Pergunta de um Visitante a Allan Kardec
– Pergunto-vos, em primeiro lugar, qual a necessidade da criação de novos termos espírita e espiritualismo para substituir : espiritualista e espiritualismo
, que são da língua vulgar e por todos compreendidos?
Já ouvi alguém classificar tais termos de
barbarismos
.
Allan Kardec responde
— De há muito tem já a palavra
espiritualista
uma acepção
bem determinada; é a Academia que no-la dá:
Espiritualista, aquele ou
aquela pessoa cuja doutrina é oposta ao materialismo
.
Todas as religiões são necessariamente fundadas sobre o espiritua-
lismo. Aquele que crê que em nós existe outra coisa, além da matéria,
é espiritualista, o que não implica a crença nos Espíritos e nas suas ma-
nifestações. Como o podereis distinguir daquele que tem esta crença?
Ver-vos-eis obrigado a servir-vos de uma perífrase e dizer: É um espiri-
tualista que crê ou não crê nos Espíritos.
Para as novas coisas são necessários termos novos, quando se quer
evitar equívocos. Se eu tivesse dado à minha Revista a qualificação de espiritualista, não lhe teria especificado o objeto, porque, sem desmentir-lhe o
título, bem poderia nada dizer nela sobre os Espíritos, e até combatê-los.
Já há algum tempo, li num jornal, a propósito de uma obra filo-
sófica, um artigo em que se dizia tê-la o autor escrito do ponto de vista
espiritualista; ora, os partidários dos Espíritos ficariam singularmente de-
sapontados se, confiantes nessa indicação, acreditassem encontrar alguma
concordância entre o que ela ensina e as ideias por eles admitidas.
Se adotei os termos
espírita, espiritismo é porque eles exprimem, sem equívoco, as ideias relativas aos Espíritos.
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