam se importar com o estado do seu túmulo, e mesmos estes em pouco tempo percebem a inutilidade, em termos espirituais, de tais arranjos. O carinho com que são cuidados os túmulos só tem algum sentido para os encarnados, que devem se precaver para não criarem um estranho tipo de culto. Não devemos converter as necrópoles vazias em "salas de visita do além", como diz Richard Simonetti. Há locais mais indicados para nos lembrarmos daqueles que partiram.
Pergunta: E que tipo de local seria este?
Resposta: O lar! Nossos entes familiares que já desencarnaram podem ser lembrados na própria intimidade e no aconchego de nosso lar, ao invés da frieza dos cemitérios e catacumbas. Eles sempre preferirão receber nossa mensagem de saudade e carinho envolvida nas vibrações do ambiente familiar. Qualquer que seja a situação espiritual em que eles se encontrem, serão alcançados pelo nosso pensamento. Por isso, devemos nos esforçar para, sempre que lembrarmos deles, que nosso pensamento seja de saudade equilibrada, de desejo de paz e bem-estar, de apoio e afeto, e nunca de desespero, de acusação, de culpa, de remorso.
Pergunta: Mas a tristeza é natural, não?
Resposta: Sim, mas não permitamos que a saudade se converta em angústia, em depressão. Usemos os recursos da confiança irrestrita em Deus, da certeza de Sua justiça e sua bondade. Deus é Amor, e onde haja a expressão do amor, a presença divina se faz. Vamos permitir que essa presença acalme nosso coração e tranqüilize nosso pensamento, compreendendo que os afetos verdadeiros não são destruídos pela morte física, não são encerrados na sepultura. Dois motivos portanto para não cultivarmos a tristeza: sentimos saudades – e não estamos mortos; nossos amados não estão mortos – e sentem saudades...Se formos capazes de orar, com serenidade e confiança, envolvendo a saudade com a esperança, sentiremos a presença deles entre nós, envolvendo nossos corações em alegria e paz.

Referências:

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – questões 320 a 329
Quem tem medo da morte? – Richard Simonetti

Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu

Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu




A vida é uma alternância de bons e maus momentos.
Indubitavelmente desejaríamos que somente os primeiros se manifestassem na tela da existência, talvez por ignorarmos momentaneamente a razão das tribulações que nos acabrunham.
Por piores sejam os acontecimentos, saibamos agradecer e sorrir quando as tempestades mudarem nosso ambiente de alegria e serenidade. Decerto não podemos crescer em todos os campos da vida se não passarmos pelas situações que nos testam, provam, avaliam ou nos premia segundo nossas obras.
Lembremos de que possuímos o pincel, as tintas e cores e somos livres para pintar nesta tela fascinante de nossas vidas.
Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu.
Muita paz.
Geraldo Esteves Sobrinho

Ensino Religioso

A propósito da discussão sobre o ensino religioso nas escolas, sempre será conveniente raciocinarmos com Emmanuel, o grande Mentor de Francisco Cândido Xavier.




No livro O Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o Benfeitor Espiritual responde a alguns questionamentos relacionados ao tema.
“Onde a base mais elevada para os métodos de educação?
– As noções religiosas, com a exemplificação dos mais altos deveres da vida, constituem a base de toda a educação no sagrado instituto da família”. (1)
A afirmação que a base religiosa da criatura humana deve ser patrocinada pela família, principalmente pelo exemplo, nos remete ao dever educacional como um todo. Se a família tem a obrigação natural de educar o novo membro da sociedade, e para a sociedade, também deve fazê-lo em relação ao ensino religioso.
“O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?
– O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar. Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas.
Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a Luz interior dos sagrados princípios educativos”. (2)
Como os vínculos reencarnatórios se fundamentam nas experiências do passado e nas propostas de progresso para o futuro, os deveres e responsabilidades são mútuos, dos pais e dos filhos, e todos devem trabalhar para o progresso comum, sem negligências deliberadas. Porém, segundo a resposta acima, é imprescindível que os genitores, ou aqueles que os representem, imprimam a noção da responsabilidade moral no recém reencarnado, para dar-lhe alicerce seguro diante do novo edifício moral a ser construído.
E para finalizarmos, uma última participação do Grande benfeitor sobre o tema:
“Qual a melhor escola de preparação das almas reencarnadas, na Terra?
– A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem. Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda finalidade do Espiritismo evangélico, no sentido de iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os homens, em lares cristãos, para a nova era da Humanidade.
Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Outubro Rosa (Divaldo Pereira Franco)

À semelhança do Setembro Amarelo, quando houve o esforço para a prevenção do suicídio, repete-se o Outubro Rosa com o objetivo de prevenir-se, especialmente as mulheres, contra o câncer.
As estatísticas sobre o câncer são verdadeiramente aterradoras, sendo a enfermidade que mais destrói existências femininas.




Todos os tipos de câncer são perigosos, especialmente o de mama. Sutil ou brutal, surge de uma vez, quando já se encontra com metástase em outros órgãos, ou suavemente, sem dar sinal de presença, torna-se um ceifador perverso de vidas preciosas em todas as idades. Possui caráter pandêmico e é cruel.
O doutor Bernie Siegel, insigne cancerologista e mestre da Universidade de Yale (USA), afirma que o diagnóstico já constitui um fator de gravidade, sendo responsável pela piora do paciente e mesmo pela sua desencarnação.
Quando o enfermo o recebe, logo acredita que não poderá recuperar a saúde e, não poucas vezes, permite-se entrar em depressão, dificultando o tratamento.
O diagnóstico precoce, qual ocorre no extraordinário movimento denominado Outubro Rosa, contribui poderosamente para identificar-lhe a presença na mama, dando margem a uma terapêutica valiosa e portadora de resultados salutares.
Após o exame realizado, a mulher já tem a tranquilidade de constatar o seu bom estado de saúde acerca dessa enfermidade, e, sendo registrada alguma ocorrência, pode iniciar o tratamento de imediato, assim se facultando uma recuperação mais rápida.
Nem todas as mulheres, no entanto, preocupam-se em fazer o autoexame de apalpar o seio e tentar encontrar alguma formação de algum tumor, por ignorância, por medo injustificado ou mesmo por negligência...
Sempre paira a falsa ideia de que se encontra muito bem, porque nada sente de preocupante, até quando surgem sintomas assustadores, sendo mais complicada a recuperação.
Ademais, existem pequeníssimos pólipos cancerígenos que somente podem ser detectados através da mamografia.
A vida física é um tesouro inimaginável, concedida por Deus para a elevação moral e intelectual do Espírito no seu crescimento, no rumo da Imortalidade.
Utilizar-se de todas as conquistas tecnológicas para prolongá-la é um dever que não pode nem deve ser negligenciado.
A Misericórdia Divina proporciona o desenvolvimento científico da Humanidade, a fim de tornar a existência mais saudável e, nas enfermidades graves, algumas das quais irreversíveis, a contribuição para dar-lhe melhor qualidade de vida, superando ou amenizando o sofrimento.
Saibamos, pois, cooperar com o progresso e estimulemos todas as mulheres a manterem mais cuidado com a saúde, especialmente nestes abençoados dias do Outubro Rosa, quando a consciência desperta para o bem viver.

Divaldo Pereira Franco

Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 5.10.2017

Vida a Dois (Casal Perfeito) - Jamiro dos Santos Filho

É possível encontrar na Terra um casal perfeito?




Um par feliz , em que cada um, com as suas possibilidades ,
complete o outro sem exigências , sem ferir e magoar?
Podemos dizer que um casamento perfeito pressupõe a união de duas pessoas perfeitas. Porém, isso é impossível aqui em nosso mundo ,
ainda tão atrasado espiritualmente .
No entanto, não obstante os defeitos que ainda predominam em nossa sociedade, sabemos de casais que vivem muito bem e gozam de uma relativa felicidade ,
já que a felicidade total só conheceremos em outro Mundo , conforme nos disse o Cristo.
Esses casais felizes são pessoas comuns que lutam com dificuldades profissionais , familiares , e até mesmo íntimas ,porém, possuem o firme propósito de alcançarem a paz junto ao cônjuge e com as pessoas que os rodeiam.
Então, é possível encontrar a harmonia no casamento ?
Sim. É possível .
Pelo menos alguns itens importantes para o êxito da união conjugal foram destacados ,
nas páginas deste volume despretensioso.
Acrescentemos ainda que o começo de tudo é nos conscientizarmos de que , assim como eliminamos o amor, também o cultivamos .
Devemos empreender esforços rumo a essa plantação que será cultivada dentro de nos, em nosso coração, todos os dias, com carinho e atenção,
respeito e tolerância.
A harmonia conjugal é obra de compreensão e respeito mútuo.
O casal feliz é aquele que encontra tempo par amar.
As horas divididas a dois somam muito, na estabilidade emocional de ambos.
Os cônjuges que não têm tempo um par o outro viverão em mundos diferentes , particulares , e quase nada realizarão juntos.
Quando isso ocorre , depois de alguns anos serão dois estranhos que vivem sob o mesmo teto, unidos apenas por um papel, sem que se amem verdadeiramente.
Matrimônio feliz é aquele que tem por base o amor e a amizade sincera.
Outro fator importante para a felicidade conjugal é a cumplicidade . Esse sentimento deverá alcançar todas as situações da vida .
Isto significa gostar do jeito do outro, admirar suas realizações ,
vibrar com seus afetos , perdoar seus erros , empenhar-se em seus projetos , sofrer com as suas dores , repartir as derrotas , enfim , serem unidos de verdade. Quando o casal se une de verdade , as vitórias acontecem mais facilmente . E mesmo que haja derrotas, as lágrimas derramadas serão motivos para leva-los a encarar a oportunidade sem culpas e acusações.
Casamento não é constituído por adversários , mas se isso ocorrer , a melhor forma de recuperar a união é tornar o outro nosso amigo parceiro.
Não devemos , no casamento , lutar a fim de impor somente a nossa vontade ,para satisfação do nosso ego.
Ao contrário de vencer, é preferível e os dois saiam vencedores.
Precisamos , também, descobrir a alegria de doar e não somente receber.
E se nos casamos é para fazer o outro feliz , também.
Casal feliz é aquele que se doa mutuamente .
Enfim, podemos enumerar vários outros ingredientes ,para que obtenhamos a felicidade conjugal, mas certamente com amor acharemos nossos próprios caminhos e conseguiremos êxito em nossa convivência.
Basicamente saibamos que, informados de todas essas virtudes ,
nada obteremos sem que elas sejam colocadas em prática ,
incansavelmente , até os últimos dias de nossa convivência a dois.
Devemos acreditar , sempre , que poderemos ser felizes.
É com essa finalidade que aqui estamos .
E seremos , se assim o quisermos.

Jamiro dos Santos Filho

É preciso se fazer como criança





É preciso se fazer como criança para entrar no reino dos céus. Confiança no Pai, simbolizado em papai e mamãe, segurar com confiança na "mão de Deus " enquanto cresce, até ser capaz de "fazer o que faço e muito mais " com submissão, fazendo "tudo como se fosse para o Pai Celeste" praticando o "servir a Deus e não ao mundo ", atingindo o "seja perfeito como perfeito é vosso Pai", podendo então dizer "eu e o Pai somos um" e feliz flutuando no Amor Universal, dizer "quero para mim o que quero para você, pois SOMOS UM.

Por Adão Nonato

O Verdadeiro significado do Umbral

Conjunto de pessoas que compartilha os mesmos interesses em um mesmo local.
Você já deve ter percebido que na sociedade nos “agrupamos” desta forma.
Para entender o que é o umbral vamos utilizar este mesmo raciocínio.





Ódio, inveja, rancor, vingança, raiva, orgulho, egoísmo, vaidade, ciúme… São tantos os sentimentos negativos que nós temos, que nos fazem construir um ambiente mental e físico semelhante entre todas as pessoas do mesmo ciclo de relacionamento.
Esta atração por afinidade define o umbral, pois ele solidamente não existe. O que existe são agrupamentos de Espíritos afins, que desencarnam com estes sentimentos infelizes, indo para os mesmos locais de afinidade.
Como sair deste Estado de Espírito inferior?
Ajuda não falta. Quem quer se melhorar recebe o auxílio Superior e é resgatado deste “local” onde se encontra. Livre arbítrio e sinceridade são as condições.
Em “O Livro dos Espíritos”, Kardec pergunta (questão 234) sobre as estações ou pontos de repouso. Entenda: Existem, como foi dito, mundos que servem de estações ou de pontos de repouso aos Espíritos errantes? “Sim, há mundos particularmente atribuídos aos seres errantes, mundos nos quais podem habitar temporariamente, espécie de campos de repouso para erraticidade muito longas, que são sempre um pouco penosas. São posições intermediárias entre os outros mundos, graduados segundo a natureza dos Espíritos que podem atingi-los e que neles desfrutam maior ou menor bem estar.”
Reflita a respeito daquilo que está pensando durante o tempo que estiver encarnado. Provavelmente, será o que pensará desencarnado e o que vai atrair mentes com os mesmos pensamentos, levando a permanecer neste umbral.

Fonte: Radio Boa Nova

Dependência Química, desajustes da alma.

Nos últimos tempos, a sociedade brasileira de um modo geral vem sendo atormentada pelo fantasma da dependência química. Infelizmente, o assunto é destaque nos veículos de comunicação em todo o país.


Em todas as cidades, em maior ou menor grau, é possível encontrar dependentes químicos padecendo pelo vício nas ruas, praças e becos. São pessoas de variadas classes sociais, níveis de formação e faixa etária. A dependência química não é seletiva, ao contrário, é epidêmica.
O número de usuários de substâncias tóxicas é crescente e chega a índices preocupantes. Estima-se que no Brasil cerca de 9 milhões de pessoas fazem uso de substâncias ilícitas e, se mencionarmos os etilistas e tabagistas, devemos acrescentar às estatísticas mais 9 milhões de pessoas. A impressão que temos é que a situação fugiu do controle.
O problema do uso de substâncias tóxicas é semelhante a um câncer de alta malignidade. Espalha-se rapidamente e gera outras temidas consequências, como homicídios, furtos, roubos e outras modalidades do crime, no qual dezenas de pessoas todos os dias perdem a guerra para o tráfico de drogas e são vitimadas covardemente. Enquanto famílias inteiras são destruídas, traficantes se enriquecem à custa do sofrimento alheio.
O que é dependência química?
A dependência química ou síndrome da dependência é definida pela ciência como a perda do controle do organismo sobre o uso de substâncias químicas (drogas ilícitas, etilismo, tabagismo, medicações), ou seja, o corpo passa a depender dessas substâncias para realizar suas funções. Na ausência delas, manifesta sintomas conhecidos como síndrome de abstinência.
É uma doença crônica de ação rápida e difícil controle, que pode levar o indivíduo à morte. Hoje é considerado um problema de saúde pública.
O conceito de “Droga”
As drogas são substâncias tóxicas de origem natural ou sintética, de efeitos nocivos para o organismo. Podem ser ingeridas, inaladas, injetadas ou absorvidas pela pele e têm ação específica no cérebro, estimulando as áreas responsáveis pelo prazer, o que provoca uma ligeira sensação de bem-estar. Para sustentar esse falso prazer, o usuário necessita de doses cada vez maiores, com isso viciando o corpo físico e o Espírito.
Essas substâncias podem causar atrofia no tecido cerebral, resultando em déficit de aprendizagem, distúrbios cognitivos, demência e esquizofrenia.
Causas da dependência química
Diversos fatores são apontados pela ciência como causas da dependência química. Os principais estudos apontam para as questões psicológicas, sociais, congênitas (mães usuárias transmitem o vício para os filhos ainda na gestação) e genéticas. Cientificamente, não há uma resposta definitiva para a causa da dependência química nas pessoas.
A explicação do Espiritismo
Segundo Joanna de Ângelis, o indivíduo deve ser analisado de forma holística. A organização do ser compreende Espírito, corpo e mente, considerando a imortalidade da alma e a pluralidade das existências. Através dessas considerações, pode-se compreender que as origens de várias patologias físicas e psicológicas estão relacionadas à enfermidade do Espírito, adquirida outrora ou fruto da imaturidade e de seu grau de adiantamento ainda limitado.
De maneira geral, deve-se observar a busca incessante pela compreensão do “eu”; as consequências dos próprios atos, as quais resultam em problemas aparentemente infindáveis para o ser humano; as inquietudes do Espírito atormentado pela consciência culpada; a preocupação excessiva com o corpo físico e a negação do Espírito; o imediatismo existencial e a falta de confiança no Criador. Quando não há entendimento para essas questões, o ser humano pode mergulhar em uma crise existencial, caracterizada pelo vazio, a solidão e graves conflitos psicológicos que levam à depressão e a outros transtornos comportamentais, que acabam por induzir esses Espíritos menos preparados a buscar um refúgio nas substâncias entorpecentes.
Diz Joanna de Ângelis, em “Psicologia da Gratidão”: “Nessa busca de realização pessoal, base de sustentação para uma existência feliz, surge o desafio do significado existencial, no momento em que a sociedade experimenta a pandemia psicopatológica das vidas vazias”.
Por outro lado, durante a jornada evolutiva, o Espírito imperfeito é convidado a se despir das tendências viciosas adquiridas ao longo de existências pregressas. Essas intenções negativas podem permanecer gravadas no perispírito por um longo tempo, o que acaba sendo exteriorizado para a matéria, explicando dessa forma a predisposição genética para o desenvolvimento da dependência química em alguns indivíduos. Um Espírito que teve contato com substâncias químicas em existências anteriores pode, por exemplo, apresentar uma probabilidade maior de desenvolver a doença na reencarnação subsequente.

Fonte: André Luiz Alves Jr.

SUICIDAS - MORREM... MAS... NÃO DESENCARNAM...

No espiritismo costuma se usar o termo “Desencarnar” quando uma pessoa morre, porém no caso do suicídio as coisas ocorrem de forma mais lentas. Em diversas obras encontramos trechos em que os espíritos afirmam que ficam presos ao corpo até sua completa extinção, Allan Kardec nos revela isso com propriedade na entrevista publicada na Revista Espírita de junho de 1858 com o titulo “ O suicida de Samaritana”




Qual foi o motivo que vos levou ao suicídio? - R. Estou morto?... Não...
Habito meu corpo... Não sabeis o quanto sofro!... Eu estufo... Que mão compassiva procure me matar!
Que reflexões fizestes no momento em que sentistes a vida se extinguir em vós? - R. Não refleti; senti... Minha vida não está extinta... minha alma está ligada ao meu corpo... Sinto os vermes que me roem.”
No livro “Depois do Suicídio” de Cleonice Orlandi de Lima, temos o depoimento de Jacinto[1] : “ Continuei com o corpo morto, mas sem poder me separar do cadáver. Assim paralisado assisti aos funerais, ouvi os lamentos e as recriminações dos presentes pelo meu ato. Horrorizado, vi fecharem o caixão sobre mim.
Fui conduzido, assistindo a tudo e sempre sentindo a dor do ferimento na boca. Carregaram-me ao cemitério, enterraram-me e me deixaram sozinho. Senti a sufocação do fundo da cova, mas não podia fazer o mais leve movimento. Estava colado ao corpo morto! As dores que sentia eram fabulosamente insuportáveis. E, logo a seguir, passei a sentir o cheiro do corpo apodrecendo. Senti a mordedura dos vermes, milhões de mordidas ao mesmo tempo, por todo o corpo. Dores incríveis!
Muito tempo depois a carne foi se separando dos ossos, foi se acabando e eu sempre ali, sentindo as dores e assistindo a tudo. A sede, a fome e o frio me torturavam. A dor do ferimento da boca nunca me abandonou. Jamais tive um único minuto de descanso, em que pudesse dormir.”
Emmanuel no livro “O Consolador” confirma :
“Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. (...) a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido."[2]
Yvone Pereira no livro “Memoria de um Suicida” nos trás uma visão do que ocorre quando finalmente o espírito se desliga do corpo contando a história de Camilo Castelo Branco que desencarnado, foi para o "Vale dos Suicidas", onde sofreu horrores, , durante 12 anos até ser resgatado em 1903.
Devemos ainda levar em conta que o suicídio não é só aquele brutal e relativamente rápido, tem também os fumantes, alcoólatras, e/ou viciados de maneira geral.
“O suicídio brutal, violento, é crueldade para com o próprio ser. No entanto, há também o indireto, que ocorre pelo desgastar das forças morais e emocionais, das resistências físicas no jogo das paixões dissolventes, na ingestão de alimentos em excesso, de bebidas alcoólicas, do fumo pernicioso, das drogas aditícias, das reações emocionais rebeldes e agressivas, do comportamento mental extravagante, do sexo em uso exagerado, que geram sobrecargas destrutivas nos equipamentos físicos, psicológicos e psíquicos...”[3]
Kardec é bem claro sobre a questão do suicídio no Livro dos espíritos entre as questões 944 até 946.
“Na morte violenta as sensações não são precisamente as mesmas. Nenhuma desagregação inicial há começado previamente a separação do perispírito; a vida orgânica em plena exuberância de força é subitamente aniquilada. Nestas condições, o desprendimento se começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente. No suicídio, principalmente, excede a toda expectativa. Preso ao corpo por todas as suas fibras, o perispírito faz repercutir na alma todas as sensações daquele. Com sofrimentos cruciantes.”[4]
Muitos podem questionar se o suicídio pode ser induzido por um obsessor, Yone Pereira novamente nos brinda com a resposta : “Não obstante, homens comuns ou inferiores poderão cair nos mesmos transes, conviver com entidades espirituais inferiores como eles e retornar obsidiados, predispostos aos maus atos e até inclinados ao homicídio e ao suicídio. Um distúrbio vibratório poderá ter várias causas, e uma delas será o próprio suicídio em passada existência.”[5]
A doutrina espírita nos ensina que a morte não é o fim; e que de outra forma a vida continua. Que muitas vezes somos influenciados por obsessores, porem esses só agem devido ao nosso desiquilíbrio, e que precisamos ter consciência do que ocorre, caso desistamos da vida a qual tivemos o privilegio de através da reencarnação buscar compreender e superar as provas e expiações.
“A certeza da vida futura, com todas as suas consequências, transforma completamente a ordem de suas ideias, fazendo-lhe ver as coisas por outro prisma: é um véu que se ergue e lhe desvenda um horizonte imenso e esplêndido. Diante da infinidade e da grandeza da vida além da morte, a existência terrena desaparece, como um segundo na contagem dos séculos, como um grão de areia ao lado da montanha. Tudo se torna pequeno e mesquinho e nos admiramos por havermos dado tanta importância às coisas efêmeras e infantis. Daí, em meio às vicissitudes da existência, uma calma e uma tranquilidade que constituem uma felicidade, comparados com as desordens e os tormentos a que nos sujeitamos, ao buscarmos nos elevar acima dos outros; daí, também, ante as vicissitudes e as decepções, uma indiferença, que tira quaisquer motivos de desespero, afasta os mais numerosos casos de loucura e remove, automaticamente, a idéia de suicídio.”[6]

Artigo publicado pela RIE em Junho de 2012

[1] Rio de Janeiro, outubro de 1917- Ed. DPL. São Paulo.1998.
[2] XAVIER, Francisco C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7 ed. Rio de Janeiro:. p. 96. FEB, 1977
[3] FRANCO Divaldo P. ADOLESCÊNCIA E VIDA. CAPÍTULO 25 - O ADOLESCENTE E O SUICÍDIO. P. 76. Ed. FEB.1999.
[4] KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Capítulo 1, 2ª Parte, ítens 11 e 12Ed. FEB. Rio de Janeiro.2.000
[5] PEREIRA, Yvone. Recordações da Mediunidade. Editora FEB. Rio de Janeiro.
[6] KARDEC, Allan. O Principiante Espírita. Cap. Consequências do Espiritismo (item 100). P. 44. Ed. Pensamento. São Paulo. 1955

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Mediunidade sonambúlica

Mediunidade sonambúlica














O sonambulismo é um dos fenômenos classificados como de emancipação da alma. O estado de transe possibilita o desprendimento do Espírito, que passa a agir e pensar com mais liberdade e menos influenciado pelo corpo físico. Já a mediunidade é caracterizada pela intervenção de um Espírito desencarnado que utiliza o organismo do médium para se comunicar com o plano material. “(...) o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem.” Foi o que escreveu Allan Kardec n’O Livro dos Médiuns.
Entretanto, assim como um Espírito pode transmitir suas ideias através de um médium, também pode fazê-lo valendo-se de um sonâmbulo. Estando este em estado de emancipação, pode facilmente ver e ouvir os Espíritos, captar os seus pensamentos e retransmiti-los.
Kardec cita um exemplo na mesma obra:
Um dos nossos amigos usava como sonâmbulo um rapazinho de 14 para 15 anos, de inteligência bastante curta e de instrução extremamente limitada. Em estado sonambúlico, porém, dava provas de extraordinária lucidez e grande perspicácia. Isso principalmente no tratamento de doenças, tendo feito numerosas curas consideradas impossíveis.
Certo dia, atendendo a um doente, descreveu a sua moléstia com absoluta exatidão. – “Isso não basta – lhe disseram –, agora é necessário indicar o remédio.” – “Não posso – respondeu ele, – meu anjo doutor não está aqui”. “– A quem chama você de anjo doutor?” “– Aquele que dita os remédios.” “– Então, não é você mesmo que vê os remédios?” “– Oh, não, pois não estou dizendo que é o meu anjo doutor quem os indica?”
Como vemos, a mediunidade sonambúlica consiste na junção de dois fenômenos distintos: o sonambulismo, que é um fenômeno anímico, e a mediunidade, que consiste na intermediação entre os planos material e espiritual.
Difere da mediunidade psicofônica, pois que nesta é o Espírito que transmite a mensagem usando os implementos vocais do médium. Ele fala em primeira pessoa. Na mediunidade sonambúlica, é o sonâmbulo quem se expressa comunicando aquilo que o Espírito lhe diz. Fala, portanto, em terceira pessoa.
No caso acima citado, o jovem sonâmbulo contava com a assistência de um Espírito que complementava os seus conhecimentos. O rapaz enxergava a doença detalhando-a com precisão. Como disseram os Espíritos da Codificação, é a alma que vê além dos limites impostos pela matéria. Esta é a parte anímica. Já a transmissão das informações cuja autoria pertencia ao desencarnado, eis em que consiste a faculdade mediúnica.
Os magnetizadores clássicos conviviam muito naturalmente com o sonambulismo. Empregavam-no como meio de diagnosticar a enfermidade e de orientação quanto à forma apropriada para o tratamento daqueles que os procuravam. Nem sempre o sonâmbulo manifestava o pensamento de algum desencarnado. Às vezes demonstrava conhecimentos que estavam além da sua inteligência atual, sem que fossem captados de algum Espírito. O Espiritismo trouxe a explicação para esse fenômeno, mostrando que os sonâmbulos podem buscá-los numa outra vida em que tiveram a oportunidade de desenvolvê-los.
Podemos deduzir que a mediunidade pode existir sem a presença do sonambulismo, assim como há o fenômeno sonambúlico sem a participação dos Espíritos. Há, ainda, a mesclagem dos dois fenômenos no que se chama de mediunidade sonambúlica.
Muitos magnetizadores no passado, antes do surgimento do Espiritismo, já vislumbravam a possibilidade de comunicação entre os dois mundos. Os diálogos com os seus sonâmbulos forneciam inúmeras dicas de que ali existia algo mais que um ser encarnado falando. Ao citar o seu anjo doutor, o sonâmbulo revelou a existência de seres fora da matéria e que podiam interagir com os homens através daquela faculdade especial, o sonambulismo, que lhe proporcionava a independência e a liberdade espiritual e que lhe possibilitava o contato consigo mesmo, com o Ser em essência, o Espírito.

Fonte: Instituto Chico Xavier

Como o Espiritismo vê o “fim do mundo”?

A doutrina Espírita ensina que Deus é a inteligência suprema do Universo e a causa primária de todas as coisas. Deus é eterno, não teve começo e não terá fim. É imutável porque sendo perfeito não há o que mudar. Deus é imaterial, único, onipotente, soberanamente bom e justo.





Deus criou os mundos e os Espíritos, estes todos iguais, simples e ignorantes, e a todos concedeu oportunidades para evoluir, através das vidas sucessivas, com a finalidade de se tornarem perfeitos e puros objetivando alcançar a felicidade plena.
Os mundos evoluem também. Podemos afirmar que existem mundos primitivos que são aqueles onde se reencarnam Espíritos que estão iniciando a sua evolução. Todos os mundos se modificam, evoluem sempre. A Terra já não é mundo primitivo. Hoje é um mundo de expiação e de provas. Aqui os Espíritos se encontram, uns para provar o que já conquistaram de bom e outros para expiar faltas cometidas no nosso passado, em outras vidas. Portanto, os endividados com as leis divinas, por erros praticados livremente, sofrem as consequências dos seus atos num trabalho de reparação, e pagamento de dívidas adquiridas com a violação da lei. Todos têm o direito de evoluir, cumprindo assim o ensinamento de Jesus, quando ensinou que das ovelhas que o Pai lhe confiou nenhuma se perderia. É por isso que aqui existe gente boa e gente que não é boa.
Muitos afirmam que o mundo está perdido, que não tem mais jeito, mas será que está perdido mesmo? As pessoas que assim pensam só conseguem enxergar o lado ruim das coisas, mas se olharmos para outro lado, coisas boas são realizadas, diariamente; muita gente trabalhando no bem. O mundo está melhorando. Há ainda uma mistura de bem e mal e está chegando a hora da separação do joio e do trigo. Segundo a doutrina espírita, a Terra ainda é um mundo de expiação e de prova, vai se transformar em mundo de regeneração e só terá lugar para os bons, os que tiverem a disposição de continuar procedendo no campo do bem. Os que não estão procedendo corretamente e que não merecerem viver em um mundo melhor serão retirados e, pela lei da afinidade, serão atraídos para outros mundos, talvez primitivos, onde haverá choro e ranger de dentes, como ensinou Jesus. Essa transição não é o fim deste Mundo; é sua renovação e promoção para um Mundo de Regeneração.
Tempo indeterminado:
Tempo para a renovação é indeterminado. Pelos últimos acontecimentos atmosféricos que têm abalado a Terra é possível entender e sentir que algo diferente está acontecendo, mas não é a determinação do fim do mundo. Retornando a cinquenta anos atrás, constatar-se-á o progresso conquistado, quantas novas descobertas vieram de encontro ao bem-estar da humanidade. A vida está se tornando melhor. Mas tem gente atrapalhando a tranquilidade e o bem-estar dos bons. Não é justo que os bons paguem pelo erro dos outros. Estes serão retirados daqui e transferidos para uma escola de correção de seus erros.
Transformação do mundo:
Não existe, portanto fim de mundo. O que existe é transformação do mundo. O momento é de transição e aí está a causa dos distúrbios que são verificados.
Tudo no Universo é evolução, tudo se transforma para melhor. O mundo não se destrói. Muitos pregam que Jesus falou do final dos tempos sobre o juízo final; na separação dos bons, dos maus. Interpretam erroneamente essa passagem como se Ele pregasse o fim do mundo.
O ensino de Jesus é de clareza meridiana. Ele falou sobre a separação que está acontecendo, uns, os que coloca à sua direita, são os que permanecerão, e os da esquerda, os que irão para um mundo inferior.
Para os espíritas não existe o fim do mundo pregado pelos homens. Os grandes pensadores de todos os tempos, como os Maias, sabiam disso antes de reencarnar aqui. Traziam a ideia de que haveria essa mudança e predisseram um determinado tempo para o final do mundo, mas não do mundo físico e sim do mundo moral. O fim de mundo, segundo Jesus, é sua transformação.
As leis de Deus são baseadas na Lei Maior que é o Amor e os Seus desígnios têm por fim a pureza e a felicidade de toda humanidade e não a sua destruição, o que demonstraria prepotência e falta de amor aos seus filhos. Tudo na obra de Deus é perfeito e regido pela Lei Amor, essa a razão de sua tolerância, concedendo a todos oportunidades, tantas quantas forem necessárias, através das reencarnações sucessivas, com o objetivo de que todos possam tornar-se perfeitos e assim conquistarem a felicidade plena. As benesses divinas são distribuídas com justiça e cada um recebe segundo suas obras, de acordo com a lei do merecimento.
Conclusão. O tema fim do mundo domina as atenções nos dias atuais. Além do que acima se contém, pode-se buscar na lucidez de Allan Kardec e na clareza dos Espíritos superiores o que ensinam sobre a intrigante questão, onde se enquadram mortes coletivas, transformação do Planeta e flagelos destruidores. Os interessados em conhecer mais consultem O Livro dos Espíritos nas questões de 737 a 741 sobre flagelos destruidores, 258 a 273, 990 e l000 sobre provas e expiações, em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo III, sobre as diversas moradas na Casa de Meu Pai, diversas categorias de mundos habitados até o final do capítulo. Em A Gênese, capítulo XVIII, comentários elucidativos com o título “Os Tempos são Chegados.”.

FONTE: Instituto Chico Xavier

Individualismo (Emmanuel)

Em contacto com os ideais da Revelação Nova, o homem, sentindo dilatar-se-lhe naturalmente a visão, começa a perceber, com mais amplitude, os problemas que o cercam.





Aguça-se-lhe a sensibilidade, intensifica-se-lhe a capacidade de amar.
Converte-se-lhe o coração em profundo estuário espiritual, em que todas as dores humanas encontram eco.
Por isso mesmo, acentuam-se-lhe os sofrimentos, de vez que as suas aspirações não surpreendem qualquer sintonia nos planos inferiores em que ainda respira.
Desejaria o aprendiz acompanhar-se por todos aqueles que ama, na caminhada para a vida superior, entretanto, à medida que se adianta em conhecimentos e se sutiliza em sensações, reconhece quase sempre que os amados se fazem dele mais distantes.
Aqui, é a companheira que persevera em rumo diferente, além, é o coração paternal que, por afetividade mal dirigida, dificulta a ascensão para a luz.
Ontem, era um filho a golpear-lhe as fibras mais íntimas; hoje, é um amigo que deserta.
Se o discípulo não se rende à perturbação e ao desânimo, gradativamente começa a compreender que está sozinho, em si mesmo, para aprender e ajudar, entendendo, outrossim, que na boa-vontade e no sacrifício adquire valores eternos para si próprio.
Quanto mais cede a favor de todos, mais é compensado pela Lei Divina que o enriquece de força e alegria no grande silêncio.
Na marcha diária, chega à conclusão de que o individualismo ajustado aos princípios inelutáveis do bem é a base do engrandecimento da coletividade.
Reconhece que o espírito foi criado para viver em comunhão com os semelhantes, que é a unidade de um todo em processo de aperfeiçoamento e que não pode fugir, sem dano, à cooperação,
mas, à maneira da árvore no reino vegetal, precisa crescer e auxiliar com eficiência para garantir a estabilidade do campo e fazer-se respeitável.
Ninguém vive só, mas chega sempre um momento para a alma em que é imprescindível saber lutar em solidão para viver bem.
Para valorizar o celeiro e enriquecer a mesa, a semente descansa entre milhões de outras que com ela se identificam; todavia, quando chamada a produzir com a vida para o conforto geral, deve aprender a estar isolada no seio frio da terra, desvencilhando-se dos envoltórios inferiores, como se estivesse reduzida a lodo e morte, a fim de estender novos ramos e elevar-se para o Sol.
Sem o indivíduo forte e sábio, a multidão agitar-se-á sempre entre a ignorância e a miséria.
Esforço e melhoria da unidade, para o progresso e sublimação do todo, é uma lei.
A navegação a vapor, atualmente, é patrimonio geral, mas devemo-la ao trabalho de Fulton.
A imprensa de hoje é força direcional de primeira ordem, contudo, não podemos esquecer o devotamento de Gutenberg, que lhe amparou os passos iniciantes.
A luz elétrica, nos dias que passam, é questão resolvida, no entanto, a Edison coube a honra de sofrer para que semelhante bênção desintegrasse as noites do mundo.
A locomotiva, agora, é máquina vulgar, mas no princípio dela temos a dedicação de Stephenson.
Na Terra, surgira Newton, invariável, à frente de todos os conhecimentos alusivos à gravitação universal e o nome de Marconi jamais será apagado na base das comunicações sem fio.
Cada flor irradia perfume característico.
Cada estrela possui brilho próprio.
Cada um de nós é portador de determinada missão.
O Espiritismo, confirmando o Evangelho, vem amparar os homens e convidar o homem a aprimorar-se e engrandecer-se, consoante a sabedoria da Lei que determina: "a cada um, segundo as suas obras".

Do livro "Roteiro"

Depressões (Emmanuel)

Se trazes o Espírito agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.





Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude.
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis nascem de todo núcleo familiar.
Trabalho é Lei do Universo.
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras, assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Incompreensões com relação a caminhos e decisões que se adote são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos atingem toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
Compreendendo a realidade de toda pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.
Do livro "Coragem"

Pelo espírito de Emmanuel

Psicografia de Chico Xavier

::: INFÂNCIA E ABORRESCÊNCIA :::

Um amigo, às voltas com filhos adolescentes, que ele chama de “aborrescentes”, suspirava:
– Ah! Que bom seria se a criançada dormisse no início na puberdade e despertasse na idade adulta!
Reporta-se à complexidade desse ser estranho, instável, inseguro, impertinente, ansioso por auto-afirmação, adepto fervoroso da contestação, que olha com desdém para os pais, “esses caretas, mais por fora que braço de afogado”.





E pretende ser dono de seu nariz, embora conste como dependente na declaração de renda familiar, para todos os efeitos, até mesmo quando exercita a liberdade de decidir como vai gastar a mesada.
A solução não seria pô-lo a dormir, mas ajudá-lo a despertar.
O grande problema do adolescente é justamente o fato de ser alguém que chega ao fim de longo sono, a partir de seu mergulho na carne.
Completado o processo reencarnatório, o Espírito, que até então era pouco mais que um sonâmbulo, começa a entrar na posse de si mesmo, de suas tendências e aptidões, embora guardando completa amnésia em relação às experiências anteriores.
A proverbial relutância quanto aos cuidados do próprio corpo, envolvendo higiene, saúde, regime alimentar, sempre me pareceu mero resultado de longo estágio no plano espiritual, a chamada erraticidade, onde certamente perdeu o contato com elementares disciplinas sobre o assunto.
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Na questão 383, de O Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta qual a utilidade de o Espírito passar pelo estágio da infância, diz o mentor:
Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.
Observe, leitor amigo, a importância dessa informação!
O período de infância é propício para que influenciemos o Espírito, educando-o para a vida, ajudando-o a superar suas imperfeições e mazelas.
Fragilizado, em face das próprias limitações físicas, sem condições para desenvolver iniciativas próprias, ele é receptivo aos exemplos e orientações que recebe dos adultos.
O velho ditado, de pequeno é que se torce o pepino, exprime uma realidade.
Muitas tortuosidades e viciações do reencarnante podem ser superadas com uma educação adequada, conscientes os pais de que, conforme o verso do poeta inglês William Wordsworth, citado por Machado de Assis (1839-1908), em Memórias Póstumas de Brás Cubas, a criança é o pai do homem.
Tendências e mazelas não superadas na infância, herança do pretérito, moldarão o caráter do adulto.
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Bem, e a adolescência – perguntará o leitor – para que serve?
Meu amigo diz que nesse estágio invertem-se as posições.
Na infância educamos nossos filhos.
Na adolescência eles nos educam.
Somos convocados a exercitar a paciência, a tolerância, a compreensão, o espírito conciliador, a fim de não transformar o lar em arena de intermináveis brigas e discussões.
Dentre as diatribes contestatórias do adolescente está a expressão que costuma usar, quando chamado às falas pelos genitores, em relação ao seu comportamento.
– Não cobrem nada de mim. Não pedi para nascer!
Pretende que não o consultaram para tê-lo como filho.
Conseqüentemente, que tratem de aceitar suas inconveniências.
O impertinente não tem nenhuma noção sobre essa tolice, que proclama enfaticamente.
Se algo conhecesse sobre as vidas sucessivas jamais falaria assim, tendo em vista o contingente de Espíritos desencarnados a espera da oportunidade de um mergulho na carne para experiências redentoras.
Certamente ele pediu, sim, insistentemente, para que seus pais lhe concedessem a abençoada oportunidade do recomeço, sem a lembrança do passado, a fim de vencer paixões e fixações que precipitaram seus fracassos e o infelicitam.
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É típico do adolescente situar os pais por incompetentes que não enxergam um palmo adiante do nariz.
Julga-se capaz de fazer muito mais por si mesmo.
É bom que o faça.
Seu futuro depende disso.
Mas, certamente, quando estiver às voltas com filhos adolescentes há de mudar sua opinião, reconhecendo que os “velhos” fizeram bem mais em seu benefício do que o supunha sua pretensa sabedoria.

Por: Richard Simonetti

Fonte: Instituto Chico Xavier

:: PAIS E FILHOS :::

“A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso.” Do item 9, do Cáp. XIV, de “O evangelho segundo o espiritismo”





Trazida a reencarnação para os alicerce dos fenômenos sócios-domésticos, não é somente a relação de pais para filhos que assume caráter de importância, mas igualmente a que se verifica dos filhos para com os pais.
Os filhos não pertencem aos pais; entretanto, de igual modo, os pais não pertencem aos filhos.
Os genitores devem especial consideração aos próprios rebentos, mas o dever funciona bilateralmente, de vez que os rebentos do grupo familiar devem aos genitores particular atenção. Existem pais que agridem os filhos e tentam escravizá-los, qual se lhes fossem objeto de propriedade exclusiva; todavia, encontramos, na mesma ordem de freqüência, filhos que agridem os pais e buscam escravizá-los, como se os progenitores lhes constituíssem alimárias domésticas.
A reencarnação traça rumos nítidos ao mútuo respeito que nos compete de uns para com os outros.
Entre pais e filhos, há naturalmente uma fronteira de apreço recíproco, que não se pode ultrapassar, em nome do amor, sem que o egoísmo apareça, conturbando-lhes a existência.
Justo que os pais não interfiram no futuro dos filhos, tanto quanto justo que os filhos não interfiram no passado dos pais.
Os pais não conseguem penetrar, de imediato, a trama do destino que os princípios cármicos lhes reservam aos filhos, no porvir, e os filhos estão inabilitados a compreender, de pronto, o enredo das circunstâncias em que se mergulharam seus pais, no pretérito, a fim de que pudessem volver, do Plano Espiritual ao renascimento no Plano Físico.
Unicamente no mundo das causas, após a desencarnação, ser-lhes-á possível o entendimento claro, acerca dos vínculos em que se imanizam. Invoque-se, à visto disso, o auxílio de religiosos, professores, filósofos, e psicólogos, a fim de que a excessiva agressividade filial não atinja as raias da perversidade ou da delinqüência para com os pais e nem a excessiva autoridade dos pais venha a violentar os filhos, em nome de extemporânea ou cruel desvinculação.
Nunca é lícito o desprezo dos pais para com os filhos e vice-versa.
Não configuramos no assunto qualquer aspecto lírico na temática afetiva. Apresentamos, sumariamente, princípios básicos do Universo.
A existência terrestre é muito importante no progresso e no aperfeiçoamento do Espírito; no entanto, ao mesmo tempo, é simples estágio da criatura eterna no educandário da experiência física, à maneira de estudante no internato.
Os pais lembram alunos, em condições mais avançadas de tempo, no currículo de lições, ao passo que os filhos recordam aprendizes iniciantes, quando surgem na arena de serviço terrestre, com acesso na escola, sob o patrocínio dos companheiros que os antecederam, por ordem de matrícula e aceitação.
E que os filhos jamais acusem os pais pelo curso complexo ou difícil em que se vejam no colégio da existência humana, porquanto, na maioria das ocasiões, foram eles mesmos, os filhos, que, na condição de Espíritos desencarnados, insistiram com os pais, através de afetuoso constrangimento ou suave processo obsessivo, para que os trouxessem, de novo, à oficina de valores físicos, de cujos instrumentos se mostravam carecedores, a fim de seguirem rumo correto, no encalço da própria emancipação.

Emmanuel

Livro: Vida e Sexo – Francisco Cândido Xavier