Nosso Lar é o nome de uma Colônia Espiritual que André Luiz
apresenta em seu primeiro livro (de uma série de dezesseis), revelando
um mundo palpitante, pleno de vida e atividades, organizado de forma
exemplar, onde espíritos desencarnados passam por estágio de recuperação
e educação espiritual. Ao longo da narrativa autobiográfica encontramos
preciosos ensinamentos, dentre os quais selecionamos alguns,
reproduzindo-os em duas partes, nesta e na próxima edição.
Mensagem de Emmanuel
André Luiz vem contar que a maior surpresa ante a morte carnal é a de
nos colocar face a face com nossa própria consciência, onde edificamos o
céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal;
vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a
menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o
próprio coração. Não basta à criatura apegar-se à existência humana, é
necessário saber aproveitá-la dignamente.
O Umbral
É uma
região que começa na crosta terrena e funciona como um lugar destinado
ao esgotamento de resíduos mentais. Uma espécie de Zona Purgatorial,
onde se queima, aos poucos, o material deteriorado das ilusões
terrestres. É lá que se concentra tudo o que não tem finalidade para a
vida superior. Para onde são levados os espíritos que não são
suficientemente perversos para serem enviados às colônias de reparação
mais dolorosas, nem bastante nobres para serem conduzidos a planos mais
elevados. Mesmo assim, cada espírito permanece só o tempo necessário, e
por isso há muitas instituições como Nosso Lar, com a finalidade de
trabalho e socorro espiritual.
Diante da dor
A dor
significa possibilidade de enriquecer a alma. A luta constitui caminho
para a divina realização. Na terra, muitos têm a ilusão de que não há
dor maior que as suas. A dor não edifica pelos prantos ou pelas feridas
que sangram, mas pela porta de luz que oferece ao espírito, para que
seja mais compreensivo e mais humano. Ao enfermo é indispensável criar
pensamentos novos, disciplinar os lábios e aprender a não falar
excessivamente de si mesmo, nem comentar a própria dor. Lamentação
denota enfermidade mental de tratamento difícil. No entanto, quando as
lágrimas não se originam da revolta, sempre constituem remédio
depurador.
Ante as ofensas.
Ninguém está isento de
faltas, assim, é essencial entender os adversários, não propriamente
como inimigos, mas como benfeitores, por servirem de instrumento da
justiça divina. É importante aproveitar as oportunidades para
restabelecer a simpatia interrompida, recompondo os elos da corrente
espiritual.
Diante dos erros
É fundamental reconhecer os
próprios erros, sem lastimar-se ou ficar relembrando-os; aproveitar os
tesouros do arrependimento, guardar a bênção do remorso, embora tardio,
sem esquecer que a aflição não resolve problemas.
A ajuda Divina
Deus nos ama sem esperar por rogativas, mas aguarda posição receptiva
para encaminhar ajuda. Assim, quando alguém deseja algo ardentemente já
se encontra a caminho da realização, mas há três requisitos, a saber: 1º
desejar, 2º saber desejar e 3º merecer ou trabalhar persistentemente
para ter merecido. O socorro sempre está ao alcance do espírito, basta
que se submeta, de forma humilde e resignada, aos desígnios da
Providência Divina. A ajuda chega quando, efetivamente, cada um está
disposto a ser ajudado, quando a dor promoveu o despertamento
necessário.
XAVIER, Francisco Cândido. Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB,
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