Os mais antigos dicionaristas descreviam a premonição como
“pressentimento, aviso, advertência”.Menino olhando em buraco na parede
De fato, tais estados d’alma de certas pessoas, por vezes, aconteciam e
acontecem. Por exemplo, quando alguém, como por uma espécie de
“comunicação telepática”, diz: “Fulano vai me telefonar”, e, em seguida,
toca o telefone e o fato ocorre.
Igualmente, se a mãe, distante
do filho, afirma que algo sério parece estar acontecendo ao seu rebento
e, instantes depois, recebe a notícia de eventual acidente, prisão,
internação ou morte do mesmo, tem-se concretizado aquele pressentimento.
Não há dúvidas de que, nesses casos, também se configura a premonição,
como uma espécie de comunicação de um espírito amigo ou familiar,
fazendo conexão mental e, em silêncio, possibilitando um aviso em
pensamento. Já os novos filólogos, em regra, definem a premonição como
“sensação antecipada do que vai acontecer” e falam de sonho
premonitório, que adverte, com antecipação, sobre algo que pode
acontecer.
Em geral, as pessoas dotadas da mediunidade
premonitória ou de premonição, com percepções extrassensoriais, não têm
essa capacidade em razão do seu livre-arbítrio, de sua vontade, a tal
ponto que não podem afirmar, com segurança, que irão adivinhar os fatos
futuros ou saber, por antecipação, dos acontecimentos que virão no
amanhã.
Há várias classificações para a premonição, matéria que
tem sido objeto de estudos da psicologia, da parapsicologia e das
ciências afins, e – mais amiúde – dos pesquisadores da Doutrina
Espírita, como, por exemplo, Charles Richet, Joseph Rhine, Ernesto
Bozzano, Herculano Pires e outros. A mediunidade de premonição pode se
classificar como de efeitos inteligentes, até envolvendo a telepatia.
Na Bíblia, há registros de mediunidade premonitória, quando são
analisadas algumas profecias, observando-se aqueles profetas com
faculdades mediúnicas de antever fatos futuros que se concretizaram, do
que é exemplo o anúncio da vinda do Messias, do nascimento de Jesus
Nazareno, bem como de guerras e agruras pelas quais os seres humanos
passariam, como passaram.
Evidentemente, a doutrina dos
Espíritos, uma vez revelada, e codificada, para conhecimento de todos,
pelo pedagogo Allan Kardec, em suas obras básicas do Espiritismo,
traria, como trouxe, uma visão mais acentuada sobre a premonição, ao
descrever os vários modos pelos quais a mediunidade individual se
manifesta.
Aliás, previu Allan Kardec que a reconstituição da
história humana seria feita pelos seus próprios personagens, por meio da
comunicação dos Espíritos, e inúmeras têm sido as obras sérias
psicografadas por médiuns insuspeitos e dedicados. De fato, as
manifestações dos Espíritos com o mundo visível, no qual nos
encontramos, podem ocorrer de modo oculto, sugerindo ideais; de modo
patente, registrando efeitos para os sentidos; de modo espontâneo, de
improviso, a pessoas estranhas ao Espiritismo; e de modo provocado, por
influências dos médiuns devidamente preparados e com faculdades
especiais.
Entretanto, quando alguém espontaneamente se diz
dotado da mediunidade de premonição, apresentando-se como “adivinhão”,
em regra, se acha sob o fascínio de Espíritos zombeteiros, em processo
de obsessão, enleado por entidades negativas. Nesses casos, não se pode
falar de falha da mediunidade, mas em vício do médium fascinado.
Em “O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec explica do perigo, que não existe
no Espiritismo, mas no orgulho e na prepotência de certos médiuns que
se consideram, levianamente, instrumentos exclusivos dos Espíritos
Superiores, numa espécie de fascinação que não lhes permite compreender
as tolices de que são intérpretes. Eles mentem. Por isso, deve-se
observar que premonição, como mediunidade de tarefa, (nem sempre
consciente), dos que recebem informações ou visões de interesse geral,
transmitidas por Espíritos amigos ou familiares, não deve se prestar a
gracejos ou zombarias, nem a satisfação egoística.
Se, por um
lado, como espíritas, sabemos da existência de entidades obtusas ou más,
com as quais, por imprecaução (esquecimento de “orar e vigiar”), nos
afinamos, por vícios de nossa parte, ainda assim, somos capazes de
conhecer, por outro lado, que existe para cada ser humano um Espírito
Protetor, também chamado de anjo da guarda. É ele que, em determinados
instantes, nos avisa do que possa acontecer: essa premonição, esse
pressentimento oportuno, em regra, pode ser uma benfazeja advertência
dessa entidade protetora ou de um Espírito familiar a nos ajudar.
Em suma, podemos deduzir que a premonição é uma forma especial de
mediunidade que permite ao ser humano iluminado, sem consciência e
certeza, mas com tarefas definidas, de saber das coisas, por via de
avisos sutis de Espíritos amigos, anjos guardiões ou familiares
desencarnados e amorosos, antes que elas aconteçam.
Fonte: Rádio boa nova
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