sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O ESPÍRITA NA EQUIPE

Numerosos companheiros estarão convencidos de que integrar uma equipe de ação espírita se resume em presenciar os atos rotineiros da instituição a que se vinculam e resgatar singelas obrigações de feição econômica. Mas não é assim. O espírita, no
conjunto de realizações espíritas, é uma engrenagem inteligente com o dever de funcionar em sintonia com os elevados objetivos da máquina.





Um templo espírita não é simples construção de natureza material. É um ponto do Planeta onde a fé raciocinada estuda as leis universais, mormente no que se reporta à consciência e à justiça, à edificação do destino e à imortalidade do ser. Lar de esclarecimento e consolo, renovação e solidariedade, em cujo equilíbrio cada coração que lhe compõe a estrutura moral se assemelha à peça viva de amor na sustentação da obra em si. Não bastará frequentar-lhe as reuniões. É preciso auscultar as necessidades
dessas mesmas reuniões, oferecendo-lhes solução. Respeitar a orientação da casa, mas também contribuir, de maneira espontânea, com os dirigentes, na extinção de censuras e rixas, perturbações e dificuldades, tanto quanto possível no nascedouro, a fim de que não se convertam em motivos de escândalo. Falar e ouvir construtivamente. Efetuar tarefas consideradas pequeninas, como sejam sossegar uma criança, amparar um doente, remover um perigo ou fornecer uma explicação, sem que, para isso, haja necessidade de pedidos diretos. Sobretudo, na organização espírita, o espírita é chamado a colaborar na harmonia comum, silenciando melindres e apagando ressentimentos, estimulando o bem e esquecendo omissões no terreno da exigência individual.
Todos nós, encarnados e desencarnados, comparecemos no templo espírita no intuito de receber o concurso dos Mensageiros do Senhor; no entanto, os Mensageiros do Senhor esperam igualmente por nosso concurso, no amparo a outros, e a nossa cooperação com eles será sempre, acima de tudo, trabalhar e servir, auxiliar e compreender.

Estude e Viva
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
André Luiz/Waldo Vieira

NOSSA PALAVRA, NOSSA ATITUDE

1- "Seja o vosso falar: sim, sim; não, não", recomenda o Evangelho. Para concordar ou recusar, todavia, ninguém precisa ser de fel ou de mel.






2- O "sim" pode ser muito agradável em todas as situações, todavia, o "não", em determinados setores da luta humana, é mais construtivo.


3- ...é forçoso reconhecer que toda frase cria imagens e toda imagem pode criar alguma coisa.
4- Disse um grande filósofo:


-"Fala para que eu te veja."
Muita gente acrescentará:


- "Escreve para que eu te veja melhor."
E ousaríamos aduzir:


- "AGE para que eu te conheça."


5- Cultiva a delicadeza e a cordialidade, no entanto, SER LEAL e sincero em tuas atitudes.


(Chico Xavier - Emmanuel)

RENASCENÇA DO MUNDO MOVIMENTOS REGENERADORES

Nos albores do século XV, quando a idade medieval estava prestes a extinguir-se, grandes assembléias espirituais se reúnem nas proximidades do planeta, orientando os movimentos renovadores que, em virtude das determinações do Cristo, deveriam encaminhar o mundo para uma nova era.





 Todo esse esforço de regeneração efetuava-se sob o seu olhar misericordioso e compassivo, derramando sua luz em todos os corações. Mensageiros devotados reencarnam no orbe, para desempenho de missões carinhosas e redentoras. Na Península Ibérica, sob a orientação da personalidade de Henrique de Sagres, incumbido de grandes e proveitosas realizações, fundam-se escolas de navegadores que se fazem ao grande oceano, em busca de terras desconhecidas. Numerosos precursores da Reforma surgem por toda a parte, combatendo os abusos de natureza religiosa. Antigos mestres de Atenas reencarnaram na Itália, espalhando nos departamentos da pintura e da escultura as mais belas jóias do gênio e do sentimento. A Inglaterra e a França preparam-se para a grande missão democrática que o Cristo lhes conferira. O comércio se desloca das águas estreitas do Mediterrâneo para as grandes correntes do Atlântico, procurando as estradas esquecidas para o Oriente. Jesus dirige essa renascença de todas as atividades humanas, definindo a posição dos vários países europeus, e investindo cada qual com determinada responsabilidade na estrutura da evolução coletiva do planeta. Para facilitar a obra extraordinária dessa imensa tarefa de renovação, os auxiliares do Divino Mestre conseguem ambientar na Europa antigas invenções e utilidades do Oriente, como a bússola para as experiências marítimas e o papel para a divulgação do pensamento.

LIVRO " A CAMINHO DE LUZ "
CHICO XAVIER
POR EMMANUEL

Pode-se considerar como missão a paternidade?

É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de aprumar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de formar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”

(Allan Kardec em O Livro dos Espíritos)

Premonição: uma visão sucinta

Os mais antigos dicionaristas descreviam a premonição como “pressentimento, aviso, advertência”.Menino olhando em buraco na parede



De fato, tais estados d’alma de certas pessoas, por vezes, aconteciam e acontecem. Por exemplo, quando alguém, como por uma espécie de “comunicação telepática”, diz: “Fulano vai me telefonar”, e, em seguida, toca o telefone e o fato ocorre.
Igualmente, se a mãe, distante do filho, afirma que algo sério parece estar acontecendo ao seu rebento e, instantes depois, recebe a notícia de eventual acidente, prisão, internação ou morte do mesmo, tem-se concretizado aquele pressentimento.
Não há dúvidas de que, nesses casos, também se configura a premonição, como uma espécie de comunicação de um espírito amigo ou familiar, fazendo conexão mental e, em silêncio, possibilitando um aviso em pensamento. Já os novos filólogos, em regra, definem a premonição como “sensação antecipada do que vai acontecer” e falam de sonho premonitório, que adverte, com antecipação, sobre algo que pode acontecer.
Em geral, as pessoas dotadas da mediunidade premonitória ou de premonição, com percepções extrassensoriais, não têm essa capacidade em razão do seu livre-arbítrio, de sua vontade, a tal ponto que não podem afirmar, com segurança, que irão adivinhar os fatos futuros ou saber, por antecipação, dos acontecimentos que virão no amanhã.
Há várias classificações para a premonição, matéria que tem sido objeto de estudos da psicologia, da parapsicologia e das ciências afins, e – mais amiúde – dos pesquisadores da Doutrina Espírita, como, por exemplo, Charles Richet, Joseph Rhine, Ernesto Bozzano, Herculano Pires e outros. A mediunidade de premonição pode se classificar como de efeitos inteligentes, até envolvendo a telepatia.
Na Bíblia, há registros de mediunidade premonitória, quando são analisadas algumas profecias, observando-se aqueles profetas com faculdades mediúnicas de antever fatos futuros que se concretizaram, do que é exemplo o anúncio da vinda do Messias, do nascimento de Jesus Nazareno, bem como de guerras e agruras pelas quais os seres humanos passariam, como passaram.
Evidentemente, a doutrina dos Espíritos, uma vez revelada, e codificada, para conhecimento de todos, pelo pedagogo Allan Kardec, em suas obras básicas do Espiritismo, traria, como trouxe, uma visão mais acentuada sobre a premonição, ao descrever os vários modos pelos quais a mediunidade individual se manifesta.
Aliás, previu Allan Kardec que a reconstituição da história humana seria feita pelos seus próprios personagens, por meio da comunicação dos Espíritos, e inúmeras têm sido as obras sérias psicografadas por médiuns insuspeitos e dedicados. De fato, as manifestações dos Espíritos com o mundo visível, no qual nos encontramos, podem ocorrer de modo oculto, sugerindo ideais; de modo patente, registrando efeitos para os sentidos; de modo espontâneo, de improviso, a pessoas estranhas ao Espiritismo; e de modo provocado, por influências dos médiuns devidamente preparados e com faculdades especiais.
Entretanto, quando alguém espontaneamente se diz dotado da mediunidade de premonição, apresentando-se como “adivinhão”, em regra, se acha sob o fascínio de Espíritos zombeteiros, em processo de obsessão, enleado por entidades negativas. Nesses casos, não se pode falar de falha da mediunidade, mas em vício do médium fascinado.
Em “O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec explica do perigo, que não existe no Espiritismo, mas no orgulho e na prepotência de certos médiuns que se consideram, levianamente, instrumentos exclusivos dos Espíritos Superiores, numa espécie de fascinação que não lhes permite compreender as tolices de que são intérpretes. Eles mentem. Por isso, deve-se observar que premonição, como mediunidade de tarefa, (nem sempre consciente), dos que recebem informações ou visões de interesse geral, transmitidas por Espíritos amigos ou familiares, não deve se prestar a gracejos ou zombarias, nem a satisfação egoística.
Se, por um lado, como espíritas, sabemos da existência de entidades obtusas ou más, com as quais, por imprecaução (esquecimento de “orar e vigiar”), nos afinamos, por vícios de nossa parte, ainda assim, somos capazes de conhecer, por outro lado, que existe para cada ser humano um Espírito Protetor, também chamado de anjo da guarda. É ele que, em determinados instantes, nos avisa do que possa acontecer: essa premonição, esse pressentimento oportuno, em regra, pode ser uma benfazeja advertência dessa entidade protetora ou de um Espírito familiar a nos ajudar.
Em suma, podemos deduzir que a premonição é uma forma especial de mediunidade que permite ao ser humano iluminado, sem consciência e certeza, mas com tarefas definidas, de saber das coisas, por via de avisos sutis de Espíritos amigos, anjos guardiões ou familiares desencarnados e amorosos, antes que elas aconteçam.
Fonte: Rádio boa nova

Matéria e pluralidade dos mundos habitados

Uma das bases do conhecimento passado pelas inteligências superiores à Kardec, trata da existência de outros mundos habitados por seres dotados de inteligência, a semelhança do ser humano.




Vale lembrar que esses ensinamentos foram passados em meados do século XIX, quando a astronomia ainda era muito rudimentar se comparada à dos dias atuais. Somente dos anos 2000 para cá ficou comprovada a existência de planetas em outros sistemas estelares - os exoplanetas. Tal contagem ultrapassa a marca dos 200 planetas descobertos, sendo este um número em constante crescimento dado os pesados investimentos feitos nessa área nos últimos anos.
Mais uma fez a filosofia trazida por Kardec sobrevive à passagem do tempo e é capaz de enfrentar a ciência frente a frente, o que a torna segura e o que justifica tomarmos a Doutrina Espírita como base dos estudos realizados neste espaço.
Ao falar sobre a pluralidade dos mundos habitados, os espíritos foram enfáticos ao afirmar para Kardec que "todas as esferas são habitadas". Isso a princípio nos deixa em um curioso dilema, pois as muitas esferas estão realmente lá fora, porém estudos de nosso Sistema Solar nos colocam como única espécie pensante existente ao redor desta estrela. Isto poderia porem cheque tal afirmação dos espíritos, e consequentemente uma importante referência doutrinária espírita, contudo mais uma vez o tempo veio trazer não ainda a confirmação final, mas um caminho por onde tal verdade pode ser definida.
E assim, passamos mais uma vez a se referir à Teoria - M, aonde nosso universo possui inúmeras dimensões, constituídas por matéria cada vez menos densa, possibilitando assim uma enorme variedade de vida e de inteligência. Com esse conhecimento podemos admitir a possibilidade de vida nos mundos que compõem o Sistema Solar, contudo esta vida estaria em uma outra faixa de vibração, ainda distante daquela que os nossos sentidos físicos sejam capaz de perceber.
Inclusive no meio espírita, um dos estudos mais notórios realizados por Kardec e sua equipe foi acerca das comunicações com diversos espíritos acerca da vida no planeta Júpiter. Tratando-se de uma vida superior a nossa, estes seres possuem corpos feitos de uma matéria mais rarefeita do que a nossa, sendo Júpiter um mundo destinado para as próximas fases do processo evolutivo das almas que por hora estagiam na Terra.
Nesses estudos é enfatizado que para habitar uma morada do porte de Júpiter, necessário se faz que o espírito conquiste certas virtudes íntimas e que não mais se identifique com os vícios que caracterizam a vida na Terra. Isso ocorre pois somos exatamente aquilo que pensamos.
O Espírito, ao pensar, emite um sem número de informações ao seu redor, criando formas e agregando energias ao redor de seu cérebro. Cada tipo de emoção, de sensação, de pensamento cria uma forma diferente que possui cor, forma e cheiro próprios, além de possuírem uma densidade própria. Essa densidade atua diretamente no perispírito - o corpo multidimensional que envolve o Espírito - deixando-o mais leve ou mais pesado.
Com isso, nosso comportamento moral está diretamente relacionado com o tipo de vida que levamos na Terra, como também com o tipo devida que teremos quando deixarmos a Terra. Enquanto vivos nesta dimensão pois todos os nossos comportamentos e pensamentos irão influenciar diretamente na saúde de nosso corpo físico. Quando estivermos na próxima dimensão, a densidade de nosso perispírito - fruto de nossas ações na dimensão física - será determinante para influenciar até que esfera poderemos subir.
Somente com uma densidade menor será possível alcançar moradas mais sublimes, ou seja, menos materializadas. Isto por que segundo os Espíritos, o perispírito se reveste da matéria do mundo que habita. Assim sendo um espírito muito materializado da Terra não conseguiria reter ao seu redor a matéria sutil de mundos como Júpiter. Cabe a ele continuar estagiando na escola que lhe compete, a Terra.
Passamos a ver a pluralidade dos mundos habitados, como diferentes níveis de educandários, aonde o espírito vai se burilando na matéria do mundo em que está estagiando, buscando seu aperfeiçoamento íntimo e a benção do acesso à uma escola superior.

Referências de estudos: O Livro dos Espíritos - Perguntas 55 até 58.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap 3.
Revista Espírita - Ano de 1858.
Cartas de uma morta - Chico Xavier

Fluido cósmico

O fluído cósmico é o “plasma divino”, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano.
Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indescritível, os grandes Devas da teologia hindu ou os Arcanjos da interpretação de variados templos religiosos, extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da Imensidade, em serviço de “Co-criação em plano maior”, de conformidade com os desígnios do Todo-Misericordioso, que faz deles agentes orientadores da Criação Excelsa.




Essas Inteligências Gloriosas tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, de múltiplas expressões, radiantes ou obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade.
Devido à atuação desses Arquitetos Maiores, surgem nas galáxias as organizações estelares como vastos continentes do Universo em evolução e as nebulosas intragaláticas como imensos domínios do Universo, encerrando a evolução em estado potencial, todas gravitando ao redor de pontos atrativos, com admirável uniformidade coordenadora.
É aí, no seio dessas formações assombrosas, que se estruturam, inter-relacionados, a matéria, o espaço e o tempo, a se renovarem constantes, oferecendo campos gigantescos ao progresso do Espírito. Cada galáxia quanto cada constelação guardam no cerne a força centrífuga própria, controlando a força gravítica, com determinado teor energético, apropriado a certos fins.
A Engenharia Celeste equilibra rotação e massa, harmonizando energia e movimento, e mantêm-se, desse modo, na vastidão sideral, magnificentes florestas de estrelas, cada qual transportando consigo os planetas constituídos e em formação, que se lhes vinculam magneticamente ao fulcro central, como os elétrons se conjugam ao núcleo atômico, em trajetos perfeitamente ordenados na órbita que se lhes assinala de início.
Para idearmos, de algum modo, a grandeza inconcebível da Criação, comparemos a “nossa galáxia” a grande cidade, perdida entre incontáveis grandes cidades de um país cuja extensão não conseguimos prever. Tomando o Sol e os mundos nossos vizinhos como apartamentos de nosso edifício, reconheceremos que em derredor repontam outros edifícios em todas as direções.
Assestando instrumentos de longo alcance da nossa sala de estudo, perceberemos que nossa casa não é a mais humilde, mas que inúmeras outras lhe superam as expressões de magnitude e beleza. Aprendemos que, além de nossa edificação, salientam-se palácios e arranha-céus como Betelgeuze, no distrito de Órion, Canópus, na região do 10 Navio, Arctúrus, no conjunto do Boieiro, Antares, no centro do Escorpião, e outras muitas residências senhoriais, imponentes e belas, exibindo uma glória perante a qual todos os nossos valores se apagariam.
Por processos ópticos, verificamos que a nossa cidade apresenta uma forma espiralada e que a onda de rádio, avançando com a velocidade da luz, gasta mil séculos terrenos para percorrer-lhe o diâmetro. Nela surpreenderemos milhões de lares, nas mais diversas dimensões e feitios, instituídos de há muito, recém-organizados, envelhecidos ou em vias de instalação, nos quais a vida e a experiência enxameiam vitoriosas.
Toda essa riqueza de plasmagem, nas linhas da Criação, ergue-se à base de corpúsculos sob irradiações da mente, corpúsculos e irradiações que, no estado atual dos nossos conhecimentos, embora estejamos fora do plano físico, não podemos definir em sua multiplicidade e configuração, porquanto a morte apenas dilata as nossas concepções e nos aclara a introspecção, iluminando-nos o senso moral, sem resolver, de maneira absoluta, os problemas que o Universo nos propõe a cada passo, com os seus espetáculos de grandeza. (Forças atômicas)
Sob a orientação das Inteligências Superiores, congregam-se os átomos em colméias imensas, e, sob a pressão, espiritualmente dirigida, de ondas eletromagnéticas, são controladamente reduzidas as áreas espaciais intra-atômicas, sem perda de movimento, para que se transformem na massa nuclear adensada, de que se esculpem os planetas, em cujo seio as mônadas celestes encontrarão adequado berço ao desenvolvimento.
Semelhantes mundos servem à finalidade a que se destinam, por longas eras consagradas à evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo, volvem a novas diretrizes dos Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.
Os mundos ou campos de desenvolvimento da alma, com as suas diversas faixas de matéria em variada expressão vibratória, ao influxo ainda dos Tutores Espirituais, são acalentados por irradiações luminosas e caloríficas, sem nos referirmos às forças de outra espécie que são arrojadas do Espaço Cósmico sobre a Terra e o homem, garantindo-lhes a estabilidade e a existência. Temos, assim, a “luz e o calor”, que teoricamente classificamos entre as irradiações nascidas dos átomos supridos de energia. São estes que, excitados na Íntima estrutura, despedem as ondas eletromagnéticas.
Todavia, não obstante tatearmos com relativa segurança as realidades da matéria, definindo a natureza corpuscular do calor e da luz, e embora saibamos que outras oscilações eletromagnéticas se associam, insuspeitadas por nós, na vastidão universal, aquém do infravermelho e além do ultravioleta, completamente fora da zona de nossas percepções, confessamos com humildade que não sabemos ainda, principalmente no que se refere à elaboração da luz, qual seja a força que provoca a agitação inteligente dos átomos, compelindo-os a produzir irradiações capazes de lançar ondas no Universo com a velocidade de 300.000 quilômetros por segundo, preferindo reconhecer, em toda a parte, com a obrigação de estudarmos e progredirmos sempre, o hálito divino do Criador.
Em análogo alicerce, as Inteligências humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluído cósmico, em permanente circulação no Universo, para a “Co-criação em plano menor”, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada.
Dentro das mesmas bases, plasmam também os lugares entenebrecidos pela purgação infernal, gerados pelas mentes desequilibradas ou criminosas nos círculos inferiores e abismais, e que valem por aglutinações de duração breve, no microcosmo em que estagiam, sob o mesmo princípio de comando mental com que as Inteligências Maiores modelam as edificações macrocósmicas, que desafiam a passagem dos milênios.
Cabe-nos assinalar, desse modo, que, na essência, toda a matéria é energia tornada visível e que toda a energia, originariamente, é força divina de que nos apropriamos para interpor os nossos propósitos aos propósitos da Criação, cujas leis nos conservam e prestigiam o bem praticado, constrangendo-nos a transformar o mal de nossa autoria no bem que devemos realizar, porque o Bem de Todos é o seu Eterno Princípio.
Compete-nos, pois, anotar que o fluído cósmico ou plasma divino é a força em que todos vivemos, nos ângulos variados da Natureza, motivo pelo qual já se afirmou, e com toda a razão, que “em Deus nos movemos e existimos”. (Paulo de Tarso)
Texto compilado do livro Evolução em dois Mundos
André Luiz (espírito) e Francisco Cândido Xavier (1958)

Depressão

“Depressão? Alma querida,
Se tens apenas tristeza,
Se te sentes indefesa,
Contra mágoa e dissabor,
Sai de ti mesma e auxilia,
Aos que mais sofrem na estrada.

A depressão é curada
Pelo trabalho do amor”.

Autor: Maria Dolores

Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Câncer Moral

O mau-humor sistemático - vício de comportamento emocional - gera a irritabilidade que desencadeia inúmeros males no indivíduo, em particular, e no grupo social onde o mesmo se movimenta, em geral.
Desconcertando a razão, açula as tendências negativas que devem ser combatidas, fomentando a maledicência e a indisposição de ânimo.



Todos aqueles que o alimentam, transferem-se de um para outro estado de desajuste orgânico e psicológico, dando margem à instalação de doenças psicossomáticas de tratamento complexo como resultados demorados ou nenhuns.
Todas as criaturas têm o dever de trabalhar pelo próprio progresso intelecto-moral, esforçando-se por vencer as más inclinações.
O azedume resulta, também, da inveja mal disfarçada quanto do ciúme incontido.
Atiça as labaredas destruidoras da desavença, enquanto se compraz na observância da ruína e do desconforto do próximo.
Muitas formas de canceres têm sua gênese no comportamento moral insano, nas atitudes mentais agressivas, nas postulações emocionais enfermiças.
O mau-humor é fator cancerígeno que ora ataca uma larga faixa da sociedade estúrdia.
Exteriorização do egoísmo doentio, aplica-se à inglória tarefa de perseguir os que discordam da sua atitude infeliz, espalhando a inquietação com que se arma de forças para prosseguir na insânia que agasalha.
Reveste-te de equilíbrio ante os mal-humorados e violentos, maledicentes e agressivos.
Eles se encontram enfermos, sim, em marcha para a loucura que os vence sob o beneplácito da vontade acomodada.
Oscilantes nos estados dalma, mudam de um para outro episódio de revolta com facilidade, sem qualquer motivo justificável, como se motivo houvesse que justifique a vigência desse verdugo do homem.
Vigia as nascentes dos teus sentimentos e luta com destemor, nas paisagens íntimas, contra o mau-humor.
Policia o verbo rude e ácido, mantendo a dignidade interior e poupando-te ao pugilato das ofensas, decorrente do azedume freqüente.
Não olvides da gratidão, nas tuas crises de indisposição...
O amanhã é incerto.
Aquele a quem hoje magoas será a porta onde buscarás apoio amanhã.
Conquista o título de pacífico ou faze-te pacificador.
Todo agressor torna-se antipático e asfixia-se na psicosfera morbífica que produz.
O Evangelho é lição de otimismo sem limite e o Espiritismo que o atualiza para o homem contemporâneo convida à transformação moral contínua, sem termo, em prol da edificação interior do adepto que se lhe candidata ao ministério.

Autor: Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Franco. Do livro: Receita de Paz

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Gestação frustrada

O retorno do Espírito ao mundo corporal, em cumprimento da Lei de Progresso, se dá pelo processo biológico que conhecemos por Gestação.








Embora sejamos individualidades ímpares, o processo reencarnatório também obedece a determinados princípios, como nos afirma o Benfeitor Espiritual Alexandre:

“Grande percentagem de reencarnações na Crosta se processa em moldes padronizados para todos, no campo de manifestações puramente evolutivas. Mas outra percentagem não obedece ao mesmo programa. Elevando-se a alma em cultura e conhecimentos, e, consequentemente, em responsabilidade, o processo reencarnacionista individual é mais complexo, fugindo à expressão geral, como é lógico. (1)

Desejamos, neste pequeno ensaio, focar nossa atenção para os processos em que a gestação não alcança a sua finalidade última, não permitindo ao Espírito experienciar a vida física por determinado tempo.

Também esse assunto chamou a atenção de Allan Kardec, que demandou aos Espíritos Superiores:

“Há, como indica a ciência, crianças que, desde o ventre materno, não têm possibilidades de viver? Qual o objetivo disso?

– Isso acontece frequentemente; a Providência o permite como prova para seus pais ou para o Espírito que está para reencarnar”. (2)

“Existem crianças que, nascendo mortas, não foram destinadas à encarnação de um Espírito?

– Sim, há as que nunca tiveram um Espírito destinado para o corpo; nada devia realizar-se por elas. É, então, somente pelos pais que essa criança veio”. (3)

A esse respeito foi proposto ao Benfeitor André Luiz o seguinte questionamento:
“Como compreenderemos os casos de gestação frustrada quando não há Espírito reencarnante para arquitetar as formas do feto?

– Em todos os casos em que há formação fetal, sem que haja a presença de entidade reencarnante, o fenômeno obedece aos moldes mentais maternos. Dentre as ocorrências dessa espécie há, por exemplo, aquelas nas quais a mulher, em provação de reajuste do centro genésico, nutre habitualmente o vivo desejo de ser mãe, impregnando as células reprodutivas com elevada percentagem de atração magnética, pela qual consegue formar com o auxílio da célula espermática um embrião frustrado que se desenvolve, embora inutilmente, na medida de intensidade do pensamento maternal, que opera, através de impactos sucessivos, condicionando as células do aparelho reprodutor, que lhe respondem aos apelos segundo os princípios de automatismo e reflexão. (4)

Voltando ao Livro dos Espíritos encontraremos:

“O Espírito sabe, com antecedência, que o corpo que escolheu não tem probabilidades de vida?

– Algumas vezes, sabe; mas se o escolher por esse motivo, é porque recua diante da prova”. (5)

E também:

“Quando uma encarnação falha para o Espírito, por uma causa qualquer, é suprida imediatamente por outra existência?

– Nem sempre imediatamente. É preciso ao Espírito o tempo de escolher de novo, a menos que uma reencarnação imediata seja uma determinação anterior”. (6)

Fica claro que a gestação do corpo físico também está vinculada às necessidades de provas e expiações do Espírito reencarnante e dos Pais, e como dentro das possibilidades da não consumação da gestação há a recusa da mesma por parte da mãe, que provoca o aborto, os Benfeitores nos esclarecem:

“Quais são, para o Espírito, as consequências do aborto?

– É uma existência nula que terá de recomeçar”. (7)

Ainda em Missionários da Luz André Luiz comenta sobre o aborto:

“Há, por exemplo, os casos em que a mulher, por recusa deliberada à gravidez de que já se acha possuída, expulsa a entidade reencarnante nas primeiras semanas de gestação, desarticulando os processos celulares da constituição fetal e adquirindo, por semelhante atitude, constrangedora dívida ante o Destino”. (8)

O comentário de André Luiz está fundamentado em O Livro dos Espíritos:

“O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção?

– Há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, porque é impedir a alma de suportar as provas das quais o corpo devia ser o instrumento”. (9)

Atestam os Espíritos, no entanto:

“No caso em que a vida da mãe esteja em perigo pelo nascimento do filho, existe crime ao sacrificar a criança para salvar a mãe?
– É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe”. (10)

Outra possibilidade de interrupção da gestação é a do Espírito recusar, quando já definido, o seu processo reencarnatório:

“ O Espírito poderia, no último momento, recusar o corpo escolhido por ele?
– Se recusasse, sofreria muito mais do que aquele que não tentou nenhuma prova”. (11)

Pensemos nisso.


Antônio Carlos Navarro


Referências:
(1) Missionários da Luz, Francisco C. Xavier – André Luiz, cap. XII;
(2) O Livro dos Espíritos, item 355;
(3) Idem, item 356;
(4) Evolução em Dois Mundos, Francisco C. Xavier – André Luiz, cap. 33;
(5) O Livro dos Espíritos, item 348;
(6) Idem, item 349;
(7) Idem, item 357;
(8) Missionários da Luz, Francisco C. Xavier – André Luiz, cap. XII;
(9) O Livro dos Espíritos, item 358;
(10) Idem, item 359;
(11) Idem, item 355 a.

Obs. Os negritos do texto são do autor do mesmo.

Consciência e Evolução

O despertar da consciência faculta a responsabilidade a respeito dos atos, face ao desabrochar dos códigos divinos que jazem em germe no ser.



Criado simples e ignorante , o espírito tem como
fatalidade a perfeição que lhe está destinada. Alcançá-la com rapidez ou demorar-se por consegui-la, depende da sua vontade , do seu livre-arbítrio.
Passando pela fieira da ignorância , adquiriu
experiências mediante as quais pode discernir entre o que deve e o que lhe não é lícito realizar,
optando pelas ações que lhe proporcionem
ventura, bem-estar, sem os efeitos perniciosos, aqueles que se tornam desgastantes, afligentes.
Desse modo, torna-se responsável pelo seu
destino, que está a construir, modificar, por meio das decisões e atitudes que se permita.
O bem é-lhe o fanal , e este se constitui de tudo
aquilo que é conforme as leis de Deus, que são naturais, vigentes em toda parte.
A herança da ignorância primitiva prende-o no
mal, que é contrário à lei de progresso, não , porém, retendo-o indefinidamente e impossibilitando-o de ser feliz.
Cumpre-lhe , portanto envidar esforços e romper
os elos com a retaguarda, avançando nas experiências
iluminativas, a principio com dificuldade, face à viciação instalada, para depois acelerar os mecanismos de desenvolvimento, por força mesmo do prazer e alegria
fruídos.
Lentamente, em razão da própria consciência ,
descobre os tesouros preciosos que lhe estão à disposição e dos quais pode utilizar-se com infinitos benefícios.
Saúde e doença , paz e conflito, alegria e tristeza
podem ser elegidos através do discernimento que guia as ações. Sem essa claridade, os estados negativos tornam-se-lhe habituais e , mesmo quando
estabelecidos, podem alterar-se através do empenho empregado para vence-los.
Nunca te entregues à desesperança, ao abandono. Não és uma pedra solta, no leito do rio do destino, a rolar
incessantemente. Tens uma meta, que te aguarda e que alcançarás.
Penetra-te , mediante a reflexão, e descobre as tuas incalculáveis possibilidades de realização.
Afirma-te o bem , a fim que o seu germe em ti
fecunde e cresça. Serás o que penses e planejes, pois que da tua mente e do sentimento procedem os
valores que são cultivados.
O teu estado natural é saúde. As enfermidades são os acidentes de trânsito das ações negativas, propiciando-te reabilitação. È indispensável manteres atenção e cuidado na conduta do veículo carnal.
Assim , pensa no bem-estar, anela-o, estimulando-o com realizações corretas.
A tua constituição é harmônica. Os desequilíbrios
são ocorrências, na corrente elétrica do teu sistema nervoso, por distorção de carga que as sensações cultivadas proporcionam . Mantém os interruptores da
vigilância ligados, a fim de que impeçam as altas
voltagens que os produzem.
Em tua origem és luz avançando para a grande
luz. Só há sombras porque ainda não te dispuseste a movimentar os poderosos geradores de energia
adormecida no teu interior. Faze claridade, iniciando com a chispa da boa vontade e deixando-a crescer até alcançar toda a potência de que dispõe.
O amor é o teu caminho, porque procede de Deus, que te criou. Desse modo verticaliza as tuas aspirações e agiganta os teus sentimentos na direção da Causalidade primeira.
Tudo podes, se quiseres. Tudo lograrás se te dIispuseres. Buscando penetrar na ordem das divinas leis que propiciam o entendimento da vida, ALLAN KARDEC interrogou as venerandas entidades, conforme registrou na questão 117 de O Livro dos Espíritos :
Depende dos espíritos o progredirem mais ou
menos rapidamente para a perfeição ?
Certamente. Eles a alcançam mais ou menos
rápido conforme o desejo que têm de alcança-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Uma criança dócil não se instrui mais depressa do que outra
recalcitrante?
Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Momentos de Consciência

SOBRE A MEDIUNIDADE

Existe muita mistificação em torno da MEDIUNIDADE, mas, principalmente em torno do MÉDIUM.
A mediunidade é sim uma bênção, entretanto, ao contrário do que se acredita, não é um privilégio, mas uma ferramenta que a Misericórdia Divina concede à criatura para que esta possa saldar seus muitos débitos.




Veja um diálogo mantido entre o Dr. Inácio Ferreira, diretor de um Hospital Psiquiátrico na espiritualidade, e Manoel Philomeno de Miranda, autor espiritual do livro Tormentos da Obsessão, psicografado por Divaldo Franco, de onde tirei esse trecho.
".... — Não há privilégios nas Leis divinas, caro Miranda, conforme sabemos. Nem pessoas ou Espíritos existem que sejam especiais...
... — A mediunidade é compromisso de alta significação que ainda não encontrou a necessária compreensão entre as criaturas encarnadas no mundo físico.
Por um atavismo perverso que teima em permanecer dominante, a mediunidade é quase sempre tida como FAVOR DIVINO PARA ELEITOS, força sobrenatural, mecanismo prodigioso e equivalentes, que tornam o medianeiro um ser especial, quando não combatido tenazmente, tornando-se-lhe uma armadilha cruel que o leva à presunção e ao despautério.
Mesmo que procure viver com simplicidade e demonstre que é somente instrumento do mundo espiritual, que a ocorrência do fenômeno independe da sua vontade, as criaturas viciadas nas superstições e interessadas nas questões imediatistas o envolvem o médium em bajulação, em excesso de cortesias, em destaques embaraçosos que quase sempre terminam por perturbar-lhe a marcha...
As heranças do pensamento mágico, com que acompanham as manifestações mediúnicas, fazem que se transfiram para a criatura os méritos que pertencem à Vida, empurrando-a para tropeços e compromissos negativos, sem forças para resistir aos assédios de todo porte que a circunscrevem em área muito apertada e conflitiva...."
Portanto, amigos leitores, nem o médium, nem a Casa Espírita faz mágica ou milagres, apenas orientam seus frequentadores para que estes, eles mesmos, realizem o milagre da transformação através do conhecimento e da reforma íntima.
“Espíritas! Amai-vos, eis o Primeiro Ensinamento; Instruí-vos, eis o Segundo”. Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap.VI, nº 5).

EDUCAÇÃO NO LAR

Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos.





Os pais têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente justo. A tarefa doméstica não é uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus.
Os que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida, estão cegos e lançarão seus esforços, espiritualmente falando, na vala da inutilidade.
Só um espírito que haja compreendido a paternidade de Deus, consegue escapar à lei pela qual os filhos imitarão os pais, ainda quando estes sejam perversos.
Ouçamos a palavra do Cristo guardando a declaração do Mestre, como advertência: “Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai”.

Emmanuel / Médium Chico Xavier - Livro: Caminho, Verdade e Vida

sábado, 5 de agosto de 2017

AS INFLUENCIAÇÕES ESPIRITUAIS

“Influem os Espíritos em nosso pensamento, e em nossos atos?”.
Muito mais do que imaginais. influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos
dirigem.”
(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 459.)




A assertiva dos Espíritos a Allan Kardec demonstra que, na maioria das vezes, estamos todos nós — encarnados — agindo sob a influência de entidades espirituais que se afinam
com o nosso modo de pensar e de ser, ou em cujas faixas vibratórias respiramos.
Isto não nos deve causar admiração, pois se analisarmos a questão sob o aspecto puramente terrestre chegaremos à conclusão de que vivemos em permanente sintonia com
as pessoas que nos rodeiam, familiares ou não, das quais recebemos influenciações através das idéias que exteriorizam, dos exemplos que nos são dados, e também que influenciamos
com a nossa personalidade e pontos de vista.
Quando acontece de não conseguirmos exercer influência sobre alguém de nosso convívio e que desejamos aja sob o nosso prisma pessoal, via de regra tentamos por todos os meios convencê-lo com argumentos persuasivos de diferente intensidade, a fim de lograrmos o nosso intento.
Natural, portanto, ocorra o mesmo com os habitantes do mundo espiritual, já que são eles os seres humanos desencarnados, não tendo mudado, pelo simples fato de deixarem o invólucro carnal, a sua maneira de pensar e as características da sua personalidade.
Assim, vamos encontrar desde a atuação benéfica de Benfeitores e Amigos Espirituais, que buscam encaminhar-nos para o bem, até os familiares que, vencendo o túmulo, desejam prosseguir gerindo os membros do seu clã familial, seja com bons ou maus intentos, bem como aqueles outros a quem prejudicamos com atos de maior ou menor gravidade, nesta ou em anteriores reencarnações, e que nos procuram, no tempo e no espaço, para cobrar a divida que contraímos.
Por sua vez, os que estão no plano extrafísico também se acham passíveis das mesmas influenciações, partidas de mentes que lhes compartilham o modo de pensar, ou de outras que se situam em planos superiores, e, no caso de serem ainda de evolução mediana ou inferior, de desafetos, de seres que se buscam intensamente pelo pensamento, num conúbio de vibrações e sentimentos incessantes. Essa permuta é contínua e cabe a cada indivíduo escolher, optar pela onda mental com que irá sintonizar.
Portanto, a resposta dos Espíritos a Kardec nos dá uma noção exata do intercâmbio existente entre os seres humanos, seja ele inconsciente ou não, mas, de qualquer modo, real e constante.

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COMPANHIAS ESPIRITUAIS
“(...) criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. (...) Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo.”
(A Gênese, Allan Kardec, capítulo 14º, Item 15.)
A uma simples vibração do nosso ser, a um pensamento emitido, por mais secreto nos pareça, evidenciamos de imediato a faixa vibratória em que nos situamos, que terá pronta repercussão naqueles que estão na mesma freqüência vibracional. Assim, atrairemos aqueles que comungam conosco e que se identificam com a qualidade de nossa emissão mental.
Através desse processo, captando as nossas intenções, sentindo as emoções que exteriorizamos e “lendo” os nossos pensamentos é que os Espíritos se aproximam de nós e, não raro, passam a nos dirigir, comandando nossos atos. Isso se dá imperceptivelmente.
Afinizados conosco, querendo e pensando como nós, fácil se torna a identificação, ocorrendo então que passamos a agir de comum acordo com eles, certos de que a sua é a nossa vontade — tal a reciprocidade de sintonia existente.
Não entraremos na questão do livre-arbítrio, sobejamente conhecida dos espíritas. Sabemos que a nossa vontade é livre de aceitar ou não estas influenciações. Que a decisão é sempre
de nossa responsabilidade individual.
O importante é meditarmos a respeito de quanto somos influenciáveis, e quão fracos e vacilantes somos. O Espiritismo, levantando o véu dos mistérios, nos traz a explicação clara
demonstrando-nos a verdade e, através desse conhecimento, nos dá condições de vencer os erros e sobretudo de nos reservarmos de novas quedas.
Fácil é pois, aos Espíritos, nos dirigirem. Isto acontece com os homens em geral, sejam eles médiuns ostensivos ou não.
É que, como médiuns, todos somos sensíveis a essas aproximações e ninguém há que esteja absolutamente livre de influenciações espirituais. Escolher a nossa companhia espiritual é
de nossa exclusiva responsabilidade. Somos livres para a opção.
No passado, sabemo-lo hoje, escolhemos o lado das sombras, trilhando caminhos tortuosos, tentadores, e que nos pareciam belos. Optamos pelo gozo material, escolhendo a estrada do
crime, onde nos chafurdamos com a nossa loucura, enquanto fazíamos sofrer os seres que de nós se aproximavam. Muitos de nós ouvimos a palavra do Cristo e tivemos a sagrada
ensancha de optar entre a luz e a sombra. Mas, aturdidos e ensandecidos, preferimos Mamon e César.
Após essa desastrosa decisão, que repercutiria em nosso mundo intimo, em tragédias de dores acerbas e sofrimentos prolongados pelos séculos a fora, fomos rolando, quais seixos levados pela caudal de águas turbilhonantes, tendo junto a nós aqueles que elegemos como companheiros de jornada. Até que chegamos, finalmente, ao porto seguro do Consolador.
Toda essa trajetória está magnificamente narrada por Joanna de Ângelis, no capitulo 24 do seu livro “Após a Tempestade”. E ela nos adverte de que já não há mais tempo a perder:
“Estes são os momentos em que deveremos colimar realizações perenes. Para tanto, resolvamo-nos em definitivo a produzir em profundidade, acercando-nos de Jesus e por Ele nos deixando conduzir até o termo da jornada.”
Eis a opção que o Espiritismo nos faculta agora. Escolha consciente, amadurecida.
Escolha feita por quem já sabe e conhece. Por isto mesmo muito mais responsável.

Texto extraído do Livro OBSESSÃO E DESOBSESSÃO
SUELY CALDAS SCHUBERT

A Síndrome do Melindre







Os melindres são os verdadeiros fantasmas de um Centro Espírita. Associado às mágoas e ressentimentos, contribuem para fragilizar os laços humanos. Kardec nos falou, em dois momentos, sobre esse fantasma. Destacamos, primeiramente, o escrito em Obras Póstumas (1ª Parte – O Egoísmo e O Orgulho): "A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros. Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com o que quer que, a seu ver, constitua ofensa a seus direitos."
Obviamente, Kardec relaciona o melindre como decorrência do orgulho ferido, associado a um sentimento de inflação do ego. Num segundo momento, em discursos pronunciados nas Reuniões Gerais dos Espíritas de Lyon e Bordeaux afirma: "Há, ainda, aqueles cuja susceptibilidade é levada ao excesso; que se melindram com as mínimas coisas, mesmo com o lugar que lhes é destinado nas reuniões, se não os põem em evidência(...)".
Pode-se compreender o melindre, pelo viés psicológico, como um artifício usado pelo ego para preservar sua própria identidade. De tal forma, que quando o ego se sente "ameaçado" (ou desestabilizado por algo ou alguém), reage através de um "fechamento psíquico", de um retraimento emocional, visando preservar, numa atitude defensiva e imatura, as estruturas (orgulho, vaidade...) do próprio Eu.
Em certa Sociedade Espírita, um trabalhador tinha por hábito, no momento do passe, apertar a cabeça dos atendidos com as mãos. Imagine! Sendo alertado (educadamente) por um dirigente da Instituição, que tal prática não se coaduna com os ensinos espíritas, ficou... "melindrado". Em um grupo de estudos, alguém ao fazer a leitura de O Livro dos Espíritos, leu errado uma palavra. Um dos integrantes lhe corrigiu, naturalmente. A pessoa se melindrou e quase abandonou o estudo. Poderíamos ficar exaustivamente citando inúmeros exemplos.
Quando a pessoa se sente melindrada, deve se questionar sobre isso. O certo é que o melindre está associado, no mínimo, a três elementos básicos: orgulho ferido, insegurança pessoal e baixa autoestima. Dessa forma, o melindre seria um primeiro estágio de outros sentimentos que poderão se seguir, como a mágoa, o ressentimento, a raiva e até a agressividade.
Há determinadas contingências que podem tornar a pessoa mais propícia ao melindre, como estresse, separação conjugal, problemas familiares, desemprego, a experiência de uma frustação, etc.
O fortalecimento emocional e espiritual é imperativo para o enfrentamento de tais desafios. O melindre e seus derivados, quando não administrados, significam a negação do próprio sujeito, enquanto ser que possui responsabilidades por sua evolução.
Mas Allan Kardec também nos fala da "indulgência recíproca" que deveria mover os seres humanos, situados num patamar de incompletude espiritual. Indulgência para com as imperfeições dos outros não é sinônimo de inoperância diante do erro. Ou seja, no grupo espírita não é razoável, diante de algo que esteja errado, fazer-se silêncio, simplesmente, para não "melindrar" este ou aquele. O compromisso maior de todos é com a Doutrina Espírita em primeira instância, e com a instituição
em segunda.
A forma de abordagem é que deve estar fundamentada na indulgência, não o erro. A grande questão é que necessitamos dissipar essas relações melindrosas e inócuas, que em nada contribuem para a vida de relação, substituindo-as por atitudes verdadeiramente cristãs. O Espiritismo é uma doutrina de vida para "uso diário".
Quando percebermos que é forte o impulso para melindrar-nos ou magoar-nos, busquemos o recurso da oração, imediatamente, a fim de administrarmos mentalmente esses corrosivos sentimentos, adversários da paz. A oração é valioso recurso para a manutenção do equilíbrio da alma, pois potencializa o pensamento para os ângulos positivos da vida, buscando a serenidade das emoções.
Portanto, há duas questões fundamentais: a responsabilidade de administrarmos esses sentimentos em nós, e como agirmos diante dos melindres alheios. Somos de opinião que não devemos ter, na Casa Espírita, uma preocupação exagerada com os melindres e os melindrosos para não nos tornarmos reféns deles. Exige-se, como é natural em qualquer outra instituição, que se discuta fraternamente projetos, metas, trabalhos, questões doutrinárias etc., que se busque dar cumprimento aos normativos da instituição, tais como o Estatuto e o Regimento Interno. As atividades de qualquer Centro Espírita necessitam obedecer a certas disciplinas, e os trabalhadores e estudantes necessitam estar inseridos nesse contexto para o bom funcionamento da instituição. Tudo isso sem dogmatismos, sem autocracias ou fundamentalismos. Jamais, sob qualquer pretexto, poderá se cercear a liberdade de pensamento e expressão de quem quer que seja.
Todavia, deixar de cumprir os normativos, sob pretexto de "não melindrar" este ou aquele indivíduo é, no mínimo, um despropósito associado à irresponsabilidade daqueles que possuem a função de administração. Tornar-se omisso para não se "indispor" com alguém, é uma postura totalmente equivocada, fundada numa lógica perversa, que contribui para aumentar os problemas da Instituição. Arrolam-se desculpas do tipo: "necessitamos ser tolerantes", "caridosos", "pacientes"... E, enquanto demonstramos nossas "virtudes" (desvirtuadas) para não ferirmos as "almas frágeis" de nosso Centro, a disciplina, os desvios doutrinários, as inoperâncias, os desvios monetários, assolam livres.
Torna-se necessário pensarmos sobre os limites da "tolerância" no âmbito das Casas Espíritas. Não se trata, obviamente, da adoção por parte dos dirigentes, como já observamos, de posturas fundamentalistas ou verticalizadas. A tolerância com quem está seriamente comprometido com a Causa tem seus limites naturais. Não se deve comprometer a Causa, simplesmente para atender aos caprichos de alguém. Uma orquestra necessita, para o grande concerto, estar o mais bem afinada possível. Aquele candidato a músico que não aprendeu a tocar para estar em sintonia com o conjunto não poderá participar diretamente do concerto.
Por isso, trabalhadores e estudantes que não estejam afinados com o grupo e com a orientação doutrinária e/ou administrativa, melindrando-se com facilidade diante dos mínimos eventos, terminam por afastarem dos labores assumidos. É necessário respeitar a decisão de cada um.
A filosofia da convivência implica numa ética do cuidado. Assim como a permissividade ou a indiferença projetam seus frutos negativos para a instituição, da mesma forma deve-se cuidar com a síndrome da intolerância. Em tudo na vida o bom senso é imperativo para uma performance positiva. Constata-se atualmente uma cultura dos extremos, dos "oito ou oitenta", tudo em nome de uma busca por afirmação, muitas vezes, do próprio narcisismo.
Associado, por extensão, aos melindres e mágoas, encontra-se o ressentimento. A psicanalista Maria Rita Kehl, em seu livro sobre o assunto, analisa o que denomina de "ganhos
subjetivos do ressentimento". Para ela, o ressentido é um vingativo não declarado. Mas também é alguém que atribui sempre a um outro a culpa por seus agravos. O ressentido assume papel de vítima e, com isso, foge das responsabilidades que cabem no processo. Aí estão os ganhos do ressentimento! Revestir-se da vitimização, criar a figura de um culpado exclusivo para manter-se numa postura cômoda de alguém livre de responsabilidades. É sem dúvida, um mecanismo perverso do Eu (conscientemente ou não) que denota um nível de imaturidade psicológica associada a uma morbidez da alma.

( Do livro: A convivência na Casa Espírita: reflexões e apontamentos com base nas instruções de Allan Kardec, de Jerri Roberto Almeida.Porto Alegre: Editora Francisco Spinelli, 2ª ed, 2011, pag. 57 a 61).

“Bruna Andressa”- um suicídio “ao vivo”, seus pais e muitas agonias (Jorge Hessen)








A jovem Bruna Andressa Borges, de 19 anos, se suicidou e transmitiu ao vivo o ato na tarde desta do dia 26 de julho de 2017, na vila militar, no bairro Bosque, em Rio Branco, Acre. O vídeo foi transmitido através do Instagram para 286 seguidores. Bruna era estudante de ciência sociais na Universidade Federal do Acre (Ufac) e, antes de se enforcar, também publicou mensagens no Facebook. “Já fui abandonada e julgada pela pessoa que achei que seria minha melhor amiga, a pessoa que amei me humilhou e riu da minha cara, me chamou de ridícula. Talvez eu seja, mas não pretendo continuar perguntando para saber”, escreveu.
Os pais de Bruna foram encontrados mortos na tarde do dia 26 de julho de 2017. Os corpos do subtenente Márcio Augusto de Brito Borges, de 45 anos, e da esposa, a ex-sargento Claudineia da Silva Borges, 39, estavam na casa onde moravam, na Vila Militar, no bairro Bosque, em Rio Branco. As informações da perícia dão conta que o casal foi encontrado no mesmo lugar em que Bruna Borges, a filha deles, cometeu suicídio dois dias antes.
Há 7 anos uma jovem  de 15 anos suicidou-se com um tiro de revolver, dentro de uma escola, em Curitiba. Não houve grito nem pedido de socorro. Em silêncio, ela entrou no banheiro e se trancou em uma das cinco cabines reservadas. Sentada sobre o vaso sanitário, disparou contra a boca. Três meses antes da tragédia, a jovem procurou os pais e pediu para que eles a levassem a um psicólogo. Dizia sentir-se triste e desmotivada. O pai passou a pegá-la na aula de pintura e levá-la, semanalmente, a um psiquiatra. No inquérito policial sobre o suicídio, apurou-se que ela tomava benzodiazepínicos (soníferos) para dormir, e outros fármacos para controlar a ansiedade que sentia. 
Diante dos dilemas acima, indagamos: Como os pais podem proteger os filhos ante os desequilíbrios emocionais que assolam a juventude de hoje? Obviamente, precisam estar atentos. Interpretar qualquer tentativa ou anúncio de suicídio do jovem como sinal de alerta. O ideal é procurar ajuda especializada de um psicólogo e, para os pais espíritas, os recursos terapêuticos dos centros espíritas. Aproximar-se, mais amiudemente, do filho que apresenta sinais fortes de introspecção ou depressão. O isolamento e o desamparo podem terminar com aguda depressão e ódio da vida.
É evidente que sugerir serem os pais os únicos responsáveis pelo autocídio de um filho(a), é algo muito delicado e preocupante, pois, trata-se um ato pessoal de extremo desequilíbrio da personalidade, gerado por circunstâncias atuais ou por reminiscências de existências passadas. Se há culpa dos pais, atribui-se à negligência, à desatenção, a não perceber as mudanças no comportamento de um filho(a) e a tudo que acontece à sua volta. Sobre isso, estamos convictos de que a sociedade, como um todo, é, igualmente, culpada. Inobstante colocarem o fardo da culpa nos pais em primeiro lugar, reflitamos: quem pode controlar a pressão psicológica que uma montanha de apelos vazios faz na cabeça dos jovens, diariamente?
O suicídio é um ato exclusivamente humano e está presente em todas as culturas. Suas matrizes causais são numerosas e complexas. Os determinantes do suicídio patológico estão nas perturbações mentais, depressões graves, melancolias, desequilíbrios emocionais, delírios crônicos, etc. Algumas pessoas nascem com certas desordens psiquiátricas, tal como a esquizofrenia e o alcoolismo, o que aumenta o risco de suicídio. Há os processos depressivos, onde existem perdas de energia vital no organismo, desvitalizando-o, e, consequentemente, interferindo em todo o mecanismo imunológico do ser.
A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas asseveram que ninguém tem o direito de abreviar, voluntariamente, a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta somente por constituir infração de uma lei moral - consideração, essa, de pouco peso para certos indivíduos - mas, também, um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica. Antes, o contrário, é o que se dá com eles, na existência espiritual, após ato tão insano.
A rigor, não existe pessoa "fraca", a ponto de não suportar um problema, por julgá-lo superior às suas forças. O que de fato ocorre é que essa criatura não sabe como mobilizar a sua vontade própria e enfrentar os desafios. Na Terra, é preciso ter tranquilidade para viver, até porque, não há tormentos e problemas que durem uma eternidade. Recordemos que Jesus nos assegurou que "O Pai não dá fardos mais pesados que nossos ombros" e "aquele que perseverar até o fim, será salvo". [1]

Jorge Hessen


Referência bibliográfica:

[1] Mt. 24,13

PENSASTE NISSO?

“Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo,
segundo o que também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem
revelado.” (II Pedro, 1:14)





Se muitas vezes grandes vozes do Cristianismo se referiram a supostos crimes da carne, é necessário mencionar as fraquezas do “eu”, as inferioridades do próprio espírito, sem concentrar falsas acusações ao corpo, como se este representasse o papel de verdugo implacável, separado da alma, que lhe seria, então, prisioneira e vítima. Reparamos que Pedro denominava o organismo, como sendo o seu tabernáculo. O corpo humano é um conjunto de células aglutinadas ou de fluidos terrestres que se reúnem, sob as leis planetárias, oferecendo ao Espírito a santa
oportunidade de aprender, valorizar, reformar e engrandecer a vida. Frequentemente o homem, qual operário ocioso ou perverso, imputa ao instrumento útil as más qualidades de que se acha acometido. O corpo é concessão da Misericórdia Divina para que a alma se prepare ante o glorioso porvir. Longe da indébita acusação à carne, reflitamos nos milênios despendidos na formação desse tabernáculo sagrado no campo evolutivo. Já pensaste que és um Espírito imortal, dispondo, na Terra, por algum tempo, de valiosas potências concedidas por Deus às tuas exigências de trabalho?
Tais potências formam­-te o corpo. Que fazes de teus pés, de tuas mãos, de teus olhos, de teu cérebro? Sabes que esses poderes te foram confiados para honrar o Senhor iluminando a ti mesmo?
Medita nestas interrogações e santifica teu corpo, nele encontrando o templo divino.
Pão Nosso
Emmanuel/Chico Xavier

O que mais sofremos

O que mais sofremos no mundo









Não é a dificuldade.
É o desânimo em superá-la.
Não é a provação.
É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença.
É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.
Não é a velhice do corpo.
É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber,
na solução de qualquer problema,
o pior problema é a carga de aflição que criamos,
desenvolvemos e sustentamos contra nós.
XAVIER, Francisco Cândido. Passos da Vida. Pelo Espírito Albino Teixeira. Editora IDE.

A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL - PARTE 1

Nosso Lar é o nome de uma Colônia Espiritual que André Luiz apresenta em seu primeiro livro (de uma série de dezesseis), revelando um mundo palpitante, pleno de vida e atividades, organizado de forma exemplar, onde espíritos desencarnados passam por estágio de recuperação e educação espiritual. Ao longo da narrativa autobiográfica encontramos preciosos ensinamentos, dentre os quais selecionamos alguns, reproduzindo-os em duas partes, nesta e na próxima edição.









Mensagem de Emmanuel

André Luiz vem contar que a maior surpresa ante a morte carnal é a de nos colocar face a face com nossa própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração. Não basta à criatura apegar-se à existência humana, é necessário saber aproveitá-la dignamente.
O Umbral
É uma região que começa na crosta terrena e funciona como um lugar destinado ao esgotamento de resíduos mentais. Uma espécie de Zona Purgatorial, onde se queima, aos poucos, o material deteriorado das ilusões terrestres. É lá que se concentra tudo o que não tem finalidade para a vida superior. Para onde são levados os espíritos que não são suficientemente perversos para serem enviados às colônias de reparação mais dolorosas, nem bastante nobres para serem conduzidos a planos mais elevados. Mesmo assim, cada espírito permanece só o tempo necessário, e por isso há muitas instituições como Nosso Lar, com a finalidade de trabalho e socorro espiritual.
Diante da dor
A dor significa possibilidade de enriquecer a alma. A luta constitui caminho para a divina realização. Na terra, muitos têm a ilusão de que não há dor maior que as suas. A dor não edifica pelos prantos ou pelas feridas que sangram, mas pela porta de luz que oferece ao espírito, para que seja mais compreensivo e mais humano. Ao enfermo é indispensável criar pensamentos novos, disciplinar os lábios e aprender a não falar excessivamente de si mesmo, nem comentar a própria dor. Lamentação denota enfermidade mental de tratamento difícil. No entanto, quando as lágrimas não se originam da revolta, sempre constituem remédio depurador.
Ante as ofensas.
Ninguém está isento de faltas, assim, é essencial entender os adversários, não propriamente como inimigos, mas como benfeitores, por servirem de instrumento da justiça divina. É importante aproveitar as oportunidades para restabelecer a simpatia interrompida, recompondo os elos da corrente espiritual.
Diante dos erros
É fundamental reconhecer os próprios erros, sem lastimar-se ou ficar relembrando-os; aproveitar os tesouros do arrependimento, guardar a bênção do remorso, embora tardio, sem esquecer que a aflição não resolve problemas.
A ajuda Divina
Deus nos ama sem esperar por rogativas, mas aguarda posição receptiva para encaminhar ajuda. Assim, quando alguém deseja algo ardentemente já se encontra a caminho da realização, mas há três requisitos, a saber: 1º desejar, 2º saber desejar e 3º merecer ou trabalhar persistentemente para ter merecido. O socorro sempre está ao alcance do espírito, basta que se submeta, de forma humilde e resignada, aos desígnios da Providência Divina. A ajuda chega quando, efetivamente, cada um está disposto a ser ajudado, quando a dor promoveu o despertamento necessário.

XAVIER, Francisco Cândido. Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB,

O PODER DAS PALAVRAS

Porque as palavras têm o poder de edificar ou destruir, tomemos cuidado com o que temos semeado ao nosso redor.
O verbo quando sintonizado com as correntes sublimes de energias superiores é capaz de levantar caídos, curar enfermos, proporcionar visão aos cegos...
Talvez por isso, os grandes Sábios, cultuem com tanta seriedade o silêncio.
Eduquemos nossa língua para que dela sejam jorradas chuvas de bênçãos, sempre.

Muita paz!
Geraldo Esteves sobrinho

A Deus o que é de Deus

A Deus o que é de Deus




Antonio Cesar Perri de Carvalho
A palavra de Jesus “Daí a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus” (Marcos, 12,17) passou a ser considerada como fundamento do respeito dos cristãos ao Estado, mas também da separação entre os domínios político e religioso.
É sabido que algumas autoridades do império romano utilizaram essa frase do Cristo até na tentativa para amenização das iras daqueles que recomendavam perseguições aos primitivos cristãos.
Por outro lado, os cristãos sentiam-se à vontade porque se consideravam súditos respeitosos. Paulo fez colocações nessa linha em suas Epístolas.
Interessante o comentário de Emmanuel: “Se pretendes viver retamente, não dês a César o vinagre da crítica acerba. Ajuda-o com o teu trabalho eficiente, no sadio desejo de acertar, convicto de que ele e nós somos filhos do mesmo Deus.”1
Nos albores do cristianismo, no âmbito da administração central do império romano não ocorriam apenas perseguições, o que levou Emmanuel, a partir de versículo de epístola de Paulo: “Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César” (Filipenses, 4, 22), fazer o seguinte comentário: “Muito comum ouvirmos observações descabidas de determinados irmãos na crença, relativamente aos companheiros chamados a tarefas mais difíceis, entre as possibilidades do dinheiro ou do poder. [...] Paulo de Tarso, humilhado e perseguido em Roma, teve ocasião de conhecer numerosas almas nessas condições, e o que é mais de admirar – conviveu com diversos discípulos de semelhante posição, relacionados com a habitação palaciana de César. Deles recebeu atenções e favores, assistência e carinho.”2,3
De um lado o Estado romano e, de outro, havia também momentos complicados nas relações com o Sinédrio e seus representantes.
Saulo de Tarso optou em deixar a tradicional e pioneira ecclesia de Jerusalém, ao verificar que surgiam propostas judaizantes por parte de alguns discípulos do Cristo, iniciando sua grande tarefa de divulgador do Evangelho.
Na sua missionária trajetória, o apóstolo Paulo sempre lutou pela independência dos grupos cristãos com relação a autoridades políticas e do judaísmo. Ao comentar a vida e obra de Paulo, o filósofo espírita Herculano Pires destaca a posição clara e marcante do Apóstolo:
"Ele libertava a religião da política e do negócio. Para ele, a religião tinha que ser vivida em si mesma e vivida com toda a independência moral". A propósito de trecho de Atos dos Apóstolos sobre “muitos milagres e prodígios entre o povo pelas mãos dos apóstolos” o autor aponta que ali se encontra "uma das mais belas confirmações evangélicas da realidade e da verdade do Espiritismo e das suas práticas como continuação do cristianismo em espírito e verdade aqui na terra."4
A mescla de benesses estatais para com o cristianismo se firmou no século IV com o imperador Constantino.
Em nossos tempos, é oportuna a recordação desses fatos históricos para inspirarem a preservação da independência administrativa e financeira das instituições espíritas e a manutenção das condições doutrinárias de fidelidade a Jesus e a Kardec.
Esses objetivos sempre balizaram as ações de Chico Xavier no transcorrer de sua longa existência. Entre muitos episódios nobilitantes, destacamos a opção do médium missionário em deixar uma grande instituição da qual foi um dos fundadores, e dar início a um novo posto de trabalho e de referência, bem simples, o Grupo Espírita da Prece, de Uberaba.5

Referências:

1) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão Nosso. 27.ed. Cap. 102. FEB. 2006.
2) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. 16.ed. Cap. 75. Brasília: FEB. 2012.
3) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Epístolas de Paulo à luz do espiritismo. 1.ed. Cap.12 e 15. Matão: O Clarim. 2016.
4) Pires, José Herculano. Org. Arribas, Célia. O evangelho de Jesus em espírito e verdade. 1.ed. Cap. 15. São Paulo: Editora Paidéia. 2016.
5) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Centro espírita. Prática espírita e cristã. Cap.1.1, 7.2, 7.3. Matão: O Clarim. 2016.
(Ex-presidente da USE-SP e da FEB).